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Escrito por Adérito Caldeira em 27 Dezembro 2017 |
Após destacar os 8.085 novos professores contratados apenas para o ensino primário durante o ano prestes a findar o Presidente da República disse no Informe que faz no passado dia 20 na Assembleia da República que “concluímos a edificação de 218 novas salas de aula para o Ensino Primário, bem como a construção, de raiz, de três novas escolas secundárias, em Mecúfi e Namuno, na província de Cabo Delgado e Lichinga, na província de Niassa”.
Se por um lado os docentes contratados não serão suficientes para reduzir o rácio de alunos por turmas, que continua na média de 60, as infra-estruturas escolares edificadas estão longe de colmatar o défice existente no ensino primário, do 1º e 2º graus, que é era de 26.150 salas de aulas para os mais de 5,9 milhões de crianças que estavam matriculadas no início do ano lectivo transacto.
Um estudo do Banco Mundial indica que somente 18% dos moçambicanos que entram para o ensino primário é admitido à escola secundária, quando 48% passam da 7ª classe. Portanto as cerca de 3 milhões de crianças que passam da 7ª classe não frequentarão a 8ª classe porque simplesmente não existem escolas para eles. Ademais as poucas escolas existentes, 539 no total, localizam-se a mais de 10 quilómetros de caminhada.
Somente pouco mais de 63 mil alunos chega a 12ª classe em Moçambique
Sendo verdade que “a educação é um factor chave para o desenvolvimento do País e para o combate a pobreza. Representa um instrumento para afirmação e integração do indivíduo na vida social, económica e política” não passa de demagogia do Presidente Nyusi que um dos compromissos da sua governação seja o desenvolvimento do Capital Humano, pelo menos olhando para os investimentos que são feitos no sector.
É que embora no Orçamento Geral do Estado as verbas para a Educação continuem a representar a maior fatia são fundos fundamentalmente para pagar salários dos profissionais do sector, que é um dos que emprega cerca de 50% do universo de Funcionários Públicos no nosso país.
Aliás, um estudo da Universidade das Nações Unidas (UNU-WIDER), analisando as estatísticas oficiais do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, concluiu existe desigualdade na Educação em Moçambique influenciada justamente pela falta de escolas secundárias.
Entretanto o @Verdade apurou, nas contas do Estado, que mais de 80% do custo dessas três escola secundarias que Filipe Nyusi assume como um feito da sua governação foi pago pelos Parceiros de Cooperação.
Além disso o @Verdade descobriu que o custo de cada escola secundária construída em 2017, cerca de 180 milhões de meticais, é inferior ao valor gasto em carros de luxo para os dirigentes Superiores de Estado que cifrou-se em 372.322.264,50 meticais.
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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
Construídas apenas três escolas secundárias em 2017, para défice de mais de 11 mil em Moçambique
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