Casei-me cedo para melhorar de vida
- Afirma a rapariga que abandonou os estudos aos quinze anos de idade
Aida António, de 20 anos de idade, é uma das vítimas de casamentos prematuros. Muito cedo, aos quinze anos, viu-se tentada a abandonar a sua terra de origem, Inhambane, rumo à capital do país à busca de oportunidades de emprego. Conforme contou ao domingo a vida na sua terra natal era passada num autêntico inferno. Órfã de mãe, vivia com a madrasta e as relações não eram das melhores.
Com os olhos embaçados,
revelou que as precárias condições
de vida, igualmente,
serviram de factor para o seu
desencaminhamento. “Abandonei
a escola quando estava na
sexta classe”. Já em Maputo,
Eldorado, para muitos, juntou-
-se a um homem de 43 anos de
idade, na esperança de garantir
o pão à mesa, diariamente.
Mas as suas contas não deram
certo. Depois de engravidar
do referido adulto passou a comer
o pão que o diabo amassou.
Nesse momento, o referido indivíduo
era solteiro, “não tinha
mulher em casa”. O tempo
passou e, depois de dar à luz
duas vidas, a menina Aida foi
abandonada pelo marido.
Entretanto, a procura por melhores condições de vida fez
com que outra criança, Esperança
Raimundo, de 17 anos, se
esbarrasse com o que não tinha
procurado. Também proveniente
de Inhambane, deixou de estudar
ainda na adolescência e
engravidou “sem querer” de um
jovem de 20 anos, de quem desconhece
o paradeiro.
“Quando fiquei grávida ele
não assumiu, e nem sequer
sei por onde anda actualmente”,
disse Esperança Raimundo
à nossa equipa de reportagem.
QUEREMOS VOLTAR
À ESCOLA
Apesar dos percalços, Aida
e Esperança estão decididas a
voltar à escola. Neste momento,
as raparigas encontram-se
no Centro de Acolhimento Hixikanwe,
na cidade de Maputo.
Cientes da responsabilidade
que carregam, arcar com as
despesas dos respectivos filhos,
estas jovens pretendem, inclusive,
arranjar uma colocação profissional
de forma a atingirem
os seus objectivos de vida.
No âmbito das comemorações
do Dia Internacional da Rapariga,
dados apresentados pelo
Ministério do Género, Criança e
Acção Social apontam que uma,
em cada duas raparigas, casa-
-se antes dos 18 anos, sobretudo
nas famílias rurais do Norte
e Centro do país.
ESTAMOS
PREOCUPADOS
Angélica Magaia, directora nacional do Género, Criança e
Acção Social
O Governo de Moçambique,
representado pela directora
nacional do Género, Criança e
Acção Social, reafirmou a sua
preocupação em relação aos
índices elevados de casamentos
prematuros. Com efeito, Magaia
garantiu que o seu departamento
está a criar estratégias com
vista a reduzir aqueles números.
“As altas taxas de abandono
escolar preocupam-nos,
mas estamos a trabalhar nas
comunidades para disseminar
a informação sobre a importância
de formar a rapariga.
Recentemente lançámos
o programa Rapariga Biz em
Nampula e Zambézia e vamos
formar mais de um milhão de
pessoas que irão disseminar
informações sobre como
cuidar de outras meninas.
Vamos também fortalecer os
gabinetes de raparigas nas
escolas”.
Em relação aos ritos de iniciação
que acontecem no Norte
do país e contribuem para o
abandono escolar, disse que o
Governo já está a trabalhar com
as matronas e mestres daqueles
rituais, de forma que aconteçam
no período das férias, evitando,
assim, o abandono escolar.
revelou que as precárias condições
de vida, igualmente,
serviram de factor para o seu
desencaminhamento. “Abandonei
a escola quando estava na
sexta classe”. Já em Maputo,
Eldorado, para muitos, juntou-
-se a um homem de 43 anos de
idade, na esperança de garantir
o pão à mesa, diariamente.
Mas as suas contas não deram
certo. Depois de engravidar
do referido adulto passou a comer
o pão que o diabo amassou.
Nesse momento, o referido indivíduo
era solteiro, “não tinha
mulher em casa”. O tempo
passou e, depois de dar à luz
duas vidas, a menina Aida foi
abandonada pelo marido.
Entretanto, a procura por melhores condições de vida fez
com que outra criança, Esperança
Raimundo, de 17 anos, se
esbarrasse com o que não tinha
procurado. Também proveniente
de Inhambane, deixou de estudar
ainda na adolescência e
engravidou “sem querer” de um
jovem de 20 anos, de quem desconhece
o paradeiro.
“Quando fiquei grávida ele
não assumiu, e nem sequer
sei por onde anda actualmente”,
disse Esperança Raimundo
à nossa equipa de reportagem.
QUEREMOS VOLTAR
À ESCOLA
Apesar dos percalços, Aida
e Esperança estão decididas a
voltar à escola. Neste momento,
as raparigas encontram-se
no Centro de Acolhimento Hixikanwe,
na cidade de Maputo.
Cientes da responsabilidade
que carregam, arcar com as
despesas dos respectivos filhos,
estas jovens pretendem, inclusive,
arranjar uma colocação profissional
de forma a atingirem
os seus objectivos de vida.
No âmbito das comemorações
do Dia Internacional da Rapariga,
dados apresentados pelo
Ministério do Género, Criança e
Acção Social apontam que uma,
em cada duas raparigas, casa-
-se antes dos 18 anos, sobretudo
nas famílias rurais do Norte
e Centro do país.
ESTAMOS
PREOCUPADOS
Angélica Magaia, directora nacional do Género, Criança e
Acção Social
O Governo de Moçambique,
representado pela directora
nacional do Género, Criança e
Acção Social, reafirmou a sua
preocupação em relação aos
índices elevados de casamentos
prematuros. Com efeito, Magaia
garantiu que o seu departamento
está a criar estratégias com
vista a reduzir aqueles números.
“As altas taxas de abandono
escolar preocupam-nos,
mas estamos a trabalhar nas
comunidades para disseminar
a informação sobre a importância
de formar a rapariga.
Recentemente lançámos
o programa Rapariga Biz em
Nampula e Zambézia e vamos
formar mais de um milhão de
pessoas que irão disseminar
informações sobre como
cuidar de outras meninas.
Vamos também fortalecer os
gabinetes de raparigas nas
escolas”.
Em relação aos ritos de iniciação
que acontecem no Norte
do país e contribuem para o
abandono escolar, disse que o
Governo já está a trabalhar com
as matronas e mestres daqueles
rituais, de forma que aconteçam
no período das férias, evitando,
assim, o abandono escolar.
Texto de Pretilério Matsinhe
Sem comentários:
Enviar um comentário