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O Dia de São Valentim, também conhecido no mundo como o Dia dos Namorados, é comemorado no dia 14 de fevereiro. Os postais em forma de coração, as confissões de amor e os presentes de todos os gêneros já se tornaram uma parte inalienável das congratulações tradicionais.
Todavia, na Rússia esta festa muito popular desde o início dos anos 90 do século passado, vem perdendo um vulto e escala anteriores. Segundo sociólogos, este dia será celebrado por 30% dos russos, disponibilizando-se outros 10% a comprar presentes para seus namorados.
Muitas pessoas consideram que se trata de uma festa da Igreja Católica. No entanto, os altos dignitários da Santa Sé não se cansam de repetir que esta data nada tem a ver a fé católica cristã. O diretor do serviço de imprensa da arquidiocese católico-romana da Mãe de Deus em Moscou, sacerdote Kirill Gorbunov comenta:
"Na Igreja Católica Romana não existe a festa com o nome o Dia dos Namorados. Esta é uma festa laica. Mais do que isso, nesse mesmo dia os católicos prestam homenagem aos santos Cirilo e Metódio, padroeiros da Europa e pregadores do Evangelho nos países eslavos. No calendário da nossa Igreja o São Valentim tem uma referência facultativa. A tradição laica de assinalar esse dia deve ter surgido no fim do século XV na Inglaterra e mais tarde se propagou pelo mundo inteiro".
Convém acrescentar que a Igreja de Cristo conhece e venera vários santos do mesmo nome. Ninguém sabe dizer quem desses cristãos merece uma honra especial e a elevada adoração dos namorados. A Tradição versa sobre três mártires na igreja primitiva com o nome Valentim. Sabe-se que, por outro lado, em Roma do século V esteve em voga o culto de S. Valentim, decretado pelo sumo pontífice Gelásio I, a fim de suplantar a tradição pagã de Lupercália, com particular incidência para o erotismo e o amor carnal desenfreado.
A maior popularidade do Dia de S.Valentim coube ao século XIX quando nos EUA se iniciou a campanha de apoio da "indústria de presentes". Desde os finais do século XX, a tradição de estabeleceu ainda na Rússia, embora pareça um tanto esquecida nos últimos anos. É um fato que se pode explicar, reputa o sacerdote da Igreja Ortodoxa Russa, Vadim Leonov.
"É uma festa alheia à cultura russa. Na década de 90 do século XX, a Rússia se tornou alvo de múltiplos paradigmas e doutrinas ideológicos. E todos, inclusive a festa de S. Valentim, foram testados pelo povo russo. Claro que a comercialização da festa não combina bem com os sentimentos de verdadeiro amor abnegado. E as pessoas começaram a sensibilizar-se disso".
Entretanto, para aqueles que assinalam a passagem da festa de S.Valentim a 14 de fevereiro, os governos municipais prepararam algumas surpresas. Em São Petersburgo, por exemplo, foi tomada a decisão de baixar os preços de entrada nos museus e cinemas locais. Em Blagoveschensk, no Extremo Oriente, todas as pessoas com mesmo nome terão direito a descontos em restaurantes e bares.
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