Luis Elizondo dirigiu programa secreto norte-americano que Governo negou existir durante anos. Agora, dois meses depois de se ter demitido, confirma que há objetos voadores não identificados.
Durante anos, Luis Elizondo dirigiu um departamento secreto chamado “Programa de Identificação de Ameaças de Aviação Avançadas” (AATIP, na sigla original) a partir do seu escritório no quinto andar do Pentágono. O programa tinha como objetivo estudar Objetos Voadores Não Identificados (vulgo OVNI) e é como especialista nessa matéria que Elizondo não tem dúvidas em afirmar que não existe “qualquer dúvida razoável” sobre a existência de tais aeronaves.
Dois meses depois de se ter demitido do cargo, Elizondo falou ao jornal britânico Telegraph sobre o seu trabalho como agente secreto no Pentágono e as conclusões a que o seu departamento chegou. “Na minha opinião, se estivéssemos num tribunal, chegámos ao ponto em que ‘não há qualquer dúvida razoável’. Detesto usar o termo OVNI, mas é isso que está em causa“, disse. “Parece-me óbvio que [aquelas aeronaves] não são nossas e não são de mais ninguém, por isso temos que nos questionar de onde vêm“, acrescentou.
O ex-agente revelou ainda que o AATIP concluiu existirem “pontos quentes” onde os OVNI costumam ser avistados, como centrais nucleares. “Começámos a ver padrões e semelhanças nos avistamentos”, explica. “Imensa capacidade de manobrabilidade, velocidades supersónicas sem haver explosão sónica, velocidades de 11 mil a 12 mil kms/h, nenhuma superfície de controlo de voo nos objetos. E muito disto está provado com dados de sinal radar, filmagens aéreas, vários testemunhos.” O especialista também acrescentou que “nunca houve nenhum sinal de hostilidade” por parte destas aeronaves.
Já há uma semana, em entrevista a um programa da CNN, Elizondo falou claramente sobre o que pensa que estes objetos podem representar: “A minha convicção pessoal é que há provas muito fortes de que podemos não estar sozinhos”, disse.
O agente demitiu-se há dois meses das suas funções no Pentágono, alegando ao New York Times que o fez por “oposições internas”, mas sobretudo em protesto pelo “excesso de segredo” exigido sobre o programa. “Por que é que não estamos a gastar mais tempo e mais esforços nesta matéria?”, questionou na sua carta de demissão ao ministro da Defesa, Jim Mattis, sobre a investigação aos OVNI.
A existência do AATIP foi revelada por este jornal norte-americano este ano e acabaria entretanto por ser confirmada pelo Governo. Este garante, no entanto, que o projeto apenas funcionou de 2007 a 2012. Elizondo, contudo, garante que não é bem assim. De acordo com o ex-agente, o programa deixou de ter grande financiamento estatal em 2012, mas continua a existir até hoje.