Governo trata os moçambicanos refugiados no Malawi com arrogância e indiferença, segundo o MDM |
Escrito por Redação em 27 Abril 2016 |
De acordo com a bancada parlamentar do MDM, os compatriotas refugiados no Malawi – ora transferidos do campo de reassentamento de Kapisse para o de Luwani – recusam-se a regressar ao país sem o Governo e Renamo colocarem primeiro término à guerra que dura há sensivelmente três anos. O partido liderado por Daviz Simango conta que, durante a sua visita àquele país e à província de Tete, entre 23 e 24 de Abril em curso, soube de que uma adolescente de 15 anos de idade, identificada pelo nome de Mariete Francisco, foi impiedosamente “morta à faca na presença dos seus familiares, acusada pelas tropas do Governo de ser mulher de bandidos armados”. O facto teve lugar em Agosto, no povoado de Ndande, tendo, na mesma ocasião, quatro jovens sido trancados numa casa e ateados fogo. As vítimas morreram carbonizadas. O Presidente da República, Filipe Nyusi, encontra no Malawi para um encontro tripartido [Moçambique, Malawi e Zâmbia], pelo que os compatriotas refugiados naquele país apelam, segundo o MDM, para que o Chefe de Estado se desloque aos campos onde se encontram albergados e a viver em condições precárias, “a fim de explicar a razão de ser da guerra e do sofrimento por que passam”. As populações de algumas comunidades de Angónia e Tsangano, que apesar da crise política não fugiram, descrevem a sua relação com as FDS como sendo de terror, por isso, “fogem para as matas” para escaparem da morte e de acusações de serem encobridores dos guerrilheiros da Renamo. Ao contrário das informações que têm sido veiculadas por uma certa imprensa pública, o grupo parlamentar do MDM assegura que naqueles distritos considerados “palco de combates e origem dos refugiados”, não localizou “nenhuma família que tenha retornado dos campos de refugiados, o que contraria a propaganda do Governo de que não há conflito armado. A insegurança persiste cada vez mais”. Na óptica desta formação política, tudo o que o Executivo tem estado a dizer em torno deste problema é “mentira para manipular a opinião pública”, alegando que “está tudo bem”. |
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