quinta-feira, 16 de maio de 2013

Atado primeiro nó no diálogo

 Atado primeiro nó no diálogo  
Governo rejeita todas pré-condições da Renamo
 
Renamo já reagiu e reitera sua posição
 
2013 05 17 001
 
Maputo (Canalmoz) - O Governo moçambicano acaba de recusar todas as exigências prévias colocadas pela Renamo na primeira ronda das negociações, como condição para o seguimento do diálogo.
A Renamo havia apresentado três questões prévias, nomeadamente a libertação imediata e incondicional dos membros da Renamo detidos em Muxúnguè, a retirada dos efectivos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da Força de Intervenção Rápida (FIR) ao redor de da base da Renamo em Gorongosa, onde se encontra o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, bem como em todas delegações políticas ocupadas e a aceitação de facilitadores nacionais e observadores independentes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da União Africana (UA) e da União Europeia (UE), no diálogo.
 
Governo rejeita as condições 
 
Em nota distribuída ao princípio da noite desta quinta-feira, o Governo confirma ter respondido por escrito às questões colocadas pela Renamo e sublinha que nenhuma destas condições será respeitada pelo Governo.
Na nota, o Governo marca a data de 20 de Maio corrente, isto é, na próxima segunda-feira, como o dia para o reinício das conversações.
Segundo o executivo, a libertação imediata e incondicional dos quinze homens da Renamo detidos em Muxúnguè e agora encarcerados na Beira, depende dos órgãos competentes, não competindo ao executivo interferir no funcionamento ou actuação dos órgãos administração da justiça.
Em relação ao segundo ponto sobre a retirada das FADM e da FIR em Gorongosa e nalgumas delegações políticas da Renamo, o Governo diz na nota distribuída esta quinta-feira que “tratando-se de matéria operativa, entendemos que as Forças de Defesa e Segurança desdobram-se em posições fixas e móveis em qualquer ponto do País, dentro do contexto operativo que o País vive”, lê-se.
Sobre o terceiro ponto referente à aceitação de facilitadores independentes nacionais e observadores internacionais, o Governo diz não haver necessidade para tal, argumentando que nos termos da Constituição da República,  existe instituições que podem cuidar da matéria.
 
Renamo confirma ter recebido resposta negativa do Governo
 
Em declarações ao Canalmoz na noite desta quinta-feira, Jeremias Pondeca, um dos integrantes do grupo da Renamo ao diálogo, confirmou que o seu partido recebeu o documento do executivo na manhã de quinta-feira de ontem.
Disse que a Renamo reuniu-se imediatamente ainda ontem para analisar as respostas do Governo,  tendo ainda na quinta-feira mandado uma outra carta ao executivo “onde reiteramos todas as nossas exigências”.
 
Comunicação do Dhlakama
 
Pondeca explicou que ainda ontem, a Renamo comunicou a decisão do Governo ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama em Gorongosa, tendo sido decidido “reiterar as exigências”.
Por outro lado Jeremias Pondeca informou que na próxima segunda-feira, a Renamo vai comparecer na mesa do diálogo, “mas para reiterar as questões e rebater as respostas do Governo”.
“A partir de segunda-feira, o País e a comunidade internacional vão saber o posicionamento definitivo da Renamo” concluiu a o dirigente da Renamo. (Bernardo Alvaro)

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