Posted: 26 Apr 2016 02:10 PM PDT
ZECA CALIATE VOZ DA VERDADE,
O actual chefe do Estado Maior General das Forças da Defesa e da Segurança de Moçambique (F.D.S.M) dá pelo nome de Graça Chongo, e eu Zeca Caliate Voz da Verdade, conheço-o pessoalmente desde o tempo em que viajei com ele no longíncuo ano de 1970, onde faziamos parte da comitiva que acompanhou Samora Moisés Machel numa das suas incursões á Província de Cabo Delgado. As informações que obtive durante a minha estada ali, sobre o Chongo, era de que se tratava de um bom guerrilheiro e bom combatente, e as mesmas informações indicavam que Graça Chongo foi um dos comandantes corajosos naquela frente de combate e comandou a principal base de artilharia denominada de ´´Gungunhana`` que estava instalada próximo de Mueda, e mais tarde tive a informação, que tinha acionado uma mina antipessoal quando efetuava um reconhecimento na companhia de outros guerrilheiros, a um aquartelamento de comandos das forças Portuguesas, na antiga plantação de algodão sita no planalto dos Macondes, no Sagal, na mesma Província de Cabo Delgado, pois o grupo por ele comandado, tentava lançar um ataque no referido quartel do Exército Colonial.
Não obstante, depois do ferimento foi evacuado pelos seus camaradas para o Tanganyika, onde posteriormente, e como era natural do Sul, foi prontamente socorrido e enviado de imediato, para a antiga República Democrática Alemã ou seja, a Alemanha de Leste, tendo recebido os cuidados de saúde que necessitava, inclusivé foi obrigado a pôr uma perna postiça. Quando melhorou, regressou a Dar-és-Salaam, e foi recebido calorosamente como um herói da luta pela Independência Nacional pelos Cleptocrátas ganânciosos Frelimistas do Sul do Save.
Mais tarde regressou á Europa, onde foi tirando cursos de carácter militar nalguns Países pertencentes ao bloco de leste ou seja ao bloco de Países Comunistas pretencentes á antiga União Soviética. Mais uma vez regressou áquela cidade do Mualimo (professor) Júlios Nyerere. Como consta, durante a sua permanência em Dar-és-salaam, foi-lhe descoberta outra doença de carácter psicológico, provavelmente foi por ele desenvolvido, durante a luta armada. Em Dar-és-salaam, continuou com os tratamentos para a saúde e a receber os apoios da Frelimo, na qual, a mesma, dava aos incapacitados de guerra considerados especiais e aos naturais do Sul, é o caso de Armando Panguene, que também se encontrava nas mesmas condições e teve o mesmo apoio da organização.
Depois do 25 de Abril de 1974 em Portugal, que pôs termo à luta armada em Moçambique, e que culminou com a entrega da Independência a Moçambique em 1975, O Graça Chongo, Armando Panguene e outros, constaram na lista de deficientes de guerra, e que a Frelimo pôs de lado como inúteis de Estado e que de modo nenhum poderiam exercer funções de elevado relevo nas decisões da Nação, por terem supostamente problemas do foro psicológico, e como tal, estariam incapacitados de dirigir certos ramos vitais, como por exemplo, o de chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Moçambique. Depois de estas constatações e que se tornaram Públicas a determinada altura da nossa História, só em Moçambique é que se passam este tipo de aberrações que ajudaram em muito, a pôr o País no descalabro social em que se encontra, através das armas e ainda por cima, lideradas por mentes cleptocratas e em falência cerebral, isso o Povo Moçambicano já não pode permitir. GRAÇA CHONGO, é extremamente desiquilibrado, nervoso e perigoso. No entanto não estranhem, que quando se olha para ele, empoleirado no cadeirão do seu gabinete na sua qualidade de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, bebendo tranquilamente seu Whiskey, do qual já não se consegue livrar, para minimizar os estragos psicológicos infernais de que padeçe e depois adormece, quando acorda dá ordens sem reflecção, e quando lhe apetece e fica agitado, manda executar por fuzilamento alguns dos soldados. Este é um crime de um governado que se diz institucional e que escolhe um deficiente de guerra para comandar um exército. São estes os grandes anarquistas da Teia Frelimista.
O Graça Chongo, a meu ver, não é culpado, mas sim os que o colocaram lá como chefe do Estado Maior, isto é grande estratégia criminosa no seio dessa Grande Organização do Crime Organizado. O objetivo, não é planear uma ação militar contra qualquer força inimiga, mas sim, para estratégicamente planear os crimes contra aqueles que não aceitam ideologicamente a Gangue de Mbavas da Frelimo na sua génese Marxista. Ele foi posto nesse lugar, para assinar óbitos dos opositores do regime e serve como defensor de uma rede de falsificadores económicos e lavagem de dinheiros de Estado. Trata-se de uma vasta rede de criminosos perigosissímos que desgoverna e rouba o Estado Moçambicano desde os tempos da nossa Independência.
Por isso, eu Zeca Caliate, General Chingòndo, costumo escrever inúmeras vezes, exortando aos Moçambicanos, que redobrem os seus esforços em apoiar a luta Democrática e de verdadeira Libertação, que é levada a cabo pela RENAMO sob a liderança do homem mais forte do nosso País, para expulsarmos os criminosos da nossa Pátria que cada dia que passa continuam a endividar este País em nome dos Moçambicanos. Não podemos ficar indiferentes perante esta situação á espera de milagres que desçam á terra para nos salvar. A Frelimo, se nós permitir-mos, dará cabo de nós todos sem pestanejar e não duvidem das minhas palavras porque o que temos verificado diáriamente através das fontes no terrreno, o plano dos esquadrões da morte está em marcha e vêm dar razão ás minhas palavras. Basta ouvirem os discursos inflamados e recheados de muita mentira e cinísmo proferidas pelo GOMATE WA ZAURINHA, o tchoti Macondinho. Ora hoje diz uma coisa sobre a Paz, e em seguida, faz precisamente tudo ao contrário apontando o dedo á Renamo. Que tipo de Paz quer esse canalha, que a Frelimo pôs lá para Inglês vêr, dizendo ser possível trazer Paz para Moçambique? Sonha também com milagres? É perda de tempo ainda escutarmos essa amostra de homem, e para mim General Chingòndo digo, enquanto o povo não disser basta á Frelimo, os nossos filhos serão forçados a ir saciar a fome voraz dos gananciosos Chefões através do serviço militar obrigatório e ali serão assassinados a sangue frio ás ordens de Graça Chongo para defender os esquemas da Canalhada que só pensa em gingar com a mola roubada através das intituições de Estado no esquema do ´´TÔ A PIDIRI`` aos Estrangeiros em nome do Povo Moçambicano... Enquanto o povo sofredor deste País, não se levantar e revoltar em massa contra os traidores da Pátria, o País não terá solução. Paralizemos o País até essa gentinha sair do Poder, vamos cavar buracos fundos nas estradas deste País para boicotar os negócios desses ladrões em nosso nome, enquanto outros, deitem árvores e pedras nas estradas, desçam as avenidas, ruas e estradas em protesto se necessário com paús, catanas, zagaias, machados, flechas, canhangulos etc. etc. Temos que parar com esta encruzilhada em que a Frelimo nos meteu, e reclamar o direito que nós Povo, temos de exigir a prisão desses criminosos e gatunos do País para depois metê-los nos buracos do encarceramento. Depois proclamar num tom bem alto a nova Republica de Moçambique e hastear uma nova bandeira Nacional sem lugar a AK-47 na bandeira e escolher os novos líderes para conduzir o País dos Moçambicanos. Sei que não será fácil, e muito sangue será derramado, mas venceremos no Final. Só assim, poderemos libertar a nossa Pátria, hoje nas mãos de traidores. Caso contrário, estaremos condenados á sobrevivencia.
Isto podia se chamar uma verdadeira libertação, e não esta fachada de libertação/liquidação levada a cabo pela Frelimo, que continua a chacinar os milhares de muitos Moçambicanos e que muitos morrem por culpa de terem nascidos em zonas erradas deste País. Se não fizemos para nós mesmos, ninguém o fará. É preciso cortar a cabeça da cobra que se encontra no seu reduto lá em Maputo. Eu pessoalmente General Chingòndo, estou a ponderar sériamente em vir a encabeçar uma das verdadeiras marchas pela Paz numa dessas estradas de Moçambique e aguardo por vós.
Moçambique, vive e está mergulhada numa autêntica Anarquia, os Presidentes são todos oriundos do Partido dos camaradas e escolhem-se mutuamente entre eles e não se interessa se o fulano é competente ou é gatuno... O importante para o grupo dos Camaradas, é todos roubarem e pertencerem á Teia do mal, são todos incapazes politicamente e corruptos tecnicamente em todas as esferas Governativas do País. Esta situação não é de hoje, teve início quando Moçambique se tornou um País Independente em 1975 até aos dias de hoje. O Presidente da Republica, o Primeiro-ministro e restantes Ministros, Comandantes da Polícias, Juízes dos Tribunais, Governadores das Províncias, Administradores dos Distritos bem como chefes dos Postos, incluindo os funcionários públicos, pertencem a mesma rede da mesma mafia (MAFIA GRANDE E PEQUENA), é farinha do mesmo saco, é uma podridão de gentinha e todos são autênticos parasitas e exploradores do nosso País...a grande geração do ´´TÔ A PIDIRI``. Haja dignidade Moçambicanos, basta de viver de mão estendida...nós conseguimos muito melhor que isso, basta crer.
Os ultimos dias dão-nos indicações que a DITADURA está prestes a cair...por isso Resistentes, nada de desânimo porque a Vitória é certa.
26 de abril de 2016
Zeca Caliate
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Posted: 20 Apr 2016 11:55 AM PDT
ZECA CALIATE, VOZ DA VERDADE
O SÉRGIO ´´SERIAL KILLER`` VIEIRA, O ´´SOCIOPATA`` CADUCO, E UM DOS MAIORES SEM VERGONHA DA NAÇÃO, CONTINUA NA SUA SAGA DE AGITAÇÃO E MANIPULAÇÃO DOS TELESPECTADORES DA STV E EM GERAL A TODOS OS MOÇAMBICANOS QUE AINDA PERDEM TEMPO A OUVIR AS SUAS VERBORREIAS MENTAIS.
Antes de mais, para os leitores que desconheçem o significado de´´SOCIOPATA``aqui deixo a sua definição: Sociopata é uma palavra usada para descrever uma pessoa que sofre de sociopatia, uma psicopatologia que provoca um comportamento impulsivo, hostil e antissocia
O Sérgio “Assassino” Vieira o novelista pé rapado que se diz Moçambicano, ninguém o ignora e quase todos o conhecem, devido aos crimes hediondos que ele cometeu quando foi Ministro da Segurança no Governo cruel de Samora Moisés Machel em 1975, aliás foi o Sérgio “Assassino” Vieira que ordenou a deportação de milhares de Moçambicanos para campos de concentração e mortes lentas em Metelela - Niassa e Rua Rua, Cabo Delgado, ele que desiludiu e traiu os Moçambicanos de todo o País e que ficou sem memória na sua história contemporânea.
Segundo consta, atualmente o Sérgio “Assassino” Vieira, vive num condomínio de luxo num dos bairros de referência na Capital do País, Maputo, onde leva uma vida de um autêntico Príncipe á moda Moçambicana e segundo a mesma fonte, ele quando dorme continua a sonhar com seu mundo marxista-leninista, onde continua a manter ligações estranhas. É um dos reformados do Partido dos Gansters da Frelimo, que continua a exibir a imunidade diplomática nos Países com quem Moçambique mantém relações diplomáticas, além disso o Partido dos Camaradas da Frelimo atribuiu-lhe outras regalias e benefícios de Estado que não são declarados nos seus rendimentos anuais.
Politicamente a imagem do Sérgio “Assassino” Vieira, está desgastada devido ao seu passado. Por isso, está cada vez mais louco e resmungão quando se apresenta perante ao público Moçambicano através do canal televisivo STV.
O criminoso Vieira, não têm remorsos nem tão pouco mostra arrependimento por aquilo que andou a fazer aos Moçambicanos, durante os anos que esteve estritamente ligado a governação Machelista. Este animal, deve julgar que o povo deste País é estúpido ou ignorante, e que não raciocina ou que não percebe aquilo que têm vindo a fazer ao longo deste tempo, ou porque pensa que os seus antepassados trouxeram para este País a melhor civilização e por isso, quer nos obrigar a seguir cegamente o seu caminho da manipulação, e se não concorda com ele, será sempre inimigo da sua própria terra. Não senhor... e se pensa desta maneira, está equivocado Sérgio “Assassino” Vieira, pois nós temos a nossa própria tradição dos nossos ancestrais que é inviolável e bem respeitada. Ó canalha Vieira, ainda não se apercebeu de que a sua defecação Mental, só manipula a opinião dessa nova geração de canalhas comunas que saiem das fileiras dessa Organização Criminosa que um dia se chamou Frente de Libertação de Moçambique, pior quando usurpa e falsifica os acontecimentos públicos alguns de carácter políticos. Ficava lhe bem manter-se lá na sua machamba ou mesmo pensar seriamente em fazer uma operação plástica, para não ser identificado, pois caso contrário, incorre no risco de a qualquer momento ser capturado e ir parar á penitenciária de alta Segurança do Tribunal Penal Internacional de Haia para prestar contas sobre os milhares de crimes hediondos que foram cometidos no solo Moçambicano contra a humanidade com a sua assinatura e consentimento.
Anteriormente, tive oportunidade de referir através dos meus textos Zeca Caliate, Voz da Verdade, sobre o canalha Sérgio “Assassino” Vieira, que pessoalmente conheci pela primeira vez no famoso campo de Nachingwea em 1968/69, seguramente recorda-se de mim quando acabava de chegar áquele aquartelamento proveniente do Cairo, capital do Egipto, onde tinha sido expulso pelo governo daquele País por ingerência nos assuntos internos daquele País Árabe!! Também constava que tiveste algumas desavenças com os teus camaradas de representação da Frelimo naquele País, porque defendiam Uria Simango e tu defendias o canalha “Assassino” Samora Machel e o lunático do Marcelino dos Santos, quando os três formaram o TRIUNVIRATO para aldrabarem o vice-Presidente da Frelimo para depois o assassinar a sangue frio. O Vieira, foi expulso do Egipto para o Tanganyika, tendo sido recolhido pelo amigo Samora Machel, que lhe deu o tacho sem ter feito absolutamente nada pela Frelimo, e o nomeu para seu escrivão pessoal.
Pessoalmente conheci e vivi com este Sérgio “Assassino” Vieira no mesmo barracão dos quadros que pertenciam o Estado-Maior da Frelimo em Nachingwea, onde passávamos a vida a cavar as machambas, abrir poços para encontrarmos água, construíamos abrigos desde antiaéreas, bunkers e baluartes para no caso de termos de nos defender do inimigo que Samora imaginava. As refeições eram todas tomados no refeitório juntamente com Samora Machel que fazia quase todos os dias os célebres discursos que não terminavam. Daí em diante, o Sérgio “Assassino” Vieira, colou-se ao também “Canalha Assassino” Samora Machel e em certa ocasião, começamos a verificar que ele estava a imitar Samora no seu andar e mesmo no falar etc. Mais tarde, ambos pareciam SÓSIAS...quem sabe se também partilhavam ´´outras coisas`` para haver tanta complicidade????.
Quando em 1970, Samora Moisés Machel me nomeou Supervisor do batalhão e mais tarde adjunto comandante de Elias Sigauque depois de Fernando Matavela e posteriormente chefe do 4º sector ao Sul de Tete, Sérgio “Assassino” Vieira, nunca tinha assistido a um único combate contra forças inimigas, esteve sempre presente naquele no campo de Nachingwea agarrado ás barbas do Samora Machel e era um dos seus e maus conselheiros, próprio da sua Sociopatia. Foi em Abril de 1974, quando em Portugal surgiu o golpe militar que pôs termo á guerra do ULTRAMAR, que através dos ´´Comunas Amigos`` que alguns ainda andam por aí, entregaram á Frelimo o poder governativo como único representante do povo Moçambicano, o célebre Monopartidarismo e que levou este Partido Marxista-Leninista Maoista à implementação gratuita da desgraça humanitária, social e económica nos ultimos 41 anos e que se querem manter no Poder a todo custo.
O Sérgio “Canalha” Vieira, continua a repetir a mesma música de acusar o Regime do Apartaid pela morte de seu SÓSIA Samora Machel, mas ele sabe mais que ninguém, quem foram os autores que planearam a morte do “Assassino” Samora Machel, pois naquela época, ele era chefe da Segurança do Presidente e de Moçambique, e fica bem claro que fazia parte do Plano ao lado do ´´TZOM`` Chissano para limpar o sarampo ao “Assassino” Machel. Para este animal, só existem Moçambicanos de primeira, os que defendem e servem a Organização Criminosa de Estado vulgo Frelimo. Todos os que se oponham e discordem dos Camaradas inúteis Assassinos, para ele Vieira, não são Moçambicanos nem de terceira. Dei-me conta que a certa altura o jornalista perguntou ao Sociopata Vieira, se achava que o Arcebispo Dom Jaime Gonçalves da Beira seria ou não um Heroi Nacional, por todo o seu percurso no auxilio á Paz?? Como seria de esperar, a resposta foi á altura do seu lambebotismo lunático...
Para este arruinado mental, são herois, pessoas como Malangatana, Craveirinha ou mesmo o grande traidor da Igreja Moçambicana o Sengulane, entre outros. Para estes Cleptocratas Assassinos, todos os que se prefilarem para serem reconheçidos como Herois Nacionais, têm que defender o Assassinato do Líder Afonso Dhlakama e os seus seguidores.
De relembrar, que quando eu andava por Nachingwea, tinha conheçimento de que o Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos, Sergio “Assassino” Vieira e Mariano Matsinhe, estes crápulas era todos BUFOS ESPIÕES a trabalhar para a P.I.D.E. e alguns eram também agentes de outras agências de Inteligencia, caso do ´´TZOM CHISSANO`` agente com patente de Coronel do KGB Russo, e que há poucos dias o mesmo veio confirmar, perante as evidências públicas reveladas por um jornalista de investigação radicado na Europa, e Marcelino dos Santos para os Chinócas,etc,etc.
O próprio Mondlane, Leo Milas e Sthegi eram todos agentes BUFOS ao serviço da C.I.A. Americana.
Está claro e evidente que estes crápulas que enuncio, porque continuam todos vivos...os QUATRO da VIDAIRADA, todos eles faziam e fazem parte da agenda obscura nos assassinatos ao Presidente Mondlane e do Samora que provou do próprio Veneno.
Hoje quando aparece na STV a apresentar o seu drama de ódios contra a oposição, quando devia aparecer por ali com uma lista de nomes nas suas mãos a denunciar os verdadeiros autores não só de Samora Machel, como também de muitos outros Moçambicanos que foram injustiçados e chacinados sem julgamentos. Isso ele não comenta, pois é segredo de Estado diz ele, para desviar a conversa, quando é entrevistado pela jornalista que faz este tipo de pergunta e sempre repete os ataques e insinuações verbais à pessoa de Afonso Dhlakama, o Presidente da RENAMO e seus membros em especial os Deputados da bancada desse Partido representado na Assembleia da Republica que os apelida de terroristas. Há coisas engraçadas, após as eleições de Outubro de 2014, os Deputados da RENAMO vencedores nas Províncias de centro Norte, hoje revindicada por este Partido, não aceitavam a derrota eleitoral e não queriam tomar posse na Assembleia da República em protesto contra a vitória da Frelimo, todos da Teia do Gangue Frelimista criticavam esse procedimento dos Deputados da Oposição. Este podia ser um tema para o Sérgio “Assassino” Vieira levar aos seus comentários agora às Segundas-feira. Nada disso acontece e infelizmente já se esqueceu de que, durante a luta pela Independência Nacional, o Exército Colonial é que nos apelidava com esse nome de terroristas.
“Canalha Assassino” Vieira, como comentador dessa STV Público, devia comentar as verdadeiras realidades que passam despercebidos no nosso País, por exemplo o desvio de grandes quantias em dinheiro para fins não esclarecidos, podia escolher um tema que falasse sobre os recém-criados ESQUADRÕES de morte que o seu Partido de Comunas Assassinos Frelimistas criaram para raptarem e eliminarem cidadãos Moçambicanos pelo facto de pertencerem a outras Organizações Partidárias. Mas como Sociopata que é, é obvio que a minha pergunta para si não terá qualquer sentido. Teria sim algum sentido se fosse dirigida a alguém que estivesse na totalidade das suas faculdades mentais o que não é o seu caso.
No Reino Unido, França, Alemanha, Portugal, Itália, Espanha ou nas Américas do Norte e algumas do Sul, existem vários Partidos políticos e não se verificam este descaramento de raptar e assassinar fulano ou cicrano por não querer se inscrever no Partido X ou Y. Devia comentar por exemplo, sobre aquelas crianças que algumas não têm sequer 16/17 anos que o seu Partido Frelimo e Governo, por já não terem contingente militar suficiente para garantir a soberania do território Moçambicano, porque já morreram todos, andam a recrutar obrigatoriamente e compulsivamente meninos para serem utilizados como máquinas de guerra contra seus próprios irmãos que estão no outro lado da barricada e que lutam por uma justa causa...a Libertação do nosso Povo. Para mim estes miúdos inocentes, são obrigados a combater apenas para defender os vossos interesses e que querem continuar a mamar, oprimir, explorar o povo e são estas coisas que deveria comentar nas suas intrevenções e também comentar o cúmulo da muita miséria que se verifica no seio deste mesmo povo, embora algumas sejam provocadas pelas condições naturais, como seca e inundações etc., falta de habitações condignas para a população que Infelizmente vocês que (des)Governaram selvaticamente esse País, continuam a aumentar a carga de sofrimentos da população com às vossas politiquices. Chegou a hora de deixar para os outros o destino do País.
“Assassino” Vieira, achas mesmo que vocês se vão safar desta ??? KKKKKKKKK KKKKKKKK
Os últimos dias dão-nos indicações que a DITADURA está prestes a cair...por isso Resistentes, nada de desânimo porque a Vitória é certa.
Meus irmãos Moçambicanos, relembro-vos em consciência, a todos os resistentes a este regime sanguinário inconsequente, que enquanto as chefias radicais assassinas desse partido Frelimo não forem capturadas e encarceradas, o povo nao terá liberdade e sempre haverá alguém para enviar os ``cães de caça do regime`` para vos perseguir, agredir e eliminar.
FUNGULANI MASSO, lembrem-se bem, QUEM NÃO LUTA PERDE SEMPRE, A LUTA É CONTÍNUA.
ZECA CALIATE, GENERAL CHINGONDO, UM DOS SOBREVIVENTES DA TEIA DO MAL FRELIMO.
20 de Abril de 2016
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Posted: 12 Apr 2016 12:30 PM PDT
´´QUEM É ZECA CALIATE O TRAIDOR?`` perguntava o menino BONGOLE WA MACANDENE, vulgo Marcelo Mosse para a sua plateia de ´´YES MAN´S`` do regime.
A resposta é simples meu menino, assumidamente, sou o ZECA CALIATE, o mesmo que traiu a Teia do mal Frelimo, sou o mesmo que traiu os planos desse Gangue Criminoso de Estado, quando essa escumalha de gentinha me tentou assassinar pelas mãos de ANTÓNIO HAMA THAI, sou o mesmo que traiu os planos de me tornar um lacaio dos Cleptocratas do Sul como aconteceu com o Bonifácio Gruveta, sou o mesmo que traiu os planos de me tornar um assassino como ´´VOÇÊS`` etc,etc,etc. Se me sinto um traidor??? deve o menino perguntar??... Visto por este prisma...sem dúvida, e voltaria a fazer exactamente a mesma coisa, mas talvez de maneira diferente, de forma a ajudar a evitar a catástrofe social, económica e humana em que voçês tornaram o nosso País. Jamais voltarei a pertencer a essa Organização denominada por Frente de Liquidação de Moçambique, pior que a PIDE/DGS na era colonial. Através do MOZREALBLOGUE, pude constatar que os meninos ´´PENSADORES`` do Regime da mão estendida do ´´TOU A PIDIRI``vão demonstrando o colapso, decadência e desespero dos camaradas quando verificam que Zeca Caliate, Voz da Verdade não se cala e vai escrevendo as verdades sobre os feitos criminosos do Gangue de Estado Cleptocrata Criminoso vulgo Frelimo. Desta vez a resposta a um comentário do Sr. Emílio (Mia), que utilizou duas medidas para o mesmo peso, ou seja pôs em causa as forças da RENAMO e deixando de lado as da Frelimo, pois elas também existem, só não vê quem não quer vêr.
Eu fui comandante da guerrilha de uma das frentes de combate para a libertação do nosso País. Não sou licenciado, mas estudei e sei ler, quando fui forçado a exilar-me desde 1974, e frequento as redes sociais e compreendo tudo o que se passa por aí. Em relação a voçês ´´comentarista de café de centro comercial``, dei-lhe uma resposta à sua medida, pois o menino Marcelo teve a ousadia de vir em defesa do Sr. Emílio. Por isso, voltei a pôr os pontos nos is porque não queria voltar a falar sobre esse senhor como disse nessa intervenção. Todavia, constato que nesse blog pro Frelimista, o menino Marcelo sem pejo algum, assina a paternidade desse comentário, pondo em causa a minha honestidade. Não é preciso ser-se muito inteligente para ver os comentários nas redes sociais sobre esse senhor Emílio, assim como tudo o que ele próprio diz. Recordo-me que ele escreveu de que estava a ser ameaçado de morte,... não sabemos por quem e porquê?? o Burguês Sr Emílio estava a escrever fora da linha partidária com toda a certeza. A seguir recebeu ´´Honoris Causa``, quem não leu isto? Toda a gente sabe que o Pai do Sr Emílio faleceu em Moçambique mas foi sepultado em Portugal,...e quem desconhece isto?? Só o Zeca Caliate tinha que desconhecer? O Sr Emílio criou uma fundação com o seu irmão mais velho, Fernando Couto, e todos o sabem. Só o Zeca Caliate teria que desconhecer?
Vamos falar um pouco sobre fundações, muito tenho lido, e é o que não falta neste mundo e toda gente sabe como se sustentam, e as poucas vergonhas que praticam e suas várias finalidades. Qualquer um têm acesso à WIKIPÉDIA, certo?? que o Jornal Tribuana, que diz ter sido incendiado pelos colonos, como se ele não fosse também um colono!!!??? Mas como se tinha refugiado, e se tornou um defensor da Teia do Mal, já não se sente colono?? pensa ele... . Na Wikipédia, não diz que essas pessoas que iam a correr atrás do Jeep, tinha parado a poucos metros do Jornal. Qualquer um que tivesse lido os jornais de Moçambique de 8/9 de Setembro de 1974, e tenha ouvido a rádio, não esqueceriam isso. Para isso é preciso ser-se intelectual?? Sinceramente, só no meu País onde todos os problemas devem ser resolvidos intelectualmente!!!... Eu não me queria definir como intelectual, mas felizmente sou um ser pensante e tenho bom raciocínio. Contudo deixo o meu obrigado por me incluírem na lista dos intelectuais. Podem ter a certeza que o sou mesmo. Por isso, o Zeca Caliate passou a ser um defensor da RENAMO, e é por esta razão que os seus posts defende a mesma. A maioria dos meus leitores e amigos, que lê os meus posts do ´´Zeca Caliate Voz da Verdade``, constata que não falo apenas da Renamo, basta ler os textos e acompanhar a ´´REAL`` situação do País, para entenderem o que se pretende transmitir. Se a defendo em alguns posts, a Renamo, é porque acompanho quase ao segundo a desgraça política, económica e social que o Partido dos larápios assassinos-Frelimo, inflingem ao povo Moçambicano diáriamente.
Alguém me poderá questionar, o porquê do Zeca Caliate apoiar e defender a RENAMO?? neste momento acho que é através da Renamo que se conseguirá a tão almejada democracia, e terão sim o meu apoio. Qual o problema?? Pois esse Partido é mais dinâmico, representativo e democrático. Por isso, vale a pena apoiar a Renamo, e também por ser uma força que luta incansávelmente ao longo de vários anos para uma mudança em Moçambique. Para ser sincero Apoio todos os que estiverem na oposição à TEIA dos ASSASSINOS DA FRELIMO.
Passaram 41 anos depois da Independência, eu assisti ao 7 de Setembro de 1974, pois ainda estava em Moçambique, e fiz parte da fundação do PCN-Partido de Coligação Nacional, dirigido pelo líder Uria T. Simango e sei muito bem o que se passou, e os mortos que houve nesses fatídicos dias quando a Teia Sanguinária pôs em marcha em colaboração com Movimento das Forças Armadas (MFA) contra o povo, tudo o que se mexia era capturado e lançado para os camiões militares com destinos desconhecidos, e que se denominavam por Metelela Niassa Ocidental ou RuaRua em Cabo Delgado, onde os meus bons compatriotas ali foram chacinados a sanguefrio. Jamais os esquecerei na vida que me resta!...
Não preciso que seja um intelectual que me diga o que deva, ou como deva escrever, eu já era adulto quando escapei dessa Teia do Mal, tinha os meus 25 anos de idade e além disso, já vinha da frente de guerra onde eu tinha comandado um exército da Frelimo. Por isso, não preciso lições Imorais de pessoas que se querem manter como ratos no poder na continuação da usurpação do nosso solo Pátrio e continuarem a sua cruzada de sanguesugas do povo Moçambicano. Para se ver isto, não se precisa ser intelectual.
Como disse anteriormente e bem, e reitero, se sou um intelectual, pois o verdadeiro intelectual é aquele que pensa pela sua própria cabeça e não precisa de se submeter a um Gangue Cleptocrata Assassino como a FRELIMO, para poder sobreviver, como acontece com muita gentinha que por aí andam, ficando ricos ou mesmo comendo umas migalhas . Esses também serão sempre, escravos de si mesmos. Mas voltando aos intelectuais da Renamo, não tenho nenhumas dúvidas que eles existirão começando por Gil Cistac, que assim foi apelidado, e depois morto pela Teia dos Assassinos da Frelimo. Dos outros, já comecei a entender, o menino Marcelo está a dizer que na Renamo existem intelectuais que conhecem bem o passado do seu amigo Sr.Emílio, se calhar estiveram com ele em muitas situações e também fugiram. É pena que não venham contar tudo, mesmo que tenham cometido essas barbaridades juntos, mesmo sendo da Renamo agora. O menino Marcelo levantou um pouquinho da manta nesse seu artigo verborráico. O menino sabe quem são esses intelectuais que fugiram, verdade?? só que devem ser bastantes e o há receio que abram a boca. O menino sabe que alguns estão na Renamo... Então de que está à espera??, indique os seus nomes, para eles publicamente se mostrarem arrependidos. Bem, não esperava voltar a falar do Sr Emílio como disse anteriormente mas o menino ensiste em me obrigar. Sobre o Sr. Emílio, eu pergunto, porque não aparece nenhuma foto desse Burguês nas redes sociais celebrando a Independência?? Tem medo de ser conotado com a escória de gentinha que pertençem ao Gangue de Assassínos Cleptocratas- Frelimo, ou não estava em Moçambique, tendo fugido por uns tempos até a poeira assentar?? André Matsangaíssa, também da Frelimo na altura, aparece a hastear a Bandeira da Frelimo. Quanto a mim, felizmente não preciso nem de ler como muitos fazem para me apresentar em público com o papel de rascunho.
Dizendo-lhes de que quando em 1973, fintei os planos traçados para a minha morte pelas mãos de ANTÓNIO HAMA THAI e fui me entregar ao Exército Português, eu não trazia nada comigo palpável que traísse a Frelimo, apenas trazia a tal ´´TRAIÇÃO`` idiológica, por voçês apelidada, envolta em grande sentido ético e moral de quem não faz pactos com DIABO e se entregou as forças do BEM. Na altura levava as minhas duas armas pessoais, nomeadamente uma AK-47 e uma pistola tokrov com carregadores e munições, além de 2 granadas, uma ofensiva outra defensiva respetivamente, que as enterrei num areal próximo do rio Luye a poucos km do Quartel de Nur Mamede. Também não trazia nenhum documento no bolso, para alguém me acusar de trair partido Frelimo. Deixei tudo lá no mato com eles e vim me embora com o dossier de verdades gravado na minha memória.
Não escondo em dizer que possuo o meu domicílio em Portugal,... Agora é uma falácia descarada, dizerem que foi o Governo colonial que me ofereceu a minha habitação. Só cheguei á Europa depois do 7 de Setembro de 1974 e foi na mesma altura que cheguei em Portugal. Nessa altura, a página da Ditadura já tinha sido virada e já não havia aqui nenhum Governo Colonial, eram as Forças Armadas que circulavam e Governavam o País. Arranjei emprego e voltei a casar com a minha actual mulher, e ambos trabalhámos arduamente e sem ter que lamber botas a ninguém. Lembro-me que fomos a uma instituição bancária pedir um empréstimo monetário para podermos comprar a nossa casa, e tudo foi a custa do nosso suor, esforço e dedicação . Tivemos três filhos fantásticos, todos bem-educados, e hoje, orgulho-me de os poder ter ajudado e ver que dois são Universitários formados aqui em Portugal e a outra vai prosperando no Reino Unido, também Estudante Universitária. Não tiveram bolsas como muitos têm e sim e só através de muito crer e dedicação chegaram onde chegaram. E sim sabem aquilo que faço, e por isso apoiam-me voluntariamente. Só lhes tenho muito a agradecer e por isso confirmo que, algumas vezes sim, são eles que me ajudam nas correções dos meus artigos ou textos importantes ou também se o artigo é complicado, não tenho problema em pedir a um amigo ou outro para me ajudar naquilo que necessito de forma gramatical e não vejo constrangimento algum nisso. Por isso, os meus filhos estiveram presentes no lançamento do meu livro Odisseia de Um Guerrilheiro, e os três deram a cara. SÃO MEUS FILHOS.
O ll Volume da Odisseia de um Guerrilheiro, está para breve com ajuda dos meus filhos e de amigos, pois tenho muito mais para escrever sobre essa Teia do Mal denominada Frelimo, assim como muito para contar ainda sobre o meu trajecto ao longo destes 42 anos. Cada coisa a seu tempo.
Acrescento, agora naquilo que eu puder, irei escrever sobre esses comentadores que não passam de pessoas com tendência extremamente duvidosa. Quem escreve e vive debaixo das mordomias da Teia do Mal-FRELIMO sem conseguir ser independente, então pertence a essa MESMA Teia do Mal. Há que alertar os incautos para com essas pessoas. Não sabem como vão parar essa onda assassina? Isso vai acabar muito mal.
Menino Marcelo arranje uma vida condigna e não se esqueça que o menino é um rato do fundo da pirâmide e não se esqueça que a mim ninguém me cala...tenho dito.
Meus irmãos Moçambicanos, relembro-vos em consciência, a todos os resistentes a este regime sanguinário inconsequente, que enquanto as chefias radicais assassinas desse partido Frelimo não forem capturadas e encarceradas, o povo nao terá liberdade e sempre haverá alguém para enviar os ``cães de caça do regime`` para vos perseguir, agredir e eliminar.
FUNGULANI MASSO, lembrem-se bem, QUEM NÃO LUTA PERDE SEMPRE, A LUTA É CONTÍNUA.
Grupos Especiais, 12 de abril de 2016
Zeca Caliate, General Chingondo um dos sobreviventes da Teia do Mal Frelimo. Ninguém me cala.
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Posted: 08 Apr 2016 02:11 PM PDT
Zeca Caliate Maguaia, nascido a 5 de Janeiro de 1948, natural de Milange, Província da Zambézia.
Militante da Frente de Libertação de Moçambique Frelimo, desde Setembro de 1963 e no ano seguinte; Isto é, em 1964 juntei-me ao primeiro grupo de guerrilheiros treinados na Argélia e com eles, embora destreinado, iniciamos a luta armada na frente Zambeziana no dia 25 de Setembro de 1964, que acabou fracassada por falta de abastecimento de material bélico. Pois o Governo de Malawi, sob liderança de Dr. Hasting Kamuzu Banda, nunca aceitou a passagem de material no seu território para uma luta contra Portugal.
Todavia em Novembro do mesmo ano fomos todos evacuados para Tanganica, onde eu mais alguns ex-camaradas que ainda não estávamos treinados militarmente, fomos enviados para o Campo de preparação física e ideológica da Frelimo sito na vila de Bagamoyo, ali permanecemos durante três meses e por fim fomos enviados novamente para o primeiro Campo de Treinos militares em Kongwa, Província de Dodoma. Concluídos os treinos militares, meus ex-colegas foram enviados para a Província da Zambézia via Niassa; Infelizmente não chagaram ao destino, a companhia foi interceptada e destroçada em Micanhela pelo exército Português muitos morreram e alguns que escaparam, atravessaram a fronteira de Moçambique para o Malawi, ali foram feitos prisioneiros em Zomba, onde estiveram encarcerados durante alguns meses depois foram soltos e enviados para o Tanganica. Eu depois de concluir o treino militar, fui destacado a chefiar um pequeno grupo de Segurança que foi enviado para Residência de Dr. Eduardo Mondlane em Oster Bay, Dar-es-Salam, onde permanecemos até em Março de 1966 salvo erro. De novo, regressamos para o Campo Militar de Kongwa, onde ficamos a aguardar às novas tarefas para cumprir.
De referir que nessa altura, chefe máximo de Departamento da Defesa e Segurança da Frelimo, era Filipe Samuel Magaia. Enquanto Samora Machel, comandava o campo militar de Kongwa e servia de adjunto de Filipe Magaia e acabava de receber ordens da sua transferência para comandar o novo Campo militar de Nachingwea com Instrutores Chineses.
Depois fui incluído num outro grupo de quadros que foi seleccionado e enviado para a cidade de Lusaca na Zâmbia pelo Filipe Magaia, em missão clandestina, a nossa tarefa era de recebermos o material bélico proveniente de Tanganica e posteriormente o mesmo era encaminhado por nós para esconderijos no interior de Moçambique na Província de Tete; Isto em 1966/67 o ano que Samora Machel, Eduardo Mondlane, Joaquim Alberto Chissano, Marcelino dos Santos, Mariano Araújo Matsinhe e outros, decidiram assassinar Filipe Samuel Magaia e seus colegas que foram transferidos e assassinados a sangue frio na Província de Cabo Delgado.
Em 1967, recebemos reforço de guerrilheiros que se juntou ao nosso grupo de clandestinos, todos quadros chefiados por Francisco Manhanga e em Novembro do mesmo ano, recebemos ordem da Frelimo, para entramos em Tete e recomeçarmos a luta armada. Eu entrei para aquela Província de Tete, como como responsável máximo de material de guerra e passando algum tempo, fui nomeado comandante da guerrilha na primeira zona Operacional de Distrito de Fingoe e no dia 8 de Março de 1968, fui ferido no primeiro ataque no recomeço dos combates no Posto Administrativo de Gago-Coutinho, também conhecido por (Malewera) em Tete: Fui evacuado para hospital de Petauke e mais tarde de Katete, tudo na República da Zâmbia. Quando melhorei fui para Dar-es-Salam para me recuperar do ferimento de uma bala que me penetrou do lado direito e ficou alojado no ombro esquerdo. Depois por ordem de Samora Machel, ordenou o meu regresso novamente para mesmo frente de Tete, onde fui nomeado comandante da base central da Província que se localizava no Regedor Kassuende no Vale do rio Capoche no mesmo ano de 1968 e em 1969, além de continuar a comandar a base atrás referida, fui nomeado para adjunto chefe das operações quando António Kanyemba (Luís Njanji), era chefe operacional da Província de Tete. Eu mais o Kanyemba, exercemos estas funções, até Agosto de 1969, ano que ambos fomos chamados para estagiarmos em Nachingwea.
Terminados vários cursos com Instrutores Chineses naquele centro de preparação político-militares, fomos na companhia de Samora para Cabo Delgado, onde trocamos experiências de guerra com os comandantes daquela Província. Regressamos a Nachingwea, eu mais o meu ex-camarada António Kanyemba, fomos destacados Instrutores para o Destacamento Feminino; Isto é em 1970.
Em Outubro de 1970, fui novamente nomeado supervisor e mais tarde adjunto comandante do batalhão que em Novembro do mesmo ano, sob comandante de Elias Sigauque, atravessamos o rio Zambeze para o sul da Província de Tete. Pouco tempo, Sigauque foi retirado naquela Região Sul que era conhecido por 4º sector, substituído por outro comandante de nome Fernando Matavela. Eu continuei adjunto comandante do sector e em 1972, o Fernando Matavela, foi retirado do 4º sector para comandante de Manica e Sofala.
Foi então que, eu, Zeca Caliate fui promovido de adjunto comandante do sector para chefe e foi nomeado para meu adjunto comandante do sector ArmandoTivane. Isto, no mesmo de 1972: Infelizmente o adjunto comandante Armando Tivane, teve azar caiu numa cilada preparada pelos comandos do exército Português e foi alvejado mortalmente!.. Aqui começam problemas entre homens do Sul de Moçambique comigo único Chingòndo responsável máximo naquele sector, O Sebastião Marcos Mabote, chefe das operações Nacional da Frelimo, José Phailane Moiane chefe da Defesa Províncial e João Fascitela Phelembe comissário Político Províncial (TRIBALISTAS), em vez de se preocuparem com tantos camaradas que tombavam em combate e que nunca se preocupara-se estes por considerá-los Chingòndo na luta pela Independência Nacional, os três ficaram furiosos com a morte do Tivane, por fim planearam a minha morte com pretexto de que o comandante o chefe sectorial Zeca Caliate, não podia mandar o seu adjunto para combate onde Armando Tivane terá sido morto pelos comandos. Eu tentei refutar tais acusações, mas em vão e por isso, queriam que eu também fosse morto como Tivane: Os três contratam também um Sulista António Hama Thai, que era mancebo na Frelimo e acabava de chegar no sector e tinha o nomeado quadro de artilharia no meu sector. E ele queria assassinar-me.
Felizmente não conseguiu, tive sorte e descobri o plano muito antes de ser executado por Hama Thai, pois ele não sabia de que Zeca Caliate era estratega e grande astucioso que a Frelimo tinha naquela frente de guerra. Acabei por escapar através das informações e factos que vieram parar às minhas mãos. De qualquer das maneiras, não quis fazer justiça com as minhas próprias mãos, podia muito bem matá-los antes de abandonar aquela organização terrorista, porque na noite que escapei à morte, estavam na minha própria base os seguintes indivíduos: João Fascitela Phelembe, Tomé Eduardo (Omar Juma), João Américo Mfumo, António Hama Thai todos a dormirem e se eu quisesse podia vingar-me entregar e posteriormente entregava-me ao meu inimigo para ser ele a executar-me, foi esta a minha primeira intenção. Mas não achei bem, porque eu não sou criminoso, deixei-os a dormir, eles bem sabem este facto que o Zeca não está a mentir. E outra intenção que eu vinha a pensar quando no dia 6 de Setembro de 1973 entreguei-me ao exército Português. Pensava eu, se for perdoado pelo exército Português se me deixar viver, jurei que ia denunciá-los ao mundo Internacional pelos assassinatos que eram cometidos dentro da Frelimo desde 1967 o ano que Samora Machel tinha ordenado o assassinato de Filipe Magaia e vários outros membros fundadores da Frente de Libertação de Moçambique Frelimo e muitos comandantes como António Silva, Joaquim Mpindula, Casal Ribeiro, Joaquim Jahova, Alberto Sande, Lino Ibraim etc. queria eu denunciar esses massacres. Infelizmente quando me preparava para tal, foi quando surgiu inesperadamente o 25 de Abril de 1974 em Portugal e acabei por fugir para o exilio onde permaneço até aos dias de hoje.
A minha primeira mulher que se chamava Violeta Chabooka, a Frelimo fez desaparecer juntamente com a minha filha até aos dias de hoje.
Estas e outras situações, são crimes contra a humanidade que eu denomino da Frente de Libertação/Liquidação de Moçambique.
Lisboa, 8 de abril de 2016
Zeca Caliate, General Chingòndo um dos sobreviventes da Teia do Mal Frelimo.
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Posted: 26 Mar 2016 12:33 PM PDT
Num processo difícil, de guerras entre brancos e negros, nativos e colonizadores, Moçambique conseguiu sua independência em 1975, mas o período de transição foi marcado pela instituição de medidas impopulares que deixaram cicatrizes em boa parte da população.
O historiador e antropólogo Omar Ribeiro Thomaz, da Universidade Estadual de Campinas, voltou recentemente de uma de suas viagens a Inhambane, uma província de Moçambique, onde tem acompanhado um grupo de pessoas que foram levadas pela Frelimo – Frente de Libertação de Moçambique, a partir de 1975 - para trabalhar em campos que abrigavam pessoas tidas como desocupadas, inúteis, indesejadas, pelo governo e que, então, deveriam ser reeducadas, a partir do trabalho braçal no campo. Esse projecto, denominado Operação Produção, foi uma das medidas adoptadas. Nesta entrevista, Thomaz dá uma ideia do contexto histórico em que essas acções acontecem e fala um pouco sobre o destino das pessoas que passaram pela Operação Produção.
ComCiência - Em seu trabalho o senhor trata dos deportados no período pós-colonial em Moçambique, pessoas que eram levadas dos centros urbanos para os campos de reeducação criados logo após a independência. O que o senhor tem descoberto pelas narrativas dessas pessoas? A actuação da Frelimo marca realmente uma ruptura entre o período colonial e o pós-colonial?
Omar Ribeiro Thomaz – A primeira coisa a dizer é que trabalho com a ideia de deportado, mas as pessoas que passaram por essa experiência se dizem raptadas. Em alguns contextos elas de fato foram sequestradas pela Frelimo ou pela Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) durante a guerra civil. Eu uso o termo deportação, que não é o termo que o Estado da Frelimo usava, para me referir às pessoas que eram enviadas para os campos, fossem os de reeducação ou os de trabalho. E uso o termo raptados para aqueles que foram sequestrados durante a guerra civil, por parte da Renamo, que era o movimento que se opunha ao governo da Frelimo, e que compunha a maior parte do seu exército com jovens que pegavam nas ruas, sem consultar os pais e sem nenhum processo formal. Isso era um rapto, um sequestro. As pessoas que eu entrevistei diziam: “fomos raptadas”. Elas faziam uso do mesmo termo que se usa para falar das pessoas que foram raptadas efectivamente pelos exércitos, quer da Renamo, quer da Frelimo, que muitas vezes usava do mesmo expediente.
ComCiência – Em que contexto surgiram os campos de reeducação?
Omar Ribeiro Thomaz – O contexto é o da guerra de independência de 1964 a 1974. Em abril de 1974, a Revolução dos Cravos em Portugal acabou ditando uma certa disponibilidade dos portugueses para negociar com a Frelimo que, na prática, tinha também uma vitória militar, pois os movimentos de libertação africanos estavam ganhando as guerras em Moçambique, Guiné Bissau e Angola. A Frelimo já sinalizava a formação de um regime de natureza revolucionária, marxista-leninista, e mesmo sem clareza do que estava por vir, a maioria da população branca, criada na sociedade colonial fascista portuguesa – cerca de 200 mil pessoas, que moravam em Moçambique – não se mostrava disposta a viver uma revolução ou sob um regime de maioria negra, onde não pudessem manter privilégios. Nesse período, de muitos conflitos entre brancos e negros nas cidades, boa parte dessa população branca abandona o país rumo a Portugal. Alguns permaneceram, mas procuraram sabotar iniciativas do regime que se instalava. Outros eram apenas suspeitos de sabotagem. A esses, sendo portugueses, era aplicada uma punição: tinham 24 horas para abandonar o país e podiam levar 20 quilos de bagagem. Essa medida ficou conhecida como o 20-24 e aconteceu com uma certa frequência nos anos posteriores aos acordos entre a Frelimo e Portugal e após a independência, em junho de 1975. Logo após o estabelecimento dos acordos entre Portugal e a Frelimo – em 7 de setembro de 1974 – ocorreu o início de uma série de expedientes de ordem administrativa que vão dar origem ao que posteriormente vão se chamar de campos.
ComCiência - Que expedientes foram esses?
Omar Ribeiro Thomaz – A primeira coisa foi eliminar o habeas corpus. Foi criado um regime de excepção, conferindo à Frelimo ou a órgãos ligados ao regime, poderes extraordinários no tratamento de pessoas acusadas de sabotadoras, ou que teriam um comportamento moral inadequado – mulheres suspeitas de prostituição, indivíduos alcoólatras, pessoas consideradas vadias ou ligadas ao tráfico. Essas pessoas foram enviadas para o que foi chamado de campos de reeducação, pois deveriam ser ressocializadas pelo trabalho. Deveriam trabalhar na roça, que se chamam machambas e, nesse processo, deveriam aprender os princípios do marxismo-leninismo e os da construção do homem novo. Para esses campos eram levadas também pessoas consideradas suspeitas ou que teriam conexão com o antigo regime colonial, colaboradores da polícia política portuguesa, ou régulos, que eram as autoridades tradicionais atreladas ao funcionamento do Estado colonial. Também eram levados indivíduos acusados de curandeirismo e feitiçaria e as Testemunhas de Jeová. Isso porque o novo regime pretendia superar não apenas o colonialismo, mas também o obscurantismo e o tribalismo. Portanto os régulos, os curandeiros e os feiticeiros seriam representantes do obscurantismo e do tribalismo que segundo uma análise das elites da Frelimo teriam promovido, em conjunto com os portugueses, o sistema colonial fascista que tinha perdurado em Moçambique por tanto tempo.
ComCiência – A esse processo deu-se o nome de Operação Limpeza?
Omar Ribeiro Thomaz - A Operação Limpeza foi implantada ainda em 1974. Já existiam os acordos entre o Estado português e a Frelimo, mas pouca clareza sobre o futuro do país, e muitos rumores. A população branca estava muito assustada, inclusive porque ocorreram dois dias de enfrentamento violento entre brancos e negros, em Lourenço Marques, atual Maputo, nos dias 7 de setembro e 21 de outubro. Foram dias muito difíceis. No 7 de setembro há um levante branco. A população branca organiza-se e dá um golpe de Estado, tentando promover uma independência branca em Moçambique. Ela fracassa, mas nesse enfrentamento ocorreram muitas mortes, sobretudo de negros, porque as milícias brancas saíam matando nas ruas. E no dia 21 de outubro, num enfrentamento no centro da cidade, militares portugueses matam um adolescente e provocam um outro levante da população branca com a morte de negros, mas dessa vez , de brancos também. Esse processo fez com que aqueles que estavam dispostos a permanecer, resolvam sair do país com medo.
Nesse processo a Frente estabeleceu novas medidas, em acordo com as tropas portuguesas, a começar pela eliminação do habeas corpus. Iniciou-se então o que eles chamam de Operação Limpeza no centro da cidade de Lourenço Marques (actual Maputo). Isso ocorreu porque havia uma percepção, por parte de Samora Machel e de parte da Frelimo, de que uma cidade colonial como Lourenço Marques era forçosamente corrupta do ponto de vista dos seus costumes, ou seja, uma cidade imoral, onde a mulher seria corrompida pela prostituição, e o homem africano, pelo álcool. Lutar contra o colonialismo significava também lutar contra esse tipo de comportamento. Na Beira a coisa foi assim também. Mulheres que usavam mini-saia ou pintura nos olhos eram presas acusadas de prostituição, e levadas para algum desses campos. Em 12 de novembro de 1974, dia em que se desencadeia a Operação Limpeza, cerca de 142 mulheres foram enviadas para campos não se sabe onde. Elas simplesmente foram colocadas em camiões e levadas embora. A prisão de mulheres suspeitas de prostituição foi recorrente em anos subsequentes. E na Operação Produção também. Uma das senhoras que eu entrevistei, que foi vítima da Operação Produção, foi acusada de prostituição por ser mãe solteira.
ComCiência - E quantos eram esses campos de reeducação?
Omar Ribeiro Thomaz - Não se sabe ao certo o número desses campos, mas tenho algumas estimativas a partir da documentação encontrada em arquivos do Departamento do Estado Americano. Calculo que, no final da década de 70, havia entre 200 mil pessoas – sem contar os 10 mil Testemunhas de Jeová – que foram enviados para a reeducação. A Operação Produção afetou entre 50 e 100 mil pessoas só na cidade de Maputo. Em Inhambane e na cidade da Beira, a Operação Produção foi marcante também. Um grande número de pessoas foi levado da cidade para os campos, sem nenhuma notificação prévia, julgamento, ou apresentação de provas. A maioria dos campos concentrava-se na região do Niassa , e o Estado da Frelimo usava o termo colonização para falar dessa operação. A ideia era tirar o excesso populacional da cidade e levar para regiões vazias, mas não foi só nessa região.
ComCiência - Mas havia outro tipo de campo também, para prisioneiros políticos.
Omar Ribeiro Thomaz - Sim. Outras pessoas foram enviadas para campos de prisioneiros políticos; aqueles indivíduos, claramente inimigos do regime, que no período em que já se sinalizava a independência cometeram o grande equívoco de se aliar aos portugueses. Há uma série de lideranças africanas que vão se destacar tentando construir uma opção à Frelimo, e que serão classificados como inimigos, tais como Joana Simeão e Uria Simango, entre outros. Eles foram enviados para um campo de prisioneiros no Niassa, ao Norte de Moçambique e ali morreram.
ComCiência - A Operação Produção tinha o objectivo de reeducar os delinquentes, ociosos, mas tinha também uma função de gerar renda para o país?
Omar Ribeiro Thomaz - A ideia era essa. Existia um expediente punitivo, mas havia uma ideia de fundo de produzir para as pessoas e para o país. No campo que eu trabalhei, por exemplo, eles produziam abóbora, feijão, vários géneros alimentícios, só que não ganhavam. Era um trabalho escravo, e as pessoas viviam em condições inaceitáveis, muitos não aguentavam. Mas temos que perceber que isso tudo acontecia no meio de um caos que se instaurava no país. O primeiro ponto é a saída dos portugueses que foi bastante complicada porque eles controlavam o aparelho produtivo e burocrático do país. Eles controlavam as escolas e tudo mais. Um exemplo que eu sempre dou é que em 1974 havia 300 maquinistas em Moçambique e desses, somente um era negro. A saída dos profissionais brancos seja médico, burocrata, professor, maquinista, gerou um caos económico no país, que precisava ser reorganizado.
ComCiência - Sobre o seu trabalho com as famílias sequestradas pela Operação Produção, como eles têm vivido depois do abandono dos campos?
Omar Ribeiro Thomaz - No caso da região de Inhassune, eles têm as machambas, essas roças, e graças à Dona Ester, uma senhora que tinha muita experiência em comércio, anterior à Operação Produção, eles organizaram um mercado que se tornou um entreposto de produtos onde os camponeses vendem e encontram mercadorias importantes como óleo, sabão, açúcar, sal, e produtos para sua alimentação em geral. É uma vida bastante digna, não é uma vida miserável.
ComCiência – E eles arrendam essas roças?
Omar Ribeiro Thomaz - Até hoje a questão de terras é complicada, porque não existe propriedade privada em Moçambique. As machambas comunais não existem mais, foram abandonadas e essas pessoas que ficaram, fazem uso dessas terras abandonadas, reconstruíram as suas vidas em torno disso, mas a terra pertence ao Estado. O que pertence às pessoas são as benfeitorias que forem feitas na terra, o que dá direito ao usufruto dessa terra. Para promover algum tipo de desapropriação de terras seria preciso contar com um mínimo de cumplicidade, de legitimidade por parte de algum setor da população. Não é qualquer um que vai tirar a população dali. No período logo após a independência, a Frelimo gozava de imensa legitimidade. Tinha ganho uma guerra contra uma potência colonial europeia, tinha apoio e simpatia da maioria da população moçambicana e do congresso nacional. Hoje em dia, a Frelimo e o governo não contam com o apoio da comunidade internacional, de quem dependem, que são os doadores, que prestam auxílio ao país, e nem têm apoio total da própria população.
ComCiência - Quais são as reivindicações dessas pessoas que foram raptadas, levadas para os campos de produção?
Omar Ribeiro Thomaz - As reivindicações não são claras. De forma geral, querem o reconhecimento do sofrimento pelo qual passaram. Existe a ideia de que “nós sofremos, foi um sofrimento injusto”, ou seja, “fui injustamente acusado de improdutivo, quando eu não era improdutivo, durante anos eu não tive vencimento” – salário – “ e agora eu não tenho reconhecimento, nem um pedido de desculpas”. É muito interessante, conversando com eles, percebemos que não queriam dinheiro, uma indemnização, a casa de volta. O que eles gostariam é que o atual presidente de Moçambique, Guebuza, fosse a Inhassune e pedisse perdão, pedisse desculpas pelo que aconteceu. Imagino eu que eles esperam um reconhecimento público.
ComCiência – Essas pessoas não falam em voltar para suas casas, para as cidades de onde vieram ou foram tiradas?
Omar Ribeiro Thomaz - Não, eles consideram que houve uma ruptura. Afirmam claramente que há uma vida antes e uma depois da Operação Produção. Mais de uma vez falaram: “eu não recuperei a minha vida e não vou recuperar nunca”.
ComCiência - Eles têm medo de sofrer esse tipo de agressão novamente?
Omar Ribeiro Thomaz - Têm. Isso também repetem com frequência, que não gostariam que isso ocorresse outra vez. O que indica que acreditam que existe essa possibilidade.
ComCiência – Qual o papel dos intelectuais no processo de libertação de Moçambique e para dar visibilidade aos problemas do país? Essas histórias sobre os sequestros, por exemplo, chegam ao grande público?
Omar Ribeiro Thomaz – Sim, essas histórias são claras, mas não há uma história oficial do país. A Frelimo se nega a dar qualquer depoimento sobre a morte dos líderes políticos, mas não se tem um silêncio da parte do Estado. Algumas vezes eles fazem referência às lideranças. Mas todo o mundo fala, a população comenta o tempo todo. E os intelectuais viveram esse período. No final da década de 80, o editor do principal jornal do país, Notícia, era o Mia Couto. Mas cuidado! Temos que entender que a Frelimo não é um bloco. Dentro do partido havia tendências, oposições, como hoje. Havia pessoas que olhavam a Operação Produção com verdadeiro horror. Há uma concentração de movimentos literários em Moçambique e essa intelectualidade nasce comprometida com a produção do país. Até hoje o compromisso deles – escritores, poetas, professores universitários – com o país é uma coisa extraordinária. Com maior ou menor encanto. Muitos sonharam que a revolução promoveria o fim da pobreza, e isso não aconteceu, o que gerou uma certa amargura. Mas vê-se uma ligação muito forte dos intelectuais com toda a história do país.
ComCiência - Você diria que Moçambique é um país democrático?
Omar Ribeiro Thomaz – O país tem uma imprensa livre, muito mais livre que muitos outros países, comparável à África do Sul. Tem uma universidade livre também, onde é possível discutir praticamente todos os problemas com bastante liberdade, tem livre circulação, as pessoas podem sair e voltar. Tem eleições periódicas, que são mais ou menos honestas. O que não significa que não tenha conflitos, que não haja corrupção, crimes políticos. A questão é até onde chegam as instituições. A esmagadora maioria da população está no campo, não tem acesso a benfeitorias como água, luz. Para essas pessoas a palavra democracia não faz o menor sentido.
ComCiência – Essa é uma história da África que deveria constar do ensino que se propõe para o Brasil?
Omar Ribeiro Thomaz - O ensino da história da África é obrigatório hoje no Brasil, em diferentes níveis de ensino o que exige um esforço historiográfico sério, o que implica incorporar o trabalho de autores africanos e africanistas que estão trabalhando seriamente para recuperar uma história recente. Acho que temos que tomar cuidado no sentido de tratar apenas de uma África mitológica. Podemos tratar disso também, e é legítimo que os movimentos negros reivindiquem uma África mitológica. Mas, existe uma lei que tem que ser levada a sério e isso quer dizer não tentar fazer uma história de mocinho e bandido. A história da África é complicada, como de qualquer outro contexto. E não tem uma história da África, são histórias da África, são histórias nacionais e também regionais.
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Posted: 25 Mar 2016 12:31 PM PDT
Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
As lutas independentistas e os Não-Alinhados estão sendo desmascarados a cada dia que passa.
O “barco está no mar alto sem porto seguro à vista”.
Valeu a pena ter havido gloriosas e sacrificadas lutas pela Independência nos países de todo o mundo. Nem tudo foi em vão.
Valeu a pena ver gente com fibra e com coragem e princípios batendo-se com honradez pela Independência.
Valeu a pena sonhar por um hino e por uma bandeira.
Mas de tudo pelo que se teve que passar, hoje existem mais do que suficientes razões para questionar procedimentos e resultados.
Olhar para trás e chegar à conclusão de que muito do que nos diziam era um simulacro, uma cascata de “slogans” que não se concretizaram, é desolador.
Uma mão-cheia de combatentes que de armas se bateu contra o colonialismo e outras formas de dominação, especialmente em África, deixa muito a desejar, se tivermos que ser honestos na avaliação.
O mundo jamais foi linear, e a complexidade dos assuntos muitas vezes ultrapassa a capacidade dos protagonistas enxergarem e produzirem soluções pertinentes.
Olhar de frente para o que nos rodeia, nos é a dado a ver, e concluir que os nossos “libertadores” acabaram por defraudar as expectativas que existiam, é constrangedor. Afinal eles queriam o poder em si, e não para alterar as relações de poder ou trazer a propalada democracia política e económica. Prometeram ao povo que libertariam a terra e os homens. Isso, em parte, aconteceu.
Mas a realidade de hoje desmente sem dúvida de nenhum tipo que fomos enganados e da maneira mais copiosa.
Aquilo que de terra era considerado sagrado foi sendo sucessivamente vendido, alienado e entregue aos mesmos que ontem colonizavam.
O que nos diziam que seria uma nova era de desenvolvimento acabou tornando-se numa fábrica de sonhos, numa fábrica de assalariados pobres, miseráveis vivendo na indigência. Se antes era o colono português que insultava, hoje são os chineses, angolanos e brasileiros. Uma e outra vez, portugueses retornados ou que nunca haviam cá estado insultam num regresso típico de racismo. Até nas praias, sul-africanos tutelando estâncias turísticas barram a entrada dos nativos. É a realidade sem remendos nem pinturas de “analistas de fim-de-semana”.
Tanta mascarada, tanta falsificação, tanto sangue derramado em nome de ideologias que hoje vemos jamais terem existido.
Matou-se compatriotas em nome de uma suposta revolução, catalogou-se compatriotas de “lacaios do capitalismo”, e hoje quem o fazia estabelece “joint-ventures” com multinacionais a velocidade incrível. Num oceano de secretismo, temos em Moçambique pessoas retalhando o país conforme a sua hierarquia e apetites.
Moçambique, um país portentoso, bafejado pela natureza, com rios, montanhas, mar, terra fértil e um subsolo invejado pelos seus numerosos recursos minerais atravessa um momento particularmente complicado da sua história. Após uma Independência que parecia suave, somos dados a concluir que nos foi oferecido um presente envenenado por um Governo português que queria apressadamente largar um “fardo” já incómodo.
Muita coisa já foi dita e escrita sobre como se alcançou a Independência em Moçambique. Mas, como Mariano Matshinha disse, o Acordo de Lusaka assinado entre a Frente de Libertação de Moçambique e o Governo português, em 1974, tinha protocolos secretos que continuam sendo secretos por algo que as partes assim acordaram. Após uma guerra fratricida de 16 anos, chegou-se ao AGP de Roma, onde mais uma vez foram inscritos protocolos secretos que a generalidade dos moçambicanos continua sem conhecer. Afinal a Independência e todas as batalhas pela democracia ainda não conseguiram produzir um país de todos os moçambicanos. Temos um mercado grossista chamado Moçambique, em que os poderosos “partem e repartem entre si, e cada um fica com a melhor parte”. É a isso que chamamos Moçambique. Antes, a elite colonial desfilava nas “passerelles” e exibia o seu poder. Hoje, são os filhos e herdeiros dos detentores do poder que fazem exactamente o mesmo. O que mudou? Nada. Face ao recrudescimento de crises em vários países e no nosso Moçambique, esperava-se que os políticos tivessem discernimento e capacidade de olhar para as questões com aquele pragmatismo característico de protagonistas competentes. Mas, por incúria ou por interesses específicos, fica-se com a impressão de que existe uma agenda de adiamento de tudo o que possa alterar o “status”. A olhos vistos, a cada dia que passa, os relatos de hostilidades e ataques repetem-se. Os únicos que devem estar “esfregando as mãos” são os que venderam as armas e quem cobrou comissão pela sua aquisição. Na verdade, a situação piorou, pois antes não havia guerra pelos recursos, e hoje é isso que pontifica. Arranjam-se justificações constitucionalistas para algo que não passa de “guerra pelo gás e rubis”, guerra pelo ouro e pela madeira, guerra pelo camarão, guerra pelas turmalinas, guerra pelos diamantes, guerra pelo petróleo. Para que os objectivos sejam alcançados e as agendas cumpridas, enfraquece- se e assalta-se o sistema judicial, transforma-se as forças militares e policiais em milícias de partido político, e o beligerante de ontem mantém as suas forças “residuais” num processo permitido com objectivos concretos. Jogos de inteligência e geoestratégicos fora do alcance do entendimento comum continuam determinando o rumo dos acontecimentos numa situação em que mesmo os pretendem que possuem tudo sob controlo revelam-se remotamente teleguiados. Agentes toupeiras ou de outra estirpe, activos ou desactivados, não trouxeram o prometido. De um programa até bem pensado, que visava a colaboração Sul-Sul, o que nos trouxeram foram novos colonos que confirmam que, afinal, de pouco valeram tantos sacrifícios para o “embarriguecimento” dos nossos “libertadores”. (Noé Nhantumbo) CANALMOZ – 24.03.2016 | ||||||||
Posted: 16 Oct 2014 01:20 PM PDT
FRAUDES MACIÇAS NAS ELEIÇÔES EM MOÇAMBIQUE
O Governo pagou 20.753.000 dólares a nikuv de Israel para viciar o processo eleitoral
O processo eleitoral ainda em curso esta eivado de gravíssimas irregularidades. Houveram serias situações de trocas de urnas e repetição de votantes. Grande parte dos membros da Frelimo tinham vários cartões de eleitor. Houve registo de vários camiões transportando zimbabweanos com BI e cartão do eleitor. A demora na divulgação dos resultados tem a ver com a espera do processo químico que irá apagar a tinta da caneta no boletim do voto. Apesar de a Frelimo anunciar a sua "retumbante vitoria" a Renamo lidera em 5 províncias e serão nestas que formará o futuro novo pais.
NIKUV
A nikuv é uma obscura empresa de tecnologia de informação israelita com fortes ligações com a Mossad (agencia secreta de Israel, a mais eficiente do planeta). A nikuv cria softwares avançados para produção de BI, passaportes, digitalização de impressões digitais, etc. e este no centro da polémica na adulteração dos resultados nas eleições do Zimbabwe que dariam vitoria a Morgan Tsvangirai.
Foi com a grande colaboração do Zimbabwe que o governo de Moçambique pagou 20.753.000 dólares a nikuv. Para esta soma chegar ate a nikuv, usaram um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro. Em Moçambique que ajudou a pagar 75% do valor e um empresário ligado a Frelimo chamado Gulamo. Um intermediário transferiu o valor em marco deste ano para uma empresa de capitais zimbabweanos a operar numa das ilhas pertencentes a Inglaterra chamada New Jersey (não confundir com a cidade americana). De seguida transferiram 19.207.000 dólares para um magnata da Arabia Saudita e este sua vez forneceu a nikuv petróleo com o mesmo valor. Assim apagaram o rastro.
Feito o negócio, a nikuv despachou para Moçambique 6 especialistas em hacking, que entraram via terrestre a partir da fronteira com a Tanzânia usando passaportes falsos. Desta forma vários dados dos eleitores no sistema informático foram adulterados e também criaram um malware que adultera automaticamente em 7% a favor do nyusi os resultados. Eles também poderão recorrer a técnica de fishing para desviar e adulterar os dados usando scripts da linguagem de programação c++ (comandos if... then, ou update, insert, alter, delete, etc). Os resultados já estão cozinhados para: nyusi 55%, Dlhakama 37-38% e Devis 10-12%.
O Unay Cambuma teve esta informação no domingo mas absteve se em publicar para não desmotivar os eleitores.
Outras informações indicam que os serviços secretos dos paíes doadores infiltraram seus agentes para monitorar as fraudes da Frelimo e todas as provas serão apresentadas publicamente dentro de dias. O mais certo é que estas eleições serão anuladas.
Maputo, 15 de Novembro de 2014
Unay Cambuma
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Posted: 09 Oct 2014 06:31 AM PDT
Não deves nada à Frelimo, vota pela mudança*
Canal de opinião
Moçambique vai testemunhar, nas eleições gerais deste ano, um facto histórico. O partido Frelimo vai ser o principal derrotado. Esta tendência de resultados eleitorais negativos atingiu a escalada nas útimas eleições autárquicas, realizadas nos finais do ano passado, e tem estado a dar sinais objectivos de poder vir a aumentar nas eleições do próximo dia 15 de Outubro.
Alguns factores podem estar directamente associados a esta incontestável constatação. Como já deves saber, para além do crónico descontentamento popular e do sentimento antifrelimista característico do segundo mandato da governação de Armando Guebuza, destaca-se o crescente sentido de identidade, simpatia e massiva adesão popular aos partidos da oposição (particularmente o MDM e, ultimamente, a Renamo). A Frelimo, mesmo beneficiando de forma desproporcional de uma máquina de propaganda eleitoral claramente alicerçada nos bens, financiamento e recursos por si sequestrados ao longo dos seus quase 40 anos de controlo total do Estado moçambicano, tem estado ao mesmo nível e, em certos casos, muito abaixo dos principais partidos da oposição, quanto ao convencimento e mobilização do eleitorado.
Com efeito, a Frelimo tem controlado e influenciado a disseminação de propaganda eleitoral a seu favor, de modo prepotente e descarado, nos principais órgãos de comunicação social públicos, como a TVM, a Rádio Moçambique ou os jornais “Notícias” e “Domingo”. A Frelimo tem usado, directa ou indirectamente, viaturas e combustível do Estado nas suas campanhas. Muitos dos carros usados pelos seus membros podem não ostentar a matrícula do Estado, mas estão alocadas aos seus dirigentes e agentes para uso pessoal enquanto titulares de cargos de direcção e chefia, ou no âmbito das suas actividades laborais. Dada a fragilidade institucional característica do Aparelho do Estado quanto à supervisão e garantia do seu uso estritamente profissional, muitas delas têm sido desviadas para actividades estranhas à sua finalidade, estando integradas nas principais caravanas que, em todo o país, desfilam a desavergonhada arrogância e ostentação do partido Frelimo aos olhos de uma larga maioria do povo faminto, a viver em condições de precariedade aguda generalizada. Este “show” de riqueza e pomposidade, feito por pessoas que são obrigadas a mostrar gratidão pelos privilégios e dividendos oferecidos pela governação de Guebuza, tem servido como exemplo, aos cidadãos mais atentos, de que os membros e simpatizantes do partido Frelimo é que, exclusivamente, têm estado a beneficiar do alegado desenvolvimento nacional ao longo destes anos todos. Se não fossem os únicos privilegiados no acesso à riqueza e oportunidades, não estariam a exibir em toda a extensão do território nacional os símbolos fartos e clarividentes de robustez financeira e material, nas suas campanhas eleitorais.
Já deves ter visto, também, a enorme moldura humana que tem aderido às campanhas dos principais partidos da oposição. Afonso Dhlakama tem sido o candidato presidencial que mais pessoas tem levado aos seus comícios. Daviz Simango também. Embora estes não tenham os inúmeros meios e recursos que o candidato da Frelimo pomposamente usa (tais como caravanas de carros e motorizadas luxuosas, panfletos, cartazes, bandeiras, géneros alimentícios, etc.) e com os quais tenta comprar a lealdade, a simpatia e o voto do povo, o povo sistematicamente martirizado, hostilizado, segregado e empobrecido tem dado mostras tangíveis e determinadas de ruptura para com as mentiras históricas da Frelimo e tem aderido massivamente ao redespertar da esperança numa mudança radical do estado das coisas que Dhlakama ou Simango encarnam, sob batuta dos respectivos partidos.
O povo sabe que não come camisetes e capulanas. O povo sabe que aqueles espaços na televisão, rádios e jornais públicos onde só comentam os que falam bem de Guebuza e da Frelimo não o demoverá da sua convicção de mudança. Tu, que também és povo, não te revês naquelas caravanas de luxo da Frelimo que passam ao lado da tua pobreza extrema, em “shows” teatrais grávidos de falsidades e mentindo que confias em Nyusi. Porque tu não confias em Nyusi coisa nenhuma. Tu só confias no poder da mudança e no BASTA que o teu voto gritará, no dia 15 de Outubro. (Edgar Barroso)
* Título da responsabilidade do “Canalmoz”
CANALMOZ – 09.10.2014
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Posted: 26 Aug 2014 04:25 PM PDT
Décadas depois da sua execução extrajudicial no Niassa(Repetição)
«Reaccionária» Joana Simeão foi finalmente julgada
por LUÍS NHACHOTE
O “Viúvo” depois de mais de trinta anos de batalha campal com as autoridades judiciais para obter a certidão de óbito, da “falecida”, já está “divorciado” da “reaccionária” e deve contrair matrimónio em Setembro com a actual esposa
Joana Francisca Fonseca Simeão, figura política incontornável da história recente e que se destacou ao receber o epíteto de “reaccionária” pelos seus adversários e detractores políticos, foi finalmente julgada num caso de “divórcio contencioso”, em finais do ano passado.
Apesar de fuzilada pelos seus guardiães (o Estado, representado pelo Partido Frelimo), que até isso tornaram público, o mesmo Estado, que a teve, a ela e a outros sob sua guarda, foi quem, ironicamente, a representou, através do Ministério Público (MP), no desfecho de um caso que, certamente, irá constar dos anais do Direito.
Estando ela em “parte incerta”, como constava da nota que a solicitava a responder em juízo, nada mais restou ao tribunal – depois de cerca de três anos – que conceder o divórcio ao “viúvo” Francisco Joaquim Manuel, com quem ela contraíra matrimónio em 1974.
A odisseia...
Se, no rumo da história, a ironia, o cinismo e a hipocrisia, têm os seus lugares garantidos, já a lei, por mais absurda que possa parecer, deve ser estreitamente cumprida.
É assim. Sempre o foi.
Depois de cerca de trinta anos, em desespero, para regularizar a sua situação de “viúvo”, Francisco Joaquim Manuel calcorreou que se fartou os corredores dos serviços de Registo e Notariado do Ministério da Justiça, na vã tentativa de encontrar a certidão de óbito, da sua primeira esposa.
Nada encontrou. Encontrou algo, sim: cenas de espanto, da parte de vários funcionários públicos, que o aconselharam a pedir divórcio “alegando que a Joana abandonou o lar”. Era a saída legal que lhe restava, visto que os adversários de Joana Simão, quando a executaram, esqueceram-se de passar a certidão de óbito e até de entregar os seus restos mortais à família, para estes procederam às exéquias. E isso, até hoje, pelo que se saiba ainda não aconteceu.
Francisco Joaquim Manuel, após a execução de Joana Simão, juntou-se à sua actual mulher, com que tem seis filhos e destes, alguns netos, e, não achava justo não contrair matrimónio com ela. Foi então que, após seguir os “conselhos” que, sobre o assunto, lhe iam sendo dados, lá acabou por pedir o divórcio, “uma vez que ninguém sabia dizer-me onde estava a certidão de óbito da Joana”.
Feito isto, o processo de “Acção Ordinária Declarativa de Divórcio Litigioso n.º 19/05”, ganhou outra “sensibilidade”, e de facto, por via do diário «Notícias», o Tribunal Judicial da Província de Inhambane, no dia 24 de Abril de 2006, notificou a “reaccionária” e lhe concedeu um prazo de “VINTE DIAS, que começa a contar depois de finda a dilação de TRINTA DIAS, contada da data da segunda e última publicação deste anúncio, com a advertência de que a falta de contestação importa o prosseguimento dos autos e os ulteriores termos, à sua revelia”.
A notificação foi assinada pelo juiz presidente do Tribunal Judicial da Província de Inhambane (TJPI), José António Cândido Sampaio e pelo respectivo escrivão de Direito, Gulamussene Nurmamade Mamade Cane, na “Acção Ordinária Declarativa de Divórcio Litigioso n.º 19/05.
O autor destas linhas, por alturas do processo, contactou, por duas vezes, o juiz Sampaio, que disse: “apenas cumpri a lei”. Passado o dia em que a «reaccionária» se devia ter apresentado ao tribunal para responder à notificação, ele foi mais categórico, ao dizer-me: “ela não apareceu”!!!.
Das voltas processuais ao julgamento
O Ministério Público (MP), que representou Joana Simeão (Cabe ao MP, representar os ausentes) e o Tribunal andaram, durante muito tempo, com pontos de vista antagónicos sobre o paradeiro de Joana.
O magistrado da procuradoria provincial de Inhambane, que esteve encarregue do processo 19/05, alegava na sua fundamentação que se via a “representar um ausente (pessoa cujo paradeiro se ignora e com a qual não é possível contactar) e não um incerto”.
E depois de desenvolver toda uma argumentação no caso em que o “viúvo” de Joana pretendia o “divórcio litigioso”, o MP em Inhambane referia que a petição do autor era “ininteligível”, alegadamente porque o “viúvo” Francisco Joaquim Manuel, ao apelar para que o Tribunal sentencie o divórcio, “invoca, apenas, o abandono físico da Ré, sem, porém, demonstrar que o mesmo tenha sido, sem intenção de regresso, apresentando factos que corroborem tal elemento”. Em conclusão, na contestação, o procurador provincial da República em Inhambane afirma que “deve a presente acção ser julgada improcedente, porque ilegal e não provada e, em consequência, ser a Ré absolvida totalmente”.
Foi aqui que o “viúvo” de Joana Semião, Francisco Joaquim Manuel, já algo irritado, contestou junto do Tribunal Judicial Provincial de Inhambane (TJPI) os argumentos do magistrado do Ministério Público naquela província.
De acordo com o magistrado do MP, na sua petição o “viúvo” de Joana não conseguiu provar que ela tenha abandonado o lar sem intenções de qualquer dia retornar ao leito conjugal. O Ministério Público, para além de ter concluído nos autos que Joana Simeão estava “ausente” e não “em parte incerta”, como considerava o Tribunal, nem “morta”, como já chegou a admitir Joaquim Madeira, o antecessor de Augusto Paulino no mais alto posto da magistratura do MP, pedia que o processo fosse considerado improcedente e “a ré absolvida totalmente”.
Já várias fontes reconheceram que Joana Semião está morta, por ter sido mandada fuzilar. (NR: ver caixa, nesta edição, com a nota de fuzilamento)
Os autores do acto que lhe tirou a vida não se suportaram em sentença judicial, pelo que não há registo do óbito.
Tal como se pensa que tenha sucedido a muitos outros moçambicanos, apelidados pelo então Bureau Político da Frelimo de «reaccionários», Joana Simeão consta nos arquivos como estando viva.
Figuras seniores do partido Frelimo já declararam, de viva voz, alto e a bom som, na Assembleia da República, e em outros actos públicos, que Joana Simeão foi morta por ordem de dirigentes do partido Frelimo, quando este se assumia como de matriz marxista-leninista.
Incinerados vivos com gasolina por gente que ainda anda a monte
A morte de Joana Simeão e de outros “reaccionários”, termo por que alguns do actuais dirigentes e membros seniores da Frelimo os designavam e por isso lhes mandaram tirar a vida sem julgamento, vêm descritas no livro de Barnabé Lucas Nkomo, «Uria Simango – Um Homem, Uma Causa».
Escreve Barnabé Nkomo que Joana e todos os demais “reaccionários” entre os quais o pai e a mãe do actual edil do Município da Beira e presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), não foram fuzilados, mas, sim, todos “incinerados vivos, após serem, inicialmente, amontoados numa vala comum aberta por um Caterpillar”. Diz o pesquisador Nkomo, no livro, que “acto contínuo, já depois de regados com gasolina, os carrascos atearam fogo à massa humana” enquanto “a poucos metros do local uma multidão era obrigada a entoar canções revolucionárias a exaltarem a vitória sobre os reaccionários”. “Reaccionários” cujo seu “crime” terá sido proporem para o seu País, Moçambique, o regime que quem os fuzilou adoptou depois de uma violenta Guerra Civil, para enriquecerem, como nunca antes terão imaginado, à custa de muito suor de quem ainda vive na miséria e na pobreza mais do que absoluta.
Finalmente o julgamento
Reagindo à posição do MP assumida nos actos do processo, que correu em foro cível em Inhambane, Francisco Manuel, contestou.
Ele acabou recorrendo à presente acção, que culminou com o julgamento, em Agosto passado, após as autoridades competentes reconhecerem que não chegou a ser passada nenhuma certidão de óbito pelos seus homólogos, que, supostamente, em nome do Estado, não se dignaram a fazê-lo, após a consumação do acto que tirou a vida a Joana e outros.
O julgamento, longe dos holofotes dos media, acabou acontecendo, sem a merecida cobertura. O «Canal de Moçambique», que sempre trouxe à superfície os contornos desta novela de fazer bradar os céus, soube que o julgamento decorreu em Agosto, a partir de quando Francisco Manuel terminou parte do seu martírio.
O Estado foi o último guardião de Joana Simeão
O “viúvo” quer que seja o Estado a dizer o que fez de Joana Simeão, porque, alega ele, foi o Estado que conheceu como último guardião dela. Esta pretensão do “viúvo” da “reaccionária” prende-se ao facto de querer que lhe sejam entregues os restos mortais da Joana, com vista a realizar um funeral digno da sua companheira de primeira hora.
Como foi presa a célebre Joana?
A 26 de Outubro de 1974, cerca de um mês após a tomada de posse do Governo de Transição, chefiado por Joaquim Chissano, oficiais portugueses do MFA, dirigiram-se à residência de Ahmed Haider, na cidade da Beira, dando ordem de prisão à Dra. Joana Simeão. Haider era o secretário do PCN para assuntos administrativos.
O MFA, actuando a pedido do Governo de Transição de Moçambique (1974) em estreita colaboração com membros da Frelimo, havia colocado Simeão sob apertada vigilância. Logo após ter desembarcado no aeroporto da Beira, num voo proveniente do Malawi, os oficiais do MFA perseguiram-na até ao bairro da Ponta Gêa, onde morava aquele dirigente do PCN.
Da Beira, o MFA transferiu Joana para Lourenço Marques (hoje Maputo), mantendo-a sob prisão nos antigos calabouços da PIDE/DGS na Machava (actual cadeia de máxima segurança - B.O.) sob custódia do Batalhão de Cavalaria 8424 das Forças Armadas Portuguesas. “Submetida a intensos interrogatórios, Joana viria a redigir uma petição endereçada ao Alto-comissário português, Almirante Vítor Crespo, na qualidade de responsável pela ordem, lei e segurança até à independência, a 25 de Junho de 1975”. Nela solicitava que fosse “feita justiça”, que fosse “formalmente acusada e julgada, para não ser entregue aos outros que, sumariamente, a executariam.”
“O Almirante Vítor Crespo ignorou a petição”.
Vítor Crespo, há anos, já falecido, em Portugal, “ordenou que Joana Simeão passasse para a custódia do governo de transição” de Moçambique, dirigido por Joaquim Chissano, então 1.º Ministro.
Segundo versões exaradas em documentos dispersos e referidos por várias fontes, o Governo de Transição, no âmbito de um vasta operação então em curso e destinada a erradicar todos os vestígios de oposição no país, transfere Joana Simeão para a Tanzânia e, de imediato, oficiais do Departamento de Segurança da Frelimo levam-na para a base militar de Nachingwea, onde voltaria a ser submetida a novos interrogatórios, em preparação para um “julgamento popular”.
Sérgio Vieira
Sérgio Vieira (hoje director do Gabinete do Plano do Zambeze – GPZ), que viria a ocupar o cargo de chefe do Departamento de Segurança da Frelimo após a independência, é apontado como tendo sido quem elaborou os “autos” do “julgamento, que teve lugar em a 14 de Março de 1975”
.
“Joana Simeão e cerca de três centenas de outros prisioneiros, detidos em Moçambique, raptados em países estrangeiros ou atraídos a ciladas na Tanzânia, foram condenados à «reeducação»”.
Observadores do rigor jurídico e ex-correligionários de Joana e seus confrades dados “em parte incerta”, para contestarem a validade do “julgamento” da Tanzânia alegam que a pena de “reeducação” não está prevista em nenhum código penal em vigor, quer em Moçambique, quer naquele País. Esses observadores fazem notar o aspecto caricato de uma organização política ter atribuído a si própria o direito de julgar e condenar cidadãos ao arredio do poder judicial. Trata-se de “um atropelo flagrante aos mais elementares princípios de um Estado de direito,” disse um dos observadores, que nos pediu para não ser citado.
Da Tanzânia, Joana Simeão e outros presos políticos segundo várias fontes, foram transferidos em camiões militares das TPDF (Tanzania People’s Defense Force) para o Lago Niassa e dali levadas de barco para a Base Naval de Metangula, na província do Niassa. Daqui, “novamente em camiões militares”, Joana Simeão, segundo as mesmas fontes, foi levada para um antigo quartel do exército colonial em M’telela (ex-Nova Viseu). Referem também várias fontes em livro, e outras, que Joana Simeão viria a ser sumariamente executada, “por volta de 1977-
1980”, na companhia de Uria Simango, Padre Mateus Gwenjere, Lázaro Nkavandame, Júlio Razão, Raul Casal Ribeiro, entre outros.
Os antecedentes de Joana Simeão
A Dra. Joana Simeão, uma dissidente da Frelimo que se distanciou do movimento durante a guerra pela Independência, desenvolveria importante actividade política em Moçambique, após o golpe de Estado desencadeado em Lisboa pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), em Abril de 1974 e que resultou no derrube do regime do 1.º ministro Marcelo Caetano, abrindo caminho para a independência das colónias. Ela notabilizou-se, como referem seus correligionários, “pelos esforços desenvolvidos no sentido de se unirem todas as forças políticas moçambicanas em antecipação de eleições livres e democráticas, que se esperava viessem a ter lugar” no âmbito de um acordo de reconhecimento da independência pelas autoridades portuguesas que administravam, na altura, o território moçambicano.
Joana e Uria Simango
Em Agosto de 1974, Joana alcança o seu objectivo e surge o Partido da Coligação Nacional (PCN) que teria como presidente o Reverendo Uria Simango.
Uria Simango tinha sido vice-presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e era suposto ter ascendido a presidente do movimento logo após a morte do Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, em crime ainda não devidamente esclarecido, em casa da americana Betty King, na capital tanzaniana, Dar-es-Salam, mais precisamente no Bairro de Oyster Bay e não na sede da FRELIMO como sempre foi propalado pelos ainda dirigentes do partido que derivou da Frente alargada de libertação nacional de que também fizeram parte muitos outros compatriotas agora filiados noutras organizações políticas. .
O reverendo Simango, é pai dos engenheiros Daviz Simango, actual Edil da Beira, e de Lutero Simango, deputado à AR pela Renamo. Se se usar a mesma terminologia do Tribunal, também se encontra “em parte incerta”. No entanto, várias fontes referem que tanto ele Uria como Joana e outros, foram fisicamente eliminados.
A par da iniciativa de Joana criar o PCN, Portugal, representado pelo governo e pelo MFA, negociava com a Frelimo a independência de Moçambique. Do processo negocial foram afastadas outras forças políticas moçambicanas, mesmo outras que também reivindicavam ter-se batido no terreno pela conquista da independência, como era o caso do COREMO cujos dirigentes passaram a integrar o PCN.
Acordo de Lusaka não previa democracia
Nos termos do acordo firmado em Lusaka, a 7 de Setembro de 1974, entre o regime português estabelecido pelo MFA e a Frelimo, os poderes seriam transferidos para este movimento. O acordo não previa a realização de eleições democráticas.
O texto integral do Acordo de Lusaka nunca foi divulgado. Até hoje há partes que não são conhecidas dos moçambicanos.
O governo moçambicano e o Estado português são, ainda hoje, acusados por certos sectores de manterem em segredo uma parte dos entendimentos da capital da Zâmbia.
Mariano Matsinhe, um dos negociadores desse acordo, em representação da Frelimo, foi citado, recentemente, como tendo dito que o
“acordo permanecia no segredo dos deuses”.
Figuras atentas ao processo de descolonização de Moçambique têm manifestado que presumem que a relutância, tanto da Frelimo como do Estado português, em trazer a público os termos do referido acordo se prende com acertos feitos entre as duas partes, em matéria de liberdades democráticas fundamentais. A julgar pelo que se passaria na prática, depois da assinatura do Acordo de Lusaka, é de admitir que o regime português, saído do golpe de Estado de Abril de 1974, se comprometeu a erradicar, a pedido da Frelimo, todas as formas de oposição ao regime que a Frelimo pretendia instaurar após a independência.
Figuras da oposição insistem em surdina que há políticos portugueses ainda no activo que “até hoje estão a esconder algo”. “Alguns frequentam Moçambique com regularidade”. Objectivamente citam o Dr. Almeida Santos, envolvido com Sérgio Vieira em projectos no Vale do Zambeze.
A certidão de óbito
A nota que a seguir se transcreve, aliás, se republica, 28 anos depois, é, de per si, esclarecedora.
“No espírito das tradições, usos e costumes da luta de libertação nacional, o Comité Político Permanente da Frelimo reuniu e condenou por fuzilamento os seguintes desertores e traidores do povo e da causa nacional, os quais já foram executados: Uria Simango; Lázaro Kavandame; Júlio Razão Nilia; Joana Simeão e Paulo Gumane. Em ordem a evitar possíveis reacções negativas, nacionais ou internacionais, que podem advir em consequência do fuzilamento destes contra-revolucionários, a Comissão Política publica esta acta como decisão revolucionária do partido Frelimo e não como acta judicial”, lê-se no referido documento.
Assumindo ser “necessário um «dossier» estabelecendo a história criminal completa desses indivíduos, assim como as suas confissões aos elementos do D.D/S.I que os interrogaram, declaração das testemunhas, julgamento e sentença”, o Comité Político Permanente do partido Frelimo ordenou ainda que “um comunicado deverá ser emitido pelo camarada Comandante-Chefe (Samora Moisés Machel), no qual se anunciará a execução dos contra-revolucionários acima mencionados”.
No mesmo documento lê-se ainda que “foi decidido nomear um comité para compilar o dossier e preparar a comunicação pública”.
“O camarada Comandante-em-chefe decidiu que o comité fosse dirigido pelo camarada Sérgio Viera e adicionalmente terá os seguintes camaradas: Óscar Monteiro, José Júlio de Andrade, Matias Xavier e Jorge Costa.
A Luta continua. Maputo, 29/7/80.
O ministro da segurança, Jacinto Veloso”.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 23.07.2009
NOTA:
Até hoje, que saiba, ainda não foram os seus restos mortais entregues à família. Porque espera a FRELIMO(GOVERNO)?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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Posted: 05 May 2014 02:30 PM PDT
Caros amigos,
Peço desculpa aos seguidores do meu BLOG por este não ter sido actualizado, conforme pretendia, mas essa situação deve-se ao facto de ter tido problemas de saúde, que me têm impedido de estar em contacto convosco.
Penso voltar em breve.
Um abraço para todos
Ovar, 5 de Maio de 2014
Álvaro Teixeira
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Posted: 13 Feb 2014 01:07 PM PST
O antigo membro da Renamo e actual presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, Raul Domingos, considera que a aplicação precária do Acordo Geral de Paz, dos quais foi negociador, e a partidarização do Estado por parte da Frelimo são duas das causas (senão as principais) da actual tensão político-militar que se vive no país.
Segumdo Raul Domingos, que chefiou a delegação da Renamo às negociações com o Governo, que culminaram com a assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992, na cidade de Roma, Itália, ficou acordado que as Forças de Defesa e Segurança seriam compostas por 30 mil homens, provenientes de ambas as partes, mas isso não aconteceu.
Embora a Renamo tenha integrado os seus homens nas fileiras das Forças de Defesa e Segurança, com o passar do tempo, estes passaram à reforma compulsivamente, principalmente os que ocupavam cargos de chefia. “A reforma compulsiva dos homens da Renamo, com destaque para os oficiais superiores das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, provocou a guerra que hoje vivemos no país porque muitos deles regressaram às antigas bases”, afirma.
Por outro lado, Raul Domingos afirma que o Governo e a Renamo nunca estiveram em igualdade numérica no que diz respeito à composição das Forças de Defesa e Segurança, o que constitui o primeiro atropelo ao AGP. “Ficou acordado que as FDS deviam ser compostas por 30 mil homens e que cada uma das partes (Governo e Renamo) devia indicar metade, ou seja, 15 mil”. “Estou convencido de que as condições de paz, negociadas em Roma, não são as que se vivem hoje no país. A precária implementação dos termos acordados precipitou o país para um novo clima de violência armada em que este se encontra”, entende Raul Domingos.
“Nunca tivemos eleições transparentes”
Chamado a comentar à volta das últimas eleições autárquicas, marcadas por diversas irregularidades, que ditaram a repetição da votação nos municípios de Nampula e Gúruè, Raul Domingos foi peremptório na sua resposta e disse que as mesmas foram tudo, menos transparentes.
“A Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral estão partidarizados, por isso nunca tivemos eleições transparentes, livres e justas, como preconiza o slogan, ao qual estes dois órgãos não fazem jus. As últimas eleições autárquicas foram prova disso”, acusa. Entretanto, questionado sobre se se iria candidatar a Presidente da República nas próximas eleições gerais, marcadas para o dia 15 de Outubro, Domingos escusou- se a responder, limitando-se apenas a afirmar que quando chegar a altura dirá se o seu partido irá ou não participar no pleito.
Sobre a condecoração
No dia 3 de Fevereiro, Dia dos Heróis Moçambicanos, Raul Domingos recusou-se a receber a condecoração atribuída pelo Estado moçambicano porque, na sua opinião, tal devia ser feito em momentos de paz e harmonia, e não de guerra. “Se eu aceitasse, estaria a festejar as desgraças dos moçambicanos que sofrem, directa ou indirectamente, os efeitos desta guerra evitável”.
Raul Domingos entende que “as circunstâncias em que ocorreu a galardoação, que se caracterizam pelo alto nível de intolerância, desigualdades, perseguições políticas, incluindo prisões e assassinatos de membros da oposição, o sofrimento em que vivem os moçambicanos nos campos dos deslocados, aliadas ao sangue derramado dos inocentes e ao luto que enche muitas famílias de dor, medo, incerteza e desespero, nomeadamente em Nampula, Nhamatanda, Homoíne, Funhalouro e outros locais, afectaram a minha consciência e constituíram determinantes que ditaram a minha decisão de não aceitar receber a condecoração”.
Por esta razão, o presidente do PDD é de opinião de que o Governo devia estar mais preocupado em restabelecer a paz no país e não em condecorações. “A condecoração de cidadãos que se notabilizaram pela paz deve ser feita, em regra, em momentos de paz e na data de celebração da Paz e Reconciliação Nacional, o dia 4 de Outubro”. Refira-se que Raul Domingos ia receber a distinção “Ordem 4 de Outubro do Primeiro Grau”.
Partidarização do Estado
Outra violação ao Acordo Geral de Paz, segundo o antigo chefe das Relações Exteriores da Renamo, que depois viria a fundar o PDD, tem a ver com partidarização do Estado, por parte do partido no poder, a Frelimo. No seu entender, o Estado deve ser neutro no tratamento dos cidadãos, o que não acontece no país, daí que os moçambicanos sempre se queixa(ra) m das desigualdades e falta de oportunidades. “Há moçambicanos que confundem o Estado com a Frelimo. Há células do partido Frelimo em instituições do Estado”.
“Neste momento que estamos a falar, todos os funcionários do Estado são membros do partido no poder, e aqueles que não aceitam essa condição correm o risco de perder os seus cargos de chefia ou de serem excluídos da promoção ou progressão”, assevera. Recorde-se que a despartidarização do Estado é um dos pontos (o segundo) da agenda do diálogo entre o Governo e a Renamo.
13 de Fevereiro de 2014
Jornal "A Verdade"
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Posted: 05 Feb 2014 01:54 PM PST
Li todas as notícias relativas ao testamento de Nelson Mandela e não coloco em causa os bens que deixou.
A minha grande decepção foi ter entregue a quase totalidade da herança à Sra. Graça Machel com quem casou há uns anos.
Não questiono o passado de Nelson Mandela, que foi um grande herói da liberdade para o seu povo e que, como presidente, foi um exemplo de tolerância num país vitimado por ódios racistas.
O que me leva a escrever este artigo é o facto de Graça Machel seja a sua principal herdeira.
Ora esta senhora que foi amante e depois esposa do “carniceiro” Samora Machel deve muitas explicações ao povo moçambicano, a começar pelo assassinato da Josina Machel.
Deve, também, explicações pelos crimes cometidos pelo governo da Frelimo, a começar pela eliminação dos opositores políticos, como Uria Simango, Joana Simeão, Celina Simango, Paulo Gumane, Mateus Gwengere, Lázaro Kavandame, Paulo Mondlane e muitos outros, quando esta fulana já era ministra do primeiro governo do Samora Machel.
Como governante, deu cobertura à deslocalização de populações para os chamados Campos de Reeducação do Niassa, Cabo Delgado e Zambézia, que não eram mais do que campos de extermínio.
Deu cobertura, também, aos desmandos do Armando Guebuza, quando este biltre, com a sua lei “20/40” despojou Moçambique dos seus melhores quadros.
É por isto que eu considero que o testamento de Nelson Mandela é uma grande decepção e que nada tem a ver com o que foi a sua vida.
Ovar, 5 de Fevereiro de 2014
Álvaro Teixeira (GE)
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Posted: 25 Jan 2014 11:18 AM PST
Dizia eu que os jornalistas estavam à ilharga, a esfregar as mãos de excitação e contentamento, tal era a certeza da iminente "savimbizacao" de Afonso Dlhakama. Entretanto, alguém alertou ao general que a intenção das tropas de Xicalango era de tomar de assalto a sua residência e assassina-lo junto com os seus. No mesmo instante Dlhakama ordena a evacuação imediata dos Mazangas, Macuianes, Pondeca, entre outros peso pesados do partido, cuja passagem do posto de controle já ocupado em Mucodza foi objecto de sérias negociações, que incluiu alguns empurrões e rasteiras, visto que a intenção mesmo era de aniquilar toda liderança suprema do movimento dentro de Satungira.
Enquanto Dlhakama estava ainda atrapalhado a orientar a evacuação do restante pessoal, os comandos do Xicalango, num total de 70 homens aproximadamente, se esgueiravam sorrateira e silenciosamente para as as matchessas, em manobras de cerco e flanquearam todas saídas do local. Segundo se apurou, os 'donos da montanha' proibiram terminantemente que a guarnição do general alinhasse em formação de combate, aludindo que os espíritos protegeriam os hóspedes (toda a equipe do general), pelo que estes estavam na pratica apenas restritos ao quintal das matchessas, exceptuando o pessoal das cancelas.
De repente, soam vários tiros a curta distancia por todos lados, era a guarda pessoal do líder da Renamo que entrava em ação contra os vários comandos que emergiram do nada entre os arbustos próximos. Num combate quase corpo a corpo e com Dlhakama ainda sentado numa cadeira como se estivesse a assistir um vídeo game, os 14 guardas de Dlhakama conseguiram desbaratar os intrusos, abatendo 52 deles contra nenhuma perda dos guardiões perdizes. Quando Xicalango é comunicado do seu posto na antena que a operação fracassou, ordena um bombardeamento de saturação indiscriminado durante mais de uma hora, tendo Dlhakama se retirado junto do seu staff andando calmamente, deixando para trás todos os bens que incluíam viaturas. Depois dos bombardeamentos cegos, as forças do comando acompanhadas por blindados, rolam em direção as matchessas, encontrando-as abandonadas. Quando o ditador foi informado do fracasso da operação, ele soube a partir daquele momento que tinha-se metido num grande sarilho! A festa do Monte Verde foi cancelada e o ditador regressou abruptamente a Maputo. Dizem que as tropas do Xicalango tentaram encetar perseguição pelas montanhas e foi ai que entraram em ação os 'donos da montanha'.
Mas os sequazes do ditador tentaram o plano B, seguindo dicas do Xicalango, alegando que matando o patriarca e régulo Magunde, o pai do Dlhakama, era a "arma secreta" do general para ser vencido, o que também não deu resultado nenhum porque isso era totalmente falso e fantasioso. Volvidos alguns dias, Guebuza envia a Gorongosa o seu cunhado, o tenente-general na reserva Tobias Dai, ex-ministro da Defesa para coordenar uma super operação especial que envolvia tropas de elite mercenárias zimbabweanas e muito provavelmente angolanas mas em uniforme das Fadm. Tobias Dai foi estrategicamente escalado em Gorongosa com chefe da campanha do partido para as autárquicas mas não isso era um disfarce para enganar os distraídos.
Mas todas as tentativas dos comandos para escalar a serra resultaram num fracasso retumbante e foram repelidas com tremendas baixas incluindo a captura de consideráveis quantidade de armas. O desastre foi de grandes proporções. Lembro-me de uma vez quando chegaram ao hospital local em plena manha vários militares feridos terrivelmente e a gritar ruidosamente feito crianças chorosas, fazendo os utentes fugirem por horror e pânico. Agora querem tentar usar armas superiores proibidas pela convenção de Viena como o temível lança-chamas russo "buratino", com intuito de abrir passagem pelas montanhas mas nenhuma ciência vencera o espirito da montanha de Gorongosa.
Ovar, 25 de Janeiro de 2014
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Posted: 08 Jan 2014 12:34 PM PST
Em dois confrontos separados as forcas governamentais que se desdobram numa ofensiva contra os guerrilheiros da renamo sofreram na manha de hoje grandes perdas humanas. O primeiro confronto registou na zona de Nhampoca, distrito de Nhamatanda, proximo de rio pungue, onde uma companhia das FADM foi emboscadas e sofreram 19 baixas fatais, varios feridos e perda de armas devido a debandada provocada pela surpresa.
Ja na zona de Nhamacuenguere, algures entre Dondo e Muanza, no troço em terra batida que vai a Inhaminga, uma outra companhia que se dirigia em direccao a uma suposta base de homens armados da renamo existente naquela area, foi surpreendida com uma emboscada tendo sofrido grandes baixas, 22 mortos e varios feridos. Tambem houve perdas de armas. Em ambas emboscadas as fadm foram surpreendidos com fogo intenso a curta distancia, dai as baixas serem pesadas.
Ainda na senda do conflito armado, reina em homoine um ambiente bastante tenso, agravado pelo facto de a fir ter prendido hoje um lendario grande ex-comandante da renamo, Bernardo da Silva Guambe, mais conhecido por "Nhangongorane". Ele foi preso hoje no seu estaleiro na vila de Homoine, acusado de ser espiao. Teme-se um ataque da renamo a esquadra local, pelo que as populacoes estao a fugir da vila.
NOTA:
Hoje e daqui, apelo ao antigo colega do Liceu Salazar, Joaquim Chissano, para que, com a autoridade que te advem de um passado vivido dentro da FRELIMO, de quem és Presidente Honorário, continue "apenas a ouvir" este teu tão profundo silêncio. Se queres deixar de ser apenas "mais um", fala fomem de Deus!
Se assim não procederes, a já pouca consideração que tinha por ti, lamento dizê-lo, não será nenhuma. O que te não fará diferença, acredito.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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Posted: 28 Dec 2013 03:34 PM PST
Por Carlos Nuno Castel-Branco
Senhor Presidente, você está fora de controlo. Depois de ter gasto um mandato inteiro a inventar insultos para quem quer que seja que tenha ideias sobre os problemas nacionais, em vez de criar oportunidades para beneficiar da experiência e conhecimentos dessas pessoas, agora você acusou os media de serem culpados da crise política… nacional e mandou atacar as sedes políticas da Renamo.
A crise político-militar que se está a isntalar a grande velocidade faz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes, Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadores militares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos, foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquanto serviam os interesses desse grande capital, e no fim cairam.
Será que você, senhor Presidente, se prepara para a fascização completa do País? Destruir a Renamo, militarmente, é um pretexto. Fazer renascer a guerra é um pretexto. Parte do problema dos raptos – não todo – e do crime e caos urbano é um pretexto. Permitir a penetração da Al Quaeda em Moçambique é um pretexto. Pretexto para quê? Para suspender a constituição e aniquilar todas as formas de oposição, atirando depois as culpas para os raptores e outros criminosos e terroristas, ou para aniquilá-los em nome da luta pela estabilidade.
Senhor Presidente, você pode estar a querer fascizar o País, mas não se esqueça que a sua imagem e a do seu partido estão muito descredibilizadas – por causa de si e do seu exército de lambe botas. E essa credibilidade não se recupera com palavars e com mortos. Só se pode recuperar com a paz e a justiça social. O que prefere, tornar-se num fascista desprezível e, a longo prazo, vencido? Ou um cidadão consciente e respnsável que defendeu e manteve a paz e sugurança dos cidadãos, evitando a guerra e combatendo o crime?
Senhor Presidente, você tem que ser parte da solução porque você é uma garnde causa do problema. Ao longo de dois mandatos, quem se rodeou de lambe botas que lhe mentem todos os dias, inventam relatórios falsos e o assessoram com premissas falsas? Quem deu botas a lamber e se satisfez com isso, com as lambidelas? Quem se isolou dos que realmente o queriam ajudar por quererem ajudar Moçambique e os moçambicanos, sem pretenderem usufruir de benefícios pessoais? Quem preferiu criar uma equipa de assessores estrangeiros ligados ao grande capital multinacional em vez de ouvir as vozes nacionais ligadas aos que trabalham honestamente? Quem insultou, e continua a insultar, os cidadãos que apontam problemas e soluções porque querem uma vida melhor para todos (meamo podendo estar errados, honestamente lutam por uma vida melhor para todos)?
Quem acusa os pobres de serem preguiçosos e de não quererem deixar de ser pobres? Quem no principio e fim dos discursos fala do maravilhoso povo, mas enche o meio com insultos e desprezo por esse mesmo povo?
Quem escolheu o caminho da guerra e a está a alimentar, mesmo contra a vontade do povo maravilhoso? Quem diz que a guerra, e o desastre humanitário a ela associado, é um teste à verdadeira vontade de paz do povo maravilhoso? Por outras palavras, quem faz testes politicos com a vida do povo maravilhoso? Quem deixa andar o crime, a violência e a pobreza, quem deixa andar a corrupção, o compadrio e as associações criminosas? Quem nomeia, ou aceita a nomeação, de um criminoso condenado a prisão maior para comandante de uma das principais forças policiais no centro do país?
Quem se apropria de toda a riqueza e ao povo maravilhoso oferece discursos e dessse maravilhoso povo quer retirar (ou gerir, como o senhor diz) qualquer expectativa? Quem só se preocupa com os recursos que estão em baixo do solo, mandando passear as pessoas,os problemas e as opções de vida construídas em cima desse solo? Quem privatiza os benefícios económicos e financeiros dos grandes projectos, e depois mente dizendo que ainda não existem?
Quem se defende nos media internacionais dizendo que passou todos os seus negocios para os familiares enquanto é presidente – e quem é suficientemente idiota para aceitar isto como argumento e como defesa?
Quem divide moçambicanos em termos raciais e étnicos, regionais e tribais, religiosos e políticos – já agora, o que são moçambicanos de gema? Serão os autómatos despersonalizados e ambiciosos que nascem das gemas dos seus patos? O que são moçambicanos de origem asiática, europeia ou africana – são moçambicanos ou não são?
Quem ficou tão descontrolado que hoje acusa os media de serem criadores do clima que se vive no país – foram os media que se apropriaram das terras, iniciaram uma guerra, deixam andar o crime urbano e foram pedir conselhos ao Zé Du? Que tipo de media você quer? Um jornal noticias que não tem uma referência destacada a três grandes manifestações populares pela paz e seguranca e justiça social que aconteceram ontem no nosso país, embora tenha uma noticia sobre manifestações contra violações no Quénia? Porque é que as manifestações dos outros são verdade e as nossas mentira?
E, já agora, senhor Presidente, pode esclarecer-nos quem matou Samora?
Senhor Presidente, você não merece representar a pérola do Indico nem liderar o seu povo maravilhoso. E desmerece-o mais cada dia. Você foi um combatente da luta de libertação nacional e um poeta do combate libertador, mas hoje não posso ter a certeza que liberdade e justiça tenham sido seus objectivos nessa luta heróica.
O povo maravilhoso, ontem, prestou homenagem a Mocambique, a Mondlane e Samora, aos valores mais profundos da moçambicanidade cidadã e da cidadania moçambicana. Foi bonito ver as pessoas a manifestarem-se por causas justas comuns, a partilharem a água e as bolachas, a abraçarem-se e distribuirem sorrisos, a apanharem o lixo que uma tão grande multidão não poderia deixar de criar. Foi bonito ver quão bonitos e cívicos Moçambique e os moçambicanos, na sua variedade, são. Foi bonito ver os cidadãos aplaudirem a polícia honesta e abraçarem os seus carros, e os polícias absterem-se de atacar os cidadão. Foi bonito ver que conseguimos juntar uma multidão consciente, cívica e honesta, que o seu porta voz partidário, Damião José, foi incapaz de desmobilizar. Foi bonito ver a bandeira e o hino nacionais a cobrirem todos os moçambicanos, moçambicanos que são só moçambicanos e nada mais.
E no seu civismo e afrimação da cidadania moçambicana, esta multidão para si só tinha três palavras: “fora, fora, fora”. Tenha dignidade e, pelo menos uma vez na vida, respeite os desejos do povo. Reuna os seus patos e saia, saia enquanto ainda há portas abertas para sair e tempo para caminhar. Não tente lutar até ao fim. Isso só vai trazer tragédia, mortes e sofrimento para todos e, no fim, inevitavelmente, você e todos os outros belicistas, criminosos e aspirantes a fascistas, sejam de que partido forem, serão atirados para o caixote do lixo da história. Saia enquanto é tempo, e faça-o com dignidade. Ninguém se esquecerá do que você fez – de bem e de mal – mas perdoa-lo-emos pelo mal por, pelo menos no fim, ter evitado uma tragédia social e saído com dignidade.
Que, pelo menos, o seu último acto seja digno e merecedor deste povo maravilhoso. E, enquanto se prepara para sair, por favor devolva ao país e ao Estado a riqueza de que você, a sua família e o seu grupo de vassalos e parceiros multinacionais se apropriaram. Leve os seus patos mas deixe o resto. E, por favor, use as presidências abertas, pela última vez, mas para se despedir, pedir desculpas e devolver a riqueza roubada.
Saia, senhor Presidente, enquanto ainda é suficientemente Presidente para sair pelas suas próprias pernas.
Você sabe, de certeza, o que quer dizer “A Luta Continua!” Então, saia.
E não perca tempo a abater ou mandar abater ou encorajar a abater ou deixar abater alvos seleccionados, sejam eles quem forem. O sangue de cada um desses alvos só vai engrossar ainda mais o rio em cheia que o atirará a si, e seus discípulos, como carga impura, para as margens do rio poderoso fertilizadas pela luta popular. O povo não morre, e é o povo, não um alvo seleccionado, seja quem for, quem faz a revolução. Não se esqueça que a fúria do rio em cheia é proporcional à água que nele flui e à pressão que sobre ele exercem as margens opressoras.
Senhor Presidente, não tente fascizar Moçambique. Se o fizer, pode levar tempo, podem muitas vidas ser encurtadas pelas suas forças repressivas de elite, mas se seguir este caminho, você sairá derrotado. A história não perdoa.
Adeus, senhor Presidente, vá descansar na sua quinta com a sua família e dê à paz e à justiça social uma oportunidade nesta pérola do Índico e em benefício do seu maravilhoso povo. Por favor.
Não lhe queremos mal. Mas, acima de tudo, queremos a paz e que os benefícios do trabalho fluam para todos.
Fonte: http://www.mozmaniacos.
Grupos Especiais - Moçambique
28 de Dedembro de 2013
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Posted: 29 Oct 2013 08:12 AM PDT
CANAL DE OPINIÃO por Noé Nhantumbo
Tragam os “libertadores” à mesa e que se expliquem…
Alas se digladiando e o povo sucumbindo…
Algumas das causas da crise actual no País remontam dos tempos em que se combatia contra o colonialismo português.
Aquela intolerância quase sempre característica de uma liderança que não admitia concorrência ou pontos de vista contrários aos seus evidencia-se os dias de hoje.
Quando se fala de caldo entornado ou se entornando refere-se ao facto de que o diálogo supostamente destinado a produzir consensos apaziguadores e um ambiente de confiança entre as partes desavindas.
Se hoje aparece a Renamo contra a Frelimo antes a oposição era dentro da mesma Frelimo e um tratamento de choque radical foi a escolha de ala contra a outra. Assassinatos políticos caracterizaram os primórdios da independência sob a justificação de que se travava de contra-revolucionários que estavam atentando contra os interesses dos moçambicanos, foram chamados de traidores e sem direito a julgamento foram mortos.
Agora que a propalada revolução “morreu de morte morta” onde estão os revolucionários e os contra-revolucionários?
Se temos alas goesas, guebusinas, chissanista dentro da Frelimo quem põe o “guizo ao gato”?
Andaram dizendo tanto para neste momento estarmos no fundo do poço do capitalismo selvagem? Como explicar que se tenha promovido tanta intolerância que levou ao extermínio de “camaradas”?
Não se pode questionar a necessidade de obediência a critérios no processo de uma política e militar desigual e dependente de altos níveis de inteligência e secretismo operacional.
Não se pode recusar que “a revolução defende-se”. Mas onde sempre esteve tal revolução? O mecanicismo socialista ou revolucionário proposto e imposto era a tal revolução que visava criar o “homem novo”?
Tudo indica que o combate visava uma bandeira diferente mas que seus líderes estavam mais inclinados em replicar o modelo de vida das elites “revolucionárias” soviéticas e chinesas. Uma classe de funcionários do partido obedecendo as instruções e orientações de uma liderança quase não humana, infalível deveria assegurar através do trabalho demilhões de pessoas que os especiais e eleitos tivessem todos os dias caviar e champanhe.
Negar este sistema era motivo suficiente para ser detido, preso, interrogado e deportado para campos chamados de reeducação. Alguns altos representantes da “linha revolucionária” triunfante ainda manifestam pesar por não existirem mais campos de reeducação e Moçambique.
Esta é a realidade moçambicana. Uns querendo sempre se impor a maioria em nome e com base na sua participação na luta armada de libertação nacional e outros tendo que se resignar à sorte de cidadãos de segunda.
Agora que se lançou uma ofensiva contra parte daqueles que se declaravam guardiões da revolução, a “famigerada” ala de Goa muitos se admiram da desfaçatez de ex-camaradas. Mas na essência é a roda da história de um movimento político que cresceu cultivando a intolerância.
Nestes dias em que se agudizam sinais de uma tentativa de reinstalação de uma atmosfera ditatorial e de eliminação da oposição só pudemos falar de um recuo real de tudo que parecia alcançado e assegurado.
Tratar as questões por fases, primeiro inviabilizar a Renamo e depois lidar com o MDM pode ser a estratégia eleita.
Combinar a obediência a uma liderança que soube eliminar silenciosamente a oposição interna no partido e tomar contra dos instrumentos económicos e financeiros está seguido à risca.
Sejamos coerentes e encontraremos algumas verdades que não nos querem dizer. O congresso de Pemba foi crucial para obliterar a oposição no seio da Frelimo. Quando os “históricos” são relegados a peças de museu e não lhes é permitido pronunciarem--se é indicativo inequívoco de um assalto ao poder com todas as suas consequências.
Não sejamos cegos nem surdos num momento grave da história nacional.
Moçambique pode descambar para uma ditadura sanguinolenta a qualquer momento.
É da responsabilidade de todos alguma coisa fazer para travar gente com apetites devoradores.
Não se pode um dia que seja na denúncia de atitudes e procedimentos contrários a conivência democrática pois esta é a única que pode garantir a paz, estabilidade e desenvolvimento em Moçambique.
O jogo da constitucionalidade é praticado pelos que se querem perpetuar no poder.
Aí esgrimem todos os trunfos e recusam qualquer cedência.
A paridade não é nenhum diabo que vai interromper o tal apregoado desenvolvimento, pelo contrário.
O que não foi resolvido a contento aquando do AGP pode muito bem ser corrigido com frontalidade, abertura e sobretudo sem subterfúgios.
Nunca é tarde para defendermos nosso País e seu povo das garras dos abutres…
(Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 29.10.2013
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Posted: 13 Oct 2013 12:05 PM PDT
Respondam-me a estas inquietações, sem rodeios!
Quando alguém assume um compromisso, sobretudo de natureza social, deve rigorosamente cumpri-lo sob pena de defraudar os anseios de quem dele espera lealdade. Um compromisso é um pacto social, com o grupo social que se pretende servir.
Quando comecei a escrever estas linhas mostrando as minhas inquietações, eu tinha a plena consciência de que a capacidade de análise não é propriedade somente minha, mas sim um direito inalienável de pensar de todos e liberdade constitucional de cada um colocar publicamente as suas ideias.
Os meus parabéns a todos aqueles que não comungam comigo o mesmo pensamento, mas aceitam debater ideias e não têm o preconceito de que são ideias de colonialismo em todas as suas dimensões e premissas, nacionalismo, patriotismo, regionalismo, capitalismo, imperialismo, corrupção, esclavagismo e racismo, entre outros, ismos que foram combatidos com vista a trazer a construção de uma sociedade equilibrada diferente da que hoje observo: – Um fosso abismal entre novos ricos e os mesmos pobres de ontem.
E a pergunta que paira em mim é: foi este o sentido de orientação da luta de libertação? Se temos companheiros que tombaram porque tinham ideias de enriquecimento ilícito donde vem esta ideia e, porque é que hoje independentes não nos esforçamos no sentido de se enriquecer honestamente e não a custa do erário público e com comissões de delapidação dos recursos públicos que são de todos?
Setembro passado, iniciei a mostra das minhas inquietações que, afinal são de uma maioria significativa dos cidadãos que, diariamente nas barracas, nos “chapas”, nos mercados em convívios, nos falecimentos não falam de mais nada senão indignarem-se com a pergunta ( kasi a huma kwini ye lwe wa nuna a hi disaka a khay khay, a djula yini lepswi a ganyiki), afinal quem é este homem que nos faz comer o pão que o diabo amassou, o que pretende se já está rico?
Senhoras e senhores libertadores da pátria, quando vos pergunto não é porque todos vós estais na lista dos corruptos ou sejam insensíveis é pelo facto do vosso silêncio que aos olhos de todos significa ou medo de quê, não sei, ou aceitação do que se está a passar no pais, ora senão vejamos:
Tal como afirmei anteriormente, o cidadão Joaquim Chissano deixou a Presidência deste país, tendo aceitado transformar a governação do partido único em multipartidarismo, celebrado o acordo geral de paz que devolveu a tranquilidade, irmandade e paz aos moçambicanos.
Entre outras coisas, iniciou a reconstrução do país devastado pela guerra, permitiu a realização de eleições mais ou menos pacíficas e trouxe a liberdade de expressão e de associação e, quando chegou a vez de lhe tirarem saíu e, soubemos anos luz quem o iria suceder.
Sim, houve problemas na governação de Chissano mas não atingiu tamanha dimensão como estamos hoje, por exemplo, com o Presidente Guebuza.
Este, quando iniciou a sua governação começou por ridicularizar o seu antecessor e todos os que com ele governaram de possuírem o espírito do “deixa andar”, mas nenhum de vós se insurgiu, incluindo o próprio Chissano. De quê tinham medo?
Iniciou com o culto de personalidade, mas nenhum de vós se insurgiu, lembrando que na Frelimo os dirigentes são os primeiros no trabalho e últimos nos benefícios.
Quando iniciou com celebração dos seus negócios de uma forma galopante, pegando tudo o que é negócio para si e para a sua filha ninguém se insurgiu de dentro da Frelimo senão os médias a denunciarem e a espera do vosso pronunciamento já que na Frelimo houve pessoas que foram executadas e expulsas porque entendiam de negócios. Será que foram eliminadas para outros entrarem na concorrência?
Então porque nos mentiram dizendo que eram reaccionários?
Quando iniciou a campanha contra a democracia permitindo que jovens incendiassem, perseguissem e espancassem quem não é do partido Frelimo, nenhum de vós se insurgiu, dizendo que a Frelimo é um partido dos moçambicanos. Um partido pacífico, aglutinador e de paz que lutou para que todos nós possamos viver em paz e harmonia. Aplaudiram ou se entristeceram no íntimo, quando isto aconteceu?
E, quando começou a perseguição de todos os que são a favor de Chissano ou mesmo da sua forma de trabalho, o que fizeram? Perguntem ao Frangoulis como se sente com a sua família e quem dele hoje se aproxima? Perguntem ainda ao Manhenje e outros, só para dar alguns exemplos, mas na verdade são muitas as pessoas que nos relatam as suas peripécias de medo e terror e nenhum de vós influentes se indignou e se insurgiu. Será que anuíram? Uma nota estou a ler um livro interessante de Dalila Cabrita e é tão interessante que no triste e doloroso julgamento que Samora fez aos ex-presos políticos dois grandes homens se posicionaram contra o fuzilamento daqueles em particular ao Matias Mboa marido da falecida Ivete a quem considero Herói vivo e são Joaquim Alberto Chissano e Mariano Matsinhe o que mostra que as suas idias eram contrarias as de todos e hoje que medo teem? Já nessa altura dizia-se que não se queria imperialistas e exploradores ou entendem que só é explorador quando se tem outra cor se olharmos a dimensão de choros dos trabalhadores das mpresas de segurança onde quem são os donos? A exploração dos trabalhadores da track e quem são os donos? A exploração dos automobilistas que pagam as portagens e espatifam carros pelas más condições da N4 só e só em Moçambique que vergonha. Os trabalhadores da Mozal Vales e outros e que ate o racismo de senfreado e todos gritam de igualdade qual igualdade racismo com nosso governo é pior que racismo de colono porque o colono é passageiro.
Apesar de eu ter colocado na lista dos questionados, sinto pena quando o Jorge Rebelo é tratado como está sendo tratado, esquecendo-se que ele contribuiu muito para se fazer esta pátria, mesmo com erros mas está limpo de dignidade. Quem de vós terá tanta dignidade como ele, para lhe tratarem assim com desprezo? Pensem no que estão a semear, porque quem semeia ventos colhe tempestades.
Quando sob o vosso olhar impávido e serenos olham para as populações serem despojadas das suas terras pelas empresas onde Guebuza e seus filhos são sócios, o que dizem? Porque eu, como Mabota, apareço e digo não, e defendo sem capacidade o fim do sistema corrupto da nossa justiça. Olhem que quando Chissano deixou o poder os cidadãos confiavam mais no Presidente da República, ONGs e igrejas do que em outras instituições.
Hoje só confiam em ONGs e midias que são entulhados pela propaganda malévola e triunfalista do regime. Senhoras e senhores libertadores, hoje já não se ensina a ler, escrever e interpretar. Cada palavra de qualquer pessoa, até do papa, é alvo de uma análise profunda e de críticas. É, por isso, que tudo o que fazem é alvo de reparos. Se ontem poderíamos dizer a quase tudo sim, senhor, hoje não, porque qualquer passo deve ter o porquê e para quê.
Quando Guebuza começa a chamar para si todos os feitos, então a sociedade chama para ele todos os males. Como é que os dirigentes dele cá fora dizem uma coisa e lá dentro ou calam ou lhe ajudam a entrar na fossa e ninguém diz nada?
Como é que cada frase que tira ou ideia que lança é mal recebida. Quando diz vamos plantar Jatropha, todo o cidadão, pergunta para quê? O que é isso? Vai queimar a terra. Quando fala de revolução Verde, que revolução? Geração da viragem, virar para onde? Já o Padre Couto, quando Reitor da UEM questionava isso. Trata os seus críticos de Apóstolos da desgraça, quantos? se Cristo só tinha 12…, afinal com quem dialoga?
Em estados normais existem homens grandes de barba branca e cabelos brancos cuja função é estudar e aconselhar o poder e não um grupo de amigos que comem com o chefe de estado. Lembrem-se que os que lhe aconselham a esse tipo de governação vão cair com ele como caiu o Mobuto , que até era o mais rico de África e, nem sequer teve dignidade de ser enterrado no seu solo pátrio. Sorte idêntca teve Idi Amin Dada que até comia carne de gente (canibalismo) para mostrar o seu poder e valentia mas morreu como um desgraçado fora do seu solo pátrio. Já muito recentemente, temos o exemplo do General Kadafi que possuía pistola de ouro e morreu por onde passam fezes. Quem nao se lembra ainda hoje de Sadam Hussein que possuía 100 carros e casa cheia de ouro e morreu como um macaco no mato e a barba cheia de piolhos. Este poderoso homem forte do Iraque era tão temido como um Hitler que no seu tempo tinha, Joseph Goebbls, como seu ministro de propaganda, o qual fazia propaganda falsa de como este era querido, mas teve de se suicidar como um ladrão desesperado. Tal foi o fim trágico do homem que o mundo temia.
Sabem, senhoras e senhores libertadores, aprendam de Mandela que lhe retardam a morte pela sua humildade. Ele espera que o digam, Mandela querido, e não apregoa por aí a ninguém que eu sofri na cadeia, por isso, deixem-me ter tudo o que não tive. Certamente, como qualquer outro ser humano, ele, sim, passará da terra mas na mente de gerações não passará jamais. Será como Cristo e Maomé que são filhos de Deus e jamais passarão da boca dos seres vivos a bendizerem-lhes.
O mundo de hoje está no mesmo quintal mas em quartos separados, nada se perpetuará de acordo com o que cada um de nós quer. Isto quer dizer que, temos de fazer algo em prol da comunidade para que seja ela a louvar os nossos feitos e não nos esgrimir em elogios pessoais, ou culto de personalidade para mostrar o que fizemos, as obras devem falar por si.
Sempre com a promessa de um dia voltar, termino questionando como é que o pais é dirigido por este homem que tanto sofrimento causa ao povo? Vamos analisar friamente esta questão para me dizerem se tenho ou não razões de me inquietar! Voltarei na III.
Maria Alice Mabota
Nota. Ao respeitado Adelino Buque, devo dizer que tem razão de sobra sobre o que viu na internet sobre o cidadão Armando Emílio Guebuza. O meu interesse não é o local e a data do seu nascimento. Quero, é, saber que antecedentes sobre apetência e ostentação de riqueza tinha este homem durante a luta de libertação nacional. A informação que temos é que a Frelimo era contra a apropriação da riqueza nacional nas mãos de poucos e hoje o seu dirigente máximo faz o contrário. Nas suas mãos e de sua família está acumulada ilicitamente grande parte da riqueza de Moçambique. Que eu saiba, Adelino Buque, que me responde, não é combatente da luta de libertação, mas não é por isso que devo limitar a sua opinião. Todos temos o nosso contributo a dar, mas esta carta é especificamente dirigida aos prestigiados libertadores da pátria moçambicana do jugo colonial português que ontem combatiam isso. Sobre este acalorado debate, que já está a começar, é momento para recordar o falecido jornalista, Carlos Cardoso, quando dizia “no oficio da verdade é proibido pôr algemas nas palavras”.
13 de Outubro 2013
Alice Mabota
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Posted: 10 Oct 2013 08:07 AM PDT
Por: Maria Alice Mabota
Sr. Director!
Peço à V. Excia para que aceite o meu pedido de publicação desta carta no jornal que sabiamente dirige.
Não sou jovem, pertenço à geração dos da luta armada. Não fui à luta armada porque nem todos deveríamos lá ir e nem tive condições para o efeito.
Naturalmente, compreendi as razões da luta armada de libertação em 1970 e, a partir daí apoiei e acreditei no que a falecida Ivete Mboa, na altura, me dizia.
Entre muitas coisas, ela vincava que lutar para libertar a terra e os homens do jugo colonial português era uma acção justa, pois o sistema vigente era uma coisa dolorosa e detestável. Ela comparava o colonialismo a alguém que sofria de falta de tudo e que viesse à sua casa pedir para ser acolhido e depois se tornar dono(a) da casa.
Chegou o 25 de Abril de 1974 e, o grupo Massinga, Taurino Migano, Sumbana, Muthemba e outros juntaram alguns jovens, na altura, para chamá-los à consciência sobre a luta de libertação e, que o futuro ainda era incerto, havendo assim a necessidade de se avançar para várias frentes.
A mim, Ana Maria , Guilhermina, Calisto e Milagre Mazuze coube-nos o trabalho de mobilização na zona sul e, infelizmente, a caminho de Chibuto tivemos um grande acidente donde saí sem uma única lesão, mas os meus colegas ficaram feridos. Porém, antes trabalhei na organização das mulheres para a causa da luta pela formação da nova sociedade, por isso, fui da OMM.
Acreditei e li em livros, dizendo que a Frelimo era um movimento de massas, um movimento anti-colonialista, anti-capitalista, anti-racista, anti-regionalista, anti-corrupção de tal sorte que ter amante, na altura, era visto como uma pessoa corrupta. Nunca na época se vislumbrava a dimensão da actual corrupção, daí o facto de ter aderido à revolução encabeçada pela Frelimo com maior vigor por acreditar nos seus ideais.
A avidez por dinheiro era impensável; quanto a mim, o dinheiro, esse sim, era necessário para a satisfação das necessidades básicas, mas tudo o que era ambição exagerada era combatido. Talvez o básico mesmo era suficiente, pois com 5.50 (cinco escudos e cinquenta centavos) dava para um litro de gasolina normal para o meu Volkswagen 1200 que eu tinha e dei boleia a muitos que chegaram da luta de libertação e que, na altura, nem sabiam comer com faca e garfo na mesa.
Anos depois, apesar da sobrevivência com repolho, farinha amarela e peixe sem cabeça que nunca cheguei a saber que peixe era, vivíamos moralmente felizes e, é por isso que aceitávamos ir à machamba do povo, limpar as estradas, ir à colheita do arroz no Chókwè com Jorge Tembe,na altura, Director do Complexo Agro-Industrial do Limpopo, ex- colonato do Limpopo.
Mas, deixo para os historiadores o relato das várias etapas por que passou este país e vamos agora à minha indignação dirigida às senhoras e aos senhores libertadores da pátria amada:
DEOLINDA GUEZIMANE,
GRAÇA MACHEL,
MARINA PACHINUAPA,
MONICA CHITUPILA,
MARCELINO DOS SANTOS,
JORGE REBELO,
JOAQUIM CHISSANO,
MARIANO MATSINHE,
ALBERTO CHIPANDE,
RAIMUNDO PACHINUAPA,
SERGIO VIEIRA,
JOAO AMÉRICO MPFUMO,
HAMA THAI,
ÓSCAR MONTEIRO,
PASCOAL MOCUMBI,
PADRE FILIPE COUTO
Vocês todos respondam-me, por favor, quem foi verdadeiramente o combatente Armando Emilio Guebuza?
Sabem porque? Samora deixou o país destruído pela guerra, mas tinha moral, ética, identidade e espírito de unidade nacional. Dizia que lutava pela unidade de todos mesmo que tivesse sido em teoria; ele procurava reflectir a moral do seu povo e ninguém imaginava que o actual presidente estava metido em negócios. Sabem, no meu tempo, filha de uma prostituta subia para o altar de véu e grinalda.
JOAQUIM CHISSANO saiu do poder e deixou os cidadãos com alguma moral e esperança. Que me lembre não deixou muita gente tão descontente como estão os cidadãos hoje, sem esperança, sem moral, sem dignidade onde cada um só pensa em roubar para ser rico. Nunca ouvi o povo tão revoltado e sem esperança como está agora.
Ora, vejamos:
A corrupção aumentou sem qualquer plano de acção para o seu combate;
A incompetência dos governantes acentuou-se mais e passamos a ver ministros que nem sequer sabem o que fazem, não conhecem a casa que governam, os problemas dos seus pelouros e não medem palavras quando se dirigem aos cidadãos; a criminalidade aumentou assustadoramente; a sinistralidade está ceifando vidas diariamente nas estradas; os incêndios jamais vistos ocorrem nesta governação; o branqueamento de capitais, o tráfico de órgãos humanos, drogas e armas fazem parte do sistema de uma forma impune.
Os raptos sucedem-se e atingem números que assustam. A comunidade asiática, apesar de ser composta por moçambicanos com igual direito de protecção, nada é feito para a acudir. No mínimo o estado deve esclarecer este fenómeno que, ultimamente, virou crime organizado com impacto social e económico bastante negativo.
As manifestações de vários segmentos sucedem-se, dia após dia, mas a Polícia de Intervenção Rápida é, de facto, veloz para descarregar sobre cidadãos no gozo dos seus direitos. Para não falar de perseguições consequentes desde o emprego até a casa. Vivemos, sim, momentos de terror e incerteza.
A greve do pessoal da saúde, por duas vezes, sem resposta e que continua silenciosa. Basta ir para qualquer posto de saúde ou hospital para ver como é que o povo sofre. A greve silenciosa na saúde tem efeitos mais nefastos do que a da rua.
Os médicos, enfermeiros, todo o pessoal da saúde e suas famílias continuam a sofrer, ameaças, despedimentos, transferências, descontos, processos disciplinares e humilhações. É para isto que lutaram e pensam que nos libertaram? Libertaram a terra, mas os homens continuam debaixo do sofrimento.
Os dois levantamentos populares aconteceram e marcaram os dois mandatos de Armando Guebuza em que as pessoas procuraram demonstrar a sua revolta ante a má governação. E o governo no lugar de transmitir mensagem de esperança, distanciou-se cada vez mais, matando inocentes.
Senhoras e Senhores libertadores acima citados e outros esclareçam-me:
Quem foi, afinal, Armando Guebuza, ontem, na luta de libertação que tantos anos convosco viveu e não o descobriram que é a pessoa com mais espírito de negócios pessoais, ambição e ganância desmedida. Porquê não descobriram que ele é que poderia virar o país para o abismo e não somente o Lázaro Nkavandame e Urias Simango que os textos parciais da Frelimo tanto nos deliciam?
Digam-me minhas senhoras e meus senhores foi para isto que lutaram e tomaram o poder para num minuto tornar a filha dele a mulher mais rica de Moçambique; não lutaram por uma sociedade equilibrada e de justiça social?
Eu acreditei no socialismo propalado pela Frelimo, não nisto que estou a ver e sentir porque é repugnante. Não tolero mais, confesso, publicamente.
Digam-me minhas senhoras e meus senhores porquê e de que medo têm de o enfrentar e lhe dizerem que esta não é a Frelimo que nós construímos em Junho de 1962? O que vos prende a ele ao ponto de engolir tudo isto? O povo está a sofrer e vocês são cúmplices do sofrimento do povo. A história julgará-vos-à por este silêncio do que pelos crimes que cometeram durante a luta armada de libertação. Porque durante a luta de Libertação todos estávamos convencidos que o colono é que era o nosso inimigo e todo aquele que a ele se aliasse ou tivesse suas atitudes era contra nós. E hoje, porquê o cidadão que já foi amado maltrata o seu povo; persegue-o. Traz exploradores piores que os colonos, pois não sabemos o que irão deixar quando saírem deste solo pátrio onde o colono nos deixou com a terra , os recursos naturais e casas onde hoje habitamos e, arrendamos por dólares sem termos construído.
Sabem, senhoras e senhores libertadores, esta indignação não é só minha é de muitos outros cidadãos e, se não saiem à rua têm medo da FIR que implantaram para maltratarem o povo que vocês lhe tiraram do colonialismo para pessoalmente maltratarem. Nas casas, nas ruas, nas festas e nos “chapas” toda, mas toda a gente só fala da má governação de Guebuza; escutem o jovem que canta a má governação dele, mesmo os que se encontram no poder dizem que o povo tem razão mas que fazer, temos filhos por sustentar e educar; dizem basta ver como ele exonera os seus quadros é humilhante nem parece que merecem dignidade. Eles bajulam, dizendo falem vocês, nós o que queremos é garantir o pão.
O Senhor Joaquim Alberto Chissano na última campanha nas instalações da EMOSE afirmou categoricamente que confia no Guebuza porque o que ele promete cumpre. Recorda-se? Então posso assumir que toda a trama que ele faz é do seu conhecimento e consentimento é assim que combinaram que quando libertarem a terra quem não foi à luta e as outras gerações vão passar mal. Vão nos fazer comer o pão que o diabo amassou e vocês outros senhoras e senhores? Recorda-se que eu, peremptoriamente, lhe afiancei que não iria votar em vós.
Significa isto que nós também deveremos ir à luta para nos libertarmos de vocês?
Porquê quando o saudoso Samora vos aconselhava a não lhe entregarem o poder o chamaram de louco ou alucinado? Desvendam-nos o porquê ele dizia isso .
Senhora Graça Machel:
Como consegues viver, conviver e fazer negócios com esta pessoa que o seu marido dizia abertamente o que representava para o povo? Que consciência pesa sobre si esposa que preserva o nome de uma pessoa que aos olhos do povo era são a conviver e fazer negócios com quem o seu marido não aceitaria fazer. Para Samora vale mais o povo do que o dinheiro e para si vale mais dinheiro do que o Povo. Me responda.
Sabem senhoras e senhores libertadores a escritora e poetiza Noémia de Sousa já dizia que a Africa é mítica.
Sabem porquê? Por causa dos seus mistérios em todas as suas dimensões . Kadafi domou o seu povo, era o mais rico que tinha até uma pistola de ouro os seus cidadãos até tinham casas,comida, enfim o básico, mas como morreu? Porque o povo não tinha liberdades que nasceram com eles os direitos fundamentais, pois a liberdade de pensamento, de manifestação e de reunião é extremamente fundamental para que o individuo viva em paz sem falar por dentro que um dia explode e a explosão, regra geral, mata.
O povo na sua maioria tem saudades de Mondlane que não o conheceu só vocês o conheceram e conheceram os seus feitos; o povo na sua maioria tem saudades de Samora e o povo na sua quase totalidade tem saudades de Joaquim Chissano e perguntam de que medo tem de levar o poder ao Guebuza para pararmos de sofrer. Quem mais terá saudades de Guebuza? A esperança dos cidadãos até crianças é que depressa chegue Novembro de 2014 para se ver livre de Guebuza e sua família.
Os críticos vão me crucificar por esta carta mas eu não vivo para os críticos com interesses, vivo com e para o povo que sofre. Só me vai sacrificar quem com Guebuza desfruta o sabor da libertação. Que o digam os madjermanes; os desmobilizados de Guerra; os antigos combatetes escorraçados das suas habitações; os sofridos médicos e enfermeiros; os expoliados das suas terras a favor da Vale, Pro-Savana, Petroleiros, Gaseiros, Chineses e Brasileiros exploradores, sem dó nem piedade.
Os militares entregues a guerras sem necessidades de novos confrontos, sim essa é herança do Chissano mas ele sabia gerir, não havia rixas. Quem sabem, ele tivesse, neste momento, resolvido tal como soube parar com a guerra dos 16 anos. Sim, ele era diplomata e com calma resolvia os problemas dos cidadãos em momento certo.
Hoje, o espírito do deixa andar virou “xipoko” de roubar os impostos dos cidadãos, “xipoko” do tráfico de drogas e armas , “xipoko” da alta criminalidade, “xipoko” da falsidade dos funcionários públicos. Diariamente só se vê nos jornais funcionários a roubarem dinheiro do povo para não falar dos barões que sacam os cofres do estado para se tornarem ricos de Moçambique a partir do nada.
Acredito que o povo pobre e os cidadãos ricos e honestos vão apoiar esta minha inquietação.
QUEM FOI, QUEM É, O QUE PRETENDE E ONDE QUER CHEGAR O CIDADÃO ARMANDO EMILIO GUEBUZA? Respondam-me senhores libertadores da terra e, vamos friamente analisar a sua governação. Caso seja possível ele interiorizar e corrigir a sua forma de actuação, gostaria de lhe ver a sair do poder pela porta da frente e deixar saudades neste um ano que lhe falta.
Desde a Constituiçao de 1990 até a de 2004 que gozo da liberdade de expressão e de pensamento e, é por isso que escrevo e continuarei a escrever como uma cidadã deste país e não em representação de nenhum grupo ou agenda.
Esperando continuar com vida após esta indignação, despeço-me com a promessa de voltar.
10 de Outubro de 2013
Maria Alice Mabota
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Posted: 10 Sep 2013 01:52 PM PDT
Senhor Guebuza, pare de lixar este País!
Por uma questão de humildade intelectual, devo confessar que o título não é da minha inteira responsabilidade. As palavras originais são de uma humilde senhora que em reacção à interrupção de fornecimento de água por manifesta incompetência do Governo, disse a STV as seguintes palavras: “senhor Guebuza, se não quer Governar nos deixe em paz”! O pronunciamento não podia estar mais imerso no poço da lucidez, tal como a intervenção não podia estar mais inspirada nos mais elementares cânones do patriotismo.
Senhor presidente, tomei a liberdade de lhe escrever este pequeno comentário, para na qualidade de cidadão discordar in toto com os seus procedimentos. Mas, gostaria antes, de lhe informar, caso não saiba, que o senhor Presidente é, neste momento o cidadão mais impopular da nossa praça.
Contrariamente ao que os seus correligionários dizem, o senhor presidente é, simplesmente, o cidadão menos querido de um total de mais de 22 milhões de moçambicanos. E isso não é fixação, senhor Presidente, é a mais crua realidade. Aliás, mais da metade da população moçambicana encontra no senhor Guebuza o culpado pelo seu insucesso, falta de esperança e frustração. Uma das cidadãs é a que teve a oportunidade de o dizer ontem diante de câmaras na televisão.
E esta grossa franja da população tem suas razões. Uns votaram por duas vezes em si e acreditaram no que o senhor andou a prometer durante as duas campanhas eleitorais. Outros simplesmente já o conheciam e não acreditavam no senhor e vêem-se agora a viver o apocalipse político-social de um País que tinha tudo para dar certo, e ser um lugar normal para se viver.
Mas convêm esclarecer-lhe senhor presidente, onde tudo começou. Se bem que Carlos Cardoso em 1997 previu que tudo iria começar com a sua indigitação a candidato à presidência da República. Profecias, embora certas, à parte! tudo começou com a gestão de expectativa. O senhor apresentou-se como o salvador do País, com um discurso intriguista que visava colocar o Presidente Chissano numa situação de vilão. Prometeu acabar com tudo que na sua óptica, foi introduzido por Joaquim Chissano. Mas o tempo e os acontecimentos estão a provar que era tudo mentira! Da corrupção à pobreza, tudo aumentou. Das oportunidades à esperança, tudo privatizou. Liberdades? Simplesmente coarctou-as.
Transformou a Frelimo numa seita religiosa que difunde o medo e o ódio. Medo de Guebuza e ódio a quem não cultua Guebuza. Transformou pessoas inteligentes em autênticos pacóvios. Conseguiu levar jovens com formação superior e com tanta energia e conhecimento, e transformou-os em sindicalistas do delírio. Andam de televisão em televisão e nas redes sociais a demonstrarem a necessidade urgente de um psiquiatra nas suas vidas, tudo em defesa do indefensável materialmente corporizado pelo senhor.
Senhor presidente, o senhor apresentou-se como “salvador” do País, e tudo indica que vai sair certamente, como o “destruidor” do País. Na verdade o senhor Guebuza está agora a ser vítima da sua campanha populista. O que houve na verdade, é uma espécie de “inflação de expectativas” e o correspondente efeito “boomerang” tratado em Marketing político. O senhor inflacionou as expectativas dos eleitores e não conseguiu cumprir um terço daquilo que andou a prometer. Tudo que disse que ia combater triplicou ou quadruplicou no seu reinado. Tudo o que disse que ia dar não deu e acumulou para si. Não é por acaso que todos os seus próximos são os cidadãos mais ricos do País e estão entre os mais ricos de África. Que o diga a sua primogénita filha, senhor presidente.
Nos últimos seis meses, não deixa de ser estranho, senhor presidente, que todos os jornais e televisões abram os seus serviços noticiosos com pessoas vítimas do “Guebuzismo”. Para efeitos deste comentário, vamos defini-los como todos os cidadãos que o senhor está a prejudicar com a sua desgovernação. Ora são funcionários que lhes é negado o direito à greve, ora são médicos a serem detidos, são desmobilizados a serem espancados e detidos ilegalmente, são milhares de jovens licenciados que continuam pendurados nas residências universitárias e terraços sem qualquer tipo de esperança, são jovens que passam a vida a subtrair dias da sua própria esperança de vida com bebidas espirituosas que o senhor deixou entrar como “investimento”, são militantes da oposição a serem perseguidos e detidos ilegalmente, antigos combatentes de que o senhor tanto fala a serem desalojados das casas em que vivem há 38 anos para lugar incerto, é a população que vai ficar sem água nos próximos dias por culpa da arrogância da sua equipa. Até militares já assaltam cidadãos! Todos esses sabem que o culpado de tudo chama-se Armando Guebuza. Todos estes sabem que é Guebuza que está a dar-lhes cabo da vida. Todos esses, sabem que estão como estão, por culpa do senhor Guebuza.
Nas redes sociais só se fala do senhor, pelas mais desprestigiantes motivações. Aliás nas igrejas, nos hospitais, nos bares, nas casas de prostituição, nas escolas, nos “chapas” e nos cafés só se fala do senhor Presidente como o cidadão mais impopular. Os debates televisivos tratam do senhor pela negativa. Todo mundo diz que o senhor está a dar cabo do País. E isso, infelizmente é verdade, senhor Presidente.
Sei que este meu comentário lhe chegará às mãos, e estará um grupo de pessoas a dizer-lhe que tudo isto que aqui elenquei são mentiras inspiradas no antipatriotismo. Sei disso senhor Presidente. Mas se achar que tudo isto é mentira coloque-se o seguinte desafio: entre numa escola, mercado, igreja ou bar e apresente-se como Armando Guebuza e fique atento ao que vai acontecer nos próximos segundos.
O senhor teve o mérito de colocar o País numa situação de extrema pobreza e de falta de esperança já mais visto. Não há registo de tanta miséria nas famílias, e revolta acumulada como agora, excepto quando estávamos em guerra. E isso é obra senhor Presidente! Obra da incapacidade! Em nome do bom senso subscrevo-me com um patriótico pedido que sinceramente espero colher da vossa parte uma afável receptividade: senhor Guebuza, pare de lixar este País!
Maputo, 7 de Setembro de 2013
Cândido José Langa
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Posted: 02 Jun 2013 07:34 AM PDT
Jonathan Llewellyn
Espero que perdoem a um estrangeiro intrometer-se neste grupo, mas é preciso que alguém diga certas verdades.
A insurgência nos territórios ultramarinos portugueses não tinha nada a ver com movimentos nacionalistas. Primeiro, porque não havia (como ainda não há) uma nação angolana, uma nação moçambicana ou uma nação guineense, mas sim diversos povos dentro do mesmo território. E depois, porque os movimentos de guerrilha foram criados e financiados por outros países.
ANGOLA – A UPA, e depois a FNLA, de Holden Roberto foram criadas pelos americanos e financiadas (directamente) pela bem conhecida Fundação Ford e (indirectamente) pela CIA.
O MPLA era um movimento de inspiração soviética, sem implantação tribal, e financiado pela URSS. Agostinho Neto, que começou a ser trabalhado pelos americanos. só depois se virando para a URSS, tinha tais problemas de alcoolismo que já não era de confiança e acabou por morrer num pós-operatório. Foi substituído pelo José Eduardo dos Santos, treinado, financiado e educado pelos soviéticos.
A UNITA começou por ser financiada pela China, mas, como estava mais interessada em lutar contra o MPLA e a FNLA, acabou por ser tolerada e financiada pela África do Sul. Jonas Savimbi era um pragmático que chegou até a um acordo com os portugueses.
MOÇAMBIQUE - A Frelimo foi criada por conta da CIA. O controleiro do Eduardo Mondlane era a própria mulher, Janet, uma americana branca que casou com ele por determinação superior. Mondlane foi assassinado por não dar garantias de fiabilidade, e substituído pelo Samora Machel, que concordou em seguir uma linha marxista semelhante à da vizinha Tanzânia. Quando Portugal abandonou Moçambique, a Frelimo estava em ta estado que só conseguiu aguentar-se com conselheiros do bloco de leste e tropas tanzanianas.
GUINÉ –- O PAIGC formou-se à volta do Amílcar Cabral, um engenheiro agrónomo vagamente comunista que teve logo o apoio do bloco soviético. Era um movimento tão artificial que dependia de quadros maioritàriamente caboverdianos para se aguentar (e em Cabo Verde não houve guerrilha). Expandiu-se sobretudo devido ao apoio da vizinha Guiné-Konakry e do seu ditador Sékou Touré, cujo sonho era eventualmente absorver a Guiné portuguesa.
Em resumo, territórios portugueses foram atacados por forças de guerrilha treinadas, financiadas e armadas por países estrangeiros. Segundo o Direito Internacional, Portugal estava a conduzir uma guerra legítima. E ter combatido em três frentes simultâneas durante 13 anos, estando próximo da vitória em Angola e Moçambique e com a situação controlada na Guiné, é um feito que, militarmente falando, é único na História contemporânea.
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Então porque é que os portugueses parecem ter vergonha de se orgulharem do que conseguiram?
Publicado a 01 de Junho 2013 por Jonathan Llewellyn em "Publicações recentes de outras pessoas".
Ovar, 2 de Junho de 2013
Álvaro Teixeira (GE)
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Posted: 11 Mar 2013 08:54 AM PDT
Hoje, por curiosidade, fui à Wikipédia, a fim consultar algumas biografias e a minha curiosidade levou-me às biografias de Eduardo Mondlane, Filipe Magaia e Josina Machel. Verifiquei que as circunstâncias da suas mortes coincidem, em quase tudo, com as versões da Frelimo e que em nada correspondem à realidade.
As informações que possuo e que têm sido objecto de Posts no meu Blog são-me fornecidas por fontes fidedignas e provenientes de figuras da Frelimo que, como é óbvio, não querem ser identificadas.
Quanto às mortes dos dirigentes da Frelimo a que acima me refiro, tenho a esclarecer o seguinte:
EDUARDO MONDLANE
Assassinado em 1969, na residencial de Betty King, sua amante, em Oyster Bay pela ala marxista-leninista-maoista, liderada pelo Samora Machel, que, depois de assumir o comando da guerrilha da Frelimo, pretendia o seu poder total, apoiado, entre outros, por Joaquim Chissano e Armando Guebuza o que, de facto, veio a acontecer no II Congresso da Frelimo.
Eduardo Mondlane foi vítimas das purgas realizadas pelos maoistas da Frelimo que vieram a dominar este movimento.
A Frelimo, para ilibar qualquer membro da facção maoísta, acusou a polícia política portuguesa (PIDE) pelo atentado. As autoridades tanzanianas fizeram inquéritos, mas que não levaram a qualquer conclusão. A facção do Samora Machel saiu ilibada do assunto e assumiu o poder na Frelimo depois da morte de Mondlane.
FILIPE MAGAIA
Assassinado em 1966 numa emboscada preparada pelo Samora Machel, para lhe retirar o comando da guerrilha, tomar o seu lugar e ficar com a sua namorada Josina Mutemba. Esta operação teve o beneplácito do Eduardo Mondlane, que nomeou o Samora comandante da guerrilha, tendo este vindo a casar com a Josina Mutemba, que passou a ser conhecida como Josina Machel.
Também este assassinato foi atribuído aos portugueses que teriam preparado a emboscada. Na realidade ela foi feita por elementos da Frelimo que foram fuzilados após a operação que foi conduzida pelo Lourenço Matola, chefe de guerrilha da Frelimo, que acabou por ser , também, liquidado.
JOSINA MACHEL
Assassinada no hospital de Dar es Salam para onde tinha sido enviada, depois de constatada a sua segunda gravidez. Morreu envenenada, por ordem do Samora Machel em 1971.
A Wikipedia diz que ela terá sido assassinada por estar grávida de Filipe Magaia o que não é possível, dado que este tinha sido assassinado em 1966.
No ano de 1969, apresentou-se na Frelimo, Graça Simbine por quem o Samora Machel se apaixonou e aqui estará a razão do assassinato da Josina Machel e a Graça Simbine (Machel) assumiu as funções de chefia do Departamento Feminino da Frelimo.
Claro que isto não é mera coincidência, porque o Samora Machel viu na Graça Simbine (Machel) qualidades que o ainda reforçariam mais como líder da Frelimo.
Espero que estes esclarecimentos tenham sido úteis para que estuda e escreve a história de Moçambique.
Nota: Este artigo foi enviado para a Wikipédia, para a reposição da verdade.
Para consulta, poderão ver o meu post sobre alguns assassinatos da Frelimo em:
Ovar, 11 de Março de 2013
Álvaro Teixeira (GE)
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Posted: 08 Mar 2013 03:23 PM PST
HEROÍNAS MOÇAMBICANAS
Hoje comemora-se o Dia Internacional da Mulher e sobre este assunto, coloquei alguns posts no Facebook, que foram apagados, mesmo depois de terem sido comentados. Ignoro como isso é possível, mas poderá ser obra de algum hacker frelimista que tem preparação informática para o fazer. Não vejo outra razão.
Neste dia gostaria de lembrar duas Mulheres que lutaram pela Liberdade e pela Democracia no seu país, Moçambique, mas que, ambas, foram vítimas das maiores sevícias por parte da FRELIMO, no Campo de Extermínio de Metelela, Niassa, norte de Moçambique, onde estiveram, como prisioneiras, após os pseudo-julgamentos efectuados em Nshingwea (Tanzânia) presididos pelo Samora Machel, Marcelino dos Santos e Sérgio Vieira.
Refiro-me à Drª. Joana Simeão e à Prof. Celina Simango. A primeira era professora liceal na cidade de Lourenço Marques e a segunda era esposa de Uria Simango e mãe do presidente do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) Engº. Daviz Simango e do deputado do MDM, Lutero Simango.
Quanto às condições do assassínio destas duas Mulheres, sabe-se que a Drª. Joana Simeão foi colocada numa vala, com lenha seca, regada com combustível e queimada viva. Quanto à Prof. Celina Simango, terá sido fuzilada no ano de 1980, também, em Metelela.
FOTOS:
Antes da Frelimo no poder
Drª. Joana Simeão (Comício em Lourenço Marques, 1974)
Depois da Frelimo no poder
Ovar, 8 de Março de 2013
Álvaro Teixeira (GE)
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Posted: 05 Mar 2013 03:14 PM PST
Até quando é que a Oposição à Frelimo vai esquecer os seus Heróis?
Uria Simango foi um membro fundador da FRELIMO, com estatuto de Vice-Presidente desde a sua formação até a data do assassinato do seu primeiro líder, Eduardo Mondlane, em Fevereiro de 1969. Simango sucedeu a Mondlane na liderança da FRELIMO mas, na luta pelo poder após a morte de Mondlane, a sua presidência foi contestada. Em Abril de 1969, a sua liderança foi substituída pelo triunvirato composto pelos marxistas de linha dura Samora Machel e Marcelino dos Santos assim como Simango. Nos finais da década de 1960, a FRELIMO foi afectada por lutas internas fratricidas com vários membros a morrerem por causas não naturais.
O triunvirato não durou; Uria Simango foi expulso do Comité Central em 1969, e Samora Machel e Marcelino dos Santos acabaram por assumir o controlo total da FRELIMO. Em Abril de 1970, Simango fugiu para o Egipto onde, juntamente com outros dissidentes tais como Paulo Gumane (Vice-Secretário Geral fundador da FRELIMO), se tornou líder do Comité Revolucionário de Moçambique (COREMO), um outro pequeno movimento de libertação.
Depois da Revolução dos Cravos em Portugal em 1974, Simango retornou a Moçambique e criou um novo partido político o "Partido da Coligação Nacional" (PCN) na esperança de disputar eleições com a FRELIMO. Com ele juntaram-se ao PCN várias outras figuras proeminentes do movimento de libertação e dos dissidentes da FRELIMO: Paulo Gumane e Adelino Gwambe (também membro fundador da FRELIMO), o Padre Mateus Gwengere e Joana Simeão.
A FRELIMO recusou eleições multipartidárias. O governo português pós-1974 entregou o poder exclusivamente à FRELIMO, e Moçambique tornou-se independente em 25 de Junho de 1975. Samora Machel e Marcelino dos Santos assumiram os cargos de Presidente e Vice-Presidente respectivamente. Graça Machel foi nomeada Ministra da Educação e Joaquim Chissano Ministro dos Negócios Estrangeiros. Uria Simango foi preso e forçado a fazer uma confissão pública de 20 páginas em 12 de Maio de 1975 no Centro de Reabilitação e Reeducação de Nachingwea, onde se retractava e solicitava reeducação. A sua confissão forçada pode ser ouvida em linha. Simango e os restantes líderes do PCN nunca mais foram libertados. Simango, Gumane, Simeão, Gwambe, Gwengere e outros foram secretamente liquidados numa data indeterminada entre 1977-1980. Nem o lugar onde foram executados, nem a maneira como a execução ocorreu foram até hoje divulgados pelas autoridades. A esposa de Simango, Celina Simango, foi separadamente executada algum tempo depois de 1981, e não há registo público de detalhes ou da data da sua morte.
Nota: Uria Simango, Padre Mateus Gwengere, Drª. Joana Sineão, Paulo Gumane, Júlio Razão, Lázaro Kavandame e outros foram transportados do Campo de Extermínio Metelela, com a indicação de que iriam para Lichinga (Vila Cabral), para, daí seguirem para Maputo (Lourenço Marques), a fim de que os seus processos fossem examinados e proceder-se à sua libertação. Quando as viaturas que os transportavam chegaram à terceira ponte da picada que ligava Metelela (Nova Viseu), pararam ao lado de uma vala, com o fundo cheio de lenha seca, os prisioneiros foram obrigados a descer das viaturas e empurrados para a vala e regados com combustível ao qual foi deitado fogo. Morreram queimados vivos, por ordem da Frelimo de Samora Machel, Marcelino dos Santos, Joaquim Chissano, Sérgio Vieira, Armando Guebuza e outros, ao som de cânticos “revolucionários” dos guerrilheiros da Frelimo.
O local destas execuções está devidamente identificado e deveria ser um lugar "sagrado" para todos os opositores da Frelimo.
Ovar, 5 de Março de 2013
Alvaro Teixeira (GE)
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Posted: 07 Feb 2013 12:48 PM PST
Estamos em 6 de Janeiro de 1974. Aproximava-se uma coluna militar e civil com carga crítica para a Barragem de Cahora Bassa e havia necessidade de fazer a limpeza, em termos de possíveis ataques à coluna que, entre outro material, transportava as turbinas para a Barragem e um qualquer róket que as atingisse poderia provocar danos consideráveis e atrasar em alguns meses a sua instalação.
Saí da base, no Fúdze, cerca das cinco horas da manhã, para fazer o patrulhamento até Nhampassa, local onde passaria o testemunho aos militares vindos Guro. Levei todo o Grupo Especial e partimos em direcção a Norte, batendo todos os pontos favoráveis à montagem de emboscadas. Tudo corria normalmente sem vestígios de presença do inimigo.
Cerca das 10 horas, deparei-me com uma clareira, antes de uma curva da estrada e verifico que, após um baixo arvoredo, havia uma encosta de penhascos, não muito alta, mas que, depois de uma minuciosa análise, concluí que seria um local óptimo para uma emboscada. Continuei pela estrada até ao fim da clareira e mandei parar o Grupo que avançava pelos dois lados da estrada. Dei instruções ao Vasco, que era o militar mais preparado e com um grande sentido de liderança, e mandei avançar o Grupo, mas mais devagar e com atenção redobrada.
Fiquei para trás com mais três militares e embrenhei-me mais um pouco na floresta até ficar com a cabeça do desfiladeiro à vista. O Grupo foi avançando e reparo que lá no alto me aparece um corpo, que, de imediato, se escondeu. Era ali que estava preparava a emboscada que tanto temíamos. O Grupo continuava a avançar e preparei-me para disparar, com a G3 apoiada num ramo de uma árvore e logo que o Grupo entra na zona de morte da emboscada, vejo, de novo o corpo erguer-se. Foi só um disparo e vejo a cabeça a desfazer-se com o impacto da bala. De imediato, comecei a subir a pequena encosta com os três militares que tinham fica comigo e, quando chego ao cimo, já não vejo mais ninguém, apenas um corpo com a nuca quase desfeita. Nunca imaginei o que iria encontrar. Era o corpo de um norte-coreano, dos diversos atiradores especiais que apoiavam a Frelimo, mas a arma dele que deveria ser uma Simonov, já lá não estava, apenas se via a poça de sangue por baixo da cabeça. Pelo que vi em redor, o número de guerrilheiros deveria ser grande. Informei, via rádio, o Comandante de Operações de Vila Gouveia e, passado pouco tempo, já três helicópteros sobrevoavam a zona com as metralhadoras bem à vista. Senti-me mais seguro, porque os hélis faziam um vai vem constante por cima, até chegar a Nhampassa, onde eles aterraram e onde já estavam os militares vindos do Guro.
Foi o único morto que fiz em toda a guerra e do qual nunca me arrependi, porque era um elemento dos novos colonizadores de Moçambique, o Imperialismo Comunista Internacional.
Ovar, 7 de Fevereiro de 2013
Álvaro Teixeira (GE)
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Posted: 19 Jan 2013 10:50 AM PST
“Nós não estamos arrependidos”
Marcelino dos Santos
Emílio Manhique, apresentador do programa “No Singular” na TV pública moçambicana (TVM), entrevistou, em 2005, o antigo membro da Frente de Libertação de Moçambique e mais tarde ministro de Samora Machel, presidente da Assembleia Popular, e membro do Bureau Político (mais tarde Comissão Política Permanente) do Comité Central do partido Frelimo marxista leninista.
Dos arquivos do «Canal de Moçambique» extraímos parte dessa entrevista relativa aos fundadores e combatentes da Luta de Libertação Nacional que defendiam um regime como o que hoje vigora em Moçambique e com a alegação de que por isso eram anti-patrióticos e “reaccionários” foram sumariamente abatidos no fim da década de 70, princípio de 80, já depois de Moçambique ser membro das Nações Unidas, sem que tenham sido observados os mais elementares princípios do Direito consagrado em sociedades civilizadas.
Emílio Manhique : “Lazaro Nkavandame, Gwenjere, Joana Simeão foram mortos depois da independência, mas a Frelimo tinha dito que iam ser reeducados, que iam servir de exemplo. Porque é que foram mortos sem sequer nenhum julgamento?”
Marcelino dos Santos: “Naturalmente... primeiro porque consideramos que era justiça.”
Manhique: “Justiça popular?”
Marcelino dos Santos: “Altamente popular, exercida”...
Manhique:... “mas foi uma justiça de um movimento guerrilheiro, não de um partido”.
Marcelino dos Santos: “Justiça contra traidores porque qualquer um deles se aliou ao colonialismo português.”
Manhique: “Mas porque é que a Frelimo primeiro disse que iam servir de exemplo?”
Marcelino dos Santos: “Sim, e depois sobreveio a acção, a tentativa do inimigo de buscar elementos moçambicanos descontentes, em particular aqueles que pudessem ser-lhes bastante úteis. Então, aquela consciência que nós tínhamos inicialmente de que são traidores e que, portanto deveriam ser executados. Bom, numa certa medida podemos dizer que surgiram as condições que forçaram a implementação de uma preocupação e de um sentimento muito, muito, muito antigo porque é bom não esquecer que Lázaro Nkavandame...”.
Manhique: “E porque é que não se informou o povo?”
Marcelino dos Santos: “Porque aí é preciso ver o momento em que isso acontece e naturalmente embora nós sentíssemos a validade da justiça revolucionária, aquela construída, fecundada pela luta armada revolucionaria de libertação nacional, havia, no entanto, o facto de que já estávamos em Estado independente. Quer dizer, Moçambique se tinha ja constituído em Estado embora a Frelimo fosse realmente a força fundamental desse Estado. Então foi isso, talvez, que nos levou, sabendo precisamente ainda que muita gente não estava certamente apta a entender bem as coisas, que nós preferimos guardar no silêncio esta acção realizada. Mas que se diga bem claramente que nós não estamos arrependidos da acção realizada porque agimos utilizando a violência revolucionária contra os traidores e contra traidores do povo moçambicano”.
(TVM – 19.Set.2005 - Programa «No Singular»)
(A Drª. Joana Simeão no Campo de Concentração de Metelela - Niassa. 2ª. da fila da frente)
N.E.: De referir que Emílio Manhique é locutor da Rádio Moçambique e sobrinho do moçambicano que deu o nome de Frente de Libertação de Moçambique ao movimento que viria a negociar o país com o regime implantado em Lisboa depois do golpe de Estado do 25 de Abril em Portugal. O tio do jornalista, estava com Marcelino dos Santos em Acra, no Ghana, quando este último criou a partir da inspiração de Fanuel Malhuza o acrónimo Frelimo. Malhuza morreu o ano passado em Maputo sem merecer quaisquer honras se bem que foi o criador da designação que imortalizou o movimento pela Independência de Moçambique.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 17.05.2006
NOTA:
Na realidade, para quem confunda FRELIMO com POVO DE MOÇAMBIQUE não está mal explicado...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Será que estes bandidos irão morrer de consciência tranquila?
Álvaro Teixeira (GE)
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