E a STV optou pelo silêncio
A STV interrompeu hoje sem aviso prévio seu programa de cobertura das eleições autárquicas denominado “noite eleitoral”, que era a principal referência de informação e comentário sobre o processo ao dispor dos moçambicanos. Esta noite, numa breve conversa com Daniel David, o accionista de referência da Soico, a dona da estação, ele disse-me que a interrupção deveu-se ao “cansaço da equipa, ao limite do esforço logístico e a profusão de resultados manipulados que inquinavam o debate”. Ele disse que a STV vai retomar a “noite eleitoral” logo que os resultados finais oficiais forem divulgados. “Estava a ser feita muita propaganda pelos partidos políticos, com resultados não oficiais. Preferimos interromper”. O corte da transmissão do programa aconteceu num dia em que a Renamo convocou uma conferência de imprensa para anunciar que havia ganho as eleições na Matola. O anúncio da Renamo hoje seguiu-se ao silêncio do STAE sobre o assunto. A última vez que o STAE libertou dados oficiais sobre a Matola foi na madrugada de ontem (11 de Outubro). Esses dados, com um nível de processamento pouco acima dos 50 %, atribuíam uma vitória tangencial à Frelimo (quase 2 pontos percentuais). Ao longo do dia de ontem, o STAE não avançou mais dados sobre a Matola. Hoje, idem. A STV apresentou à hora do almoço um treho da reivindicação de vitória da Renamo, feita hoje. Esperava-se que o assunto fosse desenvolvido no Jornal da Noite com reportagem e recuperado na “noite eleitoral” com debate envolvendo distintos comentadores. O alinhamento do Jornal da Noite foi sui generis. Em momento de eleições muito disputadas na Matola e com uma enorme potencialidade de conflito, a STV abriu esta noite o noticiário com uma nota sobre a visita relâmpago do Presidente Filipe Nyusi à Nampula, onde a Frelimo foi fortemente castigada. Em Dia do Professor, Nyusi pousou com uma antiga professora. A reivindicação da Renamo ganhou apenas uma menção marginal. Ontem, a STV já tinha mostrado uma opção editorial contrária à sua prática habitual, abrindo seu serviço noticioso nobre com uma nota sobre uma oferta de equipamento hospitalar por parte da USAID. Um jornalista da casa disse que estavam a acontecer coisas estranhas com o tratamento editorial das incidências eleitorais. O trabalho dos jornalistas espalhados em vários locais foi interrompido e os que haviam partido para as províncias já regressaram a Maputo. Outro disse que havia pressões externas para que a STV se calasse em troca de contratos publicitários privilegiados com o Governo.
A STV interrompeu hoje sem aviso prévio seu programa de cobertura das eleições autárquicas denominado “noite eleitoral”, que era a principal referência de informação e comentário sobre o processo ao dispor dos moçambicanos. Esta noite, numa breve conversa com Daniel David, o accionista de referência da Soico, a dona da estação, ele disse-me que a interrupção deveu-se ao “cansaço da equipa, ao limite do esforço logístico e a profusão de resultados manipulados que inquinavam o debate”. Ele disse que a STV vai retomar a “noite eleitoral” logo que os resultados finais oficiais forem divulgados. “Estava a ser feita muita propaganda pelos partidos políticos, com resultados não oficiais. Preferimos interromper”. O corte da transmissão do programa aconteceu num dia em que a Renamo convocou uma conferência de imprensa para anunciar que havia ganho as eleições na Matola. O anúncio da Renamo hoje seguiu-se ao silêncio do STAE sobre o assunto. A última vez que o STAE libertou dados oficiais sobre a Matola foi na madrugada de ontem (11 de Outubro). Esses dados, com um nível de processamento pouco acima dos 50 %, atribuíam uma vitória tangencial à Frelimo (quase 2 pontos percentuais). Ao longo do dia de ontem, o STAE não avançou mais dados sobre a Matola. Hoje, idem. A STV apresentou à hora do almoço um treho da reivindicação de vitória da Renamo, feita hoje. Esperava-se que o assunto fosse desenvolvido no Jornal da Noite com reportagem e recuperado na “noite eleitoral” com debate envolvendo distintos comentadores. O alinhamento do Jornal da Noite foi sui generis. Em momento de eleições muito disputadas na Matola e com uma enorme potencialidade de conflito, a STV abriu esta noite o noticiário com uma nota sobre a visita relâmpago do Presidente Filipe Nyusi à Nampula, onde a Frelimo foi fortemente castigada. Em Dia do Professor, Nyusi pousou com uma antiga professora. A reivindicação da Renamo ganhou apenas uma menção marginal. Ontem, a STV já tinha mostrado uma opção editorial contrária à sua prática habitual, abrindo seu serviço noticioso nobre com uma nota sobre uma oferta de equipamento hospitalar por parte da USAID. Um jornalista da casa disse que estavam a acontecer coisas estranhas com o tratamento editorial das incidências eleitorais. O trabalho dos jornalistas espalhados em vários locais foi interrompido e os que haviam partido para as províncias já regressaram a Maputo. Outro disse que havia pressões externas para que a STV se calasse em troca de contratos publicitários privilegiados com o Governo.
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