03 de Julho 22h41 - 1 Visita
Geert Anckaert foi quem falou em representação da União Europeia, na conferência sobre o combate à corrupção, que decorre desde esta terça-feira, em Maputo, e que termina esta quarta. O responsável afirma que enquanto não houver investigação e devida responsabilização nos casos de corrupção, não se pode combater o fenómeno.
“No contexto da crise económica que o país atravessa, não podemos aceitar que um só metical seja desviado do caminho da melhoria da vida dos cidadãos moçambicanos. Os contribuintes europeus não aceitariam continuar a apoiar o país”, alertou Anckaert, realçando que é tempo de Moçambique tomar medidas concretas para combater o fenómeno da corrupção, que vem lesando o Estado em milhões de meticais. “Sem investigação, julgamento e sanções, a corrupção não pode ser travada. A corrupção não tem fronteiras e Moçambique já passou por muito, sendo que agora é tempo de focar os esforços para demonstrar que a luta contra a corrupção em Moçambique é efectiva”, disse.
Geert Anckaert deixou garantias de que a União Europeia não vai economizar esforços na luta pelo fim da corrupção em Moçambique.
Já a embaixadora de Portugal em Moçambique, Maria Amélia Paiva, que esteve presente na conferência, interveio dizendo que Moçambique ainda tem desafios consideráveis na luta contra a corrupção. “Ainda há um longo caminho a percorrer, no qual é de salientar o importante papel da boa governação, o bom e célere funcionamento das instituições no domínio da justiça, mas também no domínio legislativo e ao nível dos governos e de uma sociedade mais forte, constituída por organizações da sociedade civil e agentes económicos que sintam este desafio como uma causa própria”, afirmou a diplomata portuguesa.
“O mote desta conferência remete precisamente para a intervenção do Estado, da sociedade e do direito nestas causas, o que pressupõe um papel activo e um contributo diferenciador de cada um destes actores na prevenção e combate à corrupção”, acrescentou.
Lembre-se que o PACED, projecto no âmbito do qual decorre a conferência sobre corrupção, centra-se em acções destinadas a reforçar a capacidade institucional das autoridades competentes, ao nível legislativo, executivo e judiciário, promovendo o intercâmbio e partilha de conhecimentos e boas práticas.
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