Por Américo Matavele
Desde que Moçambique adoptou o multipartidarismo, temos testemunhado a transformação de Afonso Dhlakama, líder da Renamo, num evangelista do caos, principalmente logo após o processo de votação. Foi assim em 1999, em 2004, em 2009 e é assim que ele está a agir neste 2014.
Esse evangelho tem a sua tónica na anarquia, usando-se ele, Afonso Dhlakama, como o principal actor, justificando este comportamento pela sua participação sazonal na vida política, e ignorando e renegando a sua capacidade de contribuição para o bem do país.
Aliás, todos nós temos este historial das acções do líder da Renamo, e sabemos qual é a sua verdadeira contribuição para o país, pelas suas acções (des)feitas ao longo de todos os caminhos da democracia que o país vem trilhando. Não digo que ele não tem capacidade de contribuir positivamente para o bem do país, mas que, seguindo a sua trajectória, sempre deparamo-nos com resultados algo sombrios, que são produtos desta forma de ser do líder da Renamo, cujo resultado final foi sempre a regressão e a confusão.
Moçambique está a caminhar célere para um estágio de consistência político-económico, e tem todos os dados arrumados para se atingir este desiderato, desde as instituições democraticamente construídas ao longo do processo, recursos humanos com vontade e capacidade, e também recursos materiais por gerir, faltando somente uma unanimidade sobre a necessidade de todos nos concentrarmos neste objectivo, e segui-lo.
Mas, pelos vistos, há uma premência egoísta do líder da Renamo, que prefere sacrificar a estabilidade, passando por cima desta base que construímos durantes anos, entre abdicações e cedências, e que se solidifica com o sacrifício diário de todos os moçambicanos.
Num país com os meios acumulados para o desenvolvimento, e com um sonho palpável pela estabilidade política e económica, ninguém tem o direito de evangelizar o caos que vai em sentido contrário ao que os moçambicanos almejam, destruindo este sonho de se construir um país estável e em franco crescimento internacionalmente testemunhado.
Olhando para o investimento realizado e por realizar, e também olhando para o take off sócio-político que construímos ao longo das últimas décadas, por vezes com muito esforço e dificuldade, é um crime lesa-pátria tentar inutilizá-lo simplesmente, sem planos de construir nada no seu lugar a não ser o caos e a destruição.
Assim, ao invés de da lógica e da tomada de decisões racionais, ele gosta de gerar um lugar para a criação de uma espécie de suspense social, pois as decisões que o líder da Renamo toma, vão inevitavelmente contra as suas próprias posições e interesses políticos, acabando por criar uma espécie de rasto de inconsequência que sempre o persegue até ao outro ciclo eleitoral.
Depois de pegar a divisão do país, a pirotecnia nacional, a guerra urbana, desta vez agarrou-se a um governo de gestão, transformando este num novo cavalo de batalha. Afinal o que é um governo de gestão? Um governo de gestão é aquele que somente limita-se à prática dos actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos, e onde os actos da função política e da função legislativa devem todos eles considerar-se excluídos e em stand-by.
Assim, um governo de gestão não pode tomar medidas de forte impacto, tanto económico, social ou político, ficando, o país numa espécie de limbo administrativo, pois este governo não pode promulgar Leis e também está impedido de fazer nomeações para a administração pública, assim como aprovar investimentos de grandes impacto no crescimento da economia nacional.
Neste tipo de Governo, um país fica em banho-maria, deixando todas as oportunidades de investimento externos no saco de espera, sabendo-se que o país está num momento de crescimento acelerado que depende, para a sua continuação, de investimentos massivos contínuos, e também está a criar uma base económica que depende de grandes investimentos.
Parar este tipo de investimento, significa uma descontinuidade dos projectos, e uma regressão do crescimento, porque corta-se literalmente o elo de ligação entre o presente e o futuro, ficando a caminhada económica de Moçambique suspensa, sem ir nem vir.
Assim, cria-se um autêntico vazio e o caos, onde milhares de trabalhadores que estão acoplados ao desenvolvimento de novas actividades económicas, milhares de projectos iniciados que dependem de grandes investimentos, assim como compromissos de cavalheiros com grandes investidores, teriam que parar durante cinco anos e as actividades do Estado somente circunscrever-se-ia ao carimbo de papéis.
Esta evocação ao vazio e ao caos é um sintoma de uma regressão moral e patriótica do líder da Renamo, que deixa objectivamente de ver o país como algo colectivo, mostrando uma falta de vontade de procurar um ponto de intersecção, extremando os pensamentos e encorajando para que se dê passos que atiram o país para uma situação de câmara lenta.
Esta prática do líder da Renamo, de pressionar os acontecimentos e reformular a sociedade de acordo com as suas necessidades e interesses sempre que chega este período pós-eleitoral, faz com que se aceite como normal o patológico, e se pondere o imponderável, faltando somente passarmos a aceitar aberrações em nome deste deslize individual que se tenta colectivizar.
Baseando no senso comum e sem dados concretos e factuais, o líder da Renamo sempre recorre à interpretações arbitrárias e à avaliações sem imparcialidade dos acontecimentos gerais, onde ele aparece sempre como o inocente e sempre vítima, sem olhar para a sua trajectória nos processos, que são sem dúvidas os que ditam os resultados finais.
Recordemos que os órgãos eleitorais foram partidarizados seguindo as suas exigências, aparentemente para consensos, tendo, desde a base, das mesas de votação, até aos órgãos centrais, elementos da Renamo, do MDM e da Frelimo, de modo a que os temores e desconfianças deixassem de existir.
Também não esqueçamos os moldes especiais em que ele foi recenseado, tendo se entrado no mato (Parte Incerta) com o equipamento para que ele pudesse participar no processo. Também lembremo-nos que o líder da Renamo teve um estatuto especial para poder votar num local diferente de onde recenseou, diferentemente de milhares de moçambicanos que tiveram que percorrer distâncias para encontrar a sua mesa.
Ainda temos em mente as afirmações que ele fez logo após depositar o seu voto, dizendo, citamos, “ (…) com esta Lei (eleitoral), não haverá espaço para fraude”. Esta afirmação baseou-se exactamente na composição dos órgãos eleitorais, onde estiveram os membros da Renamo, da Frelimo e do MDM, em todas as mesas e nos órgãos centrais, acompanhando de perto todo o processo.
Assim, esta postura dupla do líder da Renamo tem sido recorrente, usando um contributo brilhante e secundando o funcionamento das instituições com palavras elogiosas, mas depois contradiz-se e nega a sua própria lógica, apelando para uma situação diferente e oposta àquela que as suas primeiras palavras deixavam antever.
Em todos os processos, o líder da Renamo segue as normas nos primórdios, mas quando os processos chegam ao fim, ele substitui as mesmas normas legais que seguiu à risca, por uma vontade enorme de anarquia, recorrendo a interpretações arbitrárias e à apreciações tendenciosas que desprezam por completo as instituições que meses atrás gozavam do seu respeito.
Ele sempre recorre a uma espécie de legitimidade acima da lei, quando precisa de justificar alguma intervenção ilegal ou pressionar o Governo para uma acção. Foi desta forma que ele liderou as emboscadas em Muxúngue, que deixaram mortes, destruição e anarquia em algumas localidades de Sofala
Esta substituição das normas legais por vontades imprevisíveis, vem se repetindo e vem ganhando uma escola, e nos momentos actuais tem seguidores que olham para este exercício como uma espécie de poder paralelo, onde se desenvolve um outro tipo de relacionamento com as instituições.
Esta postura do líder da Renamo, ao invés de resolver possíveis conflitos, cria uma espécie de divisão política dos moçambicanos, que ultimamente, e de forma algo tímido, tem desaguado no tribalismo e no perigo de abanar a Unidade Nacional como uma das maiores conquistas que o povo moçambicano teve desde a sua Independência.
Ao invés da democracia que ele se diz pai, demonstra um amor incondicional pela anarquia, onde as instituições não existem ou se existem devem ser suprimidas, criando assim uma espécie de uma República de Dúvidas que alberga, desde os constantes apelos à anarquia até à imposição da legitimidade de um poder paralelo, com exército e tudo.
O líder da Renamo, ao fazer esta figura a cada período pós-eleitoral, está claramente e constantemente a lutar contra as consequências das suas próprias acções, usando esta sua maneira de encarar os períodos pós-eleitorais, como uma justificação e um distribuidor de culpas das suas próprias acções, e consequentemente dos resultados daí advindos, que é inequivocamente produtos da sua sazonalidade política, e, ironicamente, produto desta mesma forma repetitiva de encarar estes períodos.
Por serem repetitivas, as acções do líder da Renamo estão cada vez mais estranhas à esperança da futura realidade do país, olhando para o esforço geral que os moçambicanos tem feito para a construção do seu país, e este tipo de acções criam o oposto dos objectivos esperados pelo líder da Renamo, pois, ele sai deste todo o processo chamuscado politicamente.
Deste modo, e finalizando, estamos perante um paradoxo sócio-político, onde a forma como o líder da Renamo gere a sua liderança é uma maldição para si próprio, porque carrega o fardo de ser uma pessoa com capacidade para adorar a anarquia, enquanto tem estampado em si e por si próprio, o rótulo de Pai da Democracia.
Onde é que entenderemos o líder da Renamo? Nas suas palavras ou nos seus actos?
Esse evangelho tem a sua tónica na anarquia, usando-se ele, Afonso Dhlakama, como o principal actor, justificando este comportamento pela sua participação sazonal na vida política, e ignorando e renegando a sua capacidade de contribuição para o bem do país.
Aliás, todos nós temos este historial das acções do líder da Renamo, e sabemos qual é a sua verdadeira contribuição para o país, pelas suas acções (des)feitas ao longo de todos os caminhos da democracia que o país vem trilhando. Não digo que ele não tem capacidade de contribuir positivamente para o bem do país, mas que, seguindo a sua trajectória, sempre deparamo-nos com resultados algo sombrios, que são produtos desta forma de ser do líder da Renamo, cujo resultado final foi sempre a regressão e a confusão.
Moçambique está a caminhar célere para um estágio de consistência político-económico, e tem todos os dados arrumados para se atingir este desiderato, desde as instituições democraticamente construídas ao longo do processo, recursos humanos com vontade e capacidade, e também recursos materiais por gerir, faltando somente uma unanimidade sobre a necessidade de todos nos concentrarmos neste objectivo, e segui-lo.
Mas, pelos vistos, há uma premência egoísta do líder da Renamo, que prefere sacrificar a estabilidade, passando por cima desta base que construímos durantes anos, entre abdicações e cedências, e que se solidifica com o sacrifício diário de todos os moçambicanos.
Num país com os meios acumulados para o desenvolvimento, e com um sonho palpável pela estabilidade política e económica, ninguém tem o direito de evangelizar o caos que vai em sentido contrário ao que os moçambicanos almejam, destruindo este sonho de se construir um país estável e em franco crescimento internacionalmente testemunhado.
Olhando para o investimento realizado e por realizar, e também olhando para o take off sócio-político que construímos ao longo das últimas décadas, por vezes com muito esforço e dificuldade, é um crime lesa-pátria tentar inutilizá-lo simplesmente, sem planos de construir nada no seu lugar a não ser o caos e a destruição.
Assim, ao invés de da lógica e da tomada de decisões racionais, ele gosta de gerar um lugar para a criação de uma espécie de suspense social, pois as decisões que o líder da Renamo toma, vão inevitavelmente contra as suas próprias posições e interesses políticos, acabando por criar uma espécie de rasto de inconsequência que sempre o persegue até ao outro ciclo eleitoral.
Depois de pegar a divisão do país, a pirotecnia nacional, a guerra urbana, desta vez agarrou-se a um governo de gestão, transformando este num novo cavalo de batalha. Afinal o que é um governo de gestão? Um governo de gestão é aquele que somente limita-se à prática dos actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos, e onde os actos da função política e da função legislativa devem todos eles considerar-se excluídos e em stand-by.
Assim, um governo de gestão não pode tomar medidas de forte impacto, tanto económico, social ou político, ficando, o país numa espécie de limbo administrativo, pois este governo não pode promulgar Leis e também está impedido de fazer nomeações para a administração pública, assim como aprovar investimentos de grandes impacto no crescimento da economia nacional.
Neste tipo de Governo, um país fica em banho-maria, deixando todas as oportunidades de investimento externos no saco de espera, sabendo-se que o país está num momento de crescimento acelerado que depende, para a sua continuação, de investimentos massivos contínuos, e também está a criar uma base económica que depende de grandes investimentos.
Parar este tipo de investimento, significa uma descontinuidade dos projectos, e uma regressão do crescimento, porque corta-se literalmente o elo de ligação entre o presente e o futuro, ficando a caminhada económica de Moçambique suspensa, sem ir nem vir.
Assim, cria-se um autêntico vazio e o caos, onde milhares de trabalhadores que estão acoplados ao desenvolvimento de novas actividades económicas, milhares de projectos iniciados que dependem de grandes investimentos, assim como compromissos de cavalheiros com grandes investidores, teriam que parar durante cinco anos e as actividades do Estado somente circunscrever-se-ia ao carimbo de papéis.
Esta evocação ao vazio e ao caos é um sintoma de uma regressão moral e patriótica do líder da Renamo, que deixa objectivamente de ver o país como algo colectivo, mostrando uma falta de vontade de procurar um ponto de intersecção, extremando os pensamentos e encorajando para que se dê passos que atiram o país para uma situação de câmara lenta.
Esta prática do líder da Renamo, de pressionar os acontecimentos e reformular a sociedade de acordo com as suas necessidades e interesses sempre que chega este período pós-eleitoral, faz com que se aceite como normal o patológico, e se pondere o imponderável, faltando somente passarmos a aceitar aberrações em nome deste deslize individual que se tenta colectivizar.
Baseando no senso comum e sem dados concretos e factuais, o líder da Renamo sempre recorre à interpretações arbitrárias e à avaliações sem imparcialidade dos acontecimentos gerais, onde ele aparece sempre como o inocente e sempre vítima, sem olhar para a sua trajectória nos processos, que são sem dúvidas os que ditam os resultados finais.
Recordemos que os órgãos eleitorais foram partidarizados seguindo as suas exigências, aparentemente para consensos, tendo, desde a base, das mesas de votação, até aos órgãos centrais, elementos da Renamo, do MDM e da Frelimo, de modo a que os temores e desconfianças deixassem de existir.
Também não esqueçamos os moldes especiais em que ele foi recenseado, tendo se entrado no mato (Parte Incerta) com o equipamento para que ele pudesse participar no processo. Também lembremo-nos que o líder da Renamo teve um estatuto especial para poder votar num local diferente de onde recenseou, diferentemente de milhares de moçambicanos que tiveram que percorrer distâncias para encontrar a sua mesa.
Ainda temos em mente as afirmações que ele fez logo após depositar o seu voto, dizendo, citamos, “ (…) com esta Lei (eleitoral), não haverá espaço para fraude”. Esta afirmação baseou-se exactamente na composição dos órgãos eleitorais, onde estiveram os membros da Renamo, da Frelimo e do MDM, em todas as mesas e nos órgãos centrais, acompanhando de perto todo o processo.
Assim, esta postura dupla do líder da Renamo tem sido recorrente, usando um contributo brilhante e secundando o funcionamento das instituições com palavras elogiosas, mas depois contradiz-se e nega a sua própria lógica, apelando para uma situação diferente e oposta àquela que as suas primeiras palavras deixavam antever.
Em todos os processos, o líder da Renamo segue as normas nos primórdios, mas quando os processos chegam ao fim, ele substitui as mesmas normas legais que seguiu à risca, por uma vontade enorme de anarquia, recorrendo a interpretações arbitrárias e à apreciações tendenciosas que desprezam por completo as instituições que meses atrás gozavam do seu respeito.
Ele sempre recorre a uma espécie de legitimidade acima da lei, quando precisa de justificar alguma intervenção ilegal ou pressionar o Governo para uma acção. Foi desta forma que ele liderou as emboscadas em Muxúngue, que deixaram mortes, destruição e anarquia em algumas localidades de Sofala
Esta substituição das normas legais por vontades imprevisíveis, vem se repetindo e vem ganhando uma escola, e nos momentos actuais tem seguidores que olham para este exercício como uma espécie de poder paralelo, onde se desenvolve um outro tipo de relacionamento com as instituições.
Esta postura do líder da Renamo, ao invés de resolver possíveis conflitos, cria uma espécie de divisão política dos moçambicanos, que ultimamente, e de forma algo tímido, tem desaguado no tribalismo e no perigo de abanar a Unidade Nacional como uma das maiores conquistas que o povo moçambicano teve desde a sua Independência.
Ao invés da democracia que ele se diz pai, demonstra um amor incondicional pela anarquia, onde as instituições não existem ou se existem devem ser suprimidas, criando assim uma espécie de uma República de Dúvidas que alberga, desde os constantes apelos à anarquia até à imposição da legitimidade de um poder paralelo, com exército e tudo.
O líder da Renamo, ao fazer esta figura a cada período pós-eleitoral, está claramente e constantemente a lutar contra as consequências das suas próprias acções, usando esta sua maneira de encarar os períodos pós-eleitorais, como uma justificação e um distribuidor de culpas das suas próprias acções, e consequentemente dos resultados daí advindos, que é inequivocamente produtos da sua sazonalidade política, e, ironicamente, produto desta mesma forma repetitiva de encarar estes períodos.
Por serem repetitivas, as acções do líder da Renamo estão cada vez mais estranhas à esperança da futura realidade do país, olhando para o esforço geral que os moçambicanos tem feito para a construção do seu país, e este tipo de acções criam o oposto dos objectivos esperados pelo líder da Renamo, pois, ele sai deste todo o processo chamuscado politicamente.
Deste modo, e finalizando, estamos perante um paradoxo sócio-político, onde a forma como o líder da Renamo gere a sua liderança é uma maldição para si próprio, porque carrega o fardo de ser uma pessoa com capacidade para adorar a anarquia, enquanto tem estampado em si e por si próprio, o rótulo de Pai da Democracia.
Onde é que entenderemos o líder da Renamo? Nas suas palavras ou nos seus actos?
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