Expressão de espanto
«Estava a conversar com um grupo de economistas seniores, destes que vieram da américa e alguns locais bem como investidores multibilionários e advinhem o "banho do gelo" que tomei!
Antes da Independência Moçambique era o sétimo pais mais industrializado da Africa Subsahariana. ||Eu quis resmungar e confrontar quando pensei: melhor não, se não tiver as estatisticas. Na verdade, este país foi destruido e está sendo desstruído desde a sua independência. Mesmo ao mais puro analfabeto dos seus 60 anos, pode sentir que ha menos fabricas que no tempo mcolonial. ||PS: Vou avisando: não estou a dizer que prefiro o regresso do colonialismo. Estou apenas a espantar-me com a nossa capacidade de destruir e expulsar os que sabem e sabem fazer alguma coisa.»
Copiado do mural do Egidio Vaz (com mais de 400 "likes") [https://www.facebook.com/egidiogvaz/posts/1824262237801612].
O que tenho a dizer é o seguinte:
A indústria moçambicana ficou destruída pela (i) guerra de desestabilização movida contra Moçambique pela Renamo, ao serviço dos regimes da minoria branca da Rodésia (hoje Zimbabwe) e na África do Sul, guerra essa que durou 16 anos, e pelo (ii) sistema de Bretton Woods ( = FMI + GBM), quando Moçambique assinou o acordo de aderência ao FMI ( = Fundo Monetário Internacional) e ao GBM ( = Grupo Banco Mundial).
Espanta-me que o Egidio Vaz não soubesse disso!
(...)
AS DESCONFIANÇAS DO PROFE...
Num daqueles seus arranques, o Profe Julião Cumbane - o analista politico do momento - dá mostras de que começa a ficar com um pé atrás em relaçâo a Filipe Nyusi, PR e lider do seu partido... e manda-lhe alguns recadinhos:
" Fazeis as análises que fazeis, mas sem NUNCA pensardes que fazer concessões ao Afonso Dhlakama e à Renamo alguma vez será solução para a paz efectiva em Moçambique.
TEMO QUE FILIPE NYUSI se esteja a convencer de que a Renamo seja uma organização política capaz de fazer bem a Moçambique. Que fique definitivamente claro que a Renamo é um instrumento de guerra que serve interesses inconfessos, internos e externos; a Renamo é um virus malicioso inoculado oficial e ardilosamente na política moçambicana.
TEMO QUE FILIPE NYUSI se esteja a convencer de que a Renamo seja uma organização política capaz de fazer bem a Moçambique. Que fique definitivamente claro que a Renamo é um instrumento de guerra que serve interesses inconfessos, internos e externos; a Renamo é um virus malicioso inoculado oficial e ardilosamente na política moçambicana.
O Acordo Geral de Paz (AGP), assinado em Roma, em 1992, foi a seringa e a agulha de injecção através das quais este vírus foi inoculado na política moçambicana. Repare-se que acarinhar o Afonso Dhlakama criou problemas a Joaquim Chissano; marginalizar Afonso Dhlakama criou problemas a Armando Guebuza. Logo, surge a pergunta:
O que é que sobra para Filipe Nyusi fazer, para que Moçambique possa estar finalmente em «paz efectiva»?
Eu não creio que seja aceitar ou fingir aceitar as exigências do Afonso Dhlakama. Aliás, Joaquim Chissano fez isso em Roma, "draftando" até com o seu próprio punho um dos protocolos do AGP, cuja autoria foi assumida pela equipa de mediação, para fazer Afonso Dhlakama assinar aquele acordo (o AGP). Mas NÃO deu certo. Pelo contrário, quem saiu enganado foi o próprio Joaquim Chissano: a Renamo não cumpriu integralmente o AGP, tendo ficado com uma força armada residual, e atirou as culpas do incumprimento do AGP ao Governo dirigido por Joaquim Chissano.
Quando Armando Guebuza chegou ao poder, Joaquim Chissano já era muito contestado dentro e fora da Frelimo, pelas mesmas pessoas que hoje falam mal de Armando Guebuza. Essas mesmas pessoas estão presentemente a prometer mares e fundos ao Filipe Nyusi, mas na hora que entenderem também o irão abandonar.
Afonso Dhlakama e sua Renamo constituem hoje o instrumento que é usado para manipular o poder político instituído em Moçambique, para viabilizar o cumprimento de agendas ocultas. É por isso que a Ivone Soares desafia abertamente as autoridades moçambicanas a ilegalizarem a Renamo; ela sabe que a Renamo e o seu "líder-mor" são úteis a certos grupos de dentro e de fora de Moçambique, que nada têm a ver com o povo deste país, mas sim com os seus interesses pessoais. Admira-me, pois, como os moçambicanos se deixam ludibriar tão facilmente. Nenhuma concessão que Filipe Nyusi fez, faça ou venha a fazer vai fazer com que o Afonso Dhlakama e a Renamo se socializem com os demais moçambicanos, porque eles (Afonso Dhlakama e Renamo) servem interesses de grupos, apenas usando o nome do povo como escudo na confrontação com o Governo".
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