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Foto: Ferhat Momade (AIM)
E ao segundo dia de visita, Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se a sós com o seu homólogo, Filipe Nyusi. Reuniram-se, no gabinete do Presidente da República, durante cerca de 40 minutos, durante os quais os dois chefes de Estado se debruçaram, entrou outros assuntos, sobre “manutenção e consolidação da paz e estabilidade” em Moçambique.
À saída, Filipe Nyusi confessou aos jornalistas que “gostaria de viver num país onde não existissem partidos armados, onde os partidos discutem, debatem”, mas de momento, contou, vive numa “democracia armada” que “nao é recomendável”.
“Há homens armados da RENAMO, um partido político com assento parlamentar, portador de armas”. E se em Maputo o ambiente é tranquilo, prosseguiu, “há moçambicanos, no centro do país, que saem de casa de manhã e não sabem se regressam” à noite.
O Presidente moçambicano explicou que o conflito “parte da não aceitação” dos resultados de eleições com presença de imprensa e observadores internacionais. Questionados sobre a disponibilidade de Portugal mediar este conflito entre a Frelimo e a RENAMO, Nyusi afastou o mais possível a necessidade de mediação:”se chegar o dia, o momento em que há litígio, um antagonismo fatal, que a pessoas não se acreditam, então ali fica necessário dar o passo que estiver à altura”. O Presidente português, por seu lado, repetiu a ideia de que “os amigos são para as ocasiões”, para os momentos mais difíceis.
Fonte: Visão