Editorial
De há alguns meses para cá em Moçambique não se fala de outra coisa senão da guerra “não declarada” mas real e seus efeitos vão se fazendo sentir afectando diversas áreas de vida da nossa sociedade, desde a social, passando pela económica e culminando na política. Continuamos a dizer que o país está terrivelmente doente e à beira de um colapso. A nossa bela e rica nação passa por momentos conturbados tendo tudo começado como uma faúlha, em Nampula e culminado com Sadjundjira, beliscando um homem pacífico, mas incómodo aos interesses umbilicais de alguns governantes. É certo que governar Moçambique nas actuais situações já não oferece nenhum prazer. O mais caricato é como se sabe e bem que, o partido no poder está encenando a sociedade simulando uma democracia interna, onde os concorrentes “presidenciáveis” são todos eles defensores acérrimos da continuidade em estilo ou modelo de governação do actual timoneiro da Ponta Vermelha a conferir pela opinião do vasto público atento aos acontecimentos. Aqui, sem medo podemos admitir que se trata de seguir o modelo Guebuziano de governação. Pelo que, nenhum deles tem liberdade para esgrimir seus posicionamentos com a devida independência e livre iniciativa. Estes presidenciaveis que nos dão a consumir o slogan que fez furor nos anos de 1975 logo a seguir à independência nacional, com a famosa palavra de ordem “A luta Continua”, não nos parecem ter qualquer compromisso com a paz duradoira para Moçambique. Além disso, demonstram um péssimo desempenho no actual Governo, autentica desadministração, por sinal a pior da história do nosso país, onde a arrogância, ódio, vingança e falta de perdão, são acrescidas pela ilegalidade. Os escândalos se sucedem: partimos dos escândalos eleitorais sem precedentes da história da democracia moçambicana, onde fugindo das exigências “sufocantes” da oposição o Chefe das Forças de Defesa e Segurança (Presidnte da República) acabaram ordenando ataque a que chamamos de operação “Nó Górdio” de Guebuza, tendente a capturar ou assassinar Afonso Dhlakama Presidente da RENAMO. Acrescenta-se ainda à lista dos escândalos o avião adquirido para o transporte de altas individualidades do Governo a ser inaugurado pela filha do Chefe do Estado para assistir a uma sessão de moda na vizinha África do Sul e os raptos espectaculares à luz do dia e com a conivência de Agentes da polícia que deviam garantir a Lei e Ordem. Existe muito mais, como é o caso de um traficante de madeira com empresas chinesas ser escolhido para estar entre os presidenciais. Quem não se lembra do escândalo envolvendo a compra de navios à França envolvendo a fictícia “EMATUM”, entre tanta lista de escândalos que a acontecerem em países europeus, americanos, nórdicos e outros não seriam aceites. Contudo, alguns vão distorcendo a real situação de Moçambique, porque lhes interessa encher os bolsos, provavelmente à revelia dos países que representam, cobrindo todos estes escândalos e lançando uma imagem falsa do Governo de dia. Há muitos problemas e escândalos. Para tapá-los até recorrem ao G-40 tentando intoxicar a opinião pública nacional e internacional. É tanta desinformação junta que este grupo até está autorizado a sentenciar quem deve ir a cadeia. Foi nestes moldes que o nosso amado Jerónimo Malagueta foi detido pelo simples facto de ter avisado em conferência de imprensa que a partir da manhã do dia seguinte seria perigoso continuar a transitar de carro pela Estrada Nacional número 1, uma vez que o raio de segurança do Presidente da RENAMO estender-se-ia até ao Rio Save para travar as incursões do Exercito Governamental e da FIR. Na altura da sua detenção, cumprindo ordens do partido, acto que viria a ser confirmado pelo Presidente Dhlakama, o Brigadeiro na Reserva que desde os Acordos de Roma se tem dedicado à política activa, primeiro como Deputado da Assembleia da República durante quatro mandatos para depois dedicar cinco anos à sua própria formação académica, foi levado para a perigosíssima cadeia do cais do Maputo, preparada para facilitar a que os presos sejam comidos pelo mar, facto que alvoroçou os membros de Base da RENAMO na cidade e província de Maputo ao ponto de se amotinarem em manifestação de solidariedade até conseguirem que a vítima dos desmandos comunistas fosse conduzida ao juiz de instrução, que sob pressões e ameaças legalizou a detenção. O Brigadeiro na Reserva está na amarga condição de primeiro prisioneiro político após a instauração da Democracia em Moçambique, porque os Governantes querem, mas não conseguem prender e assassinar Afonso Dhakama. Antes da sua detenção, pezudos comentaristas haviam advogado sua detenção que foi executada sem contemplação. Ao pôr em acção o G40 (um grupo constituído por 40 comentadores pagos pelo partido Frelimo) que depois de se comprometerem já não tem como recuar nas suas barbaridades, trucidando a quem quer que seja que pense e sugira contra os interesses ilícitos e anti-democráticos do Governo Moçambicano. Ao agir assim os que estão à testa do Estado Moçambicano tentam jogar as suas responsabilidades para os ombros do povo, dando os seus próprios posicionamentos a aparência de vontade colectiva. Na verdade há quem entende que convém falar-se de Vontade Social pretendendo assim, reduzir a distância entre o querer individual e querer colectivo. Os acontecimentos com o académico Prof. Dr. Castelo Branco e muito recentemente com a Dra Alice Mabote ameaçados pelo sistema com os tribunais, só vem confirmar que este governo, além de tudo é ditatorial, censura as opiniões e proíbe as liberdades individuais e colectivas, violando assim a Constituição da República que tanto diz defender e respeitar. Contudo, quando se trata de assuntos que beliscam seus interesses, por mais que não estejam plasmados na Constituição recorrem a ela sem vergonha. É esta a continuidade que os presenciáveis da FRELIMO prometem…
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