A desmilitarização da Renamo é o assunto político do momento, tanto é que, nesta semana, provou que se não condiciona, pelo menos está a atrasar as decisões que têm a ver com a realização das V Eleições Autárquicas de 10 de Outubro deste ano. O pacote eleitoral não está a ser aprovado aparentemente por causa disso. Os políticos dizem que nada está perdido e alguns deles desfilaram as suas opiniões.
A questão que o domingo levou aos seus interlocutores, tendo em conta a razão que levou a Comissão Nacional de Eleições (CNE) a suspender o processo de candidaturas de partidos políticos, que devia começar a 5 de Julho deste mês, é directa: podemos mais uma vez realizar as eleições com um partido armado?
Frelimo por eleições
sem partidos armadosCaifadine Manasse, secretário do Comité Central para a Comunicação e Imagem, afirmou que os moçambicanos não gostariam de realizar mais uma vez mais eleições com a Renamo armada apelando à consciência da actual liderança sobre a necessidade de honrar os compromissos assumidos pelo falecido Afonso Dhlakama.
Para ele, as cedências efectuadas pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, assim como pelo Governo foram uma demonstração clara da necessidade de realização de eleições com a Renamo desarmada, “até porque a Renamo tinha dado um sinal positivo através de Afonso Dhlakama que isso era possível acontecer”.
Acrescentou que a sociedade é chamada a ser um interlocutor válido persuadindo a Renamo a se conformar com a Constituição da República, Lei de partidos políticos e as outras vigentes no país.
Relativamente ao calendário eleitoral referiu que está a ficar apertado e numa situação em que não será da responsabilidade dos órgãos eleitorais, mas da própria Renamo que está bem representada a todos os níveis e que deve olhar para a questão do desarmamento como fulcral para que as eleições se realizem no ambiente de paz e tranquilidade.
As armas não podem impedir
a aprovação da lei eleitoral
–António Muchanga, Renamo
“Em Moçambique realizaram-se várias eleições com o partido Renamo munido de armas, então, não se deve condicionar a aprovação da lei eleitoral ao desarmamento dos nossos homens armados, porque as pessoas sabem o que deveria ter sido feito e não se cumpriu. A sessão extraordinária foi convocada com os nossos comandos armados, para do nada mudar-se o disco”,assim reagiu António Muchanga, deputado da Renamo quando instado a pronunciar-se sobre se uma vez mais as eleições podem ser realizadas com o seu partido armado.
Para ele, a prevalência dos homens armados tem a ver com a falta de cumprimento na íntegra dos compromissos assumidos entre o seu falecido líder e o Chefe de Estado, mormente a integração das forças residuais nas fileiras das FDS e com as respectivas patentes.
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