Ivan Maússe com Bitone Viage.
· Matola, Maputo, Moçambique · Assinantes: Bitone Viage & Ivan Maússe
Comemorou-se no passado dia 17 de Novembro, o Dia Internacional do Estudante. À passagem da data, à nível das emissões televisivas e radiofónicas, bem como no seio das nossas universidades e institutos, várias foram as reflexões travadas à volta da condição de «ser estudante», particularmente, no século XXI.
Das várias temáticas que marcaram as reflexões à volta da condição de «ser estudante no século XXI», a fraude académica ocupou um lugar de destaque, visto que, em muitos casos, revela-se em um mecanismo privilegiado entre os estudantes do ensino superior, com destaque, àqueles do regime das ciências sociais.
E porque o fenómeno da fraude académica, que nos últimos tempos vem conhecendo inovações em decorrência do desenvolvimento tecnológico, parece se normalizar em nossas universidades e demais instituições do ensino superior, decidimos redigir este artigo para expelir a nossa oposição à realidade.
Sem nos defraudar dos modelos tradicionais de fraudes académicas (os já maioritariamente conhecidos), nesta reflexão pretendemos dar enfoque ao “minimize” enquanto um modelo privilegiado de fraude académica nas nossas universidades, em que o espaço moçambicano não podia constituir uma excepção.
1. Dos modelos tradicionais de fraudes académicas:
Em busca de um conceito de fraude académica, podemos defini-la como sendo todo aquele meio ilícito que um dado formando, aluno ou estudante de uma determinada área, quer de nível primário, secundário, técnico-profissional ou superior, usa como forma de adquirir bons resultados pedagógicos.
Lembramos, que há sensivelmente um ano, Ivan Maússe redigiu um texto rotulado “Cibernetização da fraude académica”, o qual foi objecto de publicação pela sua conta de facebook, como também na folha do “Opinião & Análise” do Jornal Notícias, o então tido como o jornal de maior circulação do nosso país.
Naquele, o articulista aponta como modelos tradicionais de fraude académica: (i) as inscrições na carteira/assento escolar; (ii) as inscrições no interior das mãos e também das sandálias, sapatos e sapatilhas; (iii) o alongamento do pescoço para copiar do alheio; (iv) as comunicações paralelas ou sopros;
Maússe destaca, também, como modelos tradicionais de fraude, e desta vez entre os estudantes mais corajosos: o uso do (i) caderno ou sebenta de apontamentos instalados por debaixo da carteira e (ii) dos minúsculos textos organizados em colunas arrumados no bolso das camisas, calças ou saias de uniforme.
E, constatamos que, do cômputo geral, a fraude académica tem sido o prato forte dos estudantes preguiçosos, com especial enfoque aos das turmas numerosas. Em muitos casos, os visados, costumam ocupar os assentos do fundo da sala, usualmente de difícil visibilidade por parte do professor-vigilante.
2. O “minimize” como modelo de fraude académica:
O “minimize” à par do uso dos WhatsApp’s, SMS’S, Bluetooth’s, facebooks, airDrop’s, a título de exemplo, tornou-se em um novo meio de materialização de fraude académica. Estes mostraram-se rápidos, eficientes e eficazes para a troca de informações durante o período da realização das provas ou do exame.
O “minimize”, que entre os estudantes lê-se «minimaize» ganha corpo quando os estudantes acorrem aos centros de cópias como reprografias, onde reduzem substancialmente o tamanho das letras dos apontamentos dos cadernos ou dos livros e, no fim, portam-se daquelas às salas das provas ou exames.
Graças ao “minimize” um total de 30 páginas de um livro ou caderno de apontamentos, fica reduzido num total de 2 à 3 páginas, para a consulta do estudante fraudulento durante a prova ou exame em que, não raras vezes, chega a partilhar com os colegas numa clara demonstração de alto sentido de camaradagem.
Nisto tudo, o incrível é passividade demonstrada por parte dos funcionários dos centros de cópias face aos pedidos dos alunos fraudulentos. À estes não lhes cria espanto quando um estudante chega ao Centro de Cópias e diz “peço um minimize!”. Encaram este comportamento como se de mais normal se tratasse.
O fenómeno do “minimize” que tende a se normalizar nas nossas universidades, lesa, sobremaneira, a qualidade dos nossos graduados. Eleva-se o nível académico, mas não se desenvolve competências nenhumas. Retrocedemos, sempre. É, portanto, a multiplicação de doutores improdutivos para o país.
3. Considerações finais:
Ao todo, o fenómeno da fraude académica, quer nos moldes tradicionais, quer modernos, prejudica em pleno o nosso Sistema Nacional de Ensino (SNE), potenciando uma espécie de preguiça mental entre os alunos, e com problemas sérios de reflexão, problematização, crítica, abstração, análise e argumentação.
E porque nos aproximamos do período dos exames finais do ensino secundários como também dos exames normais, ou ainda, de admissão à nível das instituições de ensino superior do nosso país, é preciso que se implante um regime fiscalizador bastante rigoroso para combater o fenómeno dos “minimizes”.
Se o futuro do nosso país depende essencialmente da educação, mais principalmente de uma educação que se pretenda de qualidade, é preciso libertar a nossa juventude da fraude académica, ainda que, nalguns casos praticada de forma ingénua. Queremos sim é construir um país de verdadeiros intelectuais.
Portanto, é preciso fazer valer o regimento académico existente nas nossas universidades e escolas. Deve-se, claramente, punir devida e exemplarmente os agentes e cúmplices da fraude académica, assim como desencorajar os alunos das classes iniciais a entrar neste esquema de deslealdade, diga-se, intelectual.
Bem-haja Moçambique, nossa pátria de heróis!
Comemorou-se no passado dia 17 de Novembro, o Dia Internacional do Estudante. À passagem da data, à nível das emissões televisivas e radiofónicas, bem como no seio das nossas universidades e institutos, várias foram as reflexões travadas à volta da condição de «ser estudante», particularmente, no século XXI.
Das várias temáticas que marcaram as reflexões à volta da condição de «ser estudante no século XXI», a fraude académica ocupou um lugar de destaque, visto que, em muitos casos, revela-se em um mecanismo privilegiado entre os estudantes do ensino superior, com destaque, àqueles do regime das ciências sociais.
E porque o fenómeno da fraude académica, que nos últimos tempos vem conhecendo inovações em decorrência do desenvolvimento tecnológico, parece se normalizar em nossas universidades e demais instituições do ensino superior, decidimos redigir este artigo para expelir a nossa oposição à realidade.
Sem nos defraudar dos modelos tradicionais de fraudes académicas (os já maioritariamente conhecidos), nesta reflexão pretendemos dar enfoque ao “minimize” enquanto um modelo privilegiado de fraude académica nas nossas universidades, em que o espaço moçambicano não podia constituir uma excepção.
1. Dos modelos tradicionais de fraudes académicas:
Em busca de um conceito de fraude académica, podemos defini-la como sendo todo aquele meio ilícito que um dado formando, aluno ou estudante de uma determinada área, quer de nível primário, secundário, técnico-profissional ou superior, usa como forma de adquirir bons resultados pedagógicos.
Lembramos, que há sensivelmente um ano, Ivan Maússe redigiu um texto rotulado “Cibernetização da fraude académica”, o qual foi objecto de publicação pela sua conta de facebook, como também na folha do “Opinião & Análise” do Jornal Notícias, o então tido como o jornal de maior circulação do nosso país.
Naquele, o articulista aponta como modelos tradicionais de fraude académica: (i) as inscrições na carteira/assento escolar; (ii) as inscrições no interior das mãos e também das sandálias, sapatos e sapatilhas; (iii) o alongamento do pescoço para copiar do alheio; (iv) as comunicações paralelas ou sopros;
Maússe destaca, também, como modelos tradicionais de fraude, e desta vez entre os estudantes mais corajosos: o uso do (i) caderno ou sebenta de apontamentos instalados por debaixo da carteira e (ii) dos minúsculos textos organizados em colunas arrumados no bolso das camisas, calças ou saias de uniforme.
E, constatamos que, do cômputo geral, a fraude académica tem sido o prato forte dos estudantes preguiçosos, com especial enfoque aos das turmas numerosas. Em muitos casos, os visados, costumam ocupar os assentos do fundo da sala, usualmente de difícil visibilidade por parte do professor-vigilante.
2. O “minimize” como modelo de fraude académica:
O “minimize” à par do uso dos WhatsApp’s, SMS’S, Bluetooth’s, facebooks, airDrop’s, a título de exemplo, tornou-se em um novo meio de materialização de fraude académica. Estes mostraram-se rápidos, eficientes e eficazes para a troca de informações durante o período da realização das provas ou do exame.
O “minimize”, que entre os estudantes lê-se «minimaize» ganha corpo quando os estudantes acorrem aos centros de cópias como reprografias, onde reduzem substancialmente o tamanho das letras dos apontamentos dos cadernos ou dos livros e, no fim, portam-se daquelas às salas das provas ou exames.
Graças ao “minimize” um total de 30 páginas de um livro ou caderno de apontamentos, fica reduzido num total de 2 à 3 páginas, para a consulta do estudante fraudulento durante a prova ou exame em que, não raras vezes, chega a partilhar com os colegas numa clara demonstração de alto sentido de camaradagem.
Nisto tudo, o incrível é passividade demonstrada por parte dos funcionários dos centros de cópias face aos pedidos dos alunos fraudulentos. À estes não lhes cria espanto quando um estudante chega ao Centro de Cópias e diz “peço um minimize!”. Encaram este comportamento como se de mais normal se tratasse.
O fenómeno do “minimize” que tende a se normalizar nas nossas universidades, lesa, sobremaneira, a qualidade dos nossos graduados. Eleva-se o nível académico, mas não se desenvolve competências nenhumas. Retrocedemos, sempre. É, portanto, a multiplicação de doutores improdutivos para o país.
3. Considerações finais:
Ao todo, o fenómeno da fraude académica, quer nos moldes tradicionais, quer modernos, prejudica em pleno o nosso Sistema Nacional de Ensino (SNE), potenciando uma espécie de preguiça mental entre os alunos, e com problemas sérios de reflexão, problematização, crítica, abstração, análise e argumentação.
E porque nos aproximamos do período dos exames finais do ensino secundários como também dos exames normais, ou ainda, de admissão à nível das instituições de ensino superior do nosso país, é preciso que se implante um regime fiscalizador bastante rigoroso para combater o fenómeno dos “minimizes”.
Se o futuro do nosso país depende essencialmente da educação, mais principalmente de uma educação que se pretenda de qualidade, é preciso libertar a nossa juventude da fraude académica, ainda que, nalguns casos praticada de forma ingénua. Queremos sim é construir um país de verdadeiros intelectuais.
Portanto, é preciso fazer valer o regimento académico existente nas nossas universidades e escolas. Deve-se, claramente, punir devida e exemplarmente os agentes e cúmplices da fraude académica, assim como desencorajar os alunos das classes iniciais a entrar neste esquema de deslealdade, diga-se, intelectual.
Bem-haja Moçambique, nossa pátria de heróis!
Antonio Lourenco Junior Minimize
eh mais do que fraude academica eh o atestado e promocao de
incompetencia no seu mais alto esplendor. A expansao da ignorancia de
forma institucionalizada.
Fernando Banze Um gajo esta desatualizado PAH.
Existe "Minimize"?
É certo que já vi uma senhora na sala com uns papelinhos com letras reduzidas. Mas não sabia do nome.
Hehejhe
Existe "Minimize"?
É certo que já vi uma senhora na sala com uns papelinhos com letras reduzidas. Mas não sabia do nome.
Hehejhe
Euclides Da Flora parabéns ela elaboração do artigo. a Fraude académica é um cancro flagrante que coapitou o sistema nacional da educação..... Ivan Maússe
Dercio Arlindo Manhica Preocupante
essa questão como estudante que sou.. na verdade não consigo
vislumbrar um futuro risonho diante duma calamidade intelectual como
esta
Benjamim F. Malate Minimize=cábula
(modelo mais desenvolvido em que faz-se cópia num formato reduzido).
Agora fazer cábula= fraude académica, a questão é será que existe uma só
pessoa que no seu processo de aprendizagem nunca fez algum tipo de
fraude académica (cábula, copiar um
colega ou pedir resposta duma questão sem ser permitido). Tudo isso não
se difere de fazer minimize/fraude enquanto de maneira ilícita o aluno
usar esses métodos para adquirir "bons" resultados, que não provém do
seu esforço/conhecimento. Que atire a primeira pedra quem nunca fez ou
que comente o primeiro hipócrita..
David Ferreira Duf Eu NUNCA...
Benjamim F. Malate "Muito bom continue assim"
David Ferreira Duf Obrigado...
Dedé Machava Claro
meu caro, eu não faço parte desse elenco porque já violei as normas
alguns anos atrás, mas tenho certeza absoluta que existem essas pessoas
Escreve uma resposta...
Homer Wolf Gramei dessa "inovação":
«... Há sensivelmente um ano, Ivan Maússe redigiu um texto rotulado “Cibernetização da fraude académica”, o qual foi objecto de publicação pela sua conta de facebook,...
Naquele, o articulista aponta...
Maússe destaca tambem...»
Por.... Ivan Maússe!
(PS: essa lembra aquela de "Alô, daqui fala o SENHOR fulano de tal"... eh eh eh)
«... Há sensivelmente um ano, Ivan Maússe redigiu um texto rotulado “Cibernetização da fraude académica”, o qual foi objecto de publicação pela sua conta de facebook,...
Naquele, o articulista aponta...
Maússe destaca tambem...»
Por.... Ivan Maússe!
(PS: essa lembra aquela de "Alô, daqui fala o SENHOR fulano de tal"... eh eh eh)
Vânia Neves Marchal O mais engraçado é que os que mais fazem as cábulas, não chegam a ter a tal desejada nota alta.
1 comentário:
Até existem transparente...
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