domingo, 22 de novembro de 2015

Oposição argentina chega às urnas em leve vantagem


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Por Redação, com Reuters – de Buenos Aires:
Em mais de uma década, a oposição de centro-direita na Argentina, liderada pelo candidato Mauricio Macri, tem sua melhor chance  para ganhar a presidência dos peronistas no segundo turno das eleições neste domingo. A presidente Cristina Kirchner, que assumiu o cargo depois do seu falecido marido, Néstor Kirchner, é reverenciada pelos pobres por seus generosos programas de bem-estar, bem como é criticada pelos controles impostos pelo casal sobre a economia ao longo de 12 anos no poder.
Impedida de buscar um terceiro mandato consecutivo, ela vai deixar o cargo no próximo mês com a Argentina profundamente dividida entre aqueles que querem que o governo continue com papel importante em suas vidas e os que apoiam as políticas de livre mercado da oposição.
Em um sinal de cansaço dos argentinos diante da economia estagnada e inflação alta, o candidato de Cristina, Daniel Scioli, perdeu sua condição de favorito após a votação de 25 de outubro, no primeiro turno.
Macri, prefeito por dois mandatos de Buenos Aires e descendente de uma família rica, tinha vantagem confortável nas pesquisas de opinião para o segundo turno. Mas, com um em cada 10 eleitores indecisos, Scioli não pode ser desconsiderado.

Segundo turno das eleições na Argentina

Segundo turno das eleições na Argentina


Papa isento
O papa Francisco, que preferiu se afastar da política argentina durante as eleições presidenciais, pediu que seus conterrâneos “votem com consciência” neste domingo. Na audiência geral da última quarta-feira, questionado por um jornalista do “DyN”, o religioso disse que os argentinos sabem sua opinião, que é preciso votar com consciência.
Nos últimos meses, Francisco evitou falar com dirigentes e tentou impedir que usassem sua imagem na campanha eleitoral.

Argentina vai dividida às urnas em eleição histórica

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Por Redação, com agências internacionais – de Buenos Aires
Às vésperas das eleições na Argentina, que acontece neste domingo, o governista Daniel Scioli e o opositor Mauricio Macri tentam conquistar os votos dos indecisos para suceder Cristina Kirchner na Presidência da Argentina com estratégias completamente opostas.
O governista Scioli aparece com pequena margem de diferença atrás do adversário de oposição

O governista Scioli aparece com pequena margem de diferença atrás do adversário de oposição
Macri, conservador que está à frente nas pesquisas, fala em “revolução da alegria”, chamando a campanha do rival de “negativa e mentirosa”. Scioli, por sua vez, tenta se desvencilhar de Cristina, uma figura controversa na política argentina, e tem colocado em marcha o que alguns especialistas chamaram de “campanha do medo”, dizendo que mudanças trazidas por Macri irão alterar o país para pior.
Ele chegou a comparar a ideologia neoliberal do opositor com os regimes adotados na última ditadura (1976-1981) e mais tarde pelo governo de Carlos Menem (1989-1999), dizendo que o rival “venderá” a Argentina aos Estados Unidos.
O cineasta brasileiro Caio Cesar Pinto, que reside em Buenos Aires, explicou que “a campanha de Scioli acusa ferozmente que Macri levará o país à mesma situação de 14 anos atrás”, quando houve uma severa crise econômica que deixou a nação às portas da moratória.
— Para mim, aí se encontra a falha da Frente Para a Vitória (FPV, o nome da campanha de Scioli). Eles priorizaram o ataque à gestão de Macri na cidade de Buenos Aires e insistem em especular sobre esse futuro neoliberal, ao invés de ressaltar os pontos positivos do governo de Scioli e principalmente de Cristina — aponta.
Para ele, esse é o motivo de Macri estar cerca de oito pontos à frente nas sondagens de intenção de voto.
— Cristina e Scioli raramente fazem campanha juntos. Nos discursos que faz, ela evita o nome do sucessor e prefere generalizações do tipo ‘sigamos no caminho certo!’. Cristina é muita amada e odiada aqui, já o Néstor (Kirchner, seu ex-marido e ex-presidente, morto em 2010) é adorado. Desvincular a imagem da presidente do sucessor é o grande erro da FPV — conclui.
O coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) da Unesp, o argentino Luis Fernando Ayerbe, lembra que o candidato governista esteve próximo da presidente no primeiro turno, mas diante da boa representação de Macri na urnas, se viu obrigado a repensar sua campanha, e foi feita a avaliação de que era melhor se descolar do governo para captar os votos do centro. “Não se acreditava que Macri fosse chegar aonde chegou [no segundo turno das eleições], e Scioli teve pouco tempo para se recuperar”, explica Ayerbe.
O acadêmico ainda destacou que a própria campanha de Macri mudou ao longo dos últimos meses, com o intuito de conquistar os votos de centro e de governistas dissidentes. Tido como líder da oposição neoliberal, agora ele chega até a defender algumas posturas de Cristina e disse que vai escolher um ministro de Economia desenvolvimentista.
— Cristina tem boa imagem, mas não conseguiu transferir isso para seu candidato. Acontece o mesmo em outros países da América Latina [onde figuras como Lula e Hugo Chávez não conseguiram sucessores tão carismáticos como eles]. Existe um certo desgaste, natural para governos de três mandatos — afirma.
A terceira força na corrida eleitoral, o peronista dissidente Sergio Massa, relutou em lançar seu apoio a Macri, mas, nos últimos dias, disse que não votaria em Scioli ou em branco e pediu que seus eleitores fizessem o mesmo. Ele defende a saída do kirchnerismo do poder. Esse apoio pode ser decisivo nas urnas e, aliado às decisões tomadas na campanha eleitoral, pode definir o resultado da votação.
Papa isento
O papa Francisco, que preferiu se afastar da política argentina durante as eleições presidenciais, pediu que seus conterrâneos “votem com consciência” no próximo domingo, dia 22. Na audiência geral da última quarta-feira, dia 18, questionado por um jornalista do “DyN”, o religioso disse que os argentinos sabem sua opinião, que é preciso votar com consciência.
Nos últimos meses, Francisco evitou falar com dirigentes e tentou impedir que usassem sua imagem na campanha eleitoral.

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