Novo regime remuneratório da função pública não entusiasma sindicatos

SOCIEDADE
 
 12 de Outubro de 2018
Central Geral de Sindicatos Independentes Livres de Angola (CGSILA) não se surpreende com aumento de 12% do fundo salarial da função pública anunciado pelo Governo
O Executivo, através do secretário de Estado para a Administração Pública, António Afonso, antevê para 2019 um aumento de cerca de 12% do fundo salarial da função pública, cuja execução está dependente da aprovação da nova tabela salarial, prevista para ainda este ano.

Francisco Jacinto, secretário-geral da CGSILA, esclarece que a aprovação não significa um favor mais uma obrigação do Estado para realização dos anseios dos trabalhadores. Considera que o aumento dos salários para o próximo ano é bem-vindo, mas adverte que o acréscimo ainda não vai satisfazer o poder de compra dos trabalhadores.
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“Não nos devemos estranhar ou assustar com este anúncio, porque não é um dado novo para os trabalhadores. Já foi discutido inúmeras vezes nos encontros do Conselho Nacional de Concertação Social”, indica o líder sindical.

Francisco Jacinto avança que a perspectiva da CGSILA era que o aumento fosse para além dos 12%, para que no fim de 2019 se atinja a diferença que hoje se verifica no poder de compra, visto que o salário do trabalhador, a seu ver, caiu 35% com a depreciação do kwanza.
“Por mais de oito anos, o anterior Governo não se dignou reajustar ou mesmo fazer um aumento salarial, não sei se por capricho ou ignorância. Este silêncio foi muito prejudicial para os direitos dos trabalhadores”, explicou.

Augura que em 2019 o Governo consiga implementar o novo regime remuneratório da função pública, uma vez que, esclarece, o salário mínimo está subdivido em grupos: 16.503,30 kwanzas para a agricultura, 20.629,13 kwanzas para os transportes, serviços, indústria transformadora e comércio e 24.754,95 kwanzas para a indústria extractiva.