A 26 de Novembro de 2015, fui o primeiro a alertar sobre o colapso em Moçambique. muitos fizeram pouca fé ao meu post publicado aqui. Ou seja, quando publiquei aquela matéria, poucos tinham a dimensão exacta do que se avizinhava e aos poucos a realidade tratou de lhes aclarar as ideias.
Eis-nos agora neste lodaçal. Quase todas as empresas moçambicanas estão em crise, algumas delas só não decretam falência por aventar um milagre qualquer. Mas debalde. Porque isso só vai servir para endividá-las ainda mais ao ponto de ficarem no negativo.
O primeiro sinal de que o Moza Banco estava a passar por dificuldades financeiras se deu em Maio do ano passado. Nessa altura, o jornal português “Económico” noticiou que o “Novo Banco”, que antes se chamou Banco Espírito Santo, queria vender a sua participação de 49 por cento.
Depois disto, ouve conversas de esquinas dando conta da possível falência do Moza Banco, mas o banco, prontamente, desmentiu tudo e até chegou a dizer que era uma instituição recomendável. Mas, enfim, o véu foi destapado: o Moza Banco, realmente, faliu.
O Banco de Moçambique aponta como causas prováveis da falência do Moza Banco a não recapitalização do banco, subida de custos administrativos e rápida expansão no que diz respeito à construção de novos balcões.
Na altura em que a notícia da provável falência do Moza Banco foi publicada, até havia interessados em comprá-lo. Mas parte dos accionistas não concordaram. Quer dizer, mesmo sabendo que estavam prestes a afundar, fizeram vista grossa até que o Banco de Moçambique, sob liderança de Rogério Zandamela, decidiu colocar os pontos nos is.
E por via disso, Prakash Ratilal e Ibrahimo Ibrahimo saem pela porta pequena. Hoje são catalogados como incompetentes. Não souberam gerir o banco. Quer dizer, enquanto o Moza Banco agonizava financeiramente, até davam ordens para que as agências de publicidade produzissem mais spots publicitários a falar bem do banco. Com que finalidade? Valeu de alguma coisa? Coisa de moçambicanos…
Por outro lado, temos o “empresário” Celso Correia, ora ministro no Governo de Filipe Nyusi. Quando o seu grupo “Insitec” comprou parte das acções do BCI, conclui logo que havia qualquer coisa não muito bem esclarecida.
Magid Osman, renomado economista da praça, não podia vender as suas acções num banco certamente lucrativo para ir investir naquilo que é hoje o Shopping 24.
E o tal de Celso Correia, perdoem-me, é uma figura cosmética. Jamais teve um tostão para fazer face a qualquer aventura empresarial. Foi se endividando até fora do país, para alimentar o seu sonho de ser empresário. Está agora em sufoco, como o próprio país.
Para mim, devia ter continuado a vender os seus computadores do que se aventurar para o alto mar sem saber nadar. Celso Correia, em boa verdade, é um lobbista e não empresário. Tem tanto paleio mas com o bolso furado. Ei-lo agora: tudo o que é empresa associado a si está de tangas. Será que o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural não vai ser transformado em “viveiro” para pagar as dívidas dele?
Moçambique e os seus Celsos Correias estão de tangas. Isto acontece devido a manifesta incompetência do Governo em gerir o país. Em poucos meses Moçambique se tornou um dos piores lugares para viver. Tudo está caro: o pão, óleo de cozinha, arroz, cebola…e, como se não bastasse, o Governo ainda agrava o preço do combustível. Será que os próximos dias serão de esperança? Começo a duvidar porque nem a situação da guerra está resolvida.
Aliás, a situação da guerra jamais será resolvida se as negociações continuarem a ser dominadas pela Frelimo e a Renamo. Moçambique não é destes dois partidos. É do povo moçambicano. Os dois partidos que lá estão a discutir, não é para o bem da maioria do povo moçambicano. Discute-se a partilha do poder, mas não se pensa no povo. Povo, sempre povo….
PS: vamos ver agora como o jornalista do Savana, Francisco Carmona vai passar a tratar Celso Correia depois de lhe apelidar de "Jovem Tigre" em troca sabê-la de quantos tostões. Será que vai chamá-lo agora de "Elefante Branco?", ou "Tigre desdentado?!"
Nini Satar
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