CARTA A MUITOS AMIGOS
Da
Síria aos Estados Unidos, do Afeganistão ao Marrocos bem recentemente,
da Somália e Quénia à Europa diariamente chegam-nos notícias que atentam
contra a nossa tranquilidade, vida, bens e segurança.
Os
maiores bancos entram em falência, na Alemanha exemplar, na Espanha, em
Portugal e, claro, lá se foi o moçambicano dum projecto
maioritariamente nacional, inclusive porque o parceiro português foi ao
ar, inclusive e segundo se lê e vê com fraudes dos gestores.
A própria Caixa Geral dos Depósitos, que controla o nosso BCI,
parece não estar nos melhores lençóis. Certo, trata-se de um banco
estatal, com bens do Minho ao Algarve e ilhas adjacentes, depositária
dos fundos da Segurança Social. Há esperança.
Na
nossa terra um banco estava em terceiro ou quarto banco na lista das
instituições financeiras careceu a intervenção e bem justa e prudente do
banco central para salvaguardar os interesses dos depositantes.
Mas
como os accionistas desse banco acompanharam a gestão e os problemas?
Eles ficarão a chorar, salvo se algum banco de fora estiver disposto a
arriscar? Algo duvidoso! Haverá um SOS um socorro? Veremos, acredito
pouco no que por aí se diz sobre interesses de A ou B vindos de aqui e
acolá. Já me falam até de Israel, meu Deus, trocaremos a Palestina pelos
dinheiros de Judas!
Obama termina o seu mandato, Guantanamo continua, os apoios que a sua administração prestou para criar o tal Exército Islâmico hoje Estado Islâmico
vai semeando o terror em toda a parte. Pobre Obama, em Novembro sai, o
discurso de boa vontade e até um Prémio Nobel da Paz fundado nas
promessas para nada serviram.
Fica-lhe
o mérito de se haver tornado um presidente com origens africanas e pele
bem escura. Certamente que isto constituiu um passo e bem grande em
frente numa sociedade onde o racismo ainda predomina.
Com certeza que Trump,
racista, anti-feminista e fugindo ao pagamento dos impostos, ele com
certeza não dará seguimento ao legado declarado de Obama, mesmo se pouco
pode fazer. Veremos como se comporta Hillary Clinton, o menos
pior do mal anunciado! Estaremos tranquilos com o belicismo das
transnacionais que patrocinam a indústria de armamento e outros grupos?
A
quem podemos pedir que contas sejam prestadas? Aos grandes bancos, às
transnacionais que fomentam guerras e traficâncias? Aos dirigentes
políticos mundiais metidos em todo o tipo de negociatas querendo
espezinhar países inteiros para melhorarem os seus lucros?
Cada
dia as pessoas interrogam-se sobre o que vale a honestidade, o sentido
do patriotismo e de servir o bem do povo, da maioria das pessoas, quando
no quotidiano chegam-nos as imagens dos mártires de Aleppo, e de tantos
locais no mundo?
Já
contabilizaram o total das vítimas que desaparecem e se afogam no mar
Mediterrâneo fugindo à morte, ao pavor, ao terror vivido cada dia nas
suas vilas e cidades? Onde arrecadamos as nossas consciências?
Não deixam os pais as criancinhas brincarem com jogos no celular, no computador, nas tabletes onde se busca matar cada vez mais?
As
barraquinhas do Museu em Maputo, todas ilegais, não fomentam a
violência pela venda de álcool e drogas aos jovens do Josina e outros
locais? Que medidas tomam a nossa edilidade, os deputados da cidade e da
Assembleia da República, o Presidente do Conselho Municipal? Temem
represálias e violências de quem ao defenderem a lei e a ética?
À
boca pequena afirma-se que a indecência faz parte das propriedades de
altas entidades! Verdade, mentira? Não possuo dados ou dedos indicadores
para acusar.
Mas
que a infâmia está lá, quem ignora? Onde as associações de pais e até
de professores e alunos para se insurgirem? Porque se calam e esperam
que terceiros se manifestem? Deixaram de estar interessados pelos
destinos dos seus filhos, netos, discentes?
Senhor
Presidente Simango, Senhor Ministro Ferrão, Senhores membros do
Conselho de Ministros porque razão estão passivos? Apenas culpados os
miúdos ou e sobretudo os adultos que permitem a proliferação do mal?
Verdade
que no quotidiano, via telenovelas, via noticiários e demais meios da
comunicação social e até anti-social, estamos a importar lixo e
destruição da nossa cultura e valores.
Como reagimos a isso? Deixamos que o capitalismo desenfreado, as leis ditas do mercado ditem o nosso futuro?
Como
encaramos o nosso futuro, dos nossos filhos, netos, cônjuges e deste
país pelo qual tantos se sacrificaram e até oferecendo as suas vidas?
Verdade
se diga, o palhaço da democracia quer governar. Em proveito de quem?
Ele que apenas serviu Jardim, Cristina, Smith e o apartheid, que jamais
prestou contas no seu próprio partido das receitas e despesas, dos
justificativos?
Mata, destrói todos os dias e quer governar cemitérios e ruínas? Basta! Manda passear os mediadores, gente respeitável.
A X Conferência de Quadros da FRELIMO e o CC que se seguiu pronunciaram-se sobre:
1. A
infâmia de um partido com história repetida de violências estar
representado na Assembleia da República e noutros órgãos e pretender
governar partes substantivas do país. Caso único no mundo! Tanto a
Conferência de Quadros como o CC que se seguiu pronunciaram-se sobre a
matéria.
2. A impunidade até agora dos pilhadores do Estado e o silêncio da PGR que começa a inquietar a todos.
3. O
imperativo de se purificarem as fileiras e regressarmos aos bons
hábitos de inquirir nos locais de trabalho e residência do comportamento
dos candidatos propostos pelo Partido para as Assembleias e acabarmos
com o enxame de oportunistas.
4. A
limitação de mandatos naqueles que exercem funções eleitas no Partido e
nas Assembleias. O Presidente da República submete-se ao limite de dois
mandatos consecutivos. Porque não os demais? Cargos vitalícios?
Falam-se
de escândalos ligados a familiares de antigas altas personalidades,
desde as dívidas dita ocultas, à compra de armamentos e agora sobre os
observatórios do controlo das viaturas e pessoas instalados ou a
instalarem-se em diversas vias.
O
que diz o Tribunal Administrativo e o Gabinete de Luta contra a
Corrupção? Está mesmo tudo bem, legal e ético? Os moçambicanos que
enfrentam os novos preços de combustível, dizem que do pão em Janeiro e
com subida de preços de tudo que compram, como se sentem? Agora dizem
que o FMI manda cortar o valor das reformas?
Buscamos motins, revoltas espontâneas ou organizadas, respeito por nós? Um abraço ao respeito pelos cidadãos, sobretudo do FMI.
P.S. Como todos moçambicanos e gente que valoriza as Nações Unidas no mundo, celebramos a vitória de Guterres para as altas funções de Secretário-Geral da mais importante organização mundial dos países, refiro-me às Nações Unidas.
Como Primeiro-Ministro e dirigente do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados sempre manteve as melhores relações com Moçambique e com a África.
Um abraço com votos de sucesso.
SV
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