27/06/2015
Morte de Venâncio Mbande deixa cultura moçambicana de luto
Em plena celebração dos 40 anos da independência nacional, morreu o músico, marimbeiro e percursor da timbila, Venâncio Mbande,vítima de doença, deixando a cultura moçambicana de luto.
O músico tinha 82 anos de idade e não resistiu a uma doença que o apoquentava já há algum tempo, e esta semana a sua saúde piorou e foi internado no Hospital Central de Maputo (HCM) onde viria a perder a vida, e se calava para sempre a voz de um exímio tocador de timbila e dançarino de ngalanga.
Venâncio Mbande deixa um disco intitulado “Timbila ta Venâncio” e o reconhecimento internacional da Timbila como Património da Humanidade, atribuído pela Organização das Nações Unidades para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), mas também a Medalha da Ordem Bagamoyo atribuída pelo Estado moçambicano em 2014.
O acidente de Mbuzini e a TRC ou a “verdade” à porta fechada2
Na presente edição do de Moçambique de Moçambique publicamos a segunda parte da entrevista com João Cabrita relacionada com as sessões de audiência da Comissão da Verdade e Reconciliação (TRC) da África do Sul sobre as causas do acidente de Mbuzini, em que perdeu a vida o chefe de Estado moçambicano, Samora Moisés Machel, e 33 outras pessoas.
Realizadas à porta fechada na Cidade do Cabo e em Joanesburgo em 1998, as sessões de audiência foram presididas pelo advogado sul-africano Dumisa Ntsebeza. A jornalista Debora Patta depôs perante as sessões de audiência na qualidade de consultora especializada no desastre de aviação de Mbuzini. A entrevista com o autor de “A Morte Samora Machel” foi conduzida por Fernando Veloso e Matias Guente.
Leia tudo em Download Cmc_nr309_acidenteMbuzini2
MOÇAMBICANOS VOLTAM A DIZER JAMAIS SEREMOS BESTAS DE CARGA
Por Gustavo Mavie
'Em 1926, o Primeiro-Ministro da então colónia britânica da Rodeia do Sul, hoje Zimbabwe, Godfrey Huggins, promoveu a ideia de que iria fazer uma parceria entre pretos e brancos. Quando solicitado a ser mais especifico sobre o que queria dizer por parceria, respondeu muito calmamente: estou falando sobre uma parceria entre um cavalo e o seu cavaleiro' Robert Mugabe, citado pela Revista Africa Business, edição Numero 310, de 2005
A afluência massiva dos moçambicanos aos locais por onde passou a Chama da Unidade, que nos últimos três meses percorreu, nas suas mãos, o seu imenso e belo território, é mais uma prova da sua determinação para nunca voltarem a ser bestas de carga como aconteceu há apenas quatro décadas.
Esta massiva afluência também ocorreu na quinta-feira no Estádio da Machava, local onde há precisamente 40 anos, Samora Machel, primeiro Presidente da República, proclamou a independência de Moçambique.
Como bem o diz o conceituado académico britânico Alex Vines, num artigo que distribuiu na quinta-feira via internet, a manutenção desta independência ao longo destes 40 anos não foi nada fácil e não tão menos trágico, tal como não foi nada fácil e menos trágico conquistá-la.
Ele recorda que os moçambicanos tiveram que lutar de armas em punho durante 10 longos anos para a conquista da sua independência, e 16 anos contra os que queriam abortá-la ou inviabilizá-la.
Na verdade, os moçambicanos não só passaram pela tragédia da brutalidade colonial, como viveram na carne os horrores e a tragédia de duas guerras durante quase 30 anos.
Ele diz que praticamente, os moçambicanos viveram durante 30 longos e dramáticos anos de guerra, contados a partir de 1964, quando iniciaram com parcos e limitados meios bélicos a sua luta armada contra o colonialismo português, e depois contra os regimes racistas que imperavam na Africa do Sul e na então Rodésia só Sul, hoje Zimbabwe.
Este académico, que também é co-autor, a par com mais três académicos, de um profundo estudo que reconhece que a guerra movida pela Africa do Sul e Rodésia do Sul contra Moçambique entre 1977 a 1992, através da Renamo, foi das mais mortíferas e mais destruidora em Africa mas, mesmo assim, os moçambicanos reergueram-se e hoje o seu Pais regista um desenvolvimento acelerado, de fazer inveja no mundo inteiro.
Ele aponta isto como prova de que os moçambicanos sabem o que querem e como querem, e vaticina que nos próximos 40 anos Moçambique será um país desenvolvido.
'Em 1926, o Primeiro-Ministro da então colónia britânica da Rodeia do Sul, hoje Zimbabwe, Godfrey Huggins, promoveu a ideia de que iria fazer uma parceria entre pretos e brancos. Quando solicitado a ser mais especifico sobre o que queria dizer por parceria, respondeu muito calmamente: estou falando sobre uma parceria entre um cavalo e o seu cavaleiro' Robert Mugabe, citado pela Revista Africa Business, edição Numero 310, de 2005
A afluência massiva dos moçambicanos aos locais por onde passou a Chama da Unidade, que nos últimos três meses percorreu, nas suas mãos, o seu imenso e belo território, é mais uma prova da sua determinação para nunca voltarem a ser bestas de carga como aconteceu há apenas quatro décadas.
Esta massiva afluência também ocorreu na quinta-feira no Estádio da Machava, local onde há precisamente 40 anos, Samora Machel, primeiro Presidente da República, proclamou a independência de Moçambique.
Como bem o diz o conceituado académico britânico Alex Vines, num artigo que distribuiu na quinta-feira via internet, a manutenção desta independência ao longo destes 40 anos não foi nada fácil e não tão menos trágico, tal como não foi nada fácil e menos trágico conquistá-la.
Ele recorda que os moçambicanos tiveram que lutar de armas em punho durante 10 longos anos para a conquista da sua independência, e 16 anos contra os que queriam abortá-la ou inviabilizá-la.
Na verdade, os moçambicanos não só passaram pela tragédia da brutalidade colonial, como viveram na carne os horrores e a tragédia de duas guerras durante quase 30 anos.
Ele diz que praticamente, os moçambicanos viveram durante 30 longos e dramáticos anos de guerra, contados a partir de 1964, quando iniciaram com parcos e limitados meios bélicos a sua luta armada contra o colonialismo português, e depois contra os regimes racistas que imperavam na Africa do Sul e na então Rodésia só Sul, hoje Zimbabwe.
Este académico, que também é co-autor, a par com mais três académicos, de um profundo estudo que reconhece que a guerra movida pela Africa do Sul e Rodésia do Sul contra Moçambique entre 1977 a 1992, através da Renamo, foi das mais mortíferas e mais destruidora em Africa mas, mesmo assim, os moçambicanos reergueram-se e hoje o seu Pais regista um desenvolvimento acelerado, de fazer inveja no mundo inteiro.
Ele aponta isto como prova de que os moçambicanos sabem o que querem e como querem, e vaticina que nos próximos 40 anos Moçambique será um país desenvolvido.
26/06/2015
EDITORIAL: Este não é (ainda) o país prometido há 40 anos
Está-se na ressaca da celebração do 40º aniversário da independência nacional. A festa foi boa para alguns e má para os outros, por várias razões, pessoais ou imputadas a todo um sistema de governação que ainda está longe de nos prover o bem-estar prometido há 40 anos.
Para todos nós, a efeméride podia ter sido comemorada com pompa porque em quatro décadas foi possível juntarmos dinheiro, através de impostos, para erguermos diversas estradas, hospitais e escolas, sobretudo reconstruímos aquelas infra-estruturas, algumas, que durante 16 anos foram dilaceradas por uma guerra mal terminada. E agradecemos aos países irmãos que nos ajudaram para sermos o que somos hoje.
Todavia, não vemos um país com uma paz efectiva nem sólida, pese embora não haja mais tiros. O belicismo e os seus promotores continuam entre nós, impedem o nosso sossego e empurram-nos para um destino incerto. A nossa vida tem sido no fio da navalha. Há 40 anos que a justiça, a segurança e o bem-estar permanecem um sonho da maioria dos moçambicanos.
Há 40 anos, os corruptos ainda pululam nos corredores das nossas instituições públicas e aqueles que delapidam o erário ou os dinheiros a seu cargo para as causas do povo continuam impunes porque a Justiça pisca-lhes o olho e assobia ao lado. Enquanto se apregoa a inclusão, as decisões sobre a vida dos moçambicanos são tomadas por um grupo que se guia por interesses partidários, umbilicais e estomacais. Este não é, por enquanto, o país prometido há 40 anos.
20 MILITARES DAS FDS ABATIDOS ONTEM EM MOATIZE
* MILITARES DESERTAM EM MASSA
Numa nova vaga de provocações militares coordenadas pessoalmente por Nyusi coadjubado pelos conterrâneos makondes o "ministro" da defesa Mutumuke e o nungu Chipande; o Nyusi decidiu criar uma nova unidade denominada UIR que tem como missão principal defender os interesses partidários da Frelimo. O Nyusi aposta mais na UIR por desconfiar que há muita fuga de informação nas FADM devido a presença de elementos da Renamo do exército conjunto saído dos Acordos de Roma. Para esta operação específica foram seleccionados vários militares de Cabo Delgado e Maputo a que se juntaram alguns naturais de Manica e Tete.
No dia 14 deste mês uma companhia das FDS fortemente armados dirigiram se para a localidade de Macoça em Dombe, Sussundenga onde Dhlakama orientará as cerimónias centrais do dia da Liga Feminina da Renamo que se celebra no dia 5/7. Outro numeroso grupo dirigiu se a Moatize, posto administrativo de Chibaene na zona de Monjo. Lá chegados capturaram 7 elementos da população que foram levados a Moatize para serem interrogados sob varias ameaças e sevicias de forma a recolherem informações sobre as bases da Renamo.
Posted at 12:14 in Defesa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (8) ShareThis
A parceria IURD/Frelimo e a ausência da oposição
Comemoração da Independência Nacional
O Estádio da Machava acolheu ontem as cerimónias centrais das comemorações da Independência Nacional, cujas festividades haviam sido lançadas em Abril passado.
O Estado investiu 30 milhões de meticais para reabilitar o Estádio da Machava, local onde foi proclamada a Independência Nacional em 1975.
Com o movimento da “Chama da Unidade Nacional” e com a mobilização realizada pelo partido Frelimo para encher o estádio, não se teve a moldura humana que provavelmente se pretendia. Foi a parceira do partido Frelimo, a Igreja Universal do Reino de Deus, quem desempenhou um papel preponderante para arregimentar os seus fiéis para irem ao estádio simularem ser o povo, o qual há muito já não liga importância aos eventos que deviam ser do Estado, mas que passaram a ser “frelimizados”.
As bandeiras da IURD e do partido Frelimo, as bandeiras da Coca-Cola e a Bandeira Nacional de Moçambique disputavam o espaço.
Falando aos presentes, Nyusi voltou a falar da unidade nacional e da paz, dois conceitos que remetem para a actual situação político-militar no país, devido a desentendimentos com a Renamo.
O Estado investiu 30 milhões de meticais para reabilitar o Estádio da Machava, local onde foi proclamada a Independência Nacional em 1975.
Com o movimento da “Chama da Unidade Nacional” e com a mobilização realizada pelo partido Frelimo para encher o estádio, não se teve a moldura humana que provavelmente se pretendia. Foi a parceira do partido Frelimo, a Igreja Universal do Reino de Deus, quem desempenhou um papel preponderante para arregimentar os seus fiéis para irem ao estádio simularem ser o povo, o qual há muito já não liga importância aos eventos que deviam ser do Estado, mas que passaram a ser “frelimizados”.
As bandeiras da IURD e do partido Frelimo, as bandeiras da Coca-Cola e a Bandeira Nacional de Moçambique disputavam o espaço.
Falando aos presentes, Nyusi voltou a falar da unidade nacional e da paz, dois conceitos que remetem para a actual situação político-militar no país, devido a desentendimentos com a Renamo.
Diagnósticos já efectuados devem dar lugar a celeridade negocial
Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Celebrar o “Junho da Independência” com resultados definitivos.
O consenso parcial alcançado quanto à despartidarização do aparelho de Estado é um bom indicador sobre as possibilidades de avanços concretos nas outras matérias em discussão.
É possível eliminar as barreiras impostas por interesses estranhos à verdadeira agenda nacional.
Há que encontrar uma forma de pressão contínua para que as negociações conheçam novos rumos.
Importa lembrar que Moçambique não pode continuar refém de quem se julga seu proprietário com exclusividade. O país não pode ficar amarrado aos sonhos inarráveis de pessoas que continuam julgando-se superioras e bafejadas de poderes especiais. Moçambique e os moçambicanos precisam de ultrapassar as barreiras artificiais criadas por políticos medíocres e falsários.
Há que cortar caminho aos que teimam em viver num passado nostálgico, em presidiam ao “circo” e iam de banquete em banquete exibindo a sua “superioridade nata”.
Encontrar as razões do insucesso negocial não é tão difícil: onde não há honestidade negocial e respeito pelos direitos dos outros, a concórdia tarda, e quase sempre se falha.
As alegações antigas de falta de experiência e de conhecimentos para a condução dos assuntos do Estado não tem suporte nos dias de hoje.
Vivemos uma conjuntura diferente que necessita de posicionamentos à altura.
É contraproducente “rezar missas” de enaltecimento de actos heróicos inverificáveis. A ofensiva mediática exibida na Rádio Moçambique e nas estações televisivas para preencher a semana comemorativa da Independência Nacional peca por não aproveitar o momento para incluir os outros.
É possível eliminar as barreiras impostas por interesses estranhos à verdadeira agenda nacional.
Há que encontrar uma forma de pressão contínua para que as negociações conheçam novos rumos.
Importa lembrar que Moçambique não pode continuar refém de quem se julga seu proprietário com exclusividade. O país não pode ficar amarrado aos sonhos inarráveis de pessoas que continuam julgando-se superioras e bafejadas de poderes especiais. Moçambique e os moçambicanos precisam de ultrapassar as barreiras artificiais criadas por políticos medíocres e falsários.
Há que cortar caminho aos que teimam em viver num passado nostálgico, em presidiam ao “circo” e iam de banquete em banquete exibindo a sua “superioridade nata”.
Encontrar as razões do insucesso negocial não é tão difícil: onde não há honestidade negocial e respeito pelos direitos dos outros, a concórdia tarda, e quase sempre se falha.
As alegações antigas de falta de experiência e de conhecimentos para a condução dos assuntos do Estado não tem suporte nos dias de hoje.
Vivemos uma conjuntura diferente que necessita de posicionamentos à altura.
É contraproducente “rezar missas” de enaltecimento de actos heróicos inverificáveis. A ofensiva mediática exibida na Rádio Moçambique e nas estações televisivas para preencher a semana comemorativa da Independência Nacional peca por não aproveitar o momento para incluir os outros.
25/06/2015
40 ANOS DA INDEPENDÊNCIA: HERÓIS VIVOS FALAM DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL - Quem quer contrariar pensamento de Mondlane?
A HISTÓRIA da nossa luta ainda pode ser ainda mais enriquecida à medida que novos actores forem descobertos.
Recentemente, a nossa Reportagem procurou falar com gente que, tendo estado na frente da batalha pela libertação do país, nunca tinha partilhado nada, publicamente, sobre a sua participação na epopeia que trouxe uma das maiores conquistas há 40 anos: a independência nacional.
O planalto dos makondes, de que fazem parte os distritos de Muidumbe, Mueda e Nangade, é onde, com o tempo, qualquer interessado pode “beber” as diferentes estórias da nossa História, a custo zero, e a predisposição dos principais actores é tal que até se ofereceram para hospedar o repórter para contar as entranhas da luta que trouxe a independência.
Os episódios da nossa história foram recolhidos nas antigas zonas libertadas, onde o Exército colonial não ousava chegar, desde meados de 1965, quando a guerra popular já era uma realidade, criando assim regiões inexpugnáveis à tropa portuguesa.
Não são figuras que o país foi conhecendo ao longo dos anos após a era libertária, umas por causa do papel que assumiram na governação, outras porque estiveram simplesmente expostas aos holofotes mediáticos nas grandes cidades conquistadas pelo poder popular. Mas sim fazem parte - e boa parte - dos fazedores da independência que, na verdade, ainda têm muito a contar e vivem nas aldeias dos distritos acima indicados e não só.
Dizem que a aparente modéstia da vida que levam hoje não se pode comparar com a subjugação colonial. Chegaram mesmo a afirmar que um dos frutos da liberdade é, a título de exemplo, estar a falar com o repórter durante mais de uma hora sem que apareça alguém para perguntar ao outro onde nasceu. É o valor da unidade nacional.
Branqueamento da história exclui lutadores pela independência de Moçambique - Daviz Simango
O presidente do MDM, Daviz Simango, considerou hoje que o país cometeu "erros graves" com o branqueamento da sua história, reescrita segundo a agenda do Governo, e defendeu a "inclusão de heróis" com títulos "negados".
Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, Daviz Simango disse que a classificação de moçambicanos, como "reacionários, contra reacionários e traidores", excluiu muitos que lutaram pela independência do panteão de heróis nacionais, considerando tratar-se de "uma ação discriminatória que divide os moçambicanos", que se torna num travão real aos esforços para a reconciliação.
"Se não reconhecermos a heroicidade e a moçambicanidade dos outros jamais haverá reconciliação", precisou Daviz Simango, em nota alusiva aos 40 anos da independência de Moçambique, que hoje se celebram e divulgada na página do partido na rede social Facebook.
Simango disse ser obrigatório proceder a uma reflexão profunda sobre o trajeto percorrido para, defendeu: "sermos capazes de identificar quais são as causas dos atrasos que teimam em verificar-se na esfera social, política, económica, e cultural" de Moçambique.
"É tempo de aclararmos de forma aberta e inequívoca de que o projeto de construção de Moçambique forte, sólido, democrático, solidário e justo tem sofrido fortes revezes devido a uma série de causas", declarou Daviz Simango, insistindo que a "postura de açambarcamento" do país por um grupo de moçambicanos e intolerância política retarda o desenvolvimento.
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