Thursday, July 18, 2019

TRAJECTORIA DE URIA SIMANGO APOS MORTE DE MONDLANE CONTADA POR UM CONTEMPORANEO,

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Em 1969 Mondlane morre numa explosao de engenho explosivo armadilhado, que ninguem revindica. Machel, Marcelino dos Santos, e Uria Simango formam o triunvirato em vez do Simango tornar-se presidente como mandava a constituiçao da Frelimo de entao. Depois do assassinato de Silverio Nungu em Cabo Delgado, Simango apercebe-se que os seus colegas estao a planear um complote contra ele. Quando os seus colegas lhe pedem para ir a Nachingwea, Simango sabe que de Nachingwea seria transportado, com acontecera com Nungu, para o interior onde seria morto. Recusa e é entao que se insurge contra os seus colegas, escrevendo o documento que acaba de ser colocado em traduçao portuguesa no Moçambique para todos, onde apareceu primeiro em ingles. O governo de Tanzania declara Simango como "persona non grata", o que da ao Comité central a coragem de oficialmente expulsar Simango -- isto tudo no ano de 1969. O Egipto acolhe Simango e a sua familia. La vive até o golpe de Estado portugues de 25 de Abril de 1974. Simango chega em Nairobi, onde eu vivia, e coliga-se com Gwenjere, Gumane e regressam a Moçambique onde eles formam o partido da coligaçao nacional (PCN) com o intuito de forçar o governo portugues para entregar o territorio aos nativos duma maneira democratica com eleiçoes e tudo. A Frelimo nao quer eleiçoes e Samora Machel ameaça que a guerra nao terminaria sem Portugal entregar o territorio a Frelimo sem pre-condiçoes. O governo revolucionario portugues dominado por esquerdidas de obediencia a Uniao sovietica decide entregar o territorio a Frelimo atraves dos acordos de Lusaka.
É entao que aqueles opostos a este gesto, agarram-se na Radio Clube de Lourenço Marqes e transmitem apelos para que Portugal nao entregue o territorio sem eleiçôes previas. Voices de todo o tipo de pessoas includingo Gwenjere, Simango, Gumane, o malogrado Manuel Tristao Lisboa, se fizeram ouvir naquelas ondas radiofonicas e obviamente outras vozes eram de pessoas brancas que nao queriam nada de independencia, mas todos eles falavam a linguagem de nao entregue do territorio sem eleiçoes e sem democracia.
Depois do Exercito portugues ter retomado e entregue a estaçao as autoridades sem incidentes sangrentos, enquanto a Frelimo ameaça invadir a estaçao e matar toda a gente la, e com membros da Frelimo a confraternisar com as novas autoridades portuguesas e as vezes as tropas portuguesas e os combatentes da Frelimo a apertar as maos, a esperança de virar a onda para o entregue democratico perdida, estes politicos saem de Moçambique. Gwenjere regressa a Nairobi onde tinha vivido por alguns e é raptado em 1977 e morto em Moçambique, provalmente em Cabo Delgado.
Simango e outros sao capturados no Malawi aparentemente pela ordem do Mwaro, entao ministro do interior daquele pais, depois de ser contactado pela Frelimo sem o conhecimento do presidente Banda e entregue a Frelimo em Milange, Zambezia, sem a autorisaçao do seu presidente, segundo Samuel Simango, o unico que conseguiu escapar, fugindo de Milange. Samuel Simango contou isto ao autor em 1989, algures nas matas de Moçambique. O Mwaro viria a pagar por este acto com a sua propria vida visto que Banda nao gostou da sua acçao.
De Milange, a Frelimo os transporta para Nachingwea, Tanzânia, onde são publicamente paradados, insultados pelos gurrilheiros e julgados por Sergio Vieira, Marcelino dos Santos, Samora Machel e outros -- nenhuns deles eram juizes de carreira -- e sem o processo devido da lei. Depois da humilhação em Nachingwea onde ficaram até 1975, as mais de 300 pessoas cativas(outras fontes falaram até do numero de 600 pessoas), os infelizes sao reconduzindos a Niassa onde padecem no campo de concentraçao de Mitelela onde sao mortos em 1977.
Falando a moçambicanos em California, anos depois, Sergio Vieira viria a dizer que os prisioneiros foram mortos quando a Renamo atacou o campo dito de re-educaçao onde eles estiveram internados --o que nao podia ser verdade visto que a Renamo ainda nao tinha entrado em Niassa em 1977, estava muito longe de Niassa naquele ano.
Francisco Nota Moises
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