Thursday, April 28, 2016

120 cadáveres descobertos numa vala comum em Gorongosa


Descoberta vala comum em Moçambique
HÁ 1 HORA

André Baptista



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Vala com cerca de 120 corpos encontrada por camponeses no interior da Gorongosa.


Uma vala comum, com centenas de corpos, presumivelmente de civis, foi descoberta por um grupo de camponeses esta quarta-feira, 27, na zona 76, no posto administrativo de Canda, interior da Gorongosa, na província moçambicana de Moçambique.

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Os camponeses disseram que vários corpos, alguns já em ossadas, estavam estatelados numa antiga escavação a céu aberto, de onde se extraía saibro para as obras de reabilitação da N1, a principal estrada de Moçambique.

A zona fica igualmente próxima a uma mina ilegal de extração de ouro, que não é frequentada por garimpeiros devido aumento da violência armada na região.

“São cerca de 120 corpos descarregados lá”, explicou um dos camponeses, vaticinando que os corpos podem pertencer a civis sequestrados e assassinados por questões politicas ou a militares mortos em confrontos armados, entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, que tem frequentes contactos na Gorongosa.

Por sua vez, uma fonte de uma organização humanitária na Gorongosa disse que devido à complexidade de segurança na zona, incluindo onde foi descoberta a vala, tem sido difícil verificar algumas denúncias sobre as atrocidades que ocorrem em várias aldeias.

“A zona é complicada para a entrada, há muitas desconfianças e não vale a pena pôr a nossa vida em risco. Nesta confusão é complicado chegar lá”, aclarou um dos responsáveis da organização.

Entretanto o administrador da Gorongosa, Manuel Jamaca, não confirmou e nem desmentiu a descoberta da vala comum, afiançando que o grupo de camponeses deveria ajudar as autoridades a investigar a situação.

“Neste momento não tenho nenhuma informação, não posso nem confirmar, nem desmentir” declarou Manuel Jamaca.

Há duas semanas, a Renamo na Gorongosa denunciou a morte de pelo menos 14 membros, executados nos primeiros três meses de 2016, e o desaparecimento de outras dezenas, incluindo os motociclistas que asseguravam a logística do líder, Afonso Dhlakama, que regressou ao seu esconderijo na serra da Gorongosa no início de Janeiro.

O maior partido da oposição atribuiu a acção aos esquadrões da morte.


19:01 28.04.2016

Descoberta vala comum com mais de cem cadáveres no centro de Moçambique


Um grupo de camponeses encontrou na quarta-feira uma vala comum com mais de cem corpos na zona 76, no posto administrativo de Canda, Gorongosa, centro de Moçambique, disse hoje à Lusa um dos agricultores que fez a descoberta.

A vala foi descoberta numa área que foi utilizada para a extração de areia para a reabilitação da N1, a principal estrada de Moçambique, num lugar próximo de uma mina de extração ilegal de ouro, entretanto abandonada devido à escalada da violência militar na região.
"A vala tem cerca de 120 corpos, uns já em ossadas e outros ainda em decomposição", disse à Lusa um dos camponeses, sem precisar se os corpos tinham marcas de balas, suspeitando apenas que foram descarregados por viaturas devido a sinais de manobras no local.
Apesar de não haver qualquer indício que relacione esta vala com a atual crise militar em Moçambique, um outro camponês que esteve no local lembrou a onda de perseguição e execuções por razões políticas e que a região tem sido palco de combates entre a ala militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição, e forças governamentais.
"Não há vestígios militares visíveis e alguns corpos estão sem roupas", descreveu um camponês.
Em declarações hoje à Lusa, Manuel Jamaca, administrador da Gorongosa, não confirmou nem desmentiu a descoberta da vala, apelando ao grupo dos camponeses para contactarem as autoridades para ajudar na investigação deste caso.
O Governo e a Renamo têm-se acusado mutuamente de homicídios e raptos dos seus membros, ao mesmo tempo que se intensificaram nos últimos meses os confrontos militares no centro do país.
Moçambique vive uma crise política e militar caracterizada por confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da Renamo e ataques em vários troços das principais estradas do país na região centro atribuídos pelas autoridades ao partido de oposição.
A crise foi desencadeada pela recusa da Renamo em reconhecer a derrota nas eleições gerais de 2014 e pela sua exigência de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas urnas.

Lusa

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A Renamo sempre foi diferente da Frelimo neste aspecto de prisioneiros de guerra. Em 2013, homens da Renamo foram capazes de ajudar jovens das FADM para a fuga após desertarem em Canda, com direito a uma protecção até encontrar local seguro após percorrerem as matas de Samatenge, paradoxalmente os mesmos que tinham sido enviados para liquida-los. Para a Frelimo e o seu exército, embelezados nos comentários de Sérgio Vieira, quando disse que Portugal não tinha presos para troca ao contrário da Frelimo (os presos que a Frelimo exibiu foram homens que se renderam depois dos acontecimentos relacionados ao 25 de Abril e, portanto, não eram prisioneiros de guerra nenhuns), dizia para a Frelimo o prisioneiro de guerra é perigo e deve ser imediatamente eliminado após torturas e confissões. Na guerra civil. depois de perder uma batalha numa área, a Frelimo mandava executar pessoas por pouco ou nenhum motivo e sem maiores explicações. Régulos eram executados secretamente, apenas se anunciando que haviam sido mortos pela Renamo. É isso que Nyusi tentou reeditar em Zobue e em Tsangano e ainda o faz em Honde, mas graças as novas tecnologias o rei vai a nu e cada manobra é denunciada. Em Fevereiro passado, por exemplo, numa área remota de Morrumbala (Chilomo, pertencente ao Posto de Chire) conta-se que alguns homens foram amarrados sobre árvores no mato para serem devorados pelas feras nas noites, crimes que o mundo ignora. Em Barue, qualquer jovem da FIR/FADM tem relações sexuais com qualquer homem ou mulher que lhe agrade: uma recusa teria sido imprudente. Um jovem das minhas relações e recentemente desmobilizado após perder uma perna disse-me que o seu comandante ordenava torturas ou decapitações como diversão enquanto estava comendo. E mandava matar pessoas suspeitas com martelo na cabeça, colocadas, de seguida enquanto ainda saltitavam pela dor da morte no carro ai estacionado e já com motor ligado para serem deitados em áreas aparentemente afastadas do local do crime. Foi o caso dos sete corpos que foram encontrados em Sussundenga e outros em Metuchira.

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