segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Human Rights Watch lamenta perdão concedido a ex-Presidente do Peru

Antigo presidente do Peru vai ser libertado por motivos de saúde

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O Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, concedeu perdão humanitário ao antigo chefe de Estado, Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por abuso de direitos humanos e corrupção.
Andina Agency HANDOUT/EPA

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  • Agência Lusa

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O Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, anunciou que concedeu perdão humanitário ao antigo chefe de Estado, Alberto Fujimori, condenado a uma pena de 25 anos de prisão por abuso de direitos humanos e corrupção.
Numa nota oficial divulgada no domingo à noite, lê-se que “o Presidente do Peru, usando os poderes que lhe são conferidos pela Constituição, decidiu conceder perdão humanitário a Alberto Fujimori e a outros sete presos”.
Alberto Fujimori, de 79 anos, já havia pedido o perdão em meados deste mês devido ao seu estado de saúde debilitado.
Segundo o comunicado agora emitido pela Presidência do Peru, uma junta médica avaliou a situação e verificou que Alberto Fujimori sofre de “uma doença progressiva, degenerativa e incurável”.
A mesma estrutura considerou que as condições que o antigo governante tinha na prisão significariam um risco grave para a sua vida, saúde e integridade.
No sábado, Alberto Fujimori foi transferido da prisão, onde cumpre uma pena de 25 anos de cadeia, para uma clínica da capital, Lima, devido a tensão arterial baixa e arritmia, anunciou o seu médico.
Presidente do Peru de 1990 a 2000, Alberto Fujimori cumpre desde 2007 uma pena de 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra a humanidade.
Durante a presidência de Ollanta Humala (2011-2016), os filhos de Alberto Fujimori apresentaram um pedido de indulto por razões humanitárias, que foi rejeitado por o seu estado de saúde não ser grave.
Logo após a eleição de Pedro Pablo Kuczynski submeteram outro pedido nesse sentido que acabou por ser retirado após a recusa do atual chefe de Estado em avaliar essa opção.
Durante a transferência de ambulância, da prisão para a clínica particular em Lima, Alberto Fujimori foi acompanhado pelo seu filho mais novo, o deputado Kenji Fujimori, que disputa a herança política do pai com a sua irmã Keiko.


"Vulgar a negociação política" é como o diretor executivo para a América da Human Rights Watch qualifica a libertação de Alberto Fujimori, justificada com motivos de saúde. Indulto contestado nas ruas

PAOLO AGUILAR/EPA
O diretor executivo para a América da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch lamentou o perdão concedido ao ex-presidente peruano Alberto Fujimori, considerando que é o resultado de uma “vulgar negociação política”.
“Em vez de reafirmar que num estado de direito não há tratamento especial para ninguém, ficará para sempre a ideia de que a sua libertação foi uma vulgar negociação política em troca da permanência de @ppkamigo (Kuczynski) no poder”, escreveu José Miguel Vivanco na sua conta de Twitter.
O Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, anunciou que concedeu perdão humanitário ao antigo chefe de Estado, Alberto Fujimori, condenado a uma pena de 25 anos de prisão por abuso de direitos humanos e corrupção.
Numa nota oficial divulgada no domingo à noite, lê-se que “o Presidente do Peru, usando os poderes que lhe são conferidos pela Constituição, decidiu conceder perdão humanitário a Alberto Fujimori e a outros sete presos”.
Alberto Fujimori, de 79 anos, já havia pedido o perdão em meados deste mês devido ao seu estado de saúde debilitado.
Segundo o comunicado agora emitido pela Presidência do Peru, uma junta médica avaliou a situação e verificou que Alberto Fujimori sofre de “uma doença progressiva, degenerativa e incurável”.
A mesma estrutura considerou que as condições que o antigo governante tinha na prisão significariam um risco grave para a sua vida, saúde e integridade.
No sábado, Alberto Fujimori foi transferido da prisão, onde cumpre uma pena de 25 anos de cadeia, para uma clínica da capital, Lima, devido a tensão arterial baixa e arritmia, anunciou o seu médico.
Na passada quinta-feira, o chefe de Estado evitou a destituição pelo Congresso, com os votos de abstenção do deputado Kenji Fujimori e de outros nove parlamentares do partido Força Popular, o que foi considerado o início de uma aliança a favor do indulto para Alberto Fujimori.
A Força Popular, liderado pela filha mais velha do ex-Presidente Keiko Fujimori, tinha anunciado que iria votar a favor da destituição de Kuczynski, assim como outros grupos políticos da oposição.
Nesse dia, a presidente do Conselho de Ministros, Mercedes Aráoz, afirmou que o governo não negocia indultos e rejeitou ter recebido um pedido de indulto de Fujimori.

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