Em Junho do ano passado o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, anunciou o abandono do uso de helicópteros nas suas viagens presidenciais pelo País para poder ter “a sensibilidade do Moçambique real”, viajando de carro, e também para poupar o dinheiro do erário. Acontece que na passada sexta-feira(17) o Presidente foi “trabalhar” à Ressano Garcia de helicóptero.
Este posto administrativo do distrito da Moamba, na província de Maputo, dista cerca de 83 quilómetros do centro da capital moçambicana e é acessível por uma das melhores auto-estradas existentes no País e também por via férrea.
Contudo o Presidente Filipe Nyusi que em 2015 afirmou ter optado por via de carro, em Cabo Delgado, pois “precisava de viver e conhecer a estrada, procurar saber como combater a pobreza porque o facto de ver só a população com casas cobertas de chapas de zinco é o primeiro sinal e depois quis até saber se o chão é feito de betão ou não”, deslocou-se à Ressano Garcia de helicóptero, na verdade foram três os helicópteros que transportaram o Chefe de Estado assim como parte da sua comitiva.
O @Verdade, que não é convidado para cobrir as deslocações presidenciais, não conseguiu apurar os motivos que levaram o Presidente Nyusi a efectuar esta viagem de helicóptero e nem sabe se foi a primeira vez que o fez, desde que em Junho passado divulgou que iria deixar de usa-los, assim como aviões particulares, dentro das medidas de austeridade assumidas pelo seu Governo e numa clara tentativa de romper com o modelo de presidências abertas de Armando Guebuza.
Não se sabe quanto custou ao erário esta deslocação presidencial, afinal não houve concurso público, porém sabe-se que o seu antecessor gastava cerca 2,4 milhões de dólares norte-americanos por ano só nas viagens de helicóptero.
FMI em Maputo para verificar empréstimos da Proindicus e da MAM e analisar a situação macroeconómica de Moçambique |
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Destaques - Nacional |
Escrito por Adérito Caldeira em 17 Junho 2016 |
Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) está na capital de Moçambique, desde esta quinta-feira(16), para dar continuidade ao processo de verificação dos factos relacionados com os empréstimos escondidos das empresas Proindicuse Mozambique Asset Management (MAM) assim como avaliar a situação macroeconómica do nosso País. Mas a instituição de Bretton Woods não irá identificar e responsabilizar os agentes do Estado que concederam as garantias aos empréstimos, violando a Constituição da República e a Lei Orçamental.
Falando em conferência de imprensa nesta quinta-feira em Washington Gerry Rice afirmou a equipa do FMI estará em Maputo até ao próximo dia 24 e que o objectivo é “continuar o processo de verificação dos factos relacionados com os empréstimos escondidos e analisar a situação macroeconómica em que se encontra o país".
"A missão, neste momento, não terá como objectivo discutir ajuda financeira. Faremos primeiro uma avaliação para esclarecer os factos", enfatizou o porta-voz do FMI.
A revelação dos empréstimos com aval ilegal do Governo de Armando Guebuza das empresas Proindicus (no valor de 622 milhões de dólares norte-americanos contraídos em 2013 junto dos bancos CreditSuiss e VTB) e da MAM (no valor de 535 milhões de dólares norte-americanos contraído em 2014 no banco VTB) levou o FMI a suspender a deslocação de uma delegação que viria a Maputo em Abril.
É pouco provável que esta missão do FMI venha identificar e responsabilizar publicamente os agentes do Estado que concederam as garantias aos empréstimos, violando a Constituição da República e a Lei Orçamental.
Até porque esta instituição de Bretton Woods já teve acesso aos documentos relativos a estes empréstimos, o primeiro-ministro de Moçambique esteve nos Estados Unidos da América a apresenta-los, e saberá quem os assinou.
Os moçambicanos terão que continuar a aguardar “serenamente” e calmamente pelas investigações que a Procuradoria Geral da República(PGR) está a realizar.
Importa destacar a morosidade do trabalho da PGR que, por exemplo, abriu um processo a 12 de Agosto de 2015 para o esclarecimento da dívida da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) mas só na semana finda a PGR começou a ouvir os representantes da empresa. Ironicamente o gestor máximo da EMATUM gere também as empresas Proindicus e MAM.
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