quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Trabalhadores da Ematum protestam contra atrasos salariais

Marinheiros dizem que os barcos não operam há mais de 10 meses

Cerca de 30 trabalhadores da Empresa Moçambicana de Atum, Ematum, com destaque para marinheiros, amotinaram-se, hoje, em frente às instalações da sede da empresa, em Maputo,para pressionar a instituição a pagar os salários em atraso há dois meses. Os trabalhadores dizem estar agastados porque o atraso salarial é recorrente e que o mesmo tem sido pago depois de confusões.
“Estamos aqui para reclamar o salário que está atrasado. Tem sido sempre assim, quando se atrasa o salário, temos que criar uma confusão qualquer e logo após o barulho o salário sai”, disse uma. “Estamos preocupados em saber porque sempre temos que fazer barulho para receber. E agora estão a tentar colocar como oficial essa coisa de recebermos de dois em dois meses. Mas assim nós não estamos a conseguir gerir o salário. Já estamos há dois meses sem receber”, disse outra, sem se identificar.
O grupo diz que receia o encerramento da empresa, uma vez que 24 barcos não funcionam desde Dezembro do ano passado. “A própria empresa está há um ano parada. Não está a fazer nenhum. Estamos preocupados porque gostaríamos que aparecesse alguém a dizer porquê a empresa está parada”.
“Não estou a trabalhar, porque o meu contrato é marítimo. É no mar que eu devo estar a trabalhar e não aqui em terra a guarnecer os 24 barcos ali parados”, desabafou um dos marinheiros.
Na ocasião, a equipa de reportagem procurou ouvir a Ematum sobre as razões da greve, mas não foi possível. A equipa de reportagem não foi permitida.
A Ematum, que beneficiou para suas operações de 350 milhões de dólares contraídos pelo Governo com garantias soberanas do Estado é uma das empresas visadas pela auditoria internacional e independente para o esclarecimento das dívidas ocultas. 
".....O que acontece é que o mediaFAX conversou longamente com um grupo de trabalhadores da empresa (Ematum) que decidiu, pelo menos ontem, paralisar as actividades, reivindicando o pagamento de três meses de salário atrasado. Os jornalistas do mediaFAX tentaram chegar à fala com o suposto director para ter a versão da direcção em relação às razões de três meses de
salário atrasado. Pelo mediaFAX tudo foi feito como mandam as regras jornalísticas, mas o suposto director provou ser um homem de uma mente e pensamento, cuja competência e capacidade de lidar com gestão, se podem questionar bastante. Tudo quanto era perguntado, sobre as razões da greve e o posicionamento da empresa face à situação, o bom do director simplesmente respondia: “primeiro me diga quem te facultou o meu número de telefone; não vou falar nada; eu não te vou dar nenhuma informação; fale com ela mesma para te dar a informação
que pretendes” - entre outro palavreado, assim se pronunciou Flávio Quibe.
Ora, com este tipo de gestores, adicionando as metamorfoses das
máfias que acompanharam a cesariana do parto Ematum, pode
ficar claro que os 850 milhões de dólares “investidos” na empresa
jamais serão recuperados para o benefício dos 25 milhões de
moçambicanos.."
mediaFAX, 06.10.2016

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