quinta-feira, 4 de abril de 2013

Renamo mata quatro agentes da PRM

 
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Renamo guerrilheiroAs autoridades moçambicanas confirmam a morte de quatro agentes da Polícia, durante um ataque perpetrado na madrugada de hoje por homens armados da Renamo ao posto policial do Posto administrativo de Muxungué, distrito de Chibabava, na província central de Sofala.
“Pela madrugada (de hoje) foi atacado o posto policial de Muxungué a norte do Rio Save. Durante o ataque quatro agentes da polícia foram mortos, enquanto do lado da Renamo 10 ficaram feridos”, disse o porta-voz do Comando Geral da Policia num breve contacto com a AIM.
Cossa explicou ainda que o ataque foi organizado por um comandante da Renamo identificado apenas com o nome de Mazembe, que morreu durante o ataque.
Tudo indica que o ataque da Renamo ao referido posto policial terá sido para tentar libertar um grupo de 15 membros daquele antigo movimento rebelde que foram detidos na quarta-feira, em Muxungué, pela Força de Intervenção Rápida (FIR).
Refira-se que as forças de manutenção da lei e ordem lançaram na terça e quarta-feira duas operações contra antigos guerrilheiros da Renamo que tentavam reagrupar-se em locais onde durante a guerra civil serviram de bases militares.
O jornal electrónico “Mediafax” escreve, na sua edição de hoje, que em algumas dessas concentrações, “se assistem exercícios típicos de preparação militar”.
Esgotadas tentativas de negociação no sentido de dissuadir os homens da Renamo a abandonar os locais ocupados por estarem a “assustar” as populações, assim como pelo facto de estarem a acampar sem as mínimas condições de saneamento, a polícia decidiu avançar para retirada forçada dos homens da Renamo.
Por isso, na quarta-feira, usando meios de ataque bastante sofisticados, incluindo blindados, a FIR tomou de assalto a sede distrital da Renamo em Muxúnguè, onde estavam acampados cerca de 150 guerrilheiros há cerca de duas semanas, segundo as estruturas administrativas locais.
O administrador distrital de Chibabava, Armando Machoue, disse que a presença dos homens da Renamo estava a criar uma situação de mal-estar que as populações locais já nem conseguiam ir a machamba.
Várias vezes, as estruturas locais conversaram com os homens da Renamo no sentido de deixarem claro a sua pretensão, mas “nunca ficou claro o que eles queriam”.
Assim, na última sexta-feira, as autoridades policiais deram um ultimato aos homens da Renamo.
“Porque não houve resposta positiva, a polícia interveio hoje (ontem) para repor a ordem”, disse Machoue.
Na terça-feira, dia anterior, a polícia também desfez uma concentração de homens da Renamo, no distrito de Gondola, província central de Manica.
“Assim, nesta terça-feira, a polícia conseguiu escorraçar os homens da Renamo que estavam num acampamento em Gongola, na província de Manica” escreve o “Mediafax”, explicando que eram cerca de 200 homens acampados há mais de 11 dias.
Entretanto, a Renamo convocou hoje uma conferência de imprensa em Maputo para falar sobre os acontecimentos recentes.
“Perante a guerra que nos é movida pela Frelimo e o seu governo, a Renamo pela primeira vez vai reagir. Queremos comunicar ao povo moçambicano e a comunidade internacional que a Renamo, está cansada de perseguições, humilhações, repressão, ditadura e da escravatura,” disse, Ossufo Momade, porta-voz da Renamo.
Para o efeito, a Renamo diz que pretende perseguir todas as pessoas que têm atacado aquele antigo movimento rebelde, até a sua proveniência, com armas que serão confiscadas aos agentes da FIR.
Convidado a comentar sobre as acções concretas que o seu partido pretende adoptar para perseguir as pessoas que têm estado a atacar a Renamo, o porta-voz escusou-se a elaborar.
Momade também não foi capaz de revelar quando é que o seu partido irá iniciar a referida perseguição.
O porta-voz do maior partido da oposição atribui a culpa ao Presidente da República, Armando Guebuza, a quem ele acusa de ter prometido, no início do seu mandato, acabar com a Renamo.
“Nos vinte anos de convivência multipartidária e de paz aparente, o Governo da Frelimo sempre deu ordens as suas forças da polícia, da FIR e as forças armadas atacaram e continuam a atacar,” disse.
(RM/AIM)

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