Há que aproveitar a história para nos ajudar a pensar no presente. O que se aprendeu e o que se consolidou, não deve ser arquivado e esquecido nas gavetas e estantes neurónicas do saber. A história tem que ser usada para nos lembrar do bom e do mau da humanidade e do ambiente que nos rodea.
Os do meu tempo, que já sabiam ler no primeiro ano da independência, os fundadores da organização dos continuadores, impulsionadores da organização da juventude, tínhamos no 1°de Maio uma ocasião para desfilar e exibir criatividade. Tudo se preparava ao detalhe com cartazes e dísticos revolucionários e vanguardistas. A mensagem que se propagava era sobre o direito do trabalhador, a luta contra a exploração do homem pelo homem, direitos sindicais, exaltação do proletariado enfim, uma gama completa de aforismos que desafiava o imperialismo e o capitalismo ocidental.
Os trabalhadores moçambicanos hoje não estão em melhores condições que os de há 30 anos atrás. Se estão, é por apenas uns poucos pontos na fasquia do consumismo e das aspirações de um futuro melhor prometido depois de 1992. É difícil qualificar e quantificar a evolução do trabalhador em função do exercício sobre o movimento uniformemente variado, isto é, a velocidade inicial, a aceleração e a distância percorrida. Uns poderão questionar sobre o aumento a melhoria de algumas infraestruturas, o número de utentes das instituições de ensino e por consequência a integração nos avanços tecnológicos à escala global. Mas antes de limitarem o questionamento, pensem no princípio da proporção directa, isto é, a relação entre duas grandezas ou variáveis que crescem ou decrescem juntas. Então as infraestruturas e outros supostos ganhos, são proporcionais ao crescimento da população? Quantos milhões éramos em 1975? 1977? 1992? 1994? 2004?
Ora, eu queria chegar ao seguinte ponto: em história aprendemos sobre a origem e o simbolismo do 1°de Maio, as manifestações dos trabalhadores para enviarem mensagens ao patronato, reivindicação de direitos e deveres. Com o estado actual da economia e instabilidade social, is trabalhadores teriam no 1° de Maio, uma ocasião "soberana" para manifestar-se e ter as FDS representadas pelo seu sindicato marchando lado a lado com os outros trabalhadores. A UIR seria anulada à um papel ridículo de protector de uma ordem pública controlada pelos trabalhadores.
Os ensinamentos da história, deviam proporcionar um momento de reflexão, camaradagem e solidariedade entre os trabalhadores. Não era assim nos outros tempos?
Saudades do tempo em que fazíamos parte das festividades, o canto, a dança, a folia. Era um autêntico carnaval. Bons tempos da nossa doutrina, quem se lembra?
Abraço patriótico!
É do tipo assim: "vamos contrair dívida para o povo pagar. Com parte do valor desta dívida vamos comprar armas para esmagar o povo"!
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