2017: Ano politicamente fraco!
Economicamente, sabemos que Moçambique está de rastos. Se fosse uma empresa já teria decretado falência e fechado as portas. Por isso, pouco vou falar da vertente económica.
Politicamente, 2017 foi um ano fraco em Moçambique. assistiu-se mais a retrocessos. Ou seja, se é que se somou em algo, foi na decadência. Começo pelo assassinato cruel de Mahamudo Amurane. Até aqui não existem culpados porque não convém encontrá-los. Dito de outra forma, quem tem as rédeas deste país sabe na verdade o que aconteceu ao edil de Nampula.
Por outro lado, temos o incontornável Afonso Dhlakama, o líder da Renamo. Para mim, ele não deixa de ser uma figura curiosa. Várias vezes em contradição consigo mesmo. Ora vai governar as seis províncias que a Renamo teve maior número de votos, ora não se fala mais nisso. Fez juras e tudo. As televisões e os jornais foram se alimentando desses comentários.
Na minha humilde opinião, acho que a Dhlakama lhe faltam assessores credíveis. Parece-me que ele tem de desbravar a mata sozinho. Ou seja, sem Dhlakama não há Renamo. É por isso que as vezes ele parece incoerente consigo mesmo. Luta sozinho. Aparece, agita as multidões, dança, promete…mas quando está em silêncio, não há Renamo. Não existe, no seu partido, quem lhe siga o exemplo.
E eu não gosto desta Renamo que nalgum momento parece dorminhoca. Não agita as águas. Não faz oposição assertivamente como seria de se esperar de um partido com a sua idade.
Não sei quem os começa, mas em política não pode e nem deve haver tiros. A política é para os políticos. Os militares cuidam do resto. E isto não é só para a Renamo. A Frelimo deve saber que o povo está cansado de tiros. O princípio de diálogo é o mais eficaz seja em Moçambique ou na Indochina. Tantos séculos passados não temos vergonha de continuarmos bárbaros?
O meu maior medo nisto tudo é que um dia com o desaparecimento físico de Dhlakama (ninguém é eterno), a Renamo também desapareça. Exemplos são muitos de partidos que se apoiam num único indivíduo…olhem para a UNITA de Jonas Savimbi.
Escolhi terminar com Filipe Nyusi por infinitas razões. De certa forma, se o país está a deriva é culpa do seu Governo. Ele foi legitimado pelo povo para o dirigir. Me parece que não tem sido sábio nisso. Além de cantar que o povo é seu patrão, não vi nada de vulto que haja feito por esse mesmo povo.
Nyusi não está a conseguir se impor. Prometeu mas pouco fez. E mesmo por estes dias, estamos a viver uma paz de faz de contas. Não conseguiu reunir a família moçambicana. Primeiro teve a ilusão de que podia vencer a Renamo pela força das armas e cercou Gorongosa. Morreu-se para aprender que dialogando se caminha melhor.
E o diálogo não está a trazer frutos esperados. Isso de esperança não enche a barriga de ninguém. Se há alguma coisa de vulto que fez, foi deslocar-se a Serra de Gorongosa, em Agosto, para dialogar com Dhlakama. Somou muitos “likes”, mas não passou disso.
Não é preciso ser inteligente para perceber que as hesitações ainda são tantas. Se o diálogo estivesse a fluir conforme os camaradas têm dito, Dhlakama teria regressado a Maputo. Ou seja, a única fasquia que se colocava a Nyusi para fechar o ano em grande estilo era trazer Dhlakama à civilização, à cidade capital. Falhou. Prometeu que em Dezembro tudo estaria feito. Só promessas. E lá se foi o ano. Estatisticamente, este Presidente não merece tantas ovações. Brinca com o poder. Não sabe manejá-lo.
De que não sabe manejar o poder se pode ver nas suas opções ministeriais. Tem ministros que nunca se ouviu falar. Outros nem sabem o que devem fazer nos seus ministérios. Qual é o papel de Ana Flávia, Oswaldo Petersburgo, Silva Dunduro, Ragendra de Sousa, Carlos Mesquita, Vitória Diogo??????
E mesmo as últimas mexidas não me parecem eficazes. Não sei se Pacheco era a pessoa ideal para a pasta da diplomacia…tenho as minhas reticências. Ragendra de Sousa só falava em debates da Mozefo, como ministro ainda não provou nada.
O Presidente tem que dizer se o seu Governo é para acomodar amigos ou trabalhar em prol do bem-estar do povo. Com os jogadores que tem, a equipa não ganha. Se nem o treinador não entende de futebol….
Um abraço
Nini Satar
Economicamente, sabemos que Moçambique está de rastos. Se fosse uma empresa já teria decretado falência e fechado as portas. Por isso, pouco vou falar da vertente económica.
Politicamente, 2017 foi um ano fraco em Moçambique. assistiu-se mais a retrocessos. Ou seja, se é que se somou em algo, foi na decadência. Começo pelo assassinato cruel de Mahamudo Amurane. Até aqui não existem culpados porque não convém encontrá-los. Dito de outra forma, quem tem as rédeas deste país sabe na verdade o que aconteceu ao edil de Nampula.
Por outro lado, temos o incontornável Afonso Dhlakama, o líder da Renamo. Para mim, ele não deixa de ser uma figura curiosa. Várias vezes em contradição consigo mesmo. Ora vai governar as seis províncias que a Renamo teve maior número de votos, ora não se fala mais nisso. Fez juras e tudo. As televisões e os jornais foram se alimentando desses comentários.
Na minha humilde opinião, acho que a Dhlakama lhe faltam assessores credíveis. Parece-me que ele tem de desbravar a mata sozinho. Ou seja, sem Dhlakama não há Renamo. É por isso que as vezes ele parece incoerente consigo mesmo. Luta sozinho. Aparece, agita as multidões, dança, promete…mas quando está em silêncio, não há Renamo. Não existe, no seu partido, quem lhe siga o exemplo.
E eu não gosto desta Renamo que nalgum momento parece dorminhoca. Não agita as águas. Não faz oposição assertivamente como seria de se esperar de um partido com a sua idade.
Não sei quem os começa, mas em política não pode e nem deve haver tiros. A política é para os políticos. Os militares cuidam do resto. E isto não é só para a Renamo. A Frelimo deve saber que o povo está cansado de tiros. O princípio de diálogo é o mais eficaz seja em Moçambique ou na Indochina. Tantos séculos passados não temos vergonha de continuarmos bárbaros?
O meu maior medo nisto tudo é que um dia com o desaparecimento físico de Dhlakama (ninguém é eterno), a Renamo também desapareça. Exemplos são muitos de partidos que se apoiam num único indivíduo…olhem para a UNITA de Jonas Savimbi.
Escolhi terminar com Filipe Nyusi por infinitas razões. De certa forma, se o país está a deriva é culpa do seu Governo. Ele foi legitimado pelo povo para o dirigir. Me parece que não tem sido sábio nisso. Além de cantar que o povo é seu patrão, não vi nada de vulto que haja feito por esse mesmo povo.
Nyusi não está a conseguir se impor. Prometeu mas pouco fez. E mesmo por estes dias, estamos a viver uma paz de faz de contas. Não conseguiu reunir a família moçambicana. Primeiro teve a ilusão de que podia vencer a Renamo pela força das armas e cercou Gorongosa. Morreu-se para aprender que dialogando se caminha melhor.
E o diálogo não está a trazer frutos esperados. Isso de esperança não enche a barriga de ninguém. Se há alguma coisa de vulto que fez, foi deslocar-se a Serra de Gorongosa, em Agosto, para dialogar com Dhlakama. Somou muitos “likes”, mas não passou disso.
Não é preciso ser inteligente para perceber que as hesitações ainda são tantas. Se o diálogo estivesse a fluir conforme os camaradas têm dito, Dhlakama teria regressado a Maputo. Ou seja, a única fasquia que se colocava a Nyusi para fechar o ano em grande estilo era trazer Dhlakama à civilização, à cidade capital. Falhou. Prometeu que em Dezembro tudo estaria feito. Só promessas. E lá se foi o ano. Estatisticamente, este Presidente não merece tantas ovações. Brinca com o poder. Não sabe manejá-lo.
De que não sabe manejar o poder se pode ver nas suas opções ministeriais. Tem ministros que nunca se ouviu falar. Outros nem sabem o que devem fazer nos seus ministérios. Qual é o papel de Ana Flávia, Oswaldo Petersburgo, Silva Dunduro, Ragendra de Sousa, Carlos Mesquita, Vitória Diogo??????
E mesmo as últimas mexidas não me parecem eficazes. Não sei se Pacheco era a pessoa ideal para a pasta da diplomacia…tenho as minhas reticências. Ragendra de Sousa só falava em debates da Mozefo, como ministro ainda não provou nada.
O Presidente tem que dizer se o seu Governo é para acomodar amigos ou trabalhar em prol do bem-estar do povo. Com os jogadores que tem, a equipa não ganha. Se nem o treinador não entende de futebol….
Um abraço
Nini Satar
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