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Por: Gento Roque Chaleca Jr., em Bruxelas
E-mail: gentoroquechaleca@gmail.com
“Não são três mil ou cinco mil homens armados da Renamo que supostamente estão na Serra da Gorongosa que vão incendiar o país. É a Frelimo. São as políticas perversas deste governo. São os soldados do exército de desempregados. São os madjermanes abandonados que foram atirados à sua sorte. São todos os moçambicanos marginalizados e apelidados de vândalos. Gorongosa é apenas o santuário das lamentações do povo e Afonso Dhlakama a ponta do iceberg” – Extraído de uma conversa com os meus sobrinhos
Para quem já foi vítima de uma guerra sabe que ela é um incêndio difícil de apagar. No passado, para que a guerra fratricida cessasse, os extintores tiveram que vir da capital italiana (Roma). Ninguém saberá dizer com precisão de um relógio suíço do qual lugar virão os próximos extintores para apagar o fogo da guerra que o líder máximo da Renamo, Afonso Dhlakama, diz estar a preparar há duas semanas na Serra da Gorongosa.
Por: Gento Roque Chaleca Jr., em Bruxelas
E-mail: gentoroquechaleca@gmail.com
“Não são três mil ou cinco mil homens armados da Renamo que supostamente estão na Serra da Gorongosa que vão incendiar o país. É a Frelimo. São as políticas perversas deste governo. São os soldados do exército de desempregados. São os madjermanes abandonados que foram atirados à sua sorte. São todos os moçambicanos marginalizados e apelidados de vândalos. Gorongosa é apenas o santuário das lamentações do povo e Afonso Dhlakama a ponta do iceberg” – Extraído de uma conversa com os meus sobrinhos
Para quem já foi vítima de uma guerra sabe que ela é um incêndio difícil de apagar. No passado, para que a guerra fratricida cessasse, os extintores tiveram que vir da capital italiana (Roma). Ninguém saberá dizer com precisão de um relógio suíço do qual lugar virão os próximos extintores para apagar o fogo da guerra que o líder máximo da Renamo, Afonso Dhlakama, diz estar a preparar há duas semanas na Serra da Gorongosa.
O que dispensa dois dedos de testa é a certeza de que a próxima guerra (que o diabo seja mudo e surdo) será duas vezes mais de-vastador que a guerra dos 16 anos.
A próxima guerra não será apenas um conflito da Renamo ou de Dhlakama, mas sim, a guerra dos moçambicanos marginalizados em Cateme que lutam pela dignidade, dos trabalhadores moçambicanos que vivem em situações miseráveis (para estes irmãos a Lei do Trabalho não passa de mera paisagem de letras mortas), dos moçambicanos que tentam "furar" as fronteiras em busca de melhores condições de vida, dos moçambicanos que clamam por uma melhor justiça, uma educação e saúde de qualidade, pelo emprego e bem-estar social, etc. Este exército, podemos não ser bons de matemática, ultrapassa os milhares e grosso modo não está na Serra da Gorongosa como se pensa. Estão em toda a parte do nosso belo Moçambique e à espera de uma oportunidade para o “ajuste de contas”.
Sim, “ajuste de contas”, porque os manifestantes de 5 de Fevereiro de 2008, e os manifestantes de 1 e 2 de Setembro de 2010, respectivamente, não saíram derrotados quando foram chamados de vândalos. Quando receberam cronhadas pela GIR. Sequer estão satisfeitos com o rumo que o país leva. Senão vejamos: Aumentou os níveis de pobreza no país, aumentou o custo da água, de electricidade, dos produtos alimentares, do pão, dos combustíveis, da saúde, etc. Sabemos que nos próximos dias, por aprovação da Assembleia Municipal de Maputo, os preços dos “chapas” na capital do país vão subir vertiginosamente. As dificuldades do povo aumentaram de caudal e privilégios diminuíram drasticamente.
Os discursos da austeridade só têm um sentido: O POVO. O crescimento económico que o país regista não reflecte o nível de vida das populações rurais. Há dois meses, de férias, escalamos sucessivamente alguns distritos e localidades do país. A realidade dessas locais fez-nos comparar com as imagens da Somália e do Darfur. A guerra terminou há 20 anos, mas o sofrimento continua a conviver com a maioria das populações. A gente que vimos em Changara, em Catandica, em Chibabava, em Morrumbene, em Mugovolas, só para citar, clamam por tão simples: SEMENTES E ENXADAS para trabalhar a terra.
Já aqui o dissemos no passado, “A união do rebanho obriga o leão a deitar-se com fome”.■ “kochikuro”
(obrigado)
O AUTARCA – 02.11.2012
A próxima guerra não será apenas um conflito da Renamo ou de Dhlakama, mas sim, a guerra dos moçambicanos marginalizados em Cateme que lutam pela dignidade, dos trabalhadores moçambicanos que vivem em situações miseráveis (para estes irmãos a Lei do Trabalho não passa de mera paisagem de letras mortas), dos moçambicanos que tentam "furar" as fronteiras em busca de melhores condições de vida, dos moçambicanos que clamam por uma melhor justiça, uma educação e saúde de qualidade, pelo emprego e bem-estar social, etc. Este exército, podemos não ser bons de matemática, ultrapassa os milhares e grosso modo não está na Serra da Gorongosa como se pensa. Estão em toda a parte do nosso belo Moçambique e à espera de uma oportunidade para o “ajuste de contas”.
Sim, “ajuste de contas”, porque os manifestantes de 5 de Fevereiro de 2008, e os manifestantes de 1 e 2 de Setembro de 2010, respectivamente, não saíram derrotados quando foram chamados de vândalos. Quando receberam cronhadas pela GIR. Sequer estão satisfeitos com o rumo que o país leva. Senão vejamos: Aumentou os níveis de pobreza no país, aumentou o custo da água, de electricidade, dos produtos alimentares, do pão, dos combustíveis, da saúde, etc. Sabemos que nos próximos dias, por aprovação da Assembleia Municipal de Maputo, os preços dos “chapas” na capital do país vão subir vertiginosamente. As dificuldades do povo aumentaram de caudal e privilégios diminuíram drasticamente.
Os discursos da austeridade só têm um sentido: O POVO. O crescimento económico que o país regista não reflecte o nível de vida das populações rurais. Há dois meses, de férias, escalamos sucessivamente alguns distritos e localidades do país. A realidade dessas locais fez-nos comparar com as imagens da Somália e do Darfur. A guerra terminou há 20 anos, mas o sofrimento continua a conviver com a maioria das populações. A gente que vimos em Changara, em Catandica, em Chibabava, em Morrumbene, em Mugovolas, só para citar, clamam por tão simples: SEMENTES E ENXADAS para trabalhar a terra.
Já aqui o dissemos no passado, “A união do rebanho obriga o leão a deitar-se com fome”.■ “kochikuro”
(obrigado)
O AUTARCA – 02.11.2012
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