Em entrevista às câmeras da Stv, o Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Jorge Ferrão, apontou que os mentores da tensão político-militar o são porque não tiveram a oportunidade de ir à escola. Se tivessem ido à escola, nada disso estaria a acontecer. Aquilo é um problema mesmo de educação.
Fonte: Primeiro Jornal da STV, há momentos!
Não obstante, na qualidade de cidadão e, particularmente de formado em Ensino de Filosofia e História, tenho algumas questões a colocar ao senhor Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, assim como àqueles que apoiam sua posição. Vamos a isso:
Gostava de saber do Senhor Ministro Ferrão o que se entende por Educação? Quem disse que não se educa para a Guerra? E mais, quem disse que os que promovem a guerra é porque não tiveram educação? Quem disse que não há alguma racionalidade por detrás dessa guerra? Qual guerra, no panorama internacional, não dezimou vidas humanas, incluindo de inocentes?
Nisto, Senhor Ministro Ferrão, o que se pode dizer daqueles que fazem dívidas ilegais e milionárias em nome do povo, levando a nossa economia para as profundezas do turvo mar da miséria, também não tiveram educação?
E mais, àqueles que, durante a semana passada, em sede da Assembleia da República, na sessão extraordinária, estiveram a defender à todo o custo a contracção de dívidas ilegais, fazendo-nos confundi-los com Governantes que com deputados, em que de certa forma, procuravam ludibriar o povo que, de facto, está tudo bem, também não tiveram educação?
Juro, se os nossos Governantes continuarem com esses discursos nada elegantes, que mais se parecem indirectas, julgo que a paz efectiva de que tanto almejamos, jamais será alcançada. Por isso, entendo, jamais confundir educação com educação formal (sendo esta última aquela que acontece na escola).
O conceito educação é lato, quando o de educação formal é restrito, sendo que este último constitue uma das subdivisões do conceito educação em lato senso. Para eu ser educado, não é pontual que eu tenha passado por uma escola primária, secundária e nem superior. E mais, se assim considerássemos, uma vez que mais de 45% da população moçambicana é analfabeta (nunca pisou à escola), então estamos a assumir que a mesma NÃO TEM EDUCAÇÃO!
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