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Escrito por Adérito Caldeira em 29 Junho 2018 |
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) afirma que os aumentos de mais de 100 por cento da tarifa de energia eléctrica, desde 2015, “associado ao baixo nível de cobertura no país, baixa qualidade, falta de estabilidade (cortes frequentes, oscilação da potência) foi desfavorável ao ambiente de negócio”. A Electricidade de Moçambique, através do seu porta-voz, reagiu ao estudo afirmando que: “Com estes pequenos aumentos, que ainda não reflectem aquilo que é o custo reflectido, ela conseguiu de alguma maneira ter algum oxigénio, faz vários investimentos e hoje temos uma situação bastante diferente”.
Depois de vários anos mantendo a sua tarifa quase inalterada, durante a governação de Armando Guebuza, desde 2015 a Electricidade de Moçambique tem aumentado as suas tarifas sucessivamente todos anos.
Cumulativamente os clientes particulares estão a pagar 118,6 por cento mais na tarifa doméstica e 177,4 por cento adicionais na tarifa geral. No que as empresas diz respeito os agravamentos foram muito maiores, atingindo uma média de 176,2 por cento nos 3 últimos anos.
“Os aumentos das tarifas de electricidade deterioram o ambiente de negócios do país. As empresas viram os seus custos com electricidade a aumentar significativamente, em mais de 100%, sem que no entanto esses aumentos nos custos se reflectissem na melhoria de qualidade e fiabilidade da energia” constatou um estudo recente feito para à CTA.
No documento a que o @Verdade teve acesso pode-se ler que: “Como forma de minimizar a baixa qualidade da energia muitas empresas são obrigadas a adquirir meios alternativos como geradores e Postos de Transformação. Estes meios alternativos acarretam custos adicionais para o sector privado, e estes investimentos podiam ser feitos para melhorar os processos produtivos e aumentar a rendibilidade e competitividade das empresas”.
“No geral as empresas estão insatisfeitas com o fornecimento de electricidade porque apesar do aumento nas tarifas nada mudou em termos de qualidade da energia fornecida” refere o estudo que recomenda existir necessidade de “reformas adicionais no sector de energia de modo a facilitar o fazer negócio no país e atrair cada vez mais as indústrias a usarem tecnologia de ponta com impactos na sua produtividade e competitividade”.
“Outra solução para melhoria da qualidade de energia eléctrica passa por liberalizar pequenas fontes de geração de energia para fornecerem directamente a indústria”, sugere ainda o estudo divulgado recentemente.
“A questão do ambiente de negócios penso que tem a ver com a estruturação do próprio negócio”
O @Verdade confrontou a empresa monopolista da distribuição de electricidade em Moçambique com o estudo e Luís Amado, o porta-voz da Electricidade de Moçambique, começou por declarar que: “A questão da tarifa é algo que não depende da EDM, o que a EDM pretende é ter um custo reflectido”.
“A questão do ambiente de negócios penso que tem a ver com a estruturação do próprio negócio”, afirmou ainda Amado.
O porta-voz da Electricidade de Moçambique explicou que a empresa “tem estado, nos últimos dez anos a dizer que estamos numa situação de custo não reflectido, em 2015 estávamos praticamente às escuras porque de facto a EDM não conseguia responder aquilo que eram as actividades de operação e manutenção”.
“Com estes pequenos aumentos, que ainda não reflectem aquilo que é o custo reflectido, ela conseguiu de alguma maneira ter algum oxigénio, faz vários investimentos e hoje temos uma situação bastante diferente. Aliás hoje já falamos até em sistemas em menos um, ou seja fazer a operação e a manutenção sem desligar”, acrescentou Luís Amado.
De acordo com o porta-voz da EDM a solução deste diferendo passa por “trabalhar em conjunto, com o próprio CTA, e encontrar um ponto de equilíbrio que também satisfaça ambas partes”.
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domingo, 1 de julho de 2018
Agravamentos da electricidade foram desfavoráveis para o ambiente de negócio em Moçambique, EDM diz que aumentos ainda não reflectem seus custos
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