domingo, 16 de outubro de 2016

ECOS DA 10.ªCONFERÊNCIA NACIONAL DE QUADROS

ECOS DA 10.ªCONFERÊNCIA NACIONAL DE QUADROS

“…eu mudarei a sua honra em vergonha” Oséas 4:7
A recém terminada Reunião Nacional de Quadros da FRELIMO, que decorreu de 01 a 03 do corrente na Escola Central, localizada na Cidade da Matola, teve interessantes “nuances” que vale a pena relembrar algumas: Em primeiro lugar o elevado número de participantes, (acima de três mil), entre Delegados, Convidados e o “staff” que garantiu o sucesso do evento: (membros da logística, da segurança, motoristas, etecetera e etecetera). Em segundo lugar o resgate de alguns Quadros que já se encontravam enferrujados nas gavetas do esquecimento, (exemplo de um amigo meu que não o via há mais de três décadas e que o julgava já “residente” na morada dos “desincarnados”, e, neste mesmo capítulo, a materialização do slogan “renovação na continuidade”, pois na verdade houve um equilíbrio entre veteranos que já de per si são o símbolo do Partido e o surgimento de jovens dinâmicos que tendo começado a sua militância na ”Continuadores”, e passado pela OJM hoje são o “garante hipotecário” da continuidade do Partido Cinquentenário. Mas, mais do que tudo isso, o que chamou a minha atenção, foi a disciplina que se observou do primeiro ao último dia no que tange a concentração ao essencial do encontro, a seriedade dos debates e o comportamento unânime dos participantes: pouca movimentação dentro da sala, pois, tirando aquelas deslocações inadiáveis para a satisfação das obrigações biológicas devido ao desgaste de esfíncteres pela idade ou por outra razão, fora isso, os incómodos “toque nices” estiveram isolados fora do recinto da Reunião por ordem do Presidente. Custou-me a acreditar que afinal as pessoas conseguem desassociar-se de “apêndices” absolutamente desagradáveis trazidos pelo avanço da tecnologia da ponta, como é o apego, e porque não “escravização” ao uso abusivo do telemóvel que para alguns passou a ocupar o primeiro lugar em matéria de estima e confiança, mais do que as ou os próprios cônjuges. Os participantes, devido a ausência daquele objectinho de estimação, (já retirado do mercado depois de detectados problemas com abateria), refiro-me ao Smartphone Samsung Galaxy Note 7, nos seus bolsos ou pastas, entregaram-se de alma e coração aos debates, demonstrando desta forma que aquele “brinquedinho” pese a sua importância na vida de muitos, a sua admissão nos eventos, não só desvia a atenção das pessoas do que é sério como em muitos casos envergonha. Lembro-me dum vergonhoso episódio vivido numa Casa Mortuária, quando um “recém-viúvo” no exacto momento em que ia depositar o derradeiro beijo na testa fria do corpo da ex-esposa que jazia naquele desolador esquife, o incómodo “bichinho” tocou “nzitafa na wena mu rhanziwa!” (hei-de morrer contigo amor!), “toque nice” retirado da música do “King Bow”, como que a falecida a lembrar ao ex-marido que deviam estar juntos alí no caixão. Dizer que o vergonhoso episódio do “toque nice”, gelou a capela da Casa Mortuária, cujo ambiente “de per si” já é mórbido, é pouco: o saldo do “toque nice” foi simples e ridiculamente decepcionante! Portanto, a medida decretada pelo Presidente de proibir o uso dos Celulares naquele evento, mereceu quanto a mim, a maior nota de valoração: 20 (Vinte!). Mesmo assim, na altura da cerimónia do encerramento, um atrevido tentou despistar a vigilância filmando as últimas imagens do encerramento, acto prontamente desarmado pela segurança! E não era um Quadro qualquer, eu acompanhei bem a cena. Era um “Quadrado”, ex-PCA duma grande Empresa! Ridículo! Se a vergonha matasse! O desmascarado, procurou por um buraco que não encontrou para se esconder de tamanho constrangimento!
Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com

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