sexta-feira, 7 de outubro de 2016

" Dispenso dialogo com nyusi". Afonso Dhlakhama in savana


Reunião de quadros A reunião de quadros da Frelimo remeteu ao encontro entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama a matéria da indicação dos governadores da Renamo. É necessário que isso se discuta a esse nível?
Não. E o pensamento deles como Frelimo. Eu acho que o nível das negociações em curso, é no nível mais alto. Eu estou a dizer que
organizei uma equipe, o Presidente Nyusi também uma equipe, estão a negociar em Maputo, com a presença da mediação internacional. Não acho seja importante que ainda o Nyusi e o Dhlakama, duas pessoas, tenham de se encontrar para negociar a sós, porque este país não pertence ao Nyusi e nem ao Dhlakama. Nós temos representantes nas comissões. Estão credenciados para poderem negociar. Eu todos os dias falo com os representantes, tanto na comissão mista, quero acreditar que o Nyusi também que quase todos os dias está em Maputo, que também o faça. Portanto, é dispensado esse encontro, a não ser que seja um encontro para assinar o dossier, aquilo que aconteceu com Chissano, quando me encontrei com ele lá em Roma em 1992, aquilo que aconteceu a 5 de Setembro de 2014, quando assinei o acordo de cessação das hostilidades militares na cidade de Maputo, com o ex--presidente Armando Guebuza, isto pode justificar. Agora enquanto há diálogo, e as delegações estão a negociar, na capital, não é necessário um encontro entre Nyusi e Dhlakama para ainda ver o que está sendo discutido, eu do meu lado não vejo que seja importante isto. O mais importante agora
é aquilo que deve ser discutido lá na comissão mista e produzirem o acordo final do compromisso da governação das seis províncias da Renamo, e os governadores com poderes próprios, porque nós não estamos para ser integrados no regime da Frelimo, nem haverá um
governo de Unidade Nacional, à semelhança do Quénia e do Zimbabwe, entre Tsvangirai e Mugabe, não é isso que queremos fazer. Mas governarmos com as nossas políticas. E claro vai ser provisório, porque os governadores vão ser nomeados ainda este ano, ou por aí em Novembro, mas começam de facto a funcionar em 2017,2018 e 2019.
Com as eleições de 2019, termina esta governação provisória e de transição, e daí os governadores serão eleitos e gera outra situação. O encontro entre Nyusi e Dhlakama não tem muita importância. Talvez poderei admitir se for para assinarmos o documento final, que ponha termo ao conffito militar, para batermos as palmas, então não é pôr o Dhlakama numa cidade ou um distrito qualquer, encontrar-se com o presidente Nyusi aí para discutir, discutir o quê, que não esta sendo discutido neste momento pela comissão mista.

DHLAKAMA DIZ NÃO AO DIÁLOGO FRENTE A FRENTE COM O NYUSI!

Líder da Renamo, Afonso Dhlakama, não tem dúvidas de que o Acordo Geral de Paz (AGP) foi “escangalhado a 100%” nos 24 anos da sua implementação, assinalados terça-feira, 4 de Outubro, e quer no novo acordo, a alcançar ainda este mês, o tini do ódio e uma reconciliação genuína entre os moçambicanos. Contudo, dispensa o diálogo directo com Filipe Nyusi, que acusa de promover matanças de políticos, recorrendo a esquadrões de morte, com raptos e execuções nunca antes vistos, desde a administração de Machel a Guebuza. Apelou “aos camaradas meus irmãos da Frelimo”, que estiveram reunidos (reunião de quadros) e aos do Comité Central, que iniciam hoje uma reunião de três dias, que já não é tempo de fazer propaganda, porque o povo está a sofrer. “Se há guerra, é porque a Frelimo tem estado a provocar a Renamo, e sejamos realistas, o país não é da Renamo, o país é do povo, não é de Guebuza, de Chissano, nem do Dhlakama e nem do Nyusi, nós somos dirigentes, cada um deve estar em prol dos interesses superiores deste povo”, precisou o líder da Renamo, enquanto repisava que o seu partido reafirma a governação das seis províncias, como condição para um acordo final.
Sendo uma peça chave do AGP, como olha o acordo 24 anos depois?
De facto ontem (terça-feira) comemorámos o 24° aniversário do acordo político. Negociámos em Roma e chegámos a uma conclusão. A Frelimo reconheceu que havia perdido a guerra no terreno, tentou resistir 16 anos, não foram poucos. Houve muitas tropas, até estrangeiras, vieram para tentar impedir o multipartidarismo, mas devido ao povo de Moçambique que sempre esteve do nosso lado, a Renamo conseguiu obrigar o regime, e assinamos o acordo no dia 4 de Outubro de 1992 em Roma, eu pessoalmente com o ex-presidente Joaquim Chissano. Completamos ontem (terça-feira) 24 anos. Infelizmente tudo aquilo que havíamos acordado em Roma foi violado.

1 comentário:

Anónimo disse...

tem razão 100 por cento.