domingo, 15 de julho de 2018

Argélia expulsa para o deserto quase 400 pessoas, incluindo grávidas e crianças


A Argélia expulsou hoje 391 pessoas, incluindo crianças e grávidas, para o deserto do Níger em condições precárias
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) indicou que as pessoas expulsas, oriundas de países da África Subsaariana foram detidas pelas autoridades argelinas a trabalhar sem papéis em diferentes cidades do país e levados em camiões até à fronteira, no posto de In Guezzam.
As pessoas, incluindo crianças e mulheres grávidas, foram obrigadas a atravessar a fronteira a pé e com muito pouca água e alimentos, afirma a OIM, sem que tenha havido confirmação ou desmentido oficial das autoridades argelinas.
Os ministros do Interior da Argélia e do Níger estiveram hoje reunidos em Argel para o comité bilateral fronteiriço. O responsável argelino, Noureddin Bedoui, reiterou que o seu país não aceitará criar centros de detenção temporária propostos por diversos países europeus e que vai combater a imigração nos seus próprios termos.
Organizações internacionais como a Amnistia Internacional ou a Human Rights Watch acusam a Argélia de tratamento desumano a milhares de homens, mulheres e crianças migrantes, expulsos sem olhar ao seu estado de vulnerabilidade.
Bedoui admitiu em maio passado que nos últimos três anos foram expulsas 27.000 pessoas da Argélia, mas afirmou que tudo se passou no "estrito respeito dos direitos humanos", acusando as organizações de quererem "ferir a imagem" do país

Sem comentários: