sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Polícia Municipal apreende carrinhas escolares em Maputo por excesso de lotação

   


Apreensão privou mais de 300 crianças de assistirem às aulas
A Polícia Municipal da Cidade de Maputo decidiu apreender, na manhã de hoje, diversas viaturas de transporte escolar por excesso de lotação. Os carros foram levados com os respectivos motoristas e alunos para o parque do município. A acção visa controlar o limite de crianças que cada carrinha escolar transporta de uma única vez.
A Polícia Municipal defende que são, no total, 15 pessoas que uma carrinha deve transportar, mas os transportadores dizem que, tal como acontece com os transportes de passageiros, vulgo “chapa”, o limite deve ser de 18 crianças.
E o “braço de ferro” entre os transportadores escolares e a polícia teve o seu pico, hoje, com a apreensão de cerca de 15 carrinhas escolares. A apreensão das viaturas privou mais de 300 crianças de chegarem às suas escolas, facto que foi condenado pelos transportadores, que alegam elevados custos de combustível para exceder o limite exigido e não seguir o preceituado nos livretes.
“Eu tinha 20 crianças no carro. Eles dizem que nós temos que seguir aquilo que está no livrete, que são 15 lugares. Dificilmente nós podemos trabalhar a levar 15 crianças no carro. Com o custo do combustível, é difícil”. Desabafou o transportador Ronaldo Cumbe.
As crianças sentem-se injustiçadas na medida em que foram privadas de assistir aulas, quando algumas delas tinham provas agendadas.
“Pararam nossa carrinha, éramos mais ou menos 18 pessoas. Em vez de pegarem nossa carrinha e nos levarem para à escola, com um polícia ali dentro, para não pensarem que o nosso motorista ia fugir, eles nos vieram deixar aqui. Eu tenho teste de matemática hoje no primeiro tempo e irei tirar zero”, desabafou a aluna Khinhela Manhique.
“Parquearam nossa carrinha e nós ficamos aqui. Quero ir à escola, porque vou perder o teste de matemática”, acrescentou Mércia Carlos, outra aluna. “Estamos a perder aulas. Queremos ir para à escola”, contestou Ken Tomás. 

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