Está instalado um braço-de-ferro entre o governo da província da Zambézia e habitantes do distrito de Inhassunge. Populares estão contra a exploração de areias pesadas, mas o governo insiste em avançar com o projeto.
Os populares juram que não saem das suas terras enquanto não se sentarem frente-a-frente com o governo provincial.
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Vários habitantes da ilha de Olinda, no distrito de Inhassunge, disseram à DW África que estão furiosos com os planos da província de explorar areias pesadas na zona.
"Nunca chamaram as pessoas para conversar", lamentou um morador, que pediu para não ser identificado. "A terra é dos nossos avós, não vamos sair."
Confrontos entre populares e polícia
Há quase duas semanas, um grupo de funcionários do governo foi à região para registar os bens de cada morador e a dimensão dos seus terrenos, para posterior compensação. Mas, segundo as forças de segurança, um membro do grupo foi apedrejado por populares.
A polícia garante, entretanto, que está preparada para responder, caso haja mais tumultos. As autoridades provinciais referem, no entanto, que não percebem a revolta dos populares.
"Já tinha sido feito algum tipo de consultas e a população já tinha concordado em avançar com o projeto. De repente, constata-se que, durante as reuniões, tem havido um comportamento adverso ao que tinha sido acordado", afirma Marcos Sapateiro, diretor da Terra e Ambiente na província da Zambézia.
Este responsável suspeita que há um grupo de pessoas que está a incitar a população a opor-se à exploração de areias pesadas.
Governo diz que projeto "é bom"
Enquanto tenta perceber o que se passa, o Governo insiste, no entanto, que o projeto será benéfico para a região. Almeida Manhiça, diretor provincial dos Recursos Minerais e Energia, assegura que não vai desistir de tentar convencer os populares.
"O Governo vai continuar a trabalhar no sentido de viabilizar o projeto e beneficiar as comunidades", assegura Manhiça.
A exploração de areias pesadas na província da Zambézia foi entregue à empresa chinesa Africa Great Wall Mining Development Company, que está atualmente a operar no distrito de Chinde.
A DW tentou contactar a empresa, sem sucesso.
DW – 25.07.2018
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