Um dos fatores que contribuíram para a queda do ranking de Barack Obama após a triunfante vitória nas eleições presidenciais foi a crise financeira nos Estados Unidos. Suas consequências foram muito piores do que alguém poderia ter imaginado. Ao longo do tempo, Obama perdeu a maior parte de seu apoio de outrora, diz o editor-chefe da publicação Geopolitika, Leonid Savin:
“Seus partidários estão começando a criticá-lo. Isso significa que ele pertence à categoria de presidentes falhados, como dizem os próprios norte-americanos de seus líderes. Isto ainda não é uma catástrofe, é claro, mas os sérios problemas que Obama teve na política externa atestam sua incapacidade de resolver problemas.
Falando da situação interna, trata-se, naturalmente, dos eventos em Ferguson, do fracasso da reforma dos cuidados de saúde, bem como a assinatura da lei sobre a anistia seletiva de 5-8 milhões de imigrantes ilegais, o que foi recebida de forma muito negativa pelos norte-americanos”.
Barack Obama tão pouco pode se gabar de sucessos na política externa do país. A crise na Ucrânia, o fracasso da estratégia no Oriente Médio, começando pelas negociações sobre um acordo palestino-israelense, e terminando com a luta infrutífera contra o Estado Islâmico.
Resumindo, podemos dizer que Washington provocou tensões geopolíticas globais. A maioria dos países avançados adere à regra não escrita de não instigar a uma segunda Guerra Fria. No entanto, é óbvio que os Estados Unidos não só não cumprem as normas escritas do direito internacional, mas também se distanciaram de acordos tácitos.
No futuro, não é de excluir que Obama tente apresentar o avanço nas relações com Cuba como a principal conquista do seu segundo mandato. Mas isso é improvável. Os norte-americanos já há muito que descartaram sua presidência, diz o analista político Ivan Safranchuk:
“Obama ganhou tanto sua primeira eleição como a segunda com retórica, na qual estava presente uma política externa bastante equilibrada e pacífica. Supunha-se que Obama iria terminar as guerras que foram começadas pela administração George W. Bush. E certamente não iria iniciar novas guerras. No entanto, Obama está constantemente se envolvendo em novos conflitos, caindo em crises internacionais. E este ano ele foi tão longe que decidiu optar por um agravamento bastante sério das relações com a Rússia”.
Segundo previsões de especialistas, Barack Obama, no tempo que lhe resta, continuará a se concentrar na política externa. Para ele, este é o único lugar para manobrar. Isto se deve a que Obama agora tem um obstáculo quase intransponível – os republicanos, que tomaram ambas as câmaras do Congresso.
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