quinta-feira, 19 de julho de 2018

Ainda há 15 ruas com o nome de Salazar em Portugal


Figuras da ditadura dão nome a ruas em pelo menos 78 concelhos do país
Quarenta e quatro anos após o fim da ditadura em Portugal, as figuras principais do regime mantêm-se presentes em ruas de pelo menos 78 concelhos do país e 15 delas têm o nome de Salazar.
Entre ruas, largos, praças, avenidas, parques, travessas, pracetas e becos, mais de uma centena de topónimos associados a protagonistas do Estado Novo permanece no espaço público, subsistindo à iniciativa de apagar, após o 25 de Abril de 74, a ideologia política e as memórias dos 41 anos de ditadura, de acordo com a base de dados dos CTT facultada à agência Lusa.
Há 15 ruas que mantêm o nome de António de Oliveira Salazar, o estadista que mais tempo governou Portugal, desempenhando funções entre 1932 e 1968, primeiro como ministro das Finanças e depois como primeiro-ministro.
À procura de Salazar, este roteiro pelo Estado Novo começa em Vila Flor (distrito de Bragança) e segue para Santo Tirso e Igreja, em Vila Nova de Gaia (Porto). Já no distrito de Viseu, passa por Vila Seca e Armamar, no concelho de Armamar, Carregal do Sal (sede de concelho), Castainço, no município de Penedono, e no Vimieiro, no concelho de Santa Comba Dão, de onde Salazar era natural.
O nome está ainda em placas toponímicas de Cafede, em Castelo Branco; Barreiros e Monte Real, no concelho de Leiria; Ansião (distrito de Leiria); Santa Cita, em Tomar (Santarém); Dagorda, no Cadaval (Lisboa) e Clara-a-Velha, em Odemira (Beja).
A Salazar sucedeu Marcelo Caetano, o último primeiro-ministro do Estado Novo, até à revolução do 25 de Abril de 1974. A ele ligadas existem 11 placas toponímicas (desde ruas a uma avenida, uma praceta, um largo e um beco) na Maia (Porto), Pombal e Peniche (Leiria), Tomar (Santarém) e Cadaval, Cascais e Sintra, (Lisboa).
No caso do Cadaval, o nome de Marcelo Caetano dá nome a três espaços.
O general Óscar Carmona, Presidente da República entre 1926 e 1951, dá nome a nove ruas, a começar na Maia e Vila Nova de Gaia (Porto), Anadia (Viseu), Covilhã (Castelo Branco), Almeirim (Santarém), Cascais (Lisboa), Odemira (Beja) e Tavira (Faro).
Óscar Carmona sucedeu ao marechal Gomes da Costa, cujos topónimos se encontram em Póvoa de Lanhoso (distrito de Braga); Porto, Matosinhos, Paredes e Vila Nova de Gaia (Porto); Tondela (Videu), Soure (Coimbra); Leiria e Alcobaça (Leiria); Pinhel (Guarda); Almeirim e Vila Nova da Barquinha (Santarém); Lisboa, Odivelas, Cascais, Oeiras, Sintra, Loures e Sobral de Monte Agraço (Lisboa); Grândola (Setúbal); Monforte e Nisa (Portalegre); Vendas Novas (Évora); Beja e Ferreira do Alentejo (Beja); Tavira e Portimão (Faro).
Mais de meia centena de ruas nos distritos de Bragança, Vila Real, Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Évora, Beja e Faro têm o nome de Duarte Pacheco, que se destacou como ministro das Obras Públicas e engenheiro, ao contribuir para vários projetos no país, como o do aeroporto de Lisboa e a Ponte Salazar, mais tarde designada por Ponte 25 de Abril, que liga Lisboa a Almada.
Entre as várias figuras, destacam-se ainda as ruas com o nome Aristides de Sousa Mendes - por exemplo, em Alcácer do Sal (Setúbal), Beja ou Odemira -, pelo facto de o cônsul de Portugal em França ter concedido, à revelia de Salazar, vistos de entrada em Portugal a judeus, que fugiam ao exército alemão nazi, durante a Segunda Guerra Mundial.
Além da toponímia, há diversos locais onde a presença das figuras do Estado Novo está bem presente, como a estátua do marechal Gomes da Costa, em Braga, a ponte Duarte Pacheco, em Penafiel (Porto), o viaduto Duarte Pacheco, em Lisboa, ou o aeroporto da capital - Humberto Delgado.


Miguel Andrade
O Afonso Henriques, do ponto de vista pessoal, era uma besta e consta que não respeitava as mulheres por aí além. O D. Manuel I e os que se lhe seguiram foram responsáveis pela matança de índios no Brasil e nativos em África. O Álvaro Cunhal defendia o estalininismo que, como se sabe, era um regime sanguinário. A maioria dos políticos portugueses fizeram negócios com os corruptos angolanos. O melhor é numerarem as ruas todas...
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Mario Sal Jorge
Hoge corremos atrás de modas, e foi moda fazer rotura com o passado no entanto creio que é importante respeitar todavia homens e mulheres que não roubaram, desviaram fizeram do estado e suas posições muios para ganhar milhões a custa do Estado do 25 Abril
Rogério Barreto
Humberto Delgado e Aristides Sousa Mendes não foram figuras do regime fascista. O Estado Novo teve os seus intérpretes que instituíram a ditadura, uma forma de governar que vilipendiou o povo português. Fazem parte da história, com certeza, pelos motivos menos nobres, mas um povo esclarecido não pode enaltecer as virtudes de quem, à força e com terror, lhes usurpou direitos e liberdades e instituiu a pobreza e a ignorância como estado de alma.
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Silvio Manuel Francisco
A história ao País pertence, ninguem tem o direito de mudar nomes, eles não fazem mal a ninguem...Os que fazem mal ainda cá andam, a sacar e a roubar os Pobres, que morrem com a barriga vazia, e os ricos morrem com a BARRIGA CHEIA...
Guidinha Vieira
É qual o problema,faz parte da nossa história mesmo que mude os nomes, que será um disparate continua a fazer parte do nosso passado.
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Nuno Pestana
O marquês de Pombal também era um ditador e há muitas ruas e praças com o nome dele. Se só fossem dar nomes de democratas ou pessoas que não tivessem a ver com ditaduras às ruas, tinham que mudar o nome a milhares e milhares de ruas. Na Espanha é ainda pior que dão nomes de genocidas 

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