Em que é que ficamos, Presidente?
De um Presidente da República espera-se uma comunicação mais polida, mais assertiva. Filipe Nyusi amiúde atrapalha-se. Parece mais um elefante numa loja de porcelana. Fala para depois pensar e esquece-se que palavra dita, é como uma arma disparada. A bala jamais será recolhida.
Há dias, Filipe Nyusi disse publicamente que quem aterroriza Cabo Delgado são jovens moçambicanos descontentes com o cerco à fuga ao fisco na exploração florestal e aos concursos de empreitadas e obras públicas. E, de boca cheia, disse que são cidadãos que vivem na própria província e na cidade da Beira que recrutam e instrumentalizam a população para destruir as suas casas a troco de dinheiro.
Não lhe vamos desmentir, Presidente, porque não sabemos qual é a sua fonte. Porém, temos o direito de ficarmos desconfiados destas afirmações. É que Bernardino Rafael, o sobrinho de Alberto Chipande e comandante-geral da PRM, já trouxe cinco versões sobre os mesmos factos. E a do Presidente é a sexta. Afinal não estão em sintonia? Não é o Presidente o comandante em chefe das Forças de Defesa e Segurança?
Ora é o Andre Hanerkon que financia os insurgentes. Ora são os garimpeiros que enviam o dinheiro por via do M-pesa. Ora são os tanzanianos. Ora são os cidadãos congoleses. Quer dizer, há um mar de desculpas, mas nunca se chega à solução. O povo não quer saber de trapalhadas, de desculpas que roçam a um mau pagador. O povo quer soluções. O Presidente, sobre este assunto, até pode calar, não dizer nada ao povo, mas que traga soluções.
O povo não escolheu um Presidente para andar de desculpa em desculpa; de preguiça em preguiça; de desinformação em desinformação. O povo escolheu Filipe Nyusi porque prometeu soluções de diversos problemas que lhe apoquentam. E é evidente que Filipe Nyusi não é recomendável. É fraco. Governar lhe ultrapassa. Para ele governar parece mais um bicho-de-sete-cabeças. Todavia, quer voltar a ser eleito.
São tanzanianos, congoleses ou beirenses que financiam os insurgentes em Cabo Delgado ou era o Andre Hanekon? Em que é que ficamos? O Presidente está a titubear enquanto o povo morre, é decapitado. Ao povo não interessa o nome de quem lhe decapita, interessa a solução do problema. São dois anos e meio de sofrimento e o Governo nunca trouxe algo palpável, credível. Se isto pesasse para a reeleição de Filipe Nyusi, de certeza que ficaria por terra!
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Francisco Mazoio: a grande decepção!
A nossa expectativa quando o senhor Francisco Mazoio foi colocado como PCA do INSS era de que, como sindicalista, iria moralizar esta instituição. Ou seja, sentiria a mesma dor que o pobre trabalhador sente e que cuidaria dos nossos recursos da melhor maneira possível. E não foi nada disto. Roubou-nos!
Como é que alguém que tem um passado de sindicalista, que tem uma relação afectiva com o trabalhador, nos rouba? Nós julgávamos que dado o seu passado, iria zelar por todo o centavo que o trabalhador deposita no INSS. Em quem vamos confiar, se este que julgávamos uma escolha acertada nos pregou esta grande partida? Haverá alguém sério, honesto, neste País, capaz de cuidar do nosso dinheiro? Todos, ou quase todos, que já passaram pelo INSS nos roubaram. Onde é que o nosso dinheiro estará seguro?
Quem tem mãos limpas para cuidar do nosso dinheiro? Somos pobres trabalhadores. Por que nos roubam? O que é que nós, trabalhadores, vos fizemos? É mau ser honesto, confiarmos-vos o nosso dinheiro? É mau nascer em Moçambique?
Este sindicalista é uma autêntica vergonha. Aliás, deve ser a maior vergonha que passou do INSS. Muitos dos que dirigiram no passado esta instituição eram oriundos de outros quadrantes: empresários, elite corrupta da Frelimo. Eram distantes da realidade do espezinhado trabalhador moçambicano. E Francisco Mazoio não. Era um conhecido nosso. Estávamos do mesmo lado da barricada. E traiu-nos. Roubou-nos. Como? Mazoio tu és uma grande decepção. Mentiste-nos. Nunca estiveste do nosso lado. És escória, um crápula!
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