Propriedade do Departamento de Informação
Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuita * Maputo, 21.04.2016 * Edição nº 172 Ano 4
continua na pág 3
ESCÂNDALO EMATUM/PROINDICUS
Está a circular desde o começo
deste semana nas redes sociais e
em SMS’s a convocação de uma
manifestação pública para os
próximos dias. Inicialmente falavase
da próxima sexta-feira e sábado,
mas hoje fala-se dos dias 2 e 3 de
Maio, exigindo a responsabilização
do ex-Presidente da República
Armando Guebuza pela situação
em que o país se encontra,
nomeadamente avultadas e
obscuras dívidas e a guerra que
está ceifando muitas vidas.
Nas ruas, nos cafés, e nos
transportes semicolectivos já não
se fala noutro assunto. As dívidas
danosas contraídas por Guebuza
estão a nortear as conversas.
Até aqui, são conhecidas três
volumosas dívidas, nomeadamente
a da EMATUM, de 850 milhões de
dólares, a da “ProIndicus”, de cerca
de 950 milhões de dólares, e a da
Base Logística de Pemba, de 550
milhões de dólares. Materialmente,
o Estado está falido, e receia-se
que já não haja dinheiro para pagar
salários na função pública.
Filipe Nyusi que esta semana
esteve na Alemanha foi recebido
com a Chanceler Angela Merkel e o
Presidente
Começam a surgir apelos à prisão de Guebuza
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Editorial
TAMBÉM EXIGIMOS EXPLICAÇÕES E
GARANTIAS
Filipe Nyusi foi na terça-feira, 19 de Abril, a Alemanha para dois
dias de visita de Estado, uma viagem que o leva até à Bruxelas,
sede da União Europeia. Nyusi que manteve encontros com
a chefe do Governo, a chanceler Angela Merkel, o Presidente
alemão, Joachim Gauck e os moçambicanos radicados naquele
país europeu, voltou a ouvir perguntas que aqui internamente
não gosta de ouvir. Tanto a chanceler Angela Merkel, como o
Presidente Joachim Gauck, pediram a Nyusi respostas a duas
perguntas: será que o governo moçambicano vai conseguir
resolver o problema político-militar no seu país de forma pacífica,
política e negociada? A outra questão foi: será que Moçambique
– depois de sucessivos escândalos financeiros – continua a ser um
parceiro credível para os seus tradicionais doadores? E mais: a
Alemanha manifestou a sua abertura em ajudar na procura de
soluções de pacificação de Moçambique.
As mesmas preocupações foram levantadas pelos moçambicanos
residentes na Alemanha. Aliás têm sido as perguntas que
frequentemente a RENAMO e o Povo moçambicano têm colocado
ante o desprezo do próprio Nyusi e o seu partido a Frelimo. Em
todas as questões colocadas, Filipe Nyusi não foi capaz de dizer
se sim ou não, limitando-se a dizer que em Moçambique não há
guerra e que existem potencialidades para investimentos. No final
do seu “passeio de negócios” a Berlim, Nyusi não escondeu que
não se deslocou àquele país para pedir apoios para ultrapassar
os problemas que o país enfrenta como todos esperávamos, mas
sim “vender o país”.
Não existem dúvidas que Nyusi foi a Europa “doente” para
tentar fazer a sua operação plástica, do seu Governo e do partido
Frelimo agora envoltos do pior escândalo financeiro jamais vivido
e da pior máfia jamais registada entre os países africanos tal
como deu a conhecer o Fundo Monetário Internacional.
À procura da mesma cirurgia de levagem da pele do Governo
da Frelimo, foi o seu marionete Carlos Agostinho do Rosário
à Washington, concretamente à sede do FMI, para confessar
o que Adriano Maleiane, ministro da Economia e Finanças
teve vergonha de assumir há uma semana quando lá esteve: a
ocultação da segunda e terceira parte da dívida pública contraída
por Armando Guebuza, Manuel Chang e Filipe Nyusi à favor da
EMATUM e da PROINDICUS.
Apesar de todas essas incursões pela Europa e Estados Unidos
da América, o Governo da Frelimo não conseguiu evitar o
cancelamento de 155 milhões de dólares norte-americanos
da segunda tranche do total de 285 milhões que o FMI deveria
emprestar ao país. Consequentemente, os juros exigidos pelos
investidores para transaccionarem os títulos de dívida soberana
de Moçambique bateram o recorde de 14%, exactamente no dia
em que o país através de Agostinho do Rosário assumiu ter mais
de mil milhões de dólares em dívida escondida.
A taxa de juro que os investidores estão a cobrar para
transaccionarem os 727 milhões de dólares (640 milhões de
euros) em títulos de dívida soberana, com maturidade em Janeiro
de 2023, subiu pelo quinto dia consecutivo, para 14,08%, o que
compara com os 12,72% da última quinta-feira, o dia anterior
à declaração do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a
existência de dívida escondida. O valor dos títulos caiu 6,3% desde
que teve um pico a 13 de Abril, uma semana depois de terem sido
emitidos, e a desvalorização é mais significativa tendo em conta
que nesse período a média da evolução dos títulos de dívida dos
mercados emergentes regista um ganho de 0,3%, de acordo com
os cálculos feitos pela agência financeira Bloomberg.
Ora esta, e agora? Faz sentido tal como fez o governo alemão,
perguntarmos ao senhor Filipe Nyusi e o seu Governo se com toda
esta trapaça em que está envolvido, continua Moçambique a ser
um parceiro credível para os seus tradicionais doadores?
Esta visita ocorre num momento nada fácil para o Presidente
moçambicano, uma vez que o seu governo se vê confrontado com
diversos problemas, com destaque para o escândalo em torno de
duas empresas: a Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM)
e a empresa PROINDICUS, negócio de equipamento militar, que
prejudicou gravemente o erário público de Moçambique.
Os moçambicanos na Alemanha não esconderam ao senhor
“presidente” de que o culpado pela tensão que se vive actualmente
em Moçambique é o próprio partido FRELIMO, de que faz parte.
Tal como referiram aqueles concidadãos na diáspora alemã
“a FRELIMO tem a tendência de ser o partido único, não quer a
democracia”.
O senhor presidente se lembra da cidadã Adelina, ela disse: “Eu
nasci em Moçambique e ás vezes sinto medo de ir ao nosso país,
de lá chegar e ser atacada. Queremos a paz, passar férias, curtir
com a família e regressar para trabalhar. Dizem que a Frelimo
quando promete faz, mas faz o quê? Não faz nada. Estão crianças
a morrer e os governantes bem sentados no ar condicionado.”
Esperamos que depois de todas essas jornadas explicativas
tenha chegado também a nossa vez de recebermos explicações
como foi tudo sobre a dívida e se a Frelimo vai conseguir resolver
o problema político-militar no país de forma pacífica, política e
negociada?
Porque disso sim, nós também exigimos explicações e garantias!
Ficha técnica
Director:Jeronimo Malagueta;
Editor: Gilberto Chirindza;
Redacção:Natercia Lopez;
Colaboradores: Chefes regionais de informação;
Maquetização: Sede Nacional da Renamo
Av. Ahmed Sekou Touré nº 657;
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www.renamo.org.
Nº de Registo
07/GABINFO-DEC/2015
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alemão, Joachim Gauck. Ambos
pediram a Nyusi respostas
a duas perguntas: será que
o governo moçambicano vai
conseguir resolver o problema
político-militar no seu país de
forma pacífica, política e negociada?
A outra questão: será
que Moçambique – depois de
sucessivos escândalos financeiros
– continua a ser um
parceiro credível para os seus
tradicionais doadores?
A visita ocorre num momento
nada fácil para o país uma
vez que o governo se vê confrontado
com diversos problemas,
com destaque para o
escândalo em torno de duas
empresas: a Empresa Moçambicana
de Atum (EMATUM) e a
empresa Proindicus, negócio
de equipamento militar, que
prejudicou gravemente o erá-
rio público de Moçambique.
Nyusi também foi confrontado
com os investidores que
pediram um ambiente de paz
em Moçambique. A crise financeira
em Moçambique
foram também questões frequentemente
abordadas em
Bruxelas. Nyusi engasgou-se
e não avançou detalhes sobre
soluções que prometeu encontrar.
Filipe Nyusi foi à capital da
União Europeia (UE), na Bélgica,
numa altura em que aumenta
a ânsia dos moçambicanos
por um esclarecimento
sobre os escândalos financeiros.
Os casos da Empresa Mo-
çambicana de Atum (EMATUM)
e Proindicus já fizeram
com que o Fundo Monetário
Internacional (FMI) recuasse
na intenção de uma visita de
avaliação ao país.
Em contrapartida, as idas
frequentes de governantes
moçambicanos a Washington
para prestar esclarecimentos
ao FMI e ao Banco Mundial
sobre as revelações de novos
empréstimos são interpretadas
como uma tentativa desesperada
de não perder estes
parceiros.
Questionado em Bruxelas sobre
as consequências desses
casos na relação com os doadores
da UE, Filipe Nyusi respondeu
que “o importante é a
atitude que o país toma”.
Em conversas avulsas, responsabilização
é o que se exige.
O certo é que está em circulação
a convocatória anó-
nima, apelando aos cidadãos
para saírem à rua para exigir:
“Prisão do ex presidente da
República Armando Guebuza
e Manuel Chang, ex-ministro
das Finanças, a devolução do
dinheiro e o fim da guerra”.
“A Semana em foco”
Um programa radiofónico que faz análise dos temas políticos e sociais de destaque semanal.
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Acompanhe em todos os sabádos das 11:00 às 12:00 horas
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Presidente alemão, Joachim Gauck
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique A Chanceler da Alemanhã Angela Merkel
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Moçambique vive uma situação penosa
causada por uma guerra injusta,
escondida pelo governo ilegal e ilegí-
timo de Moçambique. O país está em
guerra, quer assuma isso o governo
ou deixe de o assumir.
A situação já não pode ser escondida
a ninguém, a não ser que as pessoas
simplesmente queiram agradar
este governo infantil. Quer a Europa
e todos os seus governantes, quer a
América, o FMI, a ONU, todos esses já
sabem em que linha se cose o nosso
país.
Quando o presidente da Frelimo Felipe
Nyusi e todos os elementos do seu
partido e governo, incluindo os jornalistas
ao serviço deles, gritam vitórias
e a suposta tranquilidade do país,
simplesmente tentam buscar uma
tranquilidade paliativa.
A população moçambicana e principalmente
da região centro e alguma
parcela do norte do país, vive cheia de
medo. Teme não só o terror que tradicionalmente
o governo e a sua polícia
impõem, como também os bombardeios
indiscriminados conduzidos pelo
exército e seus aliados.
Bem disse o Presidente Afonso
Dhlakama que os planos da Frelimo,
de empurrar a RENAMO para a guerra,
fazerem parte de “uma conspira-
ção” contra os moçambicanos. Visando
esconder as dívidas contraídas
ilegalmente pelo governo com o intuito
de satisfazer os umbigos de chefes
afectos ao partido no poder e dos governantes.
Para evitarem o incómodo
das denúncias levadas a cabo pelo
Presidente Dhlakama, traçaram um
plano de assassiná-lo ou então prendê-lo,
planos esses que fracassaram.
Dada a impossibilidade de atingirem
o Presidente Dhlakama, traçaram outros
planos alternativos com a finalidade
de enfraquecer a RENAMO e seu
líder. Por isso, recorrem a execuções
sumárias dos membros influentes do
partido, com recurso aos esquadrões
de morte. Igualmente, arrasam famílias
inteiras e violam mulheres de
todas as idades na presença de seus
cônjuges e pais.
Aquilo que víamos em filmes, tornou-se
realidade. Hoje estamos a viver
no nosso pais, protagonizado por
filhos deste mesmo pais, contra seus
pais, mães, irmãos, parentes...
A situação vivida actualmente no
nosso pais e de arrepiar o cabelo.
O amor esfriou completamente
como resultado de busca e protec-
ção da riqueza fácil, esquecendo-se
os promotores deste clima que nesta
terra estão de passagem e não levarão
nada quando saírem daqui para
a morte. Esquecem que a morte esta
a espreitar e que serão julgados pelo
sangue inocente que estão a derramar.
Os ataques levados a cabo pelas
forças governamentais de forma deliberada,
têm estado a provocar mortes
de numerosas pessoas civis e isso é do
conhecimento da própria ONU a UA e
da SADC.
O comportamento que se evidencia
em alguns sectores do partido Frelimo
tem sido de alimentar o ódio contra
opositores, o que indica claramente
que eles não entenderam a razão da
luta armada pela independência nacional
ou então, desviaram-se dos verdadeiros
objectivos da independência
nacional. Eles odeiam a população
moçambicana do centro e do norte
desenvolvendo uma política ultra sectária
face às maiorias, respondendo a
qualquer exigência social com brutalidade
armada.
Torna-se evidente que para evitar
uma catástrofe ainda maior, o governo
moçambicano, dirigido pelo comité
central da Frelimo, deve rever de maneira
decisiva sua rota e tomar o único
caminho que oferece uma oportunidade
plausível de estabilizar o nosso
país de forma duradoura.
O apetite de desarmar a RENAMO,
significa apostar na solução militar e
isso, nunca abrirá portas para que a
diplomacia avance. Já está dito que
guerra leva a mais guerra e quem com
espada mata, com espada morre.
Não entendemos porque ainda vão
continuar a lançar os filhos do povo,
futuros quadros e dirigentes de Mo-
çambique para alimentarem o canhão!
Os escândalos, esses, já estão revelados
e vão sendo revelados cada dia
que passa. Mesmo a coisa mais íntima
que tentavam esconder através
da guerra, ela será revelada.
Sentem na mesa e negociem, façam
concessões e deixem de ser rudes e insensíveis.
Moçambique clama pela paz, democracia,
liberdade e direitos humanos.
O PAÍS ESTÁ EM GUERRA, QUER
ASSUMA ISSO O GOVERNO OU
DEIXE DE O ASSUMIR
OPINIÃO
“...disse o Presidente
Afonso Dhlakama que
os planos da Frelimo, de
empurrar a RENAMO para
a guerra, fazerem parte
de “uma conspiração”
contra os moçambicanos.
Visando esconder as dívidas contraídas ilegalmente
pelo governo com
o intuito de satisfazer os
umbigos de chefes afectos
ao partido no poder e dos
governantes...”
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