Exmo. Senhor Director Editorial do Jornal TXOPELA
Quelimane, 6/09/2017
Exmo Senhor,
O Jornal TXOPELA numa das suas recentes edições, noticiou que o Primeiro Secretário do Comité Provincial da Frelimo, Paulino Lenço, disse em Quelimane que “os partidos da oposição, nomeadamente o MDM e a Renamo estão empenhados a trazer os colonialistas de volta ao país”.
Segundo a mesma notícia, Paulino Lenço falava aos estudantes do Instituto de Formação de Professores em Quelimane, num evento organizado pela OJM, dando como exemplo o facto de, durante as comemorações dos 75 anos da cidade, a edilidade ter trazido para Quelimane alguns zambezianos na diáspora.
Porque estas afirmações estão carregadas de inverdades, solicitamos Vexa se digne publicar este texto, em forma de esclarecimento para que o público leitor desse prestigiado órgão de comunicação social fique a conhecer a verdade dos factos:
Efectivamente estiveram na Zambézia para comemorar os 75 anos de Quelimane, a nossa querida cidade, ou seja as “bodas de diamante”, zambezianos na diáspora, residentes em Portugal, Angola, Estados Unidos da América, Espanha e Itália a convite da ABS (Associação dos Bons Sinais) uma associação de âmbito provincial, sem fins lucrativos que integra no seu seio cidadãos de boa vontade de todos os quadrantes políticos, religiosos e outros, com o objectivo de identificar e recuperar o património histórico da Província da Zambézia, em particular a Igreja de Nossa Senhora do Livramento, mais conhecida por Catedral Velha, Património Nacional desde 1943, um dos mais importantes de Moçambique e de África.
A maioria destes naturais da Provincia da Zambézia já não vinham a sua terra natal, a nossa “Pátria Amada” há mais de 40 anos. Vieram matar saudades uns, outros rever familiares e amigos e outros trouxeram as cinzas de seus familiares Chuabos que pediram antes de morrer, que queriam que os seus restos mortais repousassem na terra que os viu nascer, que tanto amam, porque também sua, o que veio a acontecer.
É, no mínimo, ofensivo rotular esses visitantes de colonos, tão vitimas do colonialismo como aquele que assim os designou.
É, no minimo, ridiculo afirmar que estes quelimanenses zambezianos, vieram com intenção de neocolonizar a nossa Pátria Amada. Estes compatriótas nossos são tão turistas como o são milhares de cidadãos naturais de Moçambique ou de outras paragens que se deslocam ao nosso país para fazer turismo e desfrutarem das nossas belissimas paisagens. Tais afirmações só revelam ignorância, recalcamentos e falta de cultura politica.
Foi a Associação dos Bons Sinais quem organizou a vinda destes zambezianos, tendo não só mantido o senhor Governador da Província a par de tudo, como também convidado este dirigente a presidir o convivio, que aceitou de imediato, e a quem seriam entregues dois kits cirúrgicos para os hospitais de Gurué e Mocuba, 240 caixas de paracetamol, 20 caixas de amoxixilina e cerca de uma tonelada de bens e material diverso para crianças, escolas, bibliotecas e o Clube Primeiro de Maio. Foram entregues também 75 bolsas de estudo para igual número de crianças.
Por sua vez o senhor Ministro do Interior orientou a ABS, através do director da Migração da cidade de Maputo, de como fazer para que fossem concedidos os vistos de entrada aos zambezianos que se deslocaram a Moçambique no âmbito dos 75 anos da cidade de Quelimane.
Por conseguinte é totalmente falsa e irresponsável a afirmação que a vinda dos zambezianos foi organizada pelo MDM.
A propósito deste reencontro, um quelimanense que vive na nossa cidade, “rainha da Zambézia, terra de paz e de bondade, disse que “depois de muito tempo apartados pelas vecissitudes da vida é deverás salutar e gratificante viver esta realidade emocional de reencontrar antigos colegas de escola, outros de turma, aqueloutro do desporto e de bairro, trazendo-nos à memória aquela juventude, da qual muitos nos orgulhamos fundamentalmente por esta camaradagem, que ultrapassou fronteiras e, como hoje emocionadamente testemunhamos, é atemporal”. É esta arte natural de amizar, que nós, quelimanenses, sabemos fazer.
Esperamos digníssimo Director Editorial do TXOPELA ter ajudado a esclarecer aos leitores desse prestigiado jornal, alguns equivocos que pairavam nalgumas mentes “turvas”.
A Comissão instaladora da Associação dos Bons Sinais.
Nº 1 DA FRELIMO NA ZAMBÉZIA: “A oposição pretende trazer o colono de volta”
Luís de Figueiredo
Quelimane (Txopela) — O Primeiro Secretário do Comité Provincial do Partido Frelimo na Zambézia, Paulino Lenço disse há dias em Quelimaneque os partidos da oposição,nomeadamente o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) estão empenhados a trazer os colonialistas de volta ao País.
Paulino Lenço fez estes pronunciamentos à margem de uma reunião dirigida por ele aos estudantes do Instituto de Formação de Professores de Quelimane, sob a égide da Organização da Juventude Moçambicana (OJM) da cidade de Quelimane e que contou com a participação do administrador do distrito de Quelimane Carlos Baptista Carneiro.
Numa reunião bastante concorrida pelos estudantes daquela instituição de formação profissional, Lenço começou por pedir que os jovens parem de desprezar a FRELIMO porque, segundo explicou a FRELIMO foi o partido que libertou o povo do jugo colonial e somente o seu partido tem o programa que se alinha com a agenda do povo moçambicano “ é preciso que tenhamos muita atenção com esses partidinhos que estão a aparecer agora, o nosso País já passou por três guerras e vocês não conhecem as reais motivações para que estas guerras fossem desencadeadas, Moçambique é rico em recursos naturais e muitos brancos querem explorá-los e levá-los aos seus países, por isso financiam partidos como a RENAMO para nos desestabilizar enquanto eles exploram as nossas riquezas. Por isso meus jovens têm que estar muito atentos a esses partidos falaciosos da oposição”. Alertou Lenço.
O Secretário Provincial da Frelimo na Zambézia,usou como exemplo o facto de durante as comemorações dos 75 anos da cidade de Quelimane, a edilidade ter trazido para Quelimane alguns moçambicanos residentes na diáspora e explica: “viram o que aconteceu durante as festas de 75 anos de Quelimane? Julgam que é verdade o que andaram a dizer que são Quelimanenses residentes na diáspora? Porque é que não vieram antes para cá se realmente amam a pátria? Cuidado jovens! Esses partidos da oposição não têm nenhum programa com o povo, estão somente a ser usados pelos colonialistas que deixaram o País para lhes trazer de volta e continuarem a explorar a nossa terra e ao nosso povo” – vaticinou Paulino Lenço.
Para sustentar a sua posição, Lenço falou da República da Líbia onde, segundo as suas palavras “aquele era o País mais rico do continente, entretanto por causa de forças exteriores o povo líbio mandou matar o seu líder Muhamar Khadafi, hoje em dia aquele que era o País mais rico da África passou a ser o mais pobre, por isso não desprezem a FRELIMO que é o nosso pai e nossa mãe porque depois de matá-la, não terão escolas para leccionar porque não haverá mais governo comprometido com o povo”.
Recordemo-nos que cerca de 78 moçambicanos residentes no estrangeiro, maioritariamente em Portugal estiveram durante uma semana na cidade de Quelimane a convite do Presidente do Conselho Municipal de Quelimane para fazer parte das comemorações dos 75 anos de elevação desta circunscrição à categoria de cidade.
Jornal Txopela
NOTA: É assim que a FRELIMO quer desenvolver o turismo em Moçambique?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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