11/06/2015
As elites urbanas não aderiram à guerra movida pela Renamo logo após a independência do país, em 1975, porque interpretaram o conflito como consequência da hostilidade dos países vizinhos, considera o académico Lourenço do Rosário.
“A guerra veio, mas a guerra foi interpretada mais como uma consequência da hostilidade dos nossos vizinhos do que das nossas contradições internas, portanto, não houve por parte do cidadão urbano, intelectual, uma adesão às causas desta guerra”, diz Lourenço do Rosário, sobre o conflito que durante 16 anos, até 1992, opôs o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), actual principal partido de oposição.
A Renamo, continua o académico, não produziu, ao longo dos 16 anos de guerra civil, uma classe intelectual, nenhuma literatura, nenhuma arte à volta desta guerra, porque a classe intelectual encarou o conflito no contexto da animosidade geopolítica, primeiro instigada pelo regime branco da ex-Rodésia, actual Zimbabué, e depois pelo regime racista do “apartheid”, da África do Sul.
No entender de Lourenço do Rosário, actualmente um dos mediadores das negociações entre o Governo da Frelimo e Renamo, apesar de não ter conseguido mobilizar a população urbana para a sua causa, o ex-movimento rebelde logrou cativar um sector importante da população rural.
“Capitalizava um pouco o descontentamento mais da população rural do que propriamente dos urbanos, os urbanos que não estavam satisfeitos com o regime [da Frelimo] iam-se embora daqui, não ficavam aqui a aderir a causas”, diz Rosário.
Na opinião do académico, a Renamo lutava apenas para substituir a Frelimo e não pela democracia, como proclama o movimento, até porque, sustenta, o comportamento do partido não é muito diferente.
“O discurso inicial da Renamo não era esse [lutar pela democracia], o discurso inicial da Renamo era essencialmente lutar contra os campos de reeducação, os ícones do regime, e não pela democracia, até porque, depois, há de verificar que o comportamento da Renamo não é muito diferente da Frelimo”, considera Lourenço do Rosário.
Para o académico, na Renamo vêem-se tal como na Frelimo tiques de partido único, patrimonialista e arrogância política. “Eles é que são os donos da razão, eles é que são os da agenda nacional, o mesmo comportamento que a Frelimo teve quando assumiu a independência”.
Por isso, se a Renamo ganhasse as eleições, diz Lourenço do Rosário, teria a mesma forma de pensar da Frelimo, de quem acha que é o dono da verdade.
Segundo Rosário, a maioria da população rural não compreendeu, no início, o debate público sobre a introdução do multi-partidarismo, pois achava que ia enfraquecer o poder do Estado.
“Aceitamos todos, inclusivamente o Governo aceita, que há combatentes da luta de libertação nacional, combatentes da soberania e combatentes da democracia, são formulações, mas, de facto, na profundidade, a história da democratização de Moçambique não é interna, vem do exterior”, salienta.
Lusa - 11.06.2015
Comments
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Francisco Moises said in reply to umBhalane...
Interessantissimo. umBhalane fez reviver uma pratica na qual me envolvia quando miudo visto que comia tambem os mbewas, os ratos do mato. Os domesticos(machiru)-- estes nao se comem por serem considerados sujos. A caca destes deixa-se aos gatos domesticos.
Os ratos do mato sao muito expertos. Eles sabem que ha dois grandes perigos que sao cobras, em geral as mambas, e seres humanos.
O buraco da entrada pode estar aberto, mas alguns centimetros depois da abertura la dentro, os ratos fecham o buraco com terra excavada contra a qual urinam para criar um cheiro nauseabundo que mete cobras a correr. Mas os ratos sabem que as vezes cobras famintas podem remover aquela terra urinada e entrarem la dentro e lhes criar um inferno com a sua mordura e o seu veneno. A terra urinada nao e sempre uma dissuassao contra as cobras.
Para os homens a terra urinada nao e nada e e na verdade uma indicacao de que os buraco contem ratos la dentro e nao e velho e nao foi abandonado. Logo depois de removida a terra urinada, insere-se palha seca no buraco que e ateada a fogo para fumacar todo o buraco la dentro que serve dois propositos -- paralisar os ratos com fumo e tambem possiveis cobras que tenham la entrado e que possam la estar.
Mas tudo aquilo e feito depois de verificado o redor para se descrobrir buracos secundarios de saida para os ratos que sao tambem fechados quando descobertos para encoralar os ratos la dentro.
Regra geral: nunca meter o dedo dentro do buraco visto que individuos houveram que foram mordidos por cobras. E e porque tambem os ratos mordem e podem transmitir o virus da raiva. Em geral usa-se uma pequena varra comprida que quando em pressao contra ratos pode remover alguns cabelos que indicam que ha ratos la dentro e vale a pena continuar com a cavacao para apanha-los.
Assim se faz a caca aos ratos por cavacao.
Obrigado umBhalane. Penso eu Lourenco do Rosario pode nos contar estas estorias riquissimas em ve de se meter em assuntos politicos onde ele nao tem a seriedade de analisa-los com sinceridade e honestidade.
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chinkhodo said in reply to Joaquim Manuel Arone Fazfaz...
Agora ja se vê porque o diálogo na Joaoquim Chissano. Esse do Rosário assemelha-se ao virus da sida. Suga a vítima até ao fim da sua vida. Esses pseudo intelectuais sao piores que uns vermes. Só incecticida nos pode livrar deles. Terao o que merecem um dia. E, pelos vistos, nao falta muito. O regime colonial também tinha seus I telectuais que diziam que Mocambique era Portugal e era uno e indivisível. No fim é o que vimos: Angola, Moçambique, São Tome e Príncipe, Cabo verde e Guiné Bissau ficaram independentes. Quem não aprende a partilhar quando ainda pode arrisca a, quando já não pode, perder tudo. Os povos do Centro Norte um dia serão independentes e serão donos do seu próprio destino. ESCREVAM ISSO, mesmo contra a vontade de alguns serviçais chingondos, que comem das sobras do banquete sulista.
Quantos intelectuais aderiram à causa da Frelimo no tempo colonial? Pouquíssimos. Mas quando a derrocada já se vislumbava apareceram ás catadupas. È toda essa cambada de mulatos que se fez revolucioária de ultima hora que hoje nos desterram com os seus acódãos que legitimam a fraude.
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Gwenjere Jr. said in reply to umBhalane...
O meu muito obrigado, n'kulu por me ter lembrado/reavivendo tempos de infância que bem vivi/pratique fazendo...
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Francisco Moises said...
Ha estorias que se colocam aqui tais como do Sergio Vieira que ja nao preciso ler por serem as asneiras, mentiras e fabricacoes. E muitas vezes para preferir estar a ler uma coisa seria do que ler as baixezas do SV.
Mas li estas asneiras do Lourenco do Rosario. Em vez de se fazer de serio e inteligente para o bem da nossa historia e dos micambicans, este individuo preferiu repetir as coisas da Frelimo. Ele nao viu que as accoes da Frelimo constituiram um casus belli em Mocambique e preferiu lancar as culpas aos vizinhos, o que quer dizer a Rodesia e a Africa do Sul. De igual modo imbecil e auto-degradante pode-se tambem dizer que a luta da Frelimo foi causada pelos vizinhos, os regimes ditatoriais e totalitarios do Kenneth Kaunda da Zambia e do Julius Nyerere da Tanzania. E em que ficamos se dizermos isto? Terminamos todos como o desajeitado Lourenco do Rosario.
O apoio aos terroristas da Frelimo pela Zambia e pela Tanzania nao altera em nada a causa original da guerra contra o colonialismo portugues que era a sua recusa de deixar Mocambique ser indepenendente, nao digo ser livre visto que os terroristas da Frelimo nao lutavam para a liberdade, mas sim para uma independencia e para depois imporem uma tirania que fez com que o regime colonial portugues tivesse aparecido como um pouco santo.
Tanta asneira. Tantas desajeitices. O pobre Lourenco do Rosario!
Ca vejamos. Uma mamba invade a minha casa, morde em toda a gente. E peco ao vizinho para me dar varas e vassouras ou mesmo uma espingarda. De acordo com o Lourenco do Rosario, insensivel e com uma inteligencia baixinha, a culpa e do vizinho. Porque e que estes vizinhos nao conseguiram fazer um outro tanto na Zambia e no Malawi que nao eram democracias, mas nao me metiam em accoes de terror contra as suas populacoes omo o regime da Frelimo o fazia em Mocambique?
Quando recorro ao vizinho para me armar, a minha opcao nao altera em nada a causa da guerra. Sera que as brutalidades da Frelimo, as suas detencoes massivas do povo, os seus fuzilamentos em publico e clandestinos, os enterros e o queimar vivo de individiuos, os campos de concentracao para onde a Frelimo lancava milhares e milhares dos membros da populacacao e a detencao da populacao em aldeias ditas comunais nao constituiram causas de guerra para o Lourenco do Rosario? Este homem e mesmo um pobre de espirito e de intelecto.
Mesmo na sua analise, ele se contraria visto que iguala a Renamo com a Frelimo -- as duas organisacoes, uma banditesca e a outra terrorista.
Ele diz que a elite intelectual nao se aderiu a Renamo. Esta e a pior tolice que eu tenha ouvido. Sera que os ditos intelectuais tinham a opcao de apoiar a Renamo? A Frelimo legalisava o apoio a Renamo? Nao seriam os intelectuais mortos se a Frelimo soubesse que eles apoiavam a Renamo? Esta e uma triste asneira por parte dum homem que devia demonstrar uma maturidade intelectual, mas demonstrou uma imbecilidade total de profundas baixezas. Um homem que demonstra tal imbecilidade, sera que ele admite que os seus estudantes pensem, analisem e tirem as suas conclusoes ou forca-lhes aceitar as suas imbeclidades e pontos de vista como verdades apostolicas e evangelicas da tal Santa Igreja catolica?
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umBhalane said...
ESTÓRIAS DO ZAMBEZE (ZAMBÉZIA)
Lourenço Joaquim da Costa Rosário, Lourenço do Rosário, Prof. Universitário, da minha terra, não seja por isso, é um contador de estórias do baixo Zambeze, com livros publicados sobre a matéria.
Entre outras muitas coisas.
Gente grande, pertence à "elite".
Quando li este artigo, ri...e esperei, com muito custo.
Costumo de fazer isso, porque escrever quando se está a ferver, dá mau resultado.
Revisitei.
Lembrei de contar também uma estória, mas da vida real, que era muito usual, mas que conto na pele de um muzungo que pela 1.ª vez lhe participou, e por isso vou de contar, trocar experiências.
CAÇAR MBEWA(S) - ratos de campo
Nos tempos, lá em Baoase (Bawase, Bauaze) um grupo de Mwanas Asenas convidaram-me para ir a uma caçada de mbewas.
Era um grupo com cerca de 10 Mwanas, uns com enxadas, outros com catanas e machados.
Perguntei o que era preciso eu levar.
Teria que levar uma enxada e fósforos.
Corri a arranjar o solicitado, e lá fomos para a caçada, a tagarelar pelo caminho.
Chegamos às plantações/hortas (machambas, maminda, mzunde) e começamos a procurar os ninhos dos mbewa(s), nos melhores locais - cana-de-açucar (nsale), mapira (sorgo), mexoeira (macuwere),…
Facilmente encontramos um bom, com bons indicadores de bom povoamento.
Quando os Mwanas começaram a limpar num raio de cerca de 5 metros da entrada principal, assinalada por um montículo, perguntei para quê, se a entrada estava já identificada.
Explicaram-me que os mbewas tinham sempre várias saídas de emergência por causa das cobras – as cobras entravam pela porta principal, única completamente aberta, franqueada, e os mbewas, nessas circunstância e análogas, fugiam, escapuliam, pelas secundárias, várias em túneis diferentes.
Limpa a área, houve que recolher capim seco que foi colocado na entrada e ateado com os ditos fósforos.
Os mwanas rodearam a toca nos limites do círculo capinado.
Soprava-se para o interior da toca, e logo surgiram os primeiros trânsfugas, indicando assim as saídas de emergência que eram prontamente seladas.
Poucos, quase nenhuns, conseguiram fugir ao cerco.
Terminada a fumigação, houve que retirar, desentupir a entrada, e logo surgiram cambaleantes, entontecidos pelo fumo, os gordos mbewas – que prontamente iam sendo apanhados pelo rabo, e batidos com a cabeça nos cabos das enxadas.
Quando deixaram de se voluntariar a sair, começamos a cavar os túneis/galerias e a apanhar os restantes.
Terminado o trabalho, procedia-se à contagem – 20, 27, 30, 34,…conforme.
Às vezes menos.
Quando já estávamos satisfeitos, regressávamos.
Normalmente muito contentes.
Aprendi que os mbewas têm SEMPRE várias saídas, várias portas, escapadelas, de emergência.
Como dizem os Tugas: “Não vá o diabo tecê-las”
Para um contador de estórias do Zambeze, que até é da minha terra, não seja por isso, o mínimo que posso fazer é também contar esta estória, que espero tenha sido do V/agrado.
O mínimo, porque Lourenço do Rosário é da minha terra, e não seja por isso.
Tykupereka takhuta – O meu muito obrigado
FUNGULANI MASSO
BOA CONTINUAÇÃO.
Pergunta, questiona, duvida, analisa, vê mais melhor.
PENSA BEM, pensa junto comigo.
É BOM ACORDAR DE VEZ.
FUNGULANI MASO.
LEMBREM BEM
QUEM NÃO LUTA, PERDE SEMPRE.
A LUTA É CONTÍNUA
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Joaquim Manuel Arone Fazfaz said...
Professor Lourenço do Rosário : "Estamos cançados de lições". A sua actividade de dar lições é na Universidade. Cá fora vivemos da prática verdadeira, não precisamos de lições. Toda gente sabe que o senhor é Frelo. Se gosta, como parece, fique com isso, mas não seja examinador fora das paredes da sua Universidade. Fique ciente: Quem foi que estragou Moçambique ? Não quer responder bem ? Eu respondo de acordo com a verdade : Foi a Frelimo! Ou não? Quem mandou espatifar as escolas, partir carteiras e bancos, porque estes também tinham sido colonialistas. Q uem fuzilou Filipe Magaia?Quem roubou e espatifou os prédios, que tanto custaram a levantar ? Esses prédios bem construídos que resistiram ao terramoto. Quem expulsou em 24 - 20 aqueles que até só queriam trabalhar para engrandeceer Moçambique, que não tinham se calhar educação política, mas tinham educação pelo trabalho forte. Quem fuzilou a torto ea direito nas praças, com as mulheres a gritarem. Eram obrigados e carregados para essas praças a força obrigados pelos famigerados grupos dinamitadores. Quem roubou as machambas, mandou matar o gado, quem foi? Foi a Renamo? Não não foi. Foi o MDM? Não não foi. Aniquilaram a oposição, queimando-os vivos com lenha e gazolina em Mtelela, sabe aonde é? É no Niassa. O Senhor porque não fala disso? Essa sua Frelimo já provou que não vale nada. Perde eleições e depois reclama QUE AS GANHA. A gente sabe quem tem ganho. Porque não querem entregar o poder? O povo moçambicano está farto de vocês todos da Frelo. Os Frelos estão podres de ricos e o povo nada tem. Só vocês é que têm razão. Onde está a vossa democracia? A quase totalidade dos dirigentes são da onde? São mugazas. Como é que um zambeziano pode usar o voto de Gaza? Fala! É melhor mudar de ideias, sabe porquê? Porque essa sua conversa já é demais. A GENTE SABE!
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Akamuene Akamuene said...
Qual é a prova/evidencia que leva a crer que a RENAMO nao ganhou as eleiçoes se até entao nao foram apresentados editais de tal victoria que o regime vangloria-se de ter ganho?
Este Pais merece arter de uma vez para sempre!...
O ilustre academico com estas suas afirmaçoes testemunha a venda de distritos da sua provincai para os progenitores do regime?
O ilustre esqueceu que a tua provincia foi arquitectada pela fustigaçao de guerra porque os mazambezianos eram/sao duros na mudança e sao considerados edilista?
Com suas afirmaçoes mostram que o ilustre mudou em nome de todo mazambeziano e o regime que a vossa majestade faz parte esta descansada?
Bem haja vossa majestade com sua visao opressora em representacao de mazambeziano!
