Por José dos Remédios24 de Dezembro 20h30 - 70 Visitas
Autores importantes da música moçambicana não se calaram, diante da morte de Zena Bacar. Um dos músicos que interveio a respeito da morte da cantora foi José Mucavel, quem considera que Zena Bacar é uma figura que não foi valorizada em vida, “porque nós somos assim em Moçambique. Ela não era uma mulher qualquer. Por isso, sempre a chamei de primeira-dama. Ela tinha tanto estatuto que merecia este meu tratamento”.
José Mucavel conheceu Zena Bacar em 1978, quando fazia pesquisa para o projecto Compasso I. Foi antes da criação de Eyuphuro. Na altura, o músico até quis fazer parte da banda, quando estava em Nampula, mas teve que voltar para Maputo antes. “No primeiro dia que eu ouvi Zena cantar, eu vinha do grupo RM e já tinha escutado muitas vozes, fiquei bastante impressionado. Ela tinha uma garganta especial e uma voz pura e potente. Até a criação de Eyuphuro eu acompanhei-a muito. O funeral da Zena deveria ser algo nacional. É claro que os políticos não ligam à cultura e às artes como nos outros países. Se eu fosse Ministro da Cultura, eu proponha meu governo para fazer um funeral nacional desta senhora. Uma cidadã com muito valor”, disse Mucavel.
De acordo com Omar Issa, co-fundador dos Eyuphuro, Zena foi uma moça que sempre quis cantar. “Inicialmente, quando a conheci, ela nunca tivera contacto com um conjunto de música ligeira. Ela cantava nos bairros, ela tinha boa voz. Fizemos o grupo, e, a seguir, surgiu a primeira digressão. É uma perda grande para a música moçambicana, porque não vai existir mais uma voz igual a aquela”.
Elvira Viegas também teceu um comentário sobre Zena Bacar, frisando que a cantora tinha um bom senso de humor. “Por detrás daquela mulher alegre, escondia-se uma dor intensa. Mas ela sempre se mostrou forte, mesmo doente”.
Depois de muito tempo internada, foram 91 dias, os médicos do HCM disseram que ela estava 70% recuperada. Então, uma prima a levou para Nampula. Mas lá, de ontem para esta madrugada, adoeceu e perdeu a vida no hospital. “Nós perdemos um grande ícone da música moçambicana. Se o nosso ARPAQ poder preservar todo o seu manancial seria muito bom. Apelo que a UEM recolha algumas obras de Zena Bacar porque podem ser objecto de estudo. As suas músicas tinham um bom conteúdo e uma intervenção social. Ela foi uma mensageira da paz”.
No mesmo tom, Wazimbo disse que a morte de Zena Bacar é uma perda irreparável pelo facto de Nampula ter perdido o símbolo da cultura macua. “Vamos levar muito tempo até que apareça uma voz límpida, uma voz suave como era a da Zena Bacar”.
Com vários anos de diferença, Valdemiro José teve a oportunidade de partilhar o palco com Zena Bacar. Para o artista, foi uma experiência muito boa na qual se surpreendeu a cada momento em que estiveram juntos. “Ela estava sempre animada, sempre a correr de um lado para o outro, muito traquina. Zena Bacar marcou a música moçambicana e a minha também. Agora, temos de fazer de tudo para que a sua vida não morra também. Temos de eternizar o caminho que ela percorreu ao longo da sua vida. Zena Bacar foi exemplo de luta, de humildade, de alguém que veio de baixo e atingiu altos patamares. Temos que nos espelhar nela porque, muitas vezes, há muita gente que se preocupa em fazer música, mas não carreira. Os jovens devem se preocupar com trabalho. Se não, daqui a algum tempo não vai sobrar nada para a geração vindoura”, vaticinou Valdemiro José.
José Mucavel conheceu Zena Bacar em 1978, quando fazia pesquisa para o projecto Compasso I. Foi antes da criação de Eyuphuro. Na altura, o músico até quis fazer parte da banda, quando estava em Nampula, mas teve que voltar para Maputo antes. “No primeiro dia que eu ouvi Zena cantar, eu vinha do grupo RM e já tinha escutado muitas vozes, fiquei bastante impressionado. Ela tinha uma garganta especial e uma voz pura e potente. Até a criação de Eyuphuro eu acompanhei-a muito. O funeral da Zena deveria ser algo nacional. É claro que os políticos não ligam à cultura e às artes como nos outros países. Se eu fosse Ministro da Cultura, eu proponha meu governo para fazer um funeral nacional desta senhora. Uma cidadã com muito valor”, disse Mucavel.
De acordo com Omar Issa, co-fundador dos Eyuphuro, Zena foi uma moça que sempre quis cantar. “Inicialmente, quando a conheci, ela nunca tivera contacto com um conjunto de música ligeira. Ela cantava nos bairros, ela tinha boa voz. Fizemos o grupo, e, a seguir, surgiu a primeira digressão. É uma perda grande para a música moçambicana, porque não vai existir mais uma voz igual a aquela”.
Elvira Viegas também teceu um comentário sobre Zena Bacar, frisando que a cantora tinha um bom senso de humor. “Por detrás daquela mulher alegre, escondia-se uma dor intensa. Mas ela sempre se mostrou forte, mesmo doente”.
Depois de muito tempo internada, foram 91 dias, os médicos do HCM disseram que ela estava 70% recuperada. Então, uma prima a levou para Nampula. Mas lá, de ontem para esta madrugada, adoeceu e perdeu a vida no hospital. “Nós perdemos um grande ícone da música moçambicana. Se o nosso ARPAQ poder preservar todo o seu manancial seria muito bom. Apelo que a UEM recolha algumas obras de Zena Bacar porque podem ser objecto de estudo. As suas músicas tinham um bom conteúdo e uma intervenção social. Ela foi uma mensageira da paz”.
No mesmo tom, Wazimbo disse que a morte de Zena Bacar é uma perda irreparável pelo facto de Nampula ter perdido o símbolo da cultura macua. “Vamos levar muito tempo até que apareça uma voz límpida, uma voz suave como era a da Zena Bacar”.
Com vários anos de diferença, Valdemiro José teve a oportunidade de partilhar o palco com Zena Bacar. Para o artista, foi uma experiência muito boa na qual se surpreendeu a cada momento em que estiveram juntos. “Ela estava sempre animada, sempre a correr de um lado para o outro, muito traquina. Zena Bacar marcou a música moçambicana e a minha também. Agora, temos de fazer de tudo para que a sua vida não morra também. Temos de eternizar o caminho que ela percorreu ao longo da sua vida. Zena Bacar foi exemplo de luta, de humildade, de alguém que veio de baixo e atingiu altos patamares. Temos que nos espelhar nela porque, muitas vezes, há muita gente que se preocupa em fazer música, mas não carreira. Os jovens devem se preocupar com trabalho. Se não, daqui a algum tempo não vai sobrar nada para a geração vindoura”, vaticinou Valdemiro José.
O País
José Mucavel considera que Zena Bacar não foi valorizada
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