Tuesday, July 23, 2019

“Mateus Pinho Gwenjere: Um Padre Revolucionário” por Lawe Laweki


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Esta de parebens o autor Lawe Laweki desta magnifica obra sobre o Padre Mateus Pinho Gwenjere que na verdade foi um homem muito corajoso que abertamente desafiada as autoridades portuguesas. Houve coisas que fazia secretamente com o seu professor e mentor, Charles Pollet, como enviar jovens para se ajuntarem a Frelimo.
Pollet, um belga nascido na Argentina, tinha se indigenenisado com os cafres da terra dos Senas e se dizia Sena e falava a lingua sem sutaque dum europeu. O seu nome era conhecido em todas as partes das terras dos senas em Tete, na Zambezia, Manica e Sofala.
Quando veio ao seminario do Zobue, la no ano de 1965 para um retiro dos padres que ninha das missoes de Tete e Sofala, onde conheci o autor que foi meu colega da classe e amigo, vi o Pollet na companhia dos seminaristas da sua Missao da Nossa Senhora de Fatima de Murraça. Cruzei-me com ele quando andava com os seus seminaristas de Murraça. Quando lhe cumprimentei em português, nao me respondeu, olhou para mim com muito desprezo e desdem antes de perguntar aos seus murracenses com quem falava so em sena e lhes perguntou em sena que é a minha lingua materna: "quem é aquele branco que me cumprimentou na lingua do branco?"
Um dos seus estudantes de Murraça lhe disse: "aquele miudo," pois que naquele tempo eu era dos mais pequenos entre os seminaristas,"é de Inhangoma, Mutarara."
"Ha daqueles, gente de Mutarara que se fazem mais brancos do que os proprios brancos," disse Pollet. 'Conhecemo-los."
Continuei a minha marcha em sentido oposto, rindo-me da sua piada a minha custa e eles tambem continuaram andar, rindo-se as gargalhadas visto que tinham humilhado um pequeno rapaz muito arrogante.
Gwenjere uma vez confrantado por um agente de alta patente da PIDE em Caia que lhe perguntou, "o padre é português ou nao?" Ele sem duvidar respondeu: "quando é que combinamos que sou português?"
Os dois, Pollet e ele Guenjere, estariam numa situaçao pior com a Pide, se nao fosse a proteçao que o bispo Sebastiao de Rezende lhes conferia e que moderava as acçoes da Pide. Mas quando o bispo morreu, ambos Pollet e Gweujere ja nao tinha proteçao, vendo-se Gwenjere a debandar e a ser procurado por uma avioneta que o sobrevoou na minha regiao de Inhangoma depois dele ter atravessado o Zambeze quando rumava para o Malawi. Gwenjere estava vestido de roupa rasgada como um camponês com um grande chapeu de palha na cabeça com uma enxada no ombro para se camuflar (Mateus Gweujere, Dar Es Salaam falando ao mim em 1968).
Pollet que tinha sido transferido da Missao de Murraça que construira e onde vivera por alguns 25 anos foi transferido para ser o superior da Missao de Gorongosa donde foi escoraçado como um cao e levado para o aeroporto da Beira e posto num aviao, e nao tendo mesmo tido o tempo de se despedir bem dos outros padres que o acompanhavam e tinha com ele a nota da PIDE para "nunca jamais por pé em territorio português (Padre José Latorre, reitor do Seminario de Zobue), o que na linguagem salarista queria dizer em Portugal e em nenhuma das suas colonias, .
O Belga foi para Belgica antes de rumar para Ruanda onde na verdade tinha começado a sua missao como missionario depois da Segunda Guerra Mundial antes de ir missionar em Moçambique na Missao de Antonio Buzi entre Magadade e Murraça a beira do Zambeze em Sofala (Wikipedia e Google). De Ruanda foi transferido para a Tanzania e nunca se meteu com a Frelimo e ele mesmo nao achava graça que Gwenjere estava envolvido na politica em vez de estar inteiramente cometido como pastor catolico algures na Tanzania. Mas Gwenjere nunca abandonou a sua missao de padre e foi sempre padre até ao seu martirio.
Quando em 1996 Sérgio Vieira e Joaquim Chissano inventaram a historia de que ele Pollet é que tomou a bomba que matou Mondlane de Blantyre onde a recebeu da embaixada portuguesa no Malawi, aquilo foi uma pura invençao para justificarem porque mataram o Gwenjere. Sob ataque litarario de Lawe Laweki e meu, Sérgi Vieira depois abandonou a sua historia de que foi Pollet que trouxe a bomba para Tanzania para depois afirmar que foi a PIDE que matou Mondlane.
Ele proprio Sérgio Viera anda agora amarfanhado depois de insultar Guebuza e o apelidar de super gatuno.
Gwenjere fazia estremecer a todos os lideres da Frelimo incluindo o Mondlane, que Gwenjere chamava Monjana, a versao tribal do nome do primeiro lider da Frelimo. Gwenjere, tendo estado no seminario maior de Malhangalhene no sul, conhencia bem o sul e falava o Ronga e tambem o changane.
Nao lhe levou muito tempo depois da sua chegada para descobrir que as coisas nao iam bem na Frelimo. Gwenjere era a luz para quem toda a gente ia divulgar os segredos dos assassinatos na Frelimo. Gwenjere gozava dum grande apoio dos militantes e moçambicanos na Frelimo. Ele queria que os assassinatos e outros crimes que os dirigentes da Frelomo cometiam parassem e houvesse uma nova liderança na Frelimo visto que Mondlane nao servia os interesses da Frelimo e do povo moçambicano.
Mais uma vez, parabens, o colega Lawe Laweki.
Francisco Moises

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