Devido a confrontos militares entre a Frelimo e a Renamo
Destes, três mil alunos vão perder os exames do presente ano lectivo devido à guerra já declarada.
No distrito de Morrumbala, na província da Zambézia, cerca de 9000 alunos do ensino primário e secundário abandonaram as escolas devido aos confrontos armados entre as forças militares do Governo da Frelimo e os homens da Renamo.
Destes 9000 alunos, 3000 não vão poder participar nos exames escolares que estão próximos, segundo deu a conhecer ao “Canalmoz” o porta-voz da Direcção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano na Zambézia, Momed Ibrahimo, que considera a situação político-militar como sendo de “incerteza, neste momento.
Para além do abandono das escolas pelos 9000 alunos, também fugiram do distrito 112 professores.
Momed Ibrahimo informou também que, em consequência da fuga dos alunos e dos professores, estão encerradas naquele distrito 18 escolas e que alguns dos alunos e professores dessas escolas foram integrados em escolas próximas dos locais onde se encontram refugiados.
No caso dos professores, Momed Ibrahimo disse que houve necessidade de colocá-los em algumas escolas para poderem justificar o salário que recebem do Estado.
Explicou que nem todos os alunos puderam ser integrados em escolas, devido à complexidade das regiões onde estão refugiados. Acrescentou que seria necessário um censo para se apurar quantos alunos estão a assistir a aulas e quantos outros estão fora do sistema.
Mais desenvolvimentos nas próximas edições. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 23.11.2015
MOÇAMBIQUE
Alunos farão exames finais a partir do refúgio no sul da Zambézia
O Governo da Zambézia encerrou seis escolas localizadas na zona de confrontos entre as forças governamentais e a RENAMO, para garantir a segurança de estudantes e educadores. Professores lamentam e apelam à paz.
Seis escolas do Ensino Primário, nomeadamente de Cachico, Sabe, Estandeque, Tambacachim, Mapanzica, e Sandeque, no distrito de Morrumbala no sul da Zambézia, estão encerradas, desde a semana passada, devido à tensão político-militar que se vive naquela região.
O porta-voz da Direção Provincial de Educação na Zambézia, Mohamed Ibrahimo, disse à DW África em Quelimane que a medida visa garantir a segurança dos alunos e professores face aos confrontos armados que regularmente têm lugar na região.
Recorde-se que desde o passado dia 30 de outubro, dada a violência dos confrontos armados, a localidade do Sabe foi abandonada pelos seus residentes e tendo muitos deles se refugiado no Malawi, como disse à nossa reportagem Mohamed Ibrahimo.
"Temos cerca de 112 professores e 9.380 estudantes que estão nesta situação. Portanto, as escolas estão encerradas," justificou.
Exames a partir do refúgio
O porta-voz da Direção Provincial de Educação na Zambézia reafirmou que os professores e os alunos que abandonaram a região de Sabe, em Morrumbala, serão reintegrados e farão exames finais nos locais onde se refugiaram desde que se apresentem em qualquer escola primaria.
O porta-voz da Direção Provincial de Educação na Zambézia reafirmou que os professores e os alunos que abandonaram a região de Sabe, em Morrumbala, serão reintegrados e farão exames finais nos locais onde se refugiaram desde que se apresentem em qualquer escola primaria.
"Para contornar o assunto, o setor da educação está a tentar absorver essas crianças e os professores que se deslocaram daquela zona de conflito para outras zonas seguras," declarou.
Uma das professoras que leciona em Sabe, que preferiu o anonimato, disse que abandonou a região, deslocando-se para Quelimane, porque a situação continua muito critica.
"A par dessa situação de greve lá, os homens da RENAMO ainda continuam a atuar. Por isso, tive que voltar para cá. Estou há duas semanas aqui em Quelimane," descreveu.
A professora diz lamentar, porque os alunos estarão sem nenhum proveito. "O aproveitamento pedagógico vai ser muito baixo por causa desses problemas," afirmou.
Apelo à paz
Um outra professora precisou, entretanto, que os disparos continuam em Morrumbala, mas terão diminuído de intensidade.
"O que está a acontecer no país é muito grave. Peço ao Governo para que veja esta parte," apelou.
"Veja só, há alunos que não vão fazer os exames por motivo de existirem tiroteios. As escolas estão encerradas. Os pais estão com medo e acabam retendo os filhos. Assim como alguns professores estão a abandonar as escolas por medo,” detalhou a educadora.
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- Data 18.11.2015
- Autoria Marcelino Mueia (Quelimane)
- Assuntos relacionados Educação
- Palavras-chave tensão político-militar, confrontos, Moçambique, RENAMO, educação, exames finais, estudantes,alunos, professores
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