A
Polícia Municipal da Cidade de Maputo decidiu apreender, na manhã de
hoje, diversas viaturas de transporte escolar por excesso de lotação. Os
carros foram levados com os respectivos motoristas e alunos para o
parque do município. A acção visa controlar o limite de crianças que
cada carrinha escolar transporta de uma única vez.
A
Polícia Municipal defende que são, no total, 15 pessoas que uma
carrinha deve transportar, mas os transportadores dizem que, tal como
acontece com os transportes de passageiros, vulgo “chapa”, o limite deve
ser de 18 crianças.
E
o “braço de ferro” entre os transportadores escolares e a polícia teve o
seu pico, hoje, com a apreensão de cerca de 15 carrinhas escolares. A
apreensão das viaturas privou mais de 300 crianças de chegarem às suas
escolas, facto que foi condenado pelos transportadores, que alegam
elevados custos de combustível para exceder o limite exigido e não
seguir o preceituado nos livretes.
“Eu
tinha 20 crianças no carro. Eles dizem que nós temos que seguir aquilo
que está no livrete, que são 15 lugares. Dificilmente nós podemos
trabalhar a levar 15 crianças no carro. Com o custo do combustível, é
difícil”. Desabafou o transportador Ronaldo Cumbe.
As
crianças sentem-se injustiçadas na medida em que foram privadas de
assistir aulas, quando algumas delas tinham provas agendadas.
“Pararam
nossa carrinha, éramos mais ou menos 18 pessoas. Em vez de pegarem
nossa carrinha e nos levarem para à escola, com um polícia ali dentro,
para não pensarem que o nosso motorista ia fugir, eles nos vieram deixar
aqui. Eu tenho teste de matemática hoje no primeiro tempo e irei tirar
zero”, desabafou a aluna Khinhela Manhique.
“Parquearam
nossa carrinha e nós ficamos aqui. Quero ir à escola, porque vou perder
o teste de matemática”, acrescentou Mércia Carlos, outra aluna.
“Estamos a perder aulas. Queremos ir para à escola”, contestou Ken
Tomás.
Sem comentários:
Enviar um comentário