O autódromo do ATCM emitiu um comunicado que está a circular no Facebook, dizendo e passo a citar: “(…) gostaríamos de informar que o Sr. FLORINDO, filho da sua excelência Presidente Nyusi, está PROIBIDO de entrar no recinto do autódromo do Atcm Moçambique, devido a sua conduta constante de INDISCIPLINA e falta de respeito com os trabalhadores do Atcm Moçambique (…)”.
Pois bem: eu, Nini Satar, não conheço o Florindo Nyusi. Não é do meu circulo de amizades e quero acreditar que é muito mais novo que eu. Já ouvi dizer por ai que ele é indisciplinado, tem feito ralis pela estrada fora tendo os seguranças a persegui-lo. Não sei se isto é verdade, aliás, pouco me interessa saber.
Florindo, como disse antes, não é meu amigo. Mas acho que o comunicado do ATCM peca por ter sido difundido no Facebook. Esta rede social serve a milhares de pessoas, pelo mundo fora. E o facto de o ATCM ter dito “ filho da sua excelência Presidente Nyusi”, significa que mesmo na Indochina já sabem que o Presidente de Moçambique tem um filho indisciplinado.
Julgo, isto é minha opinião, que a direcção do ATCM tendo constatado a alegada indisciplina do Florindo, devia lhe ter endereçado uma carta em que dizem tudo o que acham que deviam dizer. O facto de ter sido exposto no Facebook roça à outra interpretação. Parece que o ATCM queria que todo mundo soubesse que Florindo, filho do Presidente Nyusi, é indisciplinado. Para mim esta questão resolvia-se noutro fórum.
Se recuarmos há alguns anos atrás, vamos encontrar uma figura extremamente indisciplinada: o malogrado Nyimpine Chissano. Os jornais, à época, escreveram muito sobre as suas peripécias. De tal sorte que o falecido Carlos Cardoso disse a um dos seus jornalistas: o Zacarias Couto, para que este não ligasse mais a Nyimpine para contraditório. Nyimpine insultava aos jornalistas, mas nem com isso chegou-se ao ponto de associar a sua conduta ao do pai, ou ao pai que, na altura, era Presidente da República. Um era Nyimpine Chissano. O outro Joaquim Chissano. Portanto, duas pessoas diferentes.
Nyimpine chegou ao extremo de partir uma máquina de dactilografar numa das esquadras da polícia, em Maputo. O “metical”, de Carlos Cardoso, alegou que ele havia sido encontrado bêbado a conduzir. Foi detido pela polícia e levado à esquadra. Zangado derrubou tudo e quando o jornal soube desse escândalo ligou-lhe e ele insultou. Foi dai que o Cardoso instruiu toda a sua esquipa para não pedir contraditórios a Nyimpine. Atitude lógica e feita com clarividência.
Ora, não estou aqui a criticar o ATCM. Estou somente a expor a minha opinião. Porque julgo que, eventualmente, a mesma situação resolver-se-ia de outra maneira. Sem expor ninguém e muito menos ferir susceptibilidades.
Nini Satar
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