Segundo o ACNUR o número de refugiados atingiu os 65,3 milhões em 2015. Mais de metade, 54%, partiu de apenas três países: Síria, Afeganistão e Somália.
O número de refugiados atingiu o valor mais alto no ano de 2015, segundo um relatório realizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e divulgado esta segunda-feira em que se celebra o Dia Mundial do Refugiado. O número total no final do ano passado foi de 65,3 milhões pessoas, deslocadas devido a “perseguição, conflito, violência generalizada ou violação dos direitos humanos” – um aumento de 5,8 milhões em relação ao ano de 2014.
Destas 65,3 milhões de pessoas – que, diz o ACNUR, “se fossem um país seriam o 21.º maior do mundo” – 21,3 milhões são refugiados num país estrangeiro, 40,8 milhões são pessoas deslocadas dentro do seu próprio país e 3,2 são pessoas à procura de asilo.
Mais de metade dos refugiados, 54%, partiu de apenas três países. Desses, a Síria tem o valor mais alto com 4,9 milhões de pessoas, o Afeganistão atinge os 2,7 milhões e a Somália 1,1 milhões.
“Até ao final de 2015, cerca de 3,2 milhões de pessoas estavam à espera da decisão quanto ao seu pedido de asilo”, revela o relatório. Outro valor recorde é 98.400 desses pedidos terem sido feitos por crianças “desacompanhadas ou separadas” das famílias. No ano anterior foram 34.300.
Quanto aos países que mais refugiados receberam, a Turquia volta a estar no topo da lista pelo segundo ano consecutivo, chegando aos 2,5 milhões. Seguem-se o Paquistão (1,6 milhões), o Líbano (1,1 milhões), o Irão (979.400), a Etiópia (736.100) e a Jordânia (664.100). O ACNUR assegura que “as regiões em desenvolvimento continuam a receber refugiados desproporcionalmente, com a maioria a ser recebida por países com rendimentos baixos ou médios”.
Apenas 201.400 refugiados voltaram aos seus países de origem, a maioria é do Afeganistão (61.400), Sudão (39.500), Somália (32.300) e da República Centro-Africana (21.600). Foram recolocados 107.100 pessoas, com os EUA a receberam o maior número – 66.500 refugiados.
O conflito na Síria contribuiu para um aumento do número de deslocados, aponta o relatório, mas acrescenta que “outras crises e conflitos não resolvidos, assim como novos que aconteceram ao longo do ano, também contribuíram para o aumento global”.
O ACNUR conclui que, apesar da velocidade de aumento do número de refugiados ter diminuído em comparação a anos anteriores, o número de refugiados actualmente é “o maior desde o rescaldo da Segunda Guerra Mundial”.
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