Nampula (IKWELI) – A observação e cobertura jornalística eleitorais constituem direitos previstos no ordenamento jurídico moçambicano, e para o efeito, os interessados devem solicitar a sua acreditação junto dos órgãos de administração eleitoral.
Na província de Nampula, maior círculo eleitoral do país, os observadores (por via de organizações da sociedade civil) e jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social com sede e/ou representação naquele ponto de Moçambique queixam-se de a Comissão Provincial de Eleições (CPE) não estar a emitir crachás/credenciais desde Abril último.
Segundo apurou o Ikweli, muitos dos interessados submeteram os seus pedidos de acreditação com o intuito de acompanharem todo o processo, desde o recenseamento eleitoral até a fase de apuramento.
Sucede, porém, que quando os interessados que apresentaram os seus pedidos dirigem-se ao CPE são informados que “não há sistema e/ou há avaria nas máquinas que imprimem os crachás”.
Ao nível do Gabinete de Comunicação e Imagem do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), direcção provincial de Nampula, entidade que cuida do processo técnico, a informação é a mesma. Alias, há mais de quatro meses que as instalações andam quase que as moscas, porque os funcionários ali afectos nada fazem.
Para os interessados, a situação não passa de uma manobra dilatória para que os jornalistas e observadores não possam usufruir do seu direito nas eleições de 15 de Outubro próximo.
A campanha eleitoral arranca a 31 do corrente mês e os órgãos de administração eleitoral ainda não emitiram alguma informação oficial sobre a situação.
Outra interpretação é que, segundo nossas fontes que pediram o anonimato, “isto é prenúncio de um conflito eleitoral que os órgãos de administração eleitoral estão a preparar porque não se percebe o que eles escondem para que não estejam a acreditar os jornalistas e observadores”. (Aunício da Silva)
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