domingo, 22 de novembro de 2015

Irmão de Salah Abdeslam acredita que ele foi "manipulado"


Mohamed pede ao irmão que se renda: "Preferimos ver Salah na prisão do que num cemitério".
Mohamed Abdeslam na entrevista à televisão belga RTBF DR
O irmão de Salah Abdeslam, o homem mais procurado pelas autoridades europeias, e de Brahim Abdeslam, que se fez explodir nos atentados de Paris,está convencido de que os dois foram “manipulados” e garante que a família não se apercebeu do que estava a acontecer.
“Acredito, profundamente, que os meus irmãos não foram radicalizados. Essa foi a razão pela qual não nos apercebemos de nada. Prefiro pensar que os meus irmãos foram manipulados”,  afirmou Mohamed Abdeslam, este domingo, em entrevista à estação de televisão belga RTBF.  
Mohamed, que chegou a ser detido pela polícia belga mas acabou por ser libertado 36 horas depois, por ter conseguido provar que não se encontrava em Paris na altura dos atentados, defendeu os dois irmãos e garantiu que a sua família está perplexa, porque nada fazia prever o que aconteceu em Paris. “Vi os meus irmãos dois ou três dias antes da sua partida. Não houve qualquer sinal, nenhum adeus”, disse.
A única diferença aconteceu há cerca de seis meses.  Foi uma mudança “ligeira” no comportamento dos dois irmãos, mas “nada de preocupante” para os familiares. Salah e Brahim começaram a orar, deixaram de beber álcool, mas nada que indiciasse uma radicalização, segundo Mohamed.
Agora, Mohamed volta a pedir a Salah que se renda. Ele está a ser procurado intensamente pela polícia em Bruxelas, para onde se suspeita possa ter fugido com um colete de explosivos. “Primeiro, ele pode dar-nos as respostas pelas quais estamos à espera. Nós, a sua família, mas também as famílias das vítimas e todos os que estão a assistir a isto. Preferimos ver Salah na prisão do que num cemitério”, enfatizou.
Notando que ainda não está provado que ele matou pessoas ou mesmo que esteve na cena dos atentados, Mohamed ainda espera que Salah, que “é muito inteligente”, tenha decidido voltar atrás “no último minuto”, eventualmente por ter “visto ou ouvido alguma coisa de que não estava à espera”.
Há uma semana, as autoridades belgas emitiram um mandado de detenção contra Salah, alegando que se trata de um indivíduo “perigoso”.

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