Por Luis Nhachote
O antigo presidente moçambicano Armando Emilio Guebuza disse não conhecer Teófilo Nhangumele:“eu não conheço Nhagumele. Nunca vi. Se trabalhou na presidência foi sem o meu conhecimento”, foram as suas palavras na convulsiva reunião do Comité Central do partido Frelimo realizada no mês de Maio. No entanto, uma missiva apensa a acusação definitiva do processo das chamadas "Dividas Ocultas", deixa claro que Teófilo Nhangumele, apresentou o projecto que culminou com o parto da Proindicus, diante de antigo estadista.
Na missiva expedita a 25 de fevereiro de 2013, ao Conselho de Administração da Proindicus, o engenheiro inveterado por viaturas de alta cilindrada, exigia ser pago 500.000 doláres americanos por ter “1.a) Venho trabalhando neste processo desde finais de 2011 tendo para o efeito desenvovido todo o trabalho técnico relativo ao projecto, incluindo as viagens necessária de “Due diligence”à Alemanha e Abu Dhabi”.
Na carta, cujo destinatário é António Carlos do Rosário (O Individuo A, no relatório da Kroll), Nhagumele é explicito na cobrança do que achava que lhe era devido por “2.b) Elaborei e defendi a motivação perante Suas; Excelencias os titulares das Forças de Defesa e Segurança e perante sua Excelência o Presidente da República para a aprovação do projecto ( Nota do Editor, o sublinhado é da nossa responsabilidade editorial).
Este facto deixa cair por terra as lamentações de Armando Emilio Guebuza proferidas em Maio na Matola. Não há ranger de dentes que o desminta.
Prossegue o engenehiro, segundo a acusação dizendo que :
"3.c)Trabalhei na identificação do financiamento para tornar este projecto financeirmante possível.
4.d) Criei e registei o nome Proindicus e participei na criação da empresa
5.e) Custeei todas as despesas relativas ao transporte pessoal, impressão de documentação, duplicação e encadernação de todas as várias apresentações feitas, a todos os níveis para tornar este projecto possível."
A 24 de Abril de 2013, portanto dois meses e um dia depois, Rosário na qualidade de PCA da Proidicus indeferiu o pedido do engenheiro com a justificação de não era da responsabilidade da empresa pagar lhe ”a renumeraçao pretendida em virtude da empresa ter sido constituida posteriormente à realizaçao do referido trabalho”......
Guebuza disse que náo conhece Nhangumele
O antigo presidente da República, Armando Emilio Guebuza, disse numa celébre reunião do Comité Central da Frelimo não conhecer Téofilo Nhangumele.
Guebuza respondia a uma questão do Oscár Monteiro de como se teria deixado “enganar” pelo engenheiro que é tido como peça que terá estabelecido as conexões entre as figuras estrangeiras envolvidas no calote e, membros do Governo dirigido pelo ex-presidente.
Guebuza disse o seguinte se pode ouvir num áudio viral que inundou a praça: “O camarada Óscar foi enganado para vir aqui dizer que eu conheço Nhangumele (Teófilo), que eu deixei Nhangumele enganar-me. Eu não conheço quem é Nhangumele, não trabalhou na Presidência da República. Se trabalhou foi sem meu conhecimento e aquilo que eu conheço de Nhangumele é aquilo que aparece nas redes sociais e nos jornais”.
Armando Guebuza sublinhou repetidas vezes que “não fui enganado por ele porque não o conheço. A não ser que ele tenha encontrado outras vias para me enganar. Eu vi o nome de Nhangumele pela primeira vez, quando vi a lista daqueles que estavam detidos”.
Dai que, questionou Armando Guebuza, “não será que muitos camaradas nossos não se estarão a orientar apenas com base naquilo que lê para agravar situações e gerar conflitos entre nós? Será que é o Óscar sozinho que aceitou aquilo que leu e aquilo que ouviu de que eu conheço Nhangumele e mais do que isso, que ele me orientou? Eu não conheço Nhangumele e seja o que for, não penso que seja de bom tom, virarmos as costas para frente e estarmos sempre a pensar naquilo que aconteceu antes! Termino dizendo que eu penso que o problema da unidade é muito sério”.
Como Teofilo Nhangumele “enganou” Armando Guebuza
As redes sociais, aquilo que um dia Guebuza chamou de “fábrica de sonhos inalcançavéis” tem sido o veiculo pelo qual, nos dias correntes ele se serve para se informar. É a ironia da história no seu melhor....
Na reunião do Comité Central da Frelimo, decorrida de 3 e 5 de Maio na Matola, Armando Emilio Guebuza (AEG), beliscado com questões de Óscar Monteiro, um seu velho correlegionário da epopeia libertadora, se manisfestou sobre o badalado processo das chamadas “dividas ocultas”.
Largamente reportadas pela comunicação comprometida com o serviço público, em defesa dos contribuintes, as declarações de Guebuza foram importantes para percepção sempre parcial do mote por detrás do calote.
O Engenheiro Teófilo Nhangumele, foi o primerio detido da carrada dos arguidos no ambito do processo 1/2015/PGR e terá chegado ao amâgo dos serviços secretos pela mão de Bruno Tandane, contaram ao Moz24h fontes ligadas a ele. Bruno Tandane Langa é quem terá feito a ponte. Como tudo teria acontecido? Ao Moz24h disseram que Nhagumele tentou chegar, primeiro, por conta própria a Gregório Leão que incialmente não comprou a ideia da “defesa da soberania” ter vindo das mãos de um individuo não ligado aos serviços secretos e de quem ele não tinha referências.
Nhangumele terá dado as suas credencias de antigo consultor das multinacionais McDermott Marine Constrution Limited, , BP e PetroSA, gigantes petroliferas que tinham contratos de segurança que ele colocou os nomes na mesa como sendo infalivéis...
À alegada relutância de Leão, Nhagumele foi ter com Bruno Tandane (do qual seria depois seu afilhado de casamento) que o terá levado a Armando Ndambi Guebuza. Dizem as fontes que o filho mais velho do antigo chefe de estado, o terá apresentado ao progenitor.
Contam as fontes que, Guebuza fascinado com a explanação de Nhangumele, Guebuza terá telefonado a Leão para que este fosse imediatamente ao seu encontro. Aqui Guebuza terá questionado a Leão as razões do não atendimento da “ideia de defesa da soberania” proposta pelo engenheiro Teo e ao que contam-nos, o antigo director dos serviços secretos terá evocado que assuntos daquela natureza geralmente não podem vir das mãos de civis, fora do aparelho securitário do Estado. A partir desse alegado encontro as portas dos Serviços de Inteligência e Securança do Estado (SISE) ficaram abertas para o engenheiro. Num encontro com o Conselho de de Defesa e Segurança do Estado, o engenheiro terá feito uma apresentação do esquema de proteção costeira em “power point” que deixou as estruturas convictas de que valia apena comprar a ideia. Com a carta de Nhangumele no processo, parece que Guebuza foi mesmo “enganado” pelo enhengeiro que fez uma apresentação diante dele e de todo o comando de defesa e segurança.
É entendimento do Moz24h, que no julgamento do maior escandâlo financeiro desde que o país é independente, muito ainda irá transpirar sobre as núpcias do engenheiro com os detentores de lugares sagrados no púlpito do Estado e que trataram dele como se tratam de coutadas privadas!
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